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038
UNÍVERSIDADÂ
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
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DA
SAÚDE
DEPARTAMLNTO
DE TOCOGINECOLOGIA
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Trabalho de Conclusão do Curso de
Graduação
em
Medicina da Universidade deSanta Catarina
Orientador: Dr. Ubiratan Cunha Barbosa
nomânórous,
muo
DE
1
996.
AGRADECIMENTOS
A
Deus
,por
sua
sempre
presença eimenso
amor
.Ao
Dr.Ubiratan
Cunha
Barbosa,
pela atenção, paciência eamizade
dedicadas.
Ao
Dr.Lúcio
Botelho pela orientação estatisticado
trabalho.Aos
colegasAlexandre
Silvério e ZileneCardoso
Pereira peloauxílio e disponibilidade.
SUMÁRIO
RESUMO
... ..ABSTMCT
... ..INTRODUÇÃO
... ..CASUÍSTICA
E
MÉTODO
... ..RESULTADOS
... ._DISCUSSÃO
... ..CONCLUSÕES
... ..REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
...RESUMO
Foi efetuado
um
estudo soroepidemiológico, transversalem
uma
amostraaleatória de
257
registros de gestantesque
realizaram pré-natalno
HospitalUniversitário,
no
ano de 1995, para determinar a soroprevalênciade
imunidadeà rubéola.
As
sorologiasforam
analisadas por dois métodos: inibiçãoda
hemaglutinação
(IHA)
e Elisa.Neste
estudo foi verificadoque
84%
dasmulheres grávidas
possuíam
anticorpos anti-rubéola (imunidade),14,8%
eram
soronegativas (suscetíveis) e
1,2%
apresentaram infecção aguda.Não
foiencontrado neste estudo, associação entre estado imunológico e paridade
ou
estado imunológico e idade, entre dois grupos de gestantes,
o
primeirocom
25
anos
ou
mais,o
segundocom
menos
de25
anos. Constatou-setambém,
aimportância
da
realização de sorologia para rubéolaem
todas as gestantesdurante
o
pré-natal eda
possibilidade de executar a vacinaçãopós
parto nassoronegativas.
Além
disso, conclui-seque
deveriam ser realizados estudossoroepidemiológicos futuros
na
população, para avaliar a necessidadede
implantação de
mn
programa
vacinal, principalmente entre mulheres de idadeABSTRACT
A
transversal seroepidemiologic studywas
performed in arandom
sample
of257
pregnant patients wthichdone
their prenatal care in the HospitalUniversitário,
UFSC,
during 1995, to determineimmunity
seroprevalence torubella.
The
serologic analyseswere
performedby
Enzyme-linked
immunosorbent
assay(ELISA) and
Haemoagglutination inbition (HI) methods.In this study,
84%
of the pregnant patientsshowed
anti-rubella antibodies(immunity),
14,8%
were
seronegatives (susceptible)and
1,2% showed
acuteinfection. There wasn°t association
between
theimmunologic
stateand
parity,or
immunologic
stateand
age (2 groupsof
pregnants : the first on, youngerthan
25
years,and
the second one, even or older than25
years) in this report.Have
been
also notieed the importance of rubella serology in all pregnantpatients during the prenatal care, the immediate puerperium vaccination in
those seronegative
women
and
theneed
of seroepidemiologic studies in thefuture, to estimate the necessity of a immunization program, mainly in
women
INTRODUÇÃO
Conhecida
desde a remota antiguidade pormédicos
árabes e descritapela primeira vez por
médicos
alemães,no
séculoXIX,
a rubéola éuma
doença
exantemática, viral, contagiosa e benignaquando acomete
crianças eadultos (°' 29).
Porém,
foicom
o trabalho pioneirodo
oftalmologista australiano SirNorman
Gregg,em
1941, que a rubéola deixou de serum
inofensivoexantema
infantil,
tomando-se
perigosa ao acometer gestantes, principalmenteno
inícioda
gravidez, pelo risco de malformações congênitas. Ele estudou 78recém
nascidos
com
catarata congênita, associada a outras anomalias e correlacionou68
delescom
o desenvolvimentoda
rubéola durante a gravidez,propondo
então, a tétrade de
Gregg
(catarata congênita, surdez, doenças cardíacas emicrocefalia)
“ml
Além
da
tétrade acima, muitos outros efeitosforam
encontrados, sendocompostos
basicamente de manifestações transitóriasdo recém
nascido edo
lactente (púrpura trombocitopênica,
anemia
hemolítica, hepatite, alteraçõesósseas), de alterações estruturais permanentes (anomalias cardíacas, auditivas,
oculares e cerebrais) e
de
manifestações tardias,que
são 10 a20%
dos casos7
de vida ex.: diabetes melitus, distúrbios tireoideanos e oñalmológicos
(glaucoma)(26*28'3 1). Esses efeitos
foram
observados atravésda
grande epidemiaque
assolou osEUA
eEuropa
nos anos60
U7),onde 250.000
grávidasamericanas
foram
infectadas, gerando 20.000 criançasmalformadas
e 30.000natimortas (24).
O
vinis foi isolado pela primeira vezem
1962 por Weller eNeva
(em
Havard)
e Parl<manHopps
eMeyer (em
Walter Reed), eem
1966
foidesenvolvida a vacina
com
virus vivo atenuado, sendo iniciado seu usoem
1969
nosEUA
eem
1970
naEuropa
(29).A
transmissãodo
virus ao fetotem
relaçãocom
a viremiamatema
(faseaguda) e
pode
ocorrerem
qualquer etapada
gestação “6'26'28) , todavia a taxade infecção congênita é muito variável
na
literatura,podendo
chegar a cifras de81%
nas primeiras 12 semanas(28°34) ,com
grandes chances demalformações
(até de
90%)
(7), porcompreender
o período da organogênese (20 a40
quedias
de
vida fetal) (21) , cujo mecanismo' de ação é provavelmenteuma
inibiçãodas rnitoses e inúmeras roturas
cromossômicas
(2231) .Diminuindo
a taxa deinfecção fetal para
54%
na
13'* e 14'* semanas, caindo para25%
ao finaldo
segundo
trimestre (2418) , tendono 3°
trimestreuma
variação de 0 até6%
(52316)
. Isso indica
que o
risco de malfonnações durante a gravidez é maiorquanto mais precoce a idade gestacional
em
que ocorre a infecção (26).A
rubéola éuma
doença
de distribuição universal,com
uma
prevalênciade imunidade variando de acordo
com
intervalo de tempo, metodologia e áreageográfica
estudada (M9). Alguns estudosdemonstram que o
víruspode
8
aumento ou
diminuiçãoda
taxa de anticorpos de até30%,
em
intervalos dequatro a
nove
anosfm
A
metodologia utilizadatambém
influencia na variaçãodos achados de soroprevalência, de acordo
com
ométodo
(testede
inibiçãoda
hemaglutinação, elisa, hemólise radial, etc.) e até
mesmo com
valor limítrofe a ser consideradocomo
imunidade
“`”.De
acordocom
o
local,podemos
encontraruma
baixa prevalência de imunidadeem
gestantescomo
na
Costado
Marfim
(54,9%) “” e locaiscom
alta prevalência de imunidade
como
na Austráliaem
Melbourne
(97 ,5%) (25).Apesar do
Citomegalovírus(CMV)
ser o mais 'freqüente causador deinfecção pré-natal (15), é a rubéola que
ocupa
o primeiro lugarna
freqüência demorbidade
de infecção intraútero (5) _Como
a freqüência de rubéola congênitadepende
diretamenteda
população de gestantes suscetíveis (soronegativas) (9)eeste
número
varia de acordocom
o local, achou-se oportimo através dessasconstatações idealizar a realização deste estudo.
O
trabalho aqui apresentado, visa determinar a soroprevalência deimunidade à rubeola entre gestantes
que
realizaram pré-natalno
HospitalUniversitário
(HU), no
anode
1995.Além
de analisar, a existência de fatoresde risco :le suscetibilidade à rubeola
(como
idade e paridade das gestantes) everificar a necessidade de realização de sorologia para rubéola de todas as
gestantes, durante
o
pré-natal e se possível servircomo
orientação para avaliarCASUÍSTICA
E
MÉTODO
No
periodo de primeiro de janeiro a 31 dedezembro
de 1995,um
totalde 661 gestantes estavam agendadas para consultas de pré-natal
no
HospitalUniversitário. Foi realizado
um
estudo transversal deuma
amostra aleatória de312
prontuários, pertencentes ao Serviço de ArquivosMédicos
do
HU
(SAME
-HU), dos quais
foram
excluídos 55 prontuários, pornão
conterem osdados
necessários para o presente estudo.
Um
total de257
registros foramanalisados.
Os
dados analisados incluem: idade, paridade, idade gestacional esorologia, sendo os três primeiros dados, considerados
na época da
sorologia.A
idade das gestantes variou de 13 a 41 anos e para a associaçãocom
o
estado imunológico foi adotado a distribuição de faixa etária
em
dois grupos, oprimeiro abrangendo gestantes
com
24
anosou
menos
eo
segundocom
2531105 011 I1'lalS.
Quanto
a paridade as gestantes foram divididasem
nulíparas, primíparase
com
paridade maiorou
igual a dois, para associaçãocom
o estado10
A
respeitoda
sorologia para rubéola foi analisadoo
método, suatitulação,
número
de sorologias e conseqüente resultado.No
HospitalUniversitário
no ano
de 1995 basicamente utilizavam-se dois métodos: Inibiçãoda
Hemaglutinação (II-IA) e Elisa para detecção de anticorpos anti-rubéola.O
teste de inibiçãoda
hemaglutinação baseia-sena
determinação desoros
com
anticorposque
inibam a hemaglutinção, poiso
vírusda
rubéolatem
capacidade de aglutinar hemácias;
um
soroque
contenha anticorposespecíficos contra rubéola, será capaz de inibir essa hemaglutinação. Para essa
análise o laboratório
do
Hospital Universitário utilizavaum
quite fabricadona
Alemanha,
Rube
Hite®, composto
de soros controles, de antígeno de nibéolaseco a baixa temperatura e de
uma
suspensão a base de Kaolin para tratar osoro,
removendo
inibidoresnão
específicos (3)_
Para o
método
ELISA
(enzima imunoensaio) foi utilizadoum
quitefabricado
na
França Platelia®,
para detemiinação qualitativaou
quantitativade anticorpos
IgG
eIgM
humanos,
porém
o
laboratóriodo
HospitalUniversitário na maioria das vezes realizava apenas a detemiinação qualitativa
dos anticorpos.
Quanto
ao estado imunológico, as gestantesforam
classificadascomo:
imunes, suscetíveis
ou
com
infecção aguda.Dentro
do
método
Elisa considerou-se imunes as sorologias que apresentaram IgG,com
ausência deIgM;
suscetíveis as sorologiascom
ausência de
IgG
eIgM
ecom
infecçãoaguda
sorologiasque
apresentaramll
Dentro
do
método
deIHA
foram consideradasimunes
as sorologias que apresentaram titulos maiores que 1:8, suscetíveis as sorologiascom
titulosmenores ou
iguais a 1:8 e infecçãoaguda
as sorologias que apresentassem conversões sorológicas,ou
seja,uma
segunda sorologiacom
um
aumento do
título superior a quatro vezes, ao da primeira sorologia
A
presença de titulos deIHA
altos (maioresque
l:256),com
urna únicasorologia, foram considerados imunes,
mesmo
na
ausência deuma
segundasorologia para afastar infecção aguda (24 )'
Não
foi realizadoum
acompanhamento
das gestantes que apresentaraminfecção aguda,
nem
o
de suas gestações, pornão
sero
objetivo deste trabalho.Foi utilizado o
programa
Epi Info 6 para confecção e análise dos dados,além
de suas tabelas e gráficos.O
teste estatísticoempregado
para avaliar aRESULTADOS
No
presente estudo a maioria dos casos tinham apenasuma
sorologiapara rubéola (227 dos
257
analisados), 30 casos tinham duasou
maissorologias. Sete casos apresentaram apenas
uma
sorologia para rubéolacom
titulos de II-IA maiores que l:256,
sem
uma
segunda
sorologia para afastarinfecção aguda.
Considerando
o método
realizado,o
teste de inibiçãoda
hemaglutinaçãofoi responsável por
73%
das sorologias e o Elisa por27%.
Em
relação ao testede
[HA
os titulos mais freqüentes encontrados foram: 1:40 (l9,6%), soro nãoreagente (l4,8%), 1:80 (l4,3%) e os títulos obtidos
não
ultrapassaram o valorde l:lO24 (2,6%).
Dos
257
casos analisados constatou-se que:216
(84%)
eram
imunes àrubéola, 38
(l4,8%) eram
suscetíveis e três (l;2%) apresentaramIgM
ou
seja13
Tabela
l - - Soroprevalênciade
imunidade
à rubéolaESTADO
[MUNOLÓGICO
FREQUÊNCIA
PERCENTUAL
Infecção
aguda
31,2%
Imtme
216
84%
Suscetível 38
14,8%
TOTAL
257
100%
Fonte:
SAME-H.U.
(1995).Em
relação à idade das257
gestantes, a maioria58,7%
tinhamenos
de25
anos e41,3%
tinham mais de24
anos.Dos
151 sorosque
pertenciam à gestantescom
menos
de 25 anos,81,5%
eram
imunes,17,2%
eram
suscetíveis e duas gestantes (l,3%)apresentaram infecção
aguda
(tabela 2).Tabela
2 -Associação
do
estado imunológicocom
idade
menor
de 25 anos
EsTApo
FREQÚÊNCIA
PERCENTUAL
rMuNoLoGico
Infecção Aguda 2
1,3%
Imune 123 81
,5%
Suscetivel 26
17,2%
TOTAL
151100%
14
Em
106 gestantes que tinham mais de24
anos, a maioria87,7%
eraimune,
11,3%
suscetíveis euma
gestante ( cerca de1%
) apresentouIgM.(Tabela 3).
Tabela
3 -Associação
entre estadoimunológico
e idademaior
de 24 anos
«A
ESTAPO
FREQUENCIA
PERCENTUAL
UVIUNOLOGICO
Infecção
Aguda
11%
Imune
9387,7%
Suscetível 12 1 1
.3%
TOTAL
106100%
Fonte: SAMÍE H.U. ( 1995)
Associando estado imunológico e idade,
não
foi observado associaçãoestatistica significante (p> 0,05). (Tabela 4).
Tabela 4
-Associação
entre estadoimunológico
eidade
mA1›1‹:
1MUNE
sUsC1‹:TivELTOTAL
Mew
25 123(825%)
zó
(115%)
149Maior
24 93 (ss,5°/0) 12 (1 1,5%) 105TOTAL
216
(85,%)
38
(15%)
254
(100%)
Fonte:
SAME.
HU. (1995)Das
257
gestantes,houve
um
predomínio das nulíparas42,8%
destas,82,7%
eram
imunes,16,4%
eram
suscetíveis euma
(0,9%) teveIgM
positiva.15
Tabela
5 -Associação
entre estadoimimológico
eparidade
igual à zeroRESULTADO
FREQÚÊNCIA
PERCENTUAL
Infecção
Aguda
10,9%
Imune
9182,7%
Suscetível 18
16,4%
TOTAL
110100%
Fonte:
SAME.
HU.
(1995)Das
257
gestantes,29,9%
eram
primíparas, destas84,4%
eram imunes
e
15,6%
eram
suscetíveis. (tabela 6).Tabela 6
-Associação
entre estadoimunológico
eparidade
igual à 1¡:sTApo
FREQÚÊNCIA
PERCENTUAL
rMUNoLoG1co
InfecçãoAguda
0 i 0Imune
6584,4%
Suscetível 1215,6%
TOTAL
77
100%
Entre as
257
gestantes,27,3%
tinham paridade maiorou
igual à dois,destas,
85,7%
eram
imunes,11,4%
eram
suscetíveis e duas gestantes (2,9%)16
Tabela 7
-Associação
entre estadoimunológico
eparidade
maior que
1na
ESTAl)O
FREQUENCIA
PERCENTUAL
IMUNOLOGICO
Infecção
Aguda
22,9%
Imune
60
85.7%
Suscetível 8 l
1,4%
TOTAL
70
100%
Fonte:
SAME.
HU.
(1995)Associando
estado innmológico e paridadenão
observou-se associaçãoestatística significante. (p.
>
0,05). (Tabela 8).Tabela 8
-Associação
entre estadoimunológico
eparidade
PARIDADE
IMUNE
SUSCETÍVEL
TOTAL
Para
=
0 91 (83,5%) 18(l6,5%)
109 (42,9%)Para
=
1 65 (84,5%) 12(l5,5%)
77 (30,3%)Para
>
160
(88,3%) 8 (11,7%)
68
(26,8%)TOTAL
216 (ss,%)
ss
(15%)
254
(100%)
D1s‹:UssÃo
O
presente estudo apresenta o estado de imunidade e denão
imunidadede
uma
amostrade
gestantesque
realizaram pré-natalno
Hospital Universitáriono ano
de 1995, destas, a sorologia para rubéola foi positivaem 84%
doscasos, negativa
em
14,8%
edemonstrou
infecção recenteem
1,2%
dos casos.A
taxa de sorologias positivas deste estudo assemelha-se a algunsestudos realizados
em
paises semelhantes ao Brasil,que têm
a maioria dapopulação pertencente à
um
baixo nivel sócio-econômico enão possuem
um
plano
de
imunização nacional,como
em
Abdjan
em
1993,onde F
ayet-Ketteobteve
82%
de positividade e18%
de soronegatividade entre gestantes (13).Na
Áfiica
houve
uma
certa variação entre os países de80%
a97%
depositividade
'Um
.No Chileem
1985 a soropositividade de gestantes foi de94,8%
(32) .Níveis mais baixos de imunidadeforam
encontradosem
outrospaíses
como
na
Tailândia,onde
69%
das gestantes são imunes (20) ena
Costado
Marfim
onde
Quattara e colaboradoresem
1987
encontraramum
nivel de54,9%
de
positividade (13) .No
Brasil,um
trabalho realizadono Rio
de Janeiroem
1976,demonstrou que
25%
das mulheresem
idade fértileram
suscetíveis(27),
em
Goiânia,em
1981, foi constatadouma
suscetibilidade de15,5%
entre18
A
presença deum
programa
de imunização altera a imunidadeda
população
aumentando-a
(19),como
observadona
Austráliaonde
97,5%
dasgestantes são
imunnes
(25),porém
esseaumento
nem
sempre
é tão significativocomo
na
Inglaterraonde
12%
das gestantes são suscetíveis (15) e nosEUA
onde
cercade
10%
das mulheresem
idade fértil são soronegativas, apesarda
vacina (26). Essa variação
pode
ser devido a falhasno programa
de vacinação epor diferentes planos de imunização existentes
em
diferentes países, desdevacinar crianças
com
15 meses, pré escolares, adolescentes e mulheressuscetíveis
como
é feito nosEUA
ou
apenasmeninas
pré puberais e mulheresno
período pós partocomo
na
Inglaterra (M)ou somente
todas as criançascomo
em
alguns paísesda
Europa
(63), cujameta
nesses países é eliminar asindrome
da
rubéola congênita até o ano2000
(8 ).As
falhasno programa
de vacinação, são provavehnente por falhana
imunização
de
crianças (6)ou
poruma
taxa de falhada
própia vacina, cerca de5%(“)
,que
gerahnente produz títulos mais baixosque
a infecção natural, osquais
começam
a cair cerca de 8 a 10 anos após a vacinação (2'“*29).A
real necessidadeda
realização de sorologia para rubéola duranteo
pré-natal, foi constatada neste estudo, já
que
14,8%
das gestantesforam
suscetíveis e três casos tiveram infecção aguda,
demonstrando que
a sorologiaé necessária para identificar e melhor conduzir as pacientes suscetíveis,
além
de identificar as assintomáticas
com
infecção aguda, jáque
trabalhoschegam
aconstatar
uma
variação de30
a70%
de infecção por rubéola subclínica,nesses casos
somente
a rotina de realizaçãoda
sorologia fazo
19
Dos
três casos constatados de gestantescom IgM
positivas, indicandoinfecção aguda, duas gestantes tinham história de contato
com
rubéola equadro clínico sugestivo (
exantema
e febre ),uma com
25
anos de idade ecom
setesemanas
de idade gestacional, a outracom
17 anos ecom
17semanas
de idade gestacional.
A
terceiracom
16 anos,não
apresentounem
história decontato
nem
quadro clínicode
rubéola,mas
apresentouuma IgM
positivacom
32 semanas
de idade gestacional.C/§Y`^
Comparando
a literatura,um
estudo realizadoem
Ga-Ramkuwa
na
África,
demonstrou
uma
taxa de infecção para rubéolaem
gestantescom
histórias obstétricas ruins (abortos etc.) de
0,5%
(1) .No
Chile duranteum
surto epidêmico, constatou-se que cerca de
0,5%
a 1%
das gestantescontraíram infecção para rubéola (33) . Já
um
estudo realizadoem
Londres eoutro
na
Polônia obteve5%
e5,1%
de infecção por rubéola, respectivamente,entre mulheres grávidas
com
históriade
contato()5) .A
maior taxa de infecçãoencontrada entre gestantes, 7,1%, foi constatadana Tailândia
em
1985 duranteum
surto epidêmico naquele país (20).Ao
obter-se resultados deIgM
positivos,convém
ressaltarque
resultados positivos débeis (títulos baixos),
podem
ser atribuídos à presença defator reumatóide(falso positivo) (4) e que
não
éincomum
a sua ocorrênciaem
gestantes. Já resultados negativos
podem
ser devidos à faltade
sensibilidadedo
método
para detectarIgM
(falso negativo) (526).A
respeitoda
idade das gestantes, pensou-seque
pudesse haverum
predomínio de imunidade entre mulheres mais velhas, provavelmente por haver
20
maior
de imunidade,pensando
nisso foi analisado a idade das gestantes eobservado
uma
discreta maioriado
grupocom
menos
de25
anos (58,7%), sendoque
destas,81,5% eram
imunes
e17,2% eram
suscetíveis.Com
relaçãoao grupo
com
mais de 25 anos41,34%,
87,7% eram
imunes
e11,3%
eram
suscetíveis.
Associando o
estado imunológicocom
a idade, observou-seum
discreto predomínio de suscetibilidade à rubéola
no
grupocom
menos
de25
anos, o que poderia sugerir
que
mulheres mais jovens, são mais suscetíveis,porém, aplicando testes estatísticos, foi constatado
que não há
associaçãosignificante entre idade e estado imunológico (Tabela 4).
Estudos semelhantes
como
o realizado porTookey
e colaboradoresem
1980
em
Londres, observouque
mulherescom
mais de 25 anos são maiscomumente
suscetíveisdo que
aquelascom
menos
de 25 anos,porém
ascom
mais de 25 anos
não
entraramno programa
de vacinaçãoquando
foiimplantado, provavelmente seja esse
o
motivo de maior suscetibilidade (30) .Um
outro estudo realizado porSfamoni
em
Melbourne
em
1983, constatouque
mulheres
com
menos
de26
anos tinhammaior
prevalência de imlmidadeà
rubéola
do que
mulheres mais velhas,também
provavelmente por elasnão
terem entrado
no programa
de vacinação deste país (25) .Ambos
os estudosconstataram maior suscetibilidade à rubéola entre mulheres mais velhas. Já
um
estudo realizado
em
Abidjan de maneira contrária, constatouque
a maioria dasmulheres soronegativas naquele país tinha
menos
de20
anos (13) eno
Brasil,um
estudo realizadoem
Goiânia determinouque
gestantescom
menos
de 25
anos são mais suscetíveis (10).
Com
relação à paridade, pensou-seque
mulherescom
um
maior
número
21
mais
idade e pela convivência familiarcom
crianças, tendo assimuma
grandechance de entrar
em
contatocom
o
vírusda
rubéola e adquirir imunidade.Devido
a isso, foi analisada a paridade das gestantes e constatadoque
a maioria era nulíparas e entre estas82,7%
eram imunes
e16,4%
suscetíveis,entre as primíparas
84,4,8%
eram
imunes
e15,6%
suscetíveis e entre asgestantes
com
doisou
mais filhos (para maiorou
igual a dois)85,7% eram
imunes
e11,4%
suscetíveis.Associando
estado imunológico e paridade observou-se dentro desteestudo
uma
maior,mesmo
que
discreta, prevalência de suscetibilidade entre asnulíparas, diminuindo essa prevalência
com
o aumento da
paridade,no que
poder-se-ia sugerir que mulheres nulíparas
ou
com
menor número
de filhosteriam
maior
risco deserem
suscetíveis.Porém,
aoserem
aplicados testesestatísticos, observou-se que
não há
associação significante entre estadoimunológico e paridade. Estudos semelhantes
como
ode
Sanchesem
Veracruzno
México
(1989), constatouuma
maior taxade
infecção e portantode
soronegatividade entre as nulíparas
mas
também
entre as multíparas (28),Tookey
com
seu estudoem
Londres, observou maior suscetibilidade entreCONCLUSÕES
1 -
No
Hospital Universitáriono ano de
1995,84%
das gestantespossuíam
imunidade
contra rubéola,14,8%
delaseram
suscetíveis eem
1,2%
foidetectado
IgM
ou
seja infecção aguda.2 - Foi
confirmado
a importânciada
realização de sorologia para rubéoladurante o pré-natal, já
que
três casosde
infecçãoaguda foram
constatados,sendo
um
deles assintomático esomente
diagnosticado pela realização desorologia de rotina.
3 -
Não
houve
associação significativa entre estado imunológico e paridade.4
-Não
houve
associação significativa entre estado imunológico e o grupo degestantes
com
25 anosou
mais,nem com
o
grupo de gestantescom
menos
de
25
anos.5 - Considerando que cerca de
15%
das gestantes, neste estudoforam
soronegativas, seria conveniente orienta-las para a possibilidade de vacinação
no
periodo pós parto.6 - Estudos soroepidemiológicos posteriores
na
população, sobre a prevalência23
oportunidade de implantação de
um
programa
de vacinaçãoem
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