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O LEITOR E O ANIMADOR

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Academic year: 2021

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Texto

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Transcrições Retiradas do Livro

O LEITOR

E

O ANIMADOR

Do Autor: JOSEP LLIGADAS Editora: Paulinas

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Comentário inserido na contra-capa do Livro:

O modo como a Eucaristia é preparada e celebrada favorece a participação dos fiéis.

Este pequeno livro poderá ser um bom instrumento para rever e melhorar as nossas celebrações, e para ajudar na sua missão todos aqueles que estão encarregues de as preparar…

A Liturgia da Palavra

A Liturgia da Palavra é uma celebração. É necessário, pois, que se note que

celebramos a Palavra, como depois celebraremos a Eucaristia. Assim, não é

- nem um momento de leituras atropeladas que se colocam antes da homilia e da celebração eucarística;

- nem uma reunião de instrução ou de discussão que, depois, concluirá com os ritos eucarísticos (que ficarão, assim, desvalorizados, porque não são tão «instrutivos»).

Mas

- A Liturgia da Palavra é a «primeira mesa» da celebração. Depois virá a segunda, a «mesa do Pão». Ambas, juntas e equilibradas, constituem o encontro dominical cristão.

- A Liturgia da Palavra, como celebração que é, recorda a actualiza a força salvadora de DEUS na História, e convida a que se lhe responda e a que se a acolha na própria vida, pessoal e comunitariamente.

- A Liturgia da Palavra apõe diante dos olhos, cada domingo, alguns dos aspectos desta obra salvadora e faz que se lhe preste especial atenção. E, sob estes aspectos, convida, então, a entrar na actualização sacramental da salvação, a Eucaristia. Assim, a Liturgia da Palavra faz que a Eucaristia de cada domingo seja diferente. E é pela Palavra que umas Eucaristias são mais importantes que outras (é a Liturgia da Palavra que distingue decisivamente o domingo de Páscoa de um domingo do Tempo Comum, por exemplo).

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- A Liturgia da Palavra penetra no coração da assembleia graças a um conjunto amplo de factores, de ambiente, e não exclusivamente pela compreensão intelectual total do que se lê.

Assim, não há que suprimir leituras «porque não se entendem», nem há que pretender explicá-las linha a linha. Uma proclamação bem feita das leituras fará que sejam interiorizadas, semeia-as dentro do ouvinte ainda que este não se dê conta de maneira plena. É a impregnação dominical da Palavra.

- A Liturgia da Palavra, em definitivo, tem que se realizar de tal maneira que possa ser acolhida pelos que participam nela como o que realmente é. É preciso que as leituras sejam bem proclamadas, que haja espaços de contemplação e oração, que o canto exprima a participação no que se lê, que a homilia actualize significativamente o que se leu.

O Leitor

- Ler as leituras não é um serviço do presidente da celebração, mas de outro ministro: o leitor.

- Fazer de leitor é um serviço importante dentro da assembleia. Os que o realizam devem estar conscientes disso e viver a alegria e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de ser os que tornarão possível que a assembleia receba e celebre aquela Palavra com a qual DEUS fala aos seus fiéis, aqueles textos que são como que os textos constituintes da fé.

- O ministério do leitor corresponde, em primeiro lugar, àqueles que oficialmente foram «instituídos» como tal: não significa que estes tenham de ler sempre, mas convém que o façam nas ocasiões mais relevantes e que se preocupem com que a Palavra de DEUS seja bem proclamada e recebida pela assembleia.

- Mas, na maioria dos lugares, não existe este ministério instituído. Então, o leitor será qualquer membro da assembleia que o possa fazer de maneira adequado. O facto de que cristãos de diversas idades e condições, que participam em diversas tarefas da comunidade, possam ler a Palavra de DEUS, dá uma boa imagem do que é a comunidade cristã.

- Neste sentido, será bom que os leitores não sejam sempre os mesmos em cada domingo. Mas, aqui, tem de funcionar um critério de equilíbrio. Porque, se é importante que haja uma diversidade de pessoas a participar, também é muito importante conseguir que as leituras sejam bem proclamadas. De modo que, mais vale escolher bons leitores, mesmo que sejam poucos, que pôr a ler pessoas que o não sabem, só porque assim «participa mais gente»:

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a preparação não consiste só em subir ao presbitério; escutar atentamente as leituras bem proclamadas também é uma forma de participar! Para que este critério de equilíbrio seja real e autêntico, há que manter permanentemente o esforço de aumentar o número de pessoas preparadas para ler; pessoas que começarão sem saber muito, mas que, entre a prática e as sessões de aprendizagem, irão lendo cada vez melhor.

- Sobre o modo de realizar a tarefa de leitor, o Ordenamento das Leituras da Missa diz, no nº 55:

«Para que os fiéis concebam no seu espírito um afecto profundo e vivo relativamente à Sagrada Escritura pelo facto de escutar as leituras divinas, é necessário que os leitores que exercem este ministério tenham realmente aptidões para a leitura e estejam bem preparados. Esta preparação tem que ser antes de mais espiritual, mas também é necessária a preparação técnica.

A preparação espiritual pressupõe, pelo menos, uma dupla instrução bíblica e litúrgica. A instrução bíblica deve orientar-se para que os leitores estejam capacitados para perceber o sentido das leituras no seu próprio contexto e para entender à luz da fé a mensagem revelada.

A instrução litúrgica deve facilitar aos leitores uma certa percepção do sentido e da estrutura da Liturgia da Palavra e da Liturgia Eucarística.

A preparação técnica tem que fazer que os leitores se tornem cada dia mais aptos para a arte de ler perante o povo, seja de viva voz, seja pelo microfone.» - Este texto, que talvez tenha assustado alguns ( «se eu não estou preparado, como se diz aqui, não posso ler!» ), deveria ser um estímulo, não uma barreira; um caminho a percorrer, que cada pessoa e cada comunidade fará ao ritmo que puder. Porque devemos sempre querer fazer melhor o que fazemos, sobretudo quando se trata da nossa vida cristã, pessoal e comunitária.

- A preparação espiritual terá que consistir, principalmente, em ter vontade de conhecer melhor o que se lê. Ler antes, querer entender bem…O empenho de alguns leitores levá-los-á, certamente, a procurar uma introdução à Sagrada Escritura…Em qualquer caso, será bom que quem exerce serviço como leitor tenha em casa o Missal Popular com as leituras de cada domingo, e que as leia antes, quer vá ler naquele domingo quer não. Será igualmente bom que, para conhecer melhor o sentido da celebração eucarística e dos seus diversos momentos, se consultem algumas publicações que os explicam como o livro de Pierre Jounel, publicado pela Gráfica de Coimbra, A Missa, Ontem e Hoje. …

- A preparação técnica consistirá em querer ler cada vez melhor. A seguir, dar-se-ão alguns conselhos que poderão ajudar o leitor na sua caminhada. Mas,

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seguramente, aquilo que é mais importante é o ensaio, a aprendizagem em comum. De maneira que, para que possamos ter na comunidade vários bons leitores, seria conveniente fazer, de vez em quando, algumas sessões de adestramento entre aqueles que habitualmente lêem nas celebrações: para ler com segurança e sem medo, para ler sem pressas, para saber colocar-se diante do microfone, para aprender a vocalizar... Tudo isto convirá fazê-lo normalmente na respectiva igreja, no lugar próprio das leituras.

Como fazer as leituras

- Na segunda parte deste livro, apresenta-se uma vista de olhos geral pela estrutura de toda a Liturgia da Palavra, com observações a ter em conta por quem tenha que servir como leitor. Contudo, aqui, assinalaremos algumas questões mais explícitas.

- O leitor da primeira leitura sobe ao ambão depois da oração colecta, quando toda agente estiver sentada, e não durante a oração. Se antes da leitura há que fazer uma monição, pode subir antes desta e ficar de pé e quieto no lugar da leitura, enquanto se lê a monição, ou subir depois da monição. Mas sempre sem pressa e sem atropelos. Ao acabar a leitura, diz «Palavra do Senhor», olhando para as pessoas, escuta a resposta da assembleia e desce igualmente sem pressa. - A seguir (e também antes ou depois da monição, se houver), sobe quem vai proclamar as estrofes do salmo. Se as estrofes forem cantadas, o próprio canta a antífona, a assembleia repete-a, e ele vai cantando as estrofes. Se as estrofes não forem cantadas mas recitadas (contudo, bem recitadas, de maneira que a assembleia possa aderir a elas e ao carácter de oração que devem ter!), a antífona de resposta será cantada também por quem ler as estrofes em conjunto com a assembleia, e vai-se alternando com as estrofes; se quem ler as estrofes não souber cantar, será melhor que seja o director do coro a cantar a antífona. No entanto, se for necessário, o salmo também poderá ser proclamado por aquele que leu a primeira leitura.

- Para a segunda leitura proceder-se-á da mesma forma que para a primeira, mas, ao terminar, o leitor não deverá ficar no ambão para ler o versículo do Aleluia; este costume, introduzido em alguns lugares, não é adequado, já que o versículo introduz o Evangelho, e não tem nenhuma relação com a segunda leitura. Este versículo, se for o caso, poderá ser lido por quem dirige o coro.

- As leituras começam sempre com as palavras: «Leitura do livro…», ou «Leitura da epístola…». Não se deve ler, portanto, as frases a letras vermelhas do começo, isto é, não se deve começar dizendo: «Primeira (ou segunda) leitura!». Nem se deve ler a frase que resume o sentido da leitura.

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- No final diz-se: «Palavra do Senhor.» É uma expressão que convida à aclamação do povo: «Graças a DEUS.» Convém dizê-la, portanto, olhando as pessoas e depois de fazer uma breve pausa, após acabar a leitura. O que se deveria abandonar é o costume, divulgando em alguns lugares, de mudar esta aclamação por uma espécie de fórmula explicativa: «Esta é a Palavra de Deus»; não se trata de uma explicação, mas de uma aclamação! De facto, para ressaltar este sentido aclamatório, especialmente nas festas principais, seria bom cantá-la: isto poria mais em relevo o carácter de celebração – e não o de simples instrução que a Liturgia da Palavra tem.

- E, finalmente, uma observação importante: o livro das leituras é o Leccionário, e não qualquer outra publicação ou fotocópia. O Leccionário tem a letra maior, mais bem distribuída, mais fácil de ler…E, sobretudo, o Leccionário dá a imagem de algo relevante, algo que indica a importância do que lemos, o que, naturalmente, não sucede com qualquer outra publicação ou com papéis.

Onze conselhos para o bom leitor

1. Ler a leitura antes. Se puder ser, em voz alta e várias vezes. Lê-la para entender o seu sentido, e para ver que entoação se deve dar a cada frase, quais são as frases que se devem ressaltar, onde estão os pontos e as vírgulas, em que palavras se poderá tropeçar, etc.

2. Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno, isto é, não quando se está a dizer ou a cantar outra coisa. E procurar não vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-se discretamente, antes do momento de subir.

3. Quando estiver diante do ambão, deve ter em conta a posição do corpo. Não se trata de adoptar posturas rígidas, nem, pelo contrário, ler com as mãos nos bolsos, ou atrás das costas, ou com as pernas cruzadas…!

4. Colocar-se à distância adequada do microfone para que se oiça bem. Por causa da distância, frequentemente, ouve-se mal. Não começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado à sua medida (que deverá ser feito antes: a medida adequada costuma ser a um palmo da boca e na direcção da mesma). E lembrar-se que os estampidos que acontecem ou os ruídos que se fazem diante do microfone são ampliados…

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5. Não começar nunca sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam realmente atentas.

6. Ler devagar. O principal defeito dos leitores, costuma ser precisamente esse: ler depressa. Se lermos depressa, as pessoas, com algum esforço, poderão conseguir entender-nos, mas aquilo que lemos não entrará no seu interior. Recordemos: este continua a ser o principal defeito.

7. Além de ler devagar, há que manter um tom geral de calma. Há que afastar o estilo do leitor que sobe à pressa, começa a leitura sem olhar as pessoas e, ao acabar, foge ainda mais depressa. Não deve ser assim: deve-se chegar ao ambão, respirar antes de começar a ler, ler fazendo pausas nas vírgulas e fazendo uma respiração completa em cada ponto, fazer uma pausa no final, antes de dizer «Palavra do Senhor», escutar no ambão a resposta da assembleia e voltar ao lugar. Aprender a ler sem pressa, com aprumo e segurança custa; por isso, é importante fazer os ensaios e provas que forem necessários: é a única maneira!

8. Vocalizar. Ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca, não atropelar a leitura. Sem afectação nem teatro, mas recordando que se está «actuando» em público, e que o público tem que captar tudo bem. E uma actuação em público é distinta de uma conversa na rua.

9. Não baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem como todas as restantes. Infelizmente, a tendência é para nestas sílabas se baixar o tom tornando-as ininteligíveis.

10. Procurar ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar. Se for necessário, deve-se pegar no livro, levantando-o, para não ter que baixar a cabeça.

11. Antes de começar a leitura, olhar a assembleia. No final, dizer «Palavra do Senhor», olhando a assembleia, E, ao longo da leitura, com naturalidade, olhar também de vez em quando. Estas olhadelas, no meio da leitura, não se têm que impor como um propósito, o que sairia artificial. Mas se sair naturalmente, poderá ser útil, especialmente nas frases mais relevantes: ajuda a acentuá-las, a criar um clima comunicativo, e a ler mais devagar.

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SÍNTESE

Foram deste modo apresentados,

“a todos aqueles que exercem o serviço de Leitor nas assembleias litúrgicas,… critérios e reflexões gerais sobre o sentido do seu serviço e, ao mesmo tempo, observações e instruções concretas para o fazer melhor”.

Referências

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