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Estudo do livro de Jó (caps. 1 4)

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Estudo do livro de Jó (caps. 1 – 4)

Capítulo 1

 A virtude, a tentação e as perdas de Jó

1.1 Jó. Tudo indica que Jó viveu na época dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó,

aproximadamente em 2100 - 1800 a.C.). A maioria dos eruditos crê que a terra de Uz ficava a sudeste da Palestina e do mar Morto, ou ao norte da Arábia (ver a introdução ao livro de Jó). Outros crêem que a terra de Uz ficava ao nordeste do mar da Galiléia, na direção de Damasco.

1.1 Sincero, reto e temente a Deus; e livrava-se do mal. (1) O temor de Deus e o

desviar-se do mal são o fundamento da vida irrepreensível e da retidão de Jó (cf. Pv 1.7). "Sincero" refere-se à integridade moral de Jó e à sua sincera dedicação a Deus; "reto" denota retidão nas palavras, nos pensamentos e atos. (2) Esta declaração da retidão de Jó é reafirmada pelo próprio Deus no versículo 8 e em 2.3 onde, claramente, se vê que Deus, pela sua graça, pode redimir os seres humanos caídos, e torná-los genuinamente bons, retos e vitoriosos sobre o pecado. Esta declaração envergonha e expõe os erros do ensino evangélico modernista, o qual afirma que: (a) nenhum crente em Cristo, mesmo com toda assistência do Espírito Santo, pode ter a mínima esperança de ser irrepreensível e reto nesta vida; e (b) os crentes podem estar certos de que pecarão todos os dias, por palavras, pensamentos e obras, sem nenhuma esperança de vencer a carne nesta vida.

1.5 Meus filhos. Como pai piedoso, Jó tinha muito zelo pelo bem-estar espiritual de seus

filhos. Vivia atento à conduta e modo de vida deles, orando a Deus para que os protegesse do mal e que experimentassem da parte de Deus a salvação e suas bênçãos. Jó exemplifica o pai de coração voltado para os filhos, dedicando-lhes tempo e atenção necessários para mantê-los afastados do pecado (ver Lc 1.17 nota; ver estudo PAIS E FILHOS)

1.6,7 Satanás. Antes da morte e da ressurreição de Cristo, Satanás tinha acesso vez por

outra à presença de Deus, quando então questionava a sinceridade e retidão dos fiéis (ver 1.6 - 12; 2.1 - 6; 38.7; Ap 12.10). Por outro lado, a Bíblia não declara em nenhum lugar que Satanás tem acesso direto a Deus na nova aliança (ver Mt 4.10), embora ele continue acusando os crentes. O crente pode eliminar essas acusações por meio do sangue de Cristo, de uma boa consciência e da Palavra de Deus (cf. Mt 4.3 - 11; Tg 4.7; Ap 12.11). Nossa confiança é reforçada pelo fato de termos como nosso Advogado perante o Pai o Senhor Jesus Cristo (1 Jo 2.1), que está à sua destra, intercedendo por nós (Hb 7.25).

1.8 Observaste tu a meu servo Jó?A essa altura, o livro apresenta o conflito entre Deus e

o seu grande adversário, Satanás. Deus aqui repta Satanás a observar em Jó o triunfo da graça e salvação divinas. Na vida deste seu servo fiel, DEUS demonstrou que seu plano de redimir a raça humana, do pecado e do mal, é exequível.

1.9 Porventura, teme Jó a Deus debalde? Satanás reagiu ante a declaração de Deus, de

(2)

)

(1) Satanás questionou os motivos de Jó e, portanto, a veracidade da sua retidão, afirmando que o amor que Jó tinha a Deus era realmente egoísta e que ele adorava a Deus somente porque tirava proveito disso. Satanás deixou claro que o amor que Jó tinha a Deus não era sincero. (2) Satanás insinuou, ainda, que Deus era ingênuo, que se deixara enganar, e que obtivera a devoção de Jó mediante a concessão de bênçãos e suborno (vv. 10,11). Satanás concluiu que Deus tinha falhado no seu propósito de reconciliar a raça humana consigo mesmo. Se Deus deixasse de proteger Jó, e de lhe conceder riquezas, saúde e felicidade, ele (Jó) blasfemaria dEle na sua face! (v. 11).

1.10 Cercaste. Posto que Satanás vem para roubar, matar e destruir (cf. Jo 10.10), Deus

coloca uma cerca de proteção em volta dos seus, para abrigá-los dos ataques de Satanás. Essa "cerca" é qual "muro de fogo" espiritual, de proteção para os fiéis de Deus, de modo que Satanás não possa atingi-los. "E eu, diz o Senhor, serei para ela [Jerusalém] um muro de fogo em redor" (Zc 2.5). (2) Todos os crentes que fielmente procuram amar a Deus e seguir a direção do Espírito Santo têm o direito de pedir e de esperar que Deus mantenha esse muro de proteção ao seu redor e de suas respectivas famílias.

1.11 Toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face! Nos

versículos 6 - 12 estão propostas as perguntas principais do livro. É possível o povo de Deus amá-lo e servi-lo por causa daquilo que Ele é, e não apenas por causa das suas dádivas? O justo pode manter sua fé em Deus e seu amor por Ele em meio a tragédias incompreensíveis e sofrimentos imerecidos?

1.12 Somente contra ele não estendas a tua mão. Deus permitiu a Satanás destruir os

bens e a família de Jó; porém, Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestades e pessoas violentas contra Jó (vv. 13 - 19).

1.16 Fogo de Deus. O "fogo de Deus" é provavelmente uma expressão referente ao

relâmpago (ver Nm 11.1; 1 Rs 18.38).

1.20 E se laçou em terra, e adorou. Jó reagiu às fatalidades que lhe aconteceram, com

intensa aflição; mas também, com humildade, submeteu-se a Deus e continuou a adorá-lo em meio à mais severa adversidade (v. 21; 2.10). (1) Posteriormente, Jó reagiu à calamidade ininterrupta, revelando dúvida, ira e sentimento de isolamento de Deus (7.11). Mesmo nesse período de trevas e de fé vacilante, Jó não se voltou contra Deus, todavia expressou francamente diante dEle suas queixas e sentimentos. (2) O livro de Jó demonstra como o crente fiel deve enfrentar os contratempos da vida. Embora possamos enfrentar sofrimentos severos e aflições inexplicáveis, devemos orar, pedindo graça para aceitar o que Deus permitir que soframos, pedindo-lhe também a revelação e compreensão do seu significado. Deus cuidará dos nossos confusos sentimentos e lamentos, se os levarmos a Ele - não com rebeldia, mas com sincera confiança nEle como um Deus amoroso. (3) O livro revela que Deus aceitou bem as indagações de Jó (38 - 41) e que, no final, declarou que Jó falara "o que era reto" (42.7).

(3)

Capítulo 2

 A adversidade e a cruel aflição de Jó

2.3 Para o consumir sem causa. Jó, o sofredor inocente, prefigura tanto Jesus Cristo como

todos os crentes fiéis da nova aliança. (1) Como modelo no AT, o justo sofredor, Jó é uma prefiguração de Cristo – O Justo Perfeito - que sofreu apesar de ser inocente (ver estudo CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO). O Cristo imaculado sofreu no seu corpo as consequências do mal, e foi considerado “ferido de Deus” (IS 53.4; 1 Pe 2.24; 4.1). (2) Semelhantemente, Jó exemplifica a perseverança paciente na adversidade que um filho de Deus deve ter (Tg 5.11; cf. Hb 111, onde muitos heróis da fé sofreram e morreram sem experimentarem livramento). Assim como Jó sofreu inocentemente por causa da sua integridade e lealdade a Deus, todos os crentes fiéis também sofrerão o de certo modo. O NT declara que “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12) - sofrimento este considerado como a participação “de suas [de Cristo] aflições” (Fp 3.10; cf. Cl 1.24). Os sofredores inocentes são pois, companheiros do Senhor (cf. 1 Pe 4.1; 5.10; ver 2.21 nota; 4.13 nota; ver estudo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS).

2.6 Ele está na tua mão. Deus permitiu que Satanás infligisse a Jó, porque sem esse

sofrimento imerecido, nem a plena dedicação de Jó a Deus poderia ser comprovada, nem o empenho de Deus para redimi-lo do pecado poderia ser plenamente demonstrado. (1) A prova da fé de um justo, mediante o sofrimento, tem muita importância, pois a honra de Deus fica em jogo na maior luta espiritual de todos os tempos: i.e., o conflito entre Deus e Satanás. (2) O apóstolo Pedro, escrevendo sob o aspecto do NT, declara: “Sendo necessário, que estejais um pouco contristados com várias tentações [provações], para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.6, 7).

2.9 Amaldiçoa a Deus e morre. Este conselho da esposa de Jó exprime o âmago da prova

da fé de Jó. Por todo o livro, a profunda angústia de Jó causada pelo sofrimento aparentemente injusto da parte de Deus tentava-o a renunciar a sua determinação de fidelidade a Deus, e também deixar de confiar nEle como um Deus compassivo e misericordioso (cf. 5.11).

2.10 E não receberíamos o mal? Os crentes verdadeiros devem se preparar tanto para

serem provados por Deus com a adversidade, como para receber o bem da sua mão. Confiarmos em Deus não significa que Ele sempre nos livrará da aflição, nem a fidelidade a Deus garante prosperidade e sucesso (ver 2.3 nota; 3 Jo 2 nota). Ao surgir a adversidade, o crente, cuja consciência não o acusa de pecado ou rebelião contra Deus, deve confiar a sua alma às mãos de Deus. A fé em Deus, como nosso Senhor amorável, nas provações e opressões, expressa o seu maior triunfo (1 Pe 1.3 - 9).

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2.11 Três amigos de Jó. Ao saberem das adversidades de Jó, os três amigos vieram

solidarizar-se com ele e confortá-lo. O livro de Jó contém os diálogos entre eles e o sofredor. O ponto de vista deles expressa um a teologia popular, porém falha, pois criam que só coisas boas aconteciam aos fiéis, ao passo que sofrimentos e lutas sempre indicam pecado na vida da pessoa. Fizeram um esforço sincero para ajudar Jó, procurando fazê-lo reconhecer pecado grave. Por fim, Deus os repreendeu pelo seus erros (Jó. 42.7).

Capítulo 3

 Jó amaldiçoa o seu nascimento e lamenta a sua miséria

3.1 Jó ... Amaldiçoou o seu dia. Jó ficara solitário, humilhado e sofrendo dores. Seu

sofrimento -maior era o sentimento de que Deus o abandonara. (1) No seu discurso (vv. 2 - 26), Jó disse a Deus exatamente como se sentia. Começou maldizendo o dia em que nasceu e sua vida de sofrimento, mas note-se que em tudo isso Jó não blasfemou contra Deus. Seu lamento era uma expressão de dor e desolação, mas não uma expressão de revolta contra Deus. (2) Sempre é melhor para o crente levar ao Senhor em oração suas dúvidas e sentimentos sinceros. Nunca é errado levarmos a Deus nossas aflições e angústias, a fim de invocarmos a sua compaixão. O próprio Jesus Cristo perguntou a Deus: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27.46; cf. Jr 20.14 - 18; Lm 3.1 - 18).

3.13 Então, haverá repouso para mim. O conceito de sepultura para Jó era o de um lugar

de repouso. Não a considerava como extinção, mas como um lugar de contínua existência pessoal (vv. 13 - 19; ver Sl 16.10).

3.25 O que eu temia me veio. O maior desejo de Jó era gozar da presença e do favor de

Deus; agora, acontecera aquilo que mais ele temia. Parecia que Deus o abandonara; e ele não tinha a mínima ideia da razão disso. Mesmo assim, Jó não blasfemou contra Deus; continuou orando a Ele, rogando sua misericórdia e socorro (6.8, 9).

Capítulo 4

 Elifaz repreende Jó

4.1 Respondeu Elifaz ... e disse. O cap. 4 inicia o primeiro dos três ciclos principais de

diálogos de Jó com Elifaz, Bildade e Zofar. Na leitura desses diálogos, observe o seguinte: (1) Embora as palavras dos três amigos de Jó estejam registradas nas Escrituras, nem tudo que eles disseram é absolutamente correto. O Espírito Santo registrou suas palavras, mas não as inspirou. No fim do livro, o próprio Deus declarou que boa parte daquilo que eles falaram não era bom. (42.7, 8). (2) Algumas afirmações deles são realmente verdadeiras, e são repetidas no NT (e.g.; parte do que Elifaz diz em 5.13, acha-se em 1 Co 3.19). (3) A teologia e a cosmovisão básicas desses conselheiros eram falhas. Eles criam (a) que verdadeiros justos sempre prosperarão, e (b) inversamente, a pobreza e o sofrimento sempre subtendem pecado, ao passo que prosperidade e sucesso subentendem a retidão.

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Deus revelou posteriormente que tal atitude é errônea, e que o ponto de vista deles érea “loucura” 42.7 – 9).

4.7 E onde foram os sinceros destruídos. O conceito teológico de que os justos não

perecerão e que os ímpios serão castigados é certo do ponto da eternidade (ver Gl 6.7; Hb 10.13). Np devido tempo haverá justiça. Aqui na terra, comumente não há retribuição justa, e os inocentes sofrem injustamente. Deixar de reconhecer essa verdade foi um grave erro de julgamento de Elifaz (e.g., Mt 23.35; Lc 13.4, 5; Jo 9.1 - 3; 1 Pe 2.19, 20).

4.13 Visões da noite. Não está declarado que as visões de Elifaz vinham de Deus. De fato,

não vinham de Deus, pois o descrevem como se Ele não se preocupasse com a raça humana (vv. 17 – 21). É um erro estabelecer teologia em sonhos e visões, sem apoio na revelação escrita de Deus.

Referências

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