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NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DO SUL DE SANTA CATARINA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 I

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1 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DO

SUL DE SANTA CATARINA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19I

LEVEL OF PHYSICAL ACTIVITY OF PHYSICAL EXERCISE PRACTITIONERS IN SOUTHERN SANTA CATARINA DURING THE COVID-19 PANDEMIC

Murilo Corrêa de SouzaII

Romulo Luiz da GraçaIII Resumo: Este estudo tem por objetivo identificar o nível de A.F (atividade física) de um grupo de pessoas da região Sul de Santa Catarina durante a pandemia do COVID-19, descrevendo os achados sobre as mudanças de hábitos e motivação, E.F (exercícios físicos) e esportivos praticados antes da pandemia, e o que mudou durante o período de isolamento social, bem como a frequência dos treinos e se eles foram prejudicados ou não, se estavam conseguindo se manter ativos e quais modalidades físicas e esportivas estariam sendo mais praticadas durante a quarentena. Foi realizado um estudo transversal, quantitativo descritivo, utilizando a metodologia de questionário on-line, para a coleta de dados. A população foi composta por 192 pessoas, no qual 46% tinham de 18 a 29 anos de idade, sendo que a maioria se mostrou bem ativa, praticantes de E.F e esportivos. Foi constatado que modalidades que se utilizavam da estrutura de centros de treinamento e academias de ginásticas foram diretamente afetadas, devendo seus praticantes optar por treinar em casa, muitas vezes de forma adaptada ou aderir a outras modalidades de E.F, a fim de se manter ativo e saudável, em meio a insegurança e angústia do isolamento social necessário ao enfrentamento do novo coronavírus.

Palavras-chave: Exercício físico. Isolamento Social. Covid-19.

Abstract: This study aims to identify the level of P.A (physical activity) of a group of people from the Southern region of Santa Catarina during the COVID-19 pandemic, describing the findings about changes in habits and motivation, physical and sports exercises practiced before the pandemic, and what changed during the period of social isolation, as well as the frequency of training and whether they were impaired or not , if they were managing to remain active and which physical and sports modalities were being more practiced during quarantine. A descriptive cross-sectional, quantitative study was conducted using the online questionnaire methodology for data collection. The population was composed of 192 people, in which 46% were 18 to 29 years old, and most were very active, practicing physical and sports exercises. It was found that modalities that used the structure of training centers and gyms were directly affected, and their practitioners should choose to train at home, often in an adapted way or adhere to other modalities of physical exercise, in order to remain active and healthy, amid the insecurity and anguish of social isolation necessary to face the new

coronavirus.

Keywords: Exercise. Social Isolation. Covid-19. 1 INTRODUÇÃO

I Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso, Educação Física Bacharel da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL. 2020.

II Acadêmico do curso: Murilo Corrêa de Souza da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail:

murilocorrea@live.com

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2 Um evento de nível global tem tirado milhões de pessoas da rotina, o SARS-Cov-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), denominado também de COVID-19. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS (Organização Mundial da Saúde), declarou o SARS-Cov-2 uma emergência de saúde pública de âmbito internacional, e em 11 de março uma pandemia.

O primeiro caso de infecção humana de que se tem conhecimento data de 17 de novembro de 2019, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China. Posteriormente, o vírus espalhou-se para todas as províncias da China e mais de cem países em todos os continentes.

Estudos indicaram que adultos mais velhos, particularmente aqueles com sérias condições de saúde subjacentes, correm maior risco de doença e morte associadas ao COVID-19 do que as pessoas mais jovens:

Neste relatório, foram analisados os casos COVID-19 nos Estados Unidos ocorridos entre 12 de fevereiro a 16 de março de 2020 e gravidade da doença (internação, internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito). Em 16 de março, um total de 4.226 casos de COVID-19 nos Estados Unidos haviam sido notificados ao CDC (Centers for Disease Control and Prevention), com múltiplos casos relatados entre idosos residentes em estabelecimentos de longa duração. No geral, 31% dos casos, 45% das internações, 53% das internações na UTI e 80% dos óbitos associados ao COVID-19 foram entre adultos com idade ≥65 anos com maior percentual de desfechos graves entre as pessoas com ≥85 anos. Em contrapartida, não foram relatadas internações ou óbitos na UTI entre as pessoas com idade ≤19 anos. Semelhante aos relatos de outros países, este achado sugere que o risco de doenças graves e morte por COVID-19 é maior nas faixas etárias mais velhas. (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION MMWR, 2020).

Os sintomas da COVID-19 podem variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa, sendo os mais comuns: tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar. O Brasil registrou mais de 51 mil mortes até a presente data deste artigo. O número de casos passa de 1.1 milhões. O país se tornou o segundo com maior número de óbitos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que tem 122 mil vítimas. A taxa de letalidade do novo coronavírus no Brasil é de 4, 9% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

As recomendações de prevenção à COVID-19 são:

○ Lavar as mãos com frequência até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienizar com álcool em gel 70%;

○ Ao tossir ou espirrar, cobrir nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos. Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Antes de tocar, lavar as mãos como já indicado;

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3

○ Manter uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando. Evitar abraços, beijos e apertos de mãos;

○ Higienizar com frequência o celular e os brinquedos das crianças. Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos; ○ Manter os ambientes limpos e bem ventilados. Evitar circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas; ○ Utilizar máscara.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

A medida adotada é o distanciamento social, evitando aglomerações a fim de manter uma distância mínima de um metro e meio para outras pessoas. Em casos extremos é adotado o isolamento social, onde as pessoas não podem sair de suas casas para impedir a propagação do vírus. Já os suspeitos de infecção devem ficar de quarentena por quatorze dias, que é o período de incubação: tempo para o vírus se manifestar no corpo. (Ministério da Saúde, 2020). Com o fechamento de grande parte dos estabelecimentos por determinação do governo - incluindo centros de treinamento – muitos praticantes de E.F foram diretamente afetados, tendo que se adaptar à nova realidade, e outras menos, por poder ser praticado individualmente, como exercícios calistênicos, yôga, entre outros. Ao contrário da grande maioria, que foram muito prejudicadas, ou até proibidas temporariamente, como o surf, e esportes coletivos como o futebol e vôlei.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda 150 minutos semanais de A.F leve ou moderada (cerca de 20 minutos por dia) ou, pelo menos, 75 minutos de A.F de maior intensidade por semana (cerca de 10 minutos por dia). Segundo a OMS, 1 em cada 4 adultos no mundo não atinge as recomendações mínimas de A.F. No Brasil, o número de adultos sedentários é de 47% - um dos maiores do mundo.

No contexto atual em que vivemos, por fatores físicos, como a falta de um espaço adequado em casa para continuar fazendo a sua modalidade esportiva de costume, ou até psicológicos, como ansiedade, angústia e depressão, muitos indivíduos que procuravam se manter ativos, acabaram vencidos pelo sedentarismo.

Este é um momento sem precedentes, ainda não há estudos sobre como o isolamento vai afetar nossa saúde física e mental. Não tínhamos passado por isso. É previsível que a falta de contato social desperte angústia e solidão, e o fato de que não sabemos muito sobre a doença, o medo da morte, tudo isso desperta muita ansiedade. (HERSZENHORN ADMONI, 2020, P. 01).

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4 O período de isolamento social pode ser um tempo para mudanças de comportamento quanto ao estilo de vida. É um período difícil, portanto pode ser um convite ao sedentarismo, já que o ambiente fechado nem sempre é convidativo para a prática de E.F.

Contudo, pode ser um período em que a população reflita sobre seus hábitos alimentares e a prática de exercícios para um estilo de vida mais saudável. O tema saúde ganhou mais destaque na mídia, fazendo com que algumas pessoas aproveitassem o maior tempo livre para dar início a prática de E.F dentro e fora de casa. A recomendação é que antes de sair para praticar atividades ao ar livre, seja consultada a legislação local vigente quanto à eventual restrição da prática em sua cidade devido aos decretos de isolamento social.

É consenso que o E.F pode contribuir, dentre outras coisas, para a melhoria da qualidade do sono e na diminuição da ansiedade. Estudos também relatam os benefícios da prática moderada do E.F para o sistema imunológico.

Para Pereira & Souza Junior (2010), E.F é definido como qualquer A.F que envolva produção de força por intermédio da ativação dos músculos esqueléticos com ou sem realização de movimento. Nessa definição, estão incluídas atividades do dia a dia, condicionamento físico e recreação. Já o esporte, é considerado uma A.F organizada em habilidades específicas e um conjunto de regras que orientam a competição, seja amadora ou profissional. Para isso, o atleta se submete a treinamento físico sistemático, buscando sua evolução pessoal ou até competições. Para a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (2020), o E.F é uma importante ferramenta no tratamento e controle de doenças como hipertensão, patologias crônico-degenerativas, e outras doenças cardiovasculares que levam os portadores a serem considerados de maior risco para a infecção pelo coronavírus.

No contexto atual, postagens nas redes sociais com orientações para a execução de E.F em casa, têm sido cada vez mais frequentes e têm ajudado muitas pessoas a permanecerem ativas. Porém, devem ser passadas por um profissional de educação física, deixando claro para qual nível de condicionamento físico está sendo prescrito cada exercício, e da importância da postura correta durante a execução. Muitos blogs divulgam uma grande variedade de dicas e exercícios, mas sem estas indicações de público alvo e postura, o exercício mal feito e até mesmo a carga incorreta de pesos ou repetições, podem trazer riscos à saúde.

A manutenção dos E.F proporciona benefícios sociais, psicológicos e físicos, mesmo quando é necessário adaptá-los ao local e ao distanciamento de outras pessoas, sempre seguindo as orientações dos órgãos de saúde. Além de fortalecer nosso sistema imunológico, estar ativo é primordial para a saúde física, mental e emocional.

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5 Com base no exposto, o objetivo geral desse estudo é avaliar o nível de A.F das pessoas em meio a pandemia do novo coronavírus. Assim como os E.F e esportivos praticados antes da pandemia, o que mudou na rotina de treino, a frequência dos treinos e se foram prejudicados ou não. Se estavam conseguindo se manter ativos e quais modalidades físicas e esportivas estavam sendo mais praticadas durante a quarentena.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo de metodologia transversal. Foi utilizado um questionário online de autoria própria, composto por 16 perguntas, sendo 11 de assinalar, 4 utilizando a Escala de Likert e 1 pergunta aberta.

A população do estudo foi composta de forma aleatória, por 192 pessoas, sendo 95 do sexo feminino e 97 do sexo masculino, todos maiores de 18 anos, sendo respondido de forma anônima. Período da aplicação e coleta dos questionários de 05 de maio a 06 de junho de 2020, na região da Amurel, que é composta por 18 municípios no sul de Santa Catarina.

Foi utilizado a plataforma digital “Google Forms”, para o desenvolvimento do questionário, e os aplicativos de mensagens WhatsApp e Instagram para divulgar e encaminhar o link do questionário para as pessoas. Antes de responder, um texto explicativo deixava os voluntários cientes de que se tratava de uma pesquisa para TCC, com a identificação do autor e orientador, assim como a instituição de ensino. Sendo assim, com os devidos esclarecimentos, cada indivíduo de forma espontânea, aceitou em prosseguir com o questionário.

A metodologia de questionário online é considerada de baixo risco, apesar disto, existe a possibilidade de ocorrer constrangimento ao responder o questionário e alterações na autoestima provocadas pela evocação de memórias ou por reforços na conscientização sobre uma condição física ou psicológica restritiva ou incapacitante.

A faixa etária mais atingida da pesquisa foi de 18 a 29 anos de idade, com 46% (89 pessoas), como podemos observar na tabela 1.

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6 Tabela 1 – Mostra as faixas de idade da amostra.

Faixa etária Número de

pessoas Percentual 18 a 29 89 46% 30 a 39 52 27% 40 a 49 37 19% 50 a 59 10 5% Mais 60 4 2% Total 192 100% Fonte: Autor, 2020 3 RESULTADOS 3.1 ATIVIDADE FÍSICA

Para Caspersen (1985), A.F são todas as formas de movimentação corporal, com gasto energético acima dos níveis de repouso. Inclui E.F e esportes, deslocamentos, atividades laborais outras atividades físicas no lazer.

Foi averiguado que 88% (168 pessoas), faziam algum tipo de E.F antes da pandemia, sendo as mais praticadas: musculação (39,1%), funcional (22,4%), caminhada (20,3%) e yoga (5,2%). Outras atividades físicas somam 13%. (Gráfico 1)

Gráfico 1 – Pergunta: Pratica alguma das atividades citadas abaixo? (esportes como corrida e ciclismo, estarão na próxima questão).

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7 Quanto à frequência destes E.F, ao observar o gráfico 2, pode-se notar que 76% (145 pessoas) da amostra, diz realizar a prática mais de 3 vezes por semana, uma média muito satisfatória.

Gráfico 2 – Pergunta: Com qual frequência você costumava praticar essa(s) atividade(s) citadas acima? (Antes da pandemia).

Fonte: Autor, 2020.

No gráfico 1 (p.06), como já visto, musculação é o exercício mais praticada. Este setor, assim como estúdios de treinamento funcional e crossfit, tiveram suas portas fechadas pelo risco de contaminação do covid-19. Estes lugares, na maioria das vezes, são os únicos em que algumas pessoas podiam se exercitar, por não terem acessórios e/ou equipamentos para realizar seu treino em casa.

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8 Gráfico 3 – Pergunta: O quanto a pandemia interferiu nesta prática? (Considere 1 para "nada"

e 5 para “muito”).

Fonte: Autor, 2020.

No gráfico acima (gráfico 3), foi utilizado a escala de Likert, sendo 1 para “nada”, 2 para “pouco”, 3 para “razoavelmente”, 4 para “consideravelmente” e 5 para “muito”.

Observa-se que 71% (125 pessoas) da amostra se sentiu afetada em sua rotina de E.F. Isso se deve pelo fato de que todos os espaços de treinamento, públicos e privados, foram fechados pelo decreto dos governantes, com o objetivo de controlar a taxa de disseminação do covid-19. Isso fez com que os praticantes de atividades como musculação, treinamento funcional, crossfit, pilates e muitos outros, fossem diretamente afetados.

3.2 ESPORTE

Além do E.F, também foi questionado quanto prática esportiva, se praticam, e quais modalidades. Dos 192 candidatos, 75% (144 pessoas) são praticantes de algum esporte. Os mais citados foram: Corrida (48%), ciclismo (25%) e futebol (11%). (Gráfico 4)

1 2 3 4 5 Série1 16% 14% 21% 20% 29% 16% 14% 21% 20% 29%

1 para nada e 5 para muito

O quanto afetou o treino

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9 Gráfico 4 – Pergunta: Prática algum esporte? (Assinale 2 ou mais modalidades se for seu caso).

Fonte: Autor, 2020.

Destes esportes, quando questionado a frequência no qual eram praticados antes do período de isolamento social, foi constatado que apenas 48 pessoas dos 192 não praticavam algum esporte. Dos praticantes, observou-se uma alta frequência semanal de treinamento. Das 144 pessoas que tinham uma prática esportiva ativa, 51% (98 pessoas) teriam uma frequência igual ou maior a 3 vezes na semana. (Gráfico 5)

Gráfico 5 – Pergunta: Com qual frequência você costumava praticar esse(s) esporte(s) acima? (Antes da pandemia).

Fonte: Autor, 2020

Esportes mais praticados

Frequência de pratica esportiva antes da

pandemia

(10)

10 É possível notar que o público alcançado na pesquisa é de forma geral ativo, tanto na prática de E.F quanto na prática esportiva. Isso ocorre devido ao ciclo social e a área de atuação do pesquisador, por estar mais próximo de pessoas deste perfil. Houve um alcance relativamente baixo para o público em geral, tendo uma pesquisa menos eclética entre ativos e sedentários.

Ao questionar sobre o quanto a pandemia afetou a sua rotina de treino, 59% (113 pessoas) se sentiu afetado, 10% (20 pessoas) se sentiu pouco afetado e 31% (59 pessoas) respondeu que a pandemia não afetou sua rotina de treino.

Gráfico 6 – Pergunta: O quanto a pandemia afetou os seus treinos? (1 para “nada” e 5 para “muito”).

Fonte: Autor, 2020.

Podemos observar no gráfico 6, que diferente do E.F, um número considerável de pessoas não se sentiu afetado pela quarentena. Isto se deve pelo fato de que os esportes mais praticados da amostra deste estudo, são esportes individuais, como a corrida e o ciclismo, que somam 73% dos esportes citados no gráfico 4 (p.09), que podem ser praticados ao ar livre respeitando o distanciamento social ou dentro de casa em isolamento, utilizando esteira para corrida e rolo fixo de treino para bicicleta.

Muitos têm recorrido as atividades ao ar livre, procurando locais mais afastados e evitando aglomerações, para desviar o pensamento das preocupações e das consequências negativas do confinamento e tentar manter-se ativo. A prática, entretanto, divide a classe médica. Alguns acreditam que fazer exercícios fora de casa é submeter a si mesmo e aos outros

1 2 3 4 5 Série1 31% 10% 18% 16% 26% 31% 10% 18% 16% 26%

O quanto afetou os treinos esportivos

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11 a um risco desnecessário, outros acreditam que a prática pode ser benéfica, respeitando-se as orientações de distanciamento social.

3.3 SEDENTARISMO

Com os decretos governamentais, a rotina de grande parte da população teve que mudar, tanto no trabalho, onde muitas empresas adotaram a modalidade de home office, quanto na rotina de atividades físicas e esportivas, aumentando ainda mais um número que já era preocupante no Brasil e no mundo, o do sedentarismo.

Trabalhando fora de casa, mesmo as pessoas que não costumavam praticar E.F, gastavam energia no seu deslocamento diário caminhando, em escadas, e até mesmo no próprio trabalho. Atualmente, as pessoas estão ainda mais cômodas, com a rotina de trabalho em casa e o próprio isolamento social, fazendo com que esse gasto calórico seja ainda menor, promovendo assim um aumento considerável de peso, trazendo riscos à saúde.

Bouchard (2003) está de acordo que o excesso de gordura corporal é consequência do balanço calórico positivo, podendo ocorrer em função do aumento na ingestão energética, da redução no gasto energético total ou pela combinação dos dois fatores.

Segundo Nahas (2006), a A.F é um fator de prevenção de doenças crônicas como: doenças do coração, diabetes e câncer. Ele apresentou dados indicando que 200 mil mortes/ano podem ser atribuídas ao estilo de vida sedentário, e que níveis moderados de A.F podem reduzir o risco destas doenças. Destaca também a aderência da A.F como parte da rotina, ato que deve ser educado através de programas de políticas públicas em escolas, no trabalho e nas comunidades, resultando em controle do peso, prevenção e controle de doenças cardiovasculares, estresse, depressão e ansiedade.

Estudos indicam que obesidade, diabetes, problemas cardíacos e até depressão são fatores que contribuem para o agravamento da doença causada pelo novo coronavírus.

3.4 EXERCÍCIO FÍSICO EM CASA

Com os centros de treinamento físico fechados, os profissionais de educação física recorreram aos meios digitais para manter contato com seus alunos, enviando planilhas de treino e fazendo acompanhamento a distância.

Conforme o gráfico abaixo (gráfico 7- p.12), foi questionado quais os meios utilizados para pesquisa de E.F que pudessem ser feitos em casa. Da amostra total, 39% (74 pessoas) não

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12 realizou nenhum tipo de pesquisa, 19% (37 pessoas) tiveram acompanhamento de profissionais da educação física através de plataformas digitais, 26% (49 pessoas) encontraram treinos em redes sociais e 33% (64 pessoas) realizou pesquisas na internet. Deve-se estar atento à capacitação profissional de quem produziu o treino, pois é comum praticantes e até atletas sem nenhum tipo de qualificação, fazerem indicações de exercícios e rotinas de treinamento a serem seguidas.

Gráfico 7 – Pergunta: Você pesquisou exercícios que pudesse fazer em casa para se manter ativo durante a quarentena.

Fonte: Autor, 2020.

Devido à falta de um ambiente seguro e sem a presença de profissionais da educação física para o acompanhamento dos treinos, existe o risco de que as pessoas possam ter uma postura inadequada na realização dos exercícios físicos, aumentando as chances de sofrer uma lesão. Por isso é importante respeitar as singularidades e limites de cada corpo, ter cuidado com os implementos utilizados, como pesos e caneleiras, além de se preocupar com a postura e execução dos movimentos.

3.5 MOTIVAÇÃO

De acordo com a questão no formato escala de Likert apresentada no questionário, 75% (144 pessoas) dos candidatos consideraram-se pouco ativos fisicamente nas últimas semanas durante o período de isolamento social e 25% (48 pessoas) se consideraram ativas.

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13 No gráfico a seguir (gráfico 8), 80,2% (154 pessoas) da amostra afirmou estar sem nenhuma ou com pouca motivação para realizar E.F durante a quarentena, ao passo que 19,8% (38 pessoas) afirmou estar motivado.

Gráfico 8 – Pergunta: Como esta/estava sua motivação em se exercitar durante a quarentena?

Fonte: Autor, 2020.

A Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte (ISSP, 2008) salienta que o E.F acarreta benefícios ao nível psicológico, parecendo estar correlacionado de forma positiva com a autoimagem, sensações de bem-estar; autoconfiança, mudanças positivas no humor, no stress, depressão, ansiedade, clareza de pensamento, aumentos de energia, entre outros.

Gráfico 9 – Pergunta: Você teve mais tempo para fazer exercícios durante este período de quarentena?

Fonte: Autor, 2020

1 2 3 4 5

Série1 27,1% 25,5% 27,6% 10,9% 8,9%

(14)

14 A falta de tempo é uma das inúmeras razões citadas para explicar o sedentarismo. Porém, conforme pôde ser analisado neste gráfico, 41% (78 pessoas) da amostra, mesmo com maior disponibilidade de tempo, devido ao afastamento do trabalho que muitas pessoas tiveram, não se dispuseram a prática de algum E.F. Assim, pode-se alegar que motivos externos, muitas vezes são as causas da inatividade física, ao passo que fatores psicológicos como a motivação e disciplina, tem papeis cruciais na manutenção e continuidade do E.F.

Uma sugestão é utilizar ferramentas como Zoom, Google Meet ou mesmo o WhatsApp, chamar amigos, familiares ou parceiros e se exercitar juntos. Além de dar motivação para treinar, também estimulará a interação social e maior contato com pessoas de seu círculo, bem como combate a depressão e pensamentos negativos.

Para isso recomenda-se a contratação de um profissional de Educação Física para, além de fazer o treino seguro e de acordo com o objetivo do indivíduo, também auxiliar na motivação.

3.6 ISOLAMENTO SOCIAL

Para verificar o nível de isolamento social da amostra deste estudo, foi questionado a frequência no qual os mesmos tiveram que sair de sua residência durante o decreto de quarentena. Com isto foi possível verificar que a maioria, 47% (92 pessoas), saíram pouco de casa, entre 1 a 2 vezes por semana, e 6,8% (13 pessoas) afirmaram não terem saído. Os que saíram mais que 3 vezes na semana somaram 45,3% (87 pessoas). Isto mostra que as pessoas buscaram se manter em casa. Vale ressaltar que nas primeiras ondas do aumento do número de casos do covid-19, a população em geral era mais adepta ao isolamento, tendo em vista os novos períodos de quarentena decretado pelos governantes.

Para se manter ativos, ou buscando algum lazer durante esse período, várias pessoas iniciaram novas atividades onde antes não eram adeptos. No presente estudo, 23,4% (45 pessoas) da amostra, respondeu ter iniciado uma novo E.F das quais 73% eram indoor, como yoga, treinamento funcional, pular corda e até alongamento e 27% eram outdoor, como corrida, caminhada e ciclismo.

Dos 192 integrantes da pesquisa, 175 frequentavam centros de treinamento, como academia, estúdios de crossfit, treinamento funcional, pilates e afins. Destes, 28% (49 pessoas) acham que ainda não é seguro retornar a sua rotina de treinamento nesses ambientes, mesmo com medidas de prevenção ao covid-19, 55% (96 pessoas) acham seguros voltar e 17% (30 pessoas) ainda tinham dúvidas quanto a sua segurança nesses lugares.

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15 Uma escala de 1 a 10 criado por médicos da TMA (Texas Medical Association) e o Comitê de Doenças Infecciosas, classificou o grau de risco de pegar ou transmitir o Covid-19 durante a pandemia em algumas situações do dia a dia. Atividades como caminhar, correr e pedalar, mesmo que com outras pessoas, representa grau 3, relativamente baixo. Provavelmente por se tratar de esportes individuais e ao ar livre. Ir à praia, jantar na casa de alguém, fazer compras num centro comercial ou trabalhar num escritório representam um risco intermédio, entre 5 e 6 na escala de risco. Porém atividades como jogos coletivos que tenham contato ou troca de objetos, como futebol e basquete, por exemplo, sobe para o grau 7, e academias de ginástica grau 9 de risco de infecção por Covid-19. (TEXAS MEDICAL ASSOCIATION, 2020).

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16 4 CONCLUSÃO

Foi possível verificar que os exercícios físicos que eram mais praticados são aqueles feitos em lugares geralmente fechados, com pouca circulação de ar e de compartilhamento de equipamentos, como as academias de ginástica em geral, fazendo com que fossem classificadas como lugares de alto risco de contaminação e transmissão do Covid-19. Portanto, foram estes os praticantes que se sentiram mais prejudicados com as medidas adotadas para o combate do vírus, tendo que adaptar a sua rotina de treinamento em casa, muitas vezes fazendo com que diminua a qualidade e a eficiência do treinamento, ou simplesmente, deixem de fazer seu treino. A frequência do E.F se mostrou bastante prejudicado. Conforme os dados observados, podemos pontuar os seguintes fatores: quebra da rotina, ausência de motivação, lugar apropriado, estímulo social (encontrar os colegas de treino) e até a falta de um profissional da educação física.

Já as modalidades esportivas ao ar livre, como a corrida e o ciclismo, obtiveram novos adeptos. Estas modalidades foram as menos atingidas, com seus praticantes mantendo uma alta frequência semanal de treinamento, já que podem ser feitas em ambientes internos, com esteira de corrida e bike indoor, e também de forma individual em lugares com menor circulação de pessoas, apesar de alguns estudos sugerirem ficar em casa.

Foi possível observar também o risco que o isolamento social pode nos trazer, se não nos mantivermos ativos, risco esse que se mostrou ser tão fatal quanto o vírus. Devemos ficar atentos a nossa nova rotina, para não irmos em direção ao sedentarismo, que também é um fator de risco para infecção do novo coronavírus.

É necessário que sejam criados meios de divulgação mais clara e objetiva para diferentes tipos de pessoas, a fim de incentivar os cuidados com a saúde física e mental, alimentação e manutenção do E.F e do esporte, respeitando a aptidão física individual e seguindo todos os protocolos de segurança para evitar a disseminação de infecção pelo Covid-19.

Espera-se também que novos estudos sejam formulados nesta área da manutenção do E.F e da saúde, em meio as consequências que o isolamento social e a insegurança estão causando nas diversas regiões do Brasil e do mundo.

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17 REFERÊNCIAS

BOUCHARD, Claude. Atividade Física e Obesidade. São Paulo: Manole, 2003.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION MMWR. Severe Outcomes Among Patients

with Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) — EUA, 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/. Acesso

em: 26 jun. 2020.

HERSZENHORN ADMONI, Danielle. Saiba os cuidados com os transtornos mentais que podem piorar

durante a quarentena. O GLOBO. São Paulo, 2020. Disponível em:

https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-servico/saiba-os-cuidados-com-os-transtornos-mentais-que-podem-piorar-durante-quarentena-24398898. Acesso em: 26 jun. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Como é definido um caso suspeito de coronavírus? coronavirus.saude.gov. Brasil, 2020. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#tratamento. Acesso em: 23 jun. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coronavírus (COVID-19): Sobre a doença. coronavirus.saude.gov. Brasil, 2020. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/. Acesso em: 26 jun. 2020.

NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo

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OLIVEIRA, S. M. L. P. O impacto do exercício físico na autoestima, investimento corporal e sentimentos

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risco de pegar ou transmitir a doença. Austin, 2020. Disponível em: www.texmed.org/coronavirus. Acesso

em: 17 jul. 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA E DO EXERCÍCIO E DO ESPORTE SBMEE. Sobre exercício

físico e o coronavírus (covid-19) – São Paulo, 2020. Disponível em:

Referências

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