AUDIÇÃO PARLAMENTAR
Deputados
com
dúvidas
sobre
testamento vital
?
O PSDe o CDS-PPlevantaramontem objecções aoprojecto de
regulamentação do "testamento
vital", da Associação Portuguesa deBioética (APB), por o
conside-rarem redundante, umavez que já éproibida aobstinação
terapêu-tica, epor consideram que o pro-jecto daAPBnão protege adequa-damente os valores do consenti-mento esclarecido.
Falando, ontem, numa audição na comissão parlamentar de
Saú-de,o presidente da APB, Rui
Nu-nes, apresentou o "testamentovi-tal" (amanifestação antecipada e
por escrito da vontade do doente sobre tratamentos futuros numa
situação emque tenha perdido
ir-reversivelmente
acapacidade)como um instrumento "para
evi-tar oencarniçamento terapêuti-co", alémde ser expressão de "au-todeterminação" do doente.
Carlos
Miranda
(PSD) defen-deu que oprojecto
deverá ter
"exigências mais severas" noque toca a proteger aautenticidade da vontade do doente. "Como équegarantimos que adeclaração
fei-ta antecipadamente corresponde, nomomento concreto, àvontade do doente?", questionou.
A
confusão com aeutanásia também esteve emcausanaaudi-ção, tendo adeputada socialista
Antónia
Almeida Santos sugeri-do fazer o debate dos dois temasemsimultâneo.
A
deputada dissemesmo que nesta legislatura será
"difícil" que oprojecto "venha a terêxito". Recorde-se que o deba-te sobre a eutanásia jáabriu no PS,
que quer verestamatéria discuti-da napróxima legislatura. Rui
Nu-nes defendeu que seria"confun-dir
conceitos edificultar aapro-vação do testamento vital".
A
criação do "procurador" dodoente -alguém que defende os interesses do
doente
edecide
como ele
decidiria
se pudesse -também não foi pacífica. Ospar-tidos consideraram que não está
Testamento
vital
ainda
este
ano
o
testamento vital,através ao qual umapessoa pode recusartratamentos degradantes em caso de doença.pode ganhar
força delei atadaeste ano,inas sóna próxima legislatura, de-clarou ontem opresidente da Associação Portuguesa de Bioéticaßui Nunesrespondeu
àsdúvidas dos deputados da
Comissão deSaúde, numa au-diência parlamentar sobre está matéria.e saiu convicto deque"estão reunidas as
con-diçoes"para que a mesma se-ja regulada no inicio da
próxi-ma legislatura, ainda este ano ou no início do próximo. Se-gundo aproposta,o
testamen-to vital será umdocumento es-crito que ficará em suporte in-formatizado no Registo Na-cional deDirectivas
PorSara Pelicano
Testamento vital
na
AR
AAssembleia daRepública abriu asportas, pelaprimeira vez, à discussão do testamento vital.No passado dia
5,o presidente daAssociação Portuguesa deBioética, Rui Nunes,foiouvido em audiência naComissão de Saúde sobre a legalização do testamento vital,proposta por aquela associação epeloServiço deBioética eÉtica
"Vida
Económica"
tem
nova
edição
sobre
Regulação
da
Saúde
A
protecção da saúde é umbem económico altamente dispendioso e não
"gratui-to" —considera Rui Nunes, autor da segunda edição do livro "Re-gulação da Saúde", publicado pela
Vida
Económica.O
livro foi lançado na sema-na passada em Lisboa, durante oCongresso Nacional de Bioética.
A
sessão de apresentação contoucom a presença de Guilherme de
Oliveira Martins, presidente do
Tribunal de Contas, Álvaro
Perei-ra, presidente da Entidade Regu-ladora da Saúde, além do autor do livro.
Segundo refere
Rui
Nunes,apesar do contributo fundamen-tal do Serviço Nacional de Saúde para a protecção da saúde dos portugueses, a gestão dos ser-viços públicos tem-se revelado pouco eficiente.
O
professor da Faculdade deMedicina
do Por-to defende uma nova cultura na saúde fundada na convergênciade dois factores aparentemente
irreconciliáveis: "A qualidade de prestação de serviços e a
optimi-zação dos recursos disponíveis".
Na
perspectiva do autor, o au-mento da eficiência na utilizaçãodos recursos pode gerar umsistema
de saúde mais justo e de melhor
qualidade. "A teoria da regulação, emergente dos vários domínios da actividade económica, desem-penha um papel essencial neste
contexto". Nesse sentido, este livro
pretende "reequacionar as
diferen-tes correntes do pensamento nesta matéria, e integrá-las no contexto socioeconómico português, no quadro de uma cultura global e
de um espaço político europeu", refere.
O
presidente do Tribunal de Contas destacou a importânciado sector da saúde eanecessidade de eficácia na utilização dos
re-cursos públicos. Segundo referiu
Guilherme de Oliveira Martins,
o orçamento do Serviço Nacional
de Saúde está na ponta da cane-ta dos médicos. Para uma mesma
sintomatologia pode haver dife-rentes medidas com reflexos
di-rectos sobre os custos.
Álvaro Pereira, presidente da
Entidade Reguladora da Saúde, congratulou-se com a qualidade do trabalho desenvolvido pelo
au-tor do livro, salientando o papel
decisivo da regulação neste sector da actividade.
Para Gomes Canotilho, autor do prefácio do livro, esta obra
consti-tui "uma referência obrigatória para todo aquele que pretenda aprofundar as dimensões
regulató-rias fundamentais da saúde". Acres-centa que "o primeiro objectivo deste livro será a problematização
da autoridade independente criada no âmbito da regulação da saúde
— Entidade Reguladora da Saúde
— e destinada a evitar disfunções do sistema de saúde e corrigir os
desvios de actuação dos diversos
operadores".
Gomes Canotilho considera que
a obra constitui "uma verdadeira monografia sobre a protecção da saúde e o novo Serviço Nacional de Saúde, aregulação da saúde e a
Rui
Nunes
lança
livro
"Regulação
da
Saúde
55Decorre em Lisboa, entre 15 e 16 de
Maio,
no auditório doHotel
SANA-Lis-boa, o 10° Congresso Nacional deBioé-tica, evento durante o qual terá lugar a sessão de apresentação do livro "Regulação
da Saúde", da autoria do professor da Fa-culdade de
Medicina
do Porto e primeiropresidente daEntidade Reguladora da
Saú-de,
Rui
Nunes.Trata-se de uma segunda edição da obra,
já editada pela
"Vida
Económica" em2005,
agora revista eactualizada equecon-ta com prefácio de Gomes Canotilho.
A
sessão de apresentação do livro terá lugar a
15 de
Maio,
pelas 12 horas, e contará coma intervenção do presidente do Tribunal de
Contas, Guilherme d'Oliveira Martins.
Professor da Faculdade de
Medicina
do Porto e director do Serviço de Bioética eÉtica
Médica
daquela faculdade, Rui Nu-nes é igualmente presidente e fundador da Associação Portuguesa de Bioética emem-bro do Conselho Nacional de Ética para as
Ciências da
Vida.
Em Março de
2004
foi nomeado, porde-cisão do Conselho de Ministros, presidente do Conselho Directivo da Entidade
Regula-dora da Saúde (ERS), o primeiro órgão de
regulação independente da saúde em
Portu-gal.
Um
cargo do qual viria ademitir-se, em Julho de2005,
por alegada falta de apoiopolítico à ERS, manifestada em
discordân-cias sucessivas quanto às linhas de actuação
ede financiamento do organismo.
A
data, Rui Nunes queixou-se da ausência de apoio do novo Governo para o normalfuncionamento da ERS, tanto ao nível da
dotação financeira e de recursos humanos adstritos àERS", como ao nível
institucio-nal, o que, revelou naaltura, era
fundamen-tal para o organismo se impor junto das
entidades reguladas. Era, então, ministro da Saúde António Correia de Campos.
A
Entidade Reguladora da Saúde é, des-de essa data, presidida pelo professor da Faculdade de Economia do Porto ÁlvaroSantos Almeida.
TERESA SILVEIRA