EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG
C L I P P I N G
31/8/2010
CÂNDIDO TOSTES
Pesquisador produz bebida láctea acidificada
No Brasil, a produção de queijo tem aumentado a cada ano. Foi com o objetivo de aproveitar o subproduto deste lácteo, o soro, que o pesquisador do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) Júnio César Jacinto de Paula registrou a patente de uma bebida láctea acidificada, inédita no mercado, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Fabricado à base de soro de leite e leite aromatizado, o produto é enriquecido com luteína, carotenóide que confere maior valor
nutricional à bebida em relação a outros produtos. A Epamig pretende produzir a bebida em escala comercial na própria fábrica do Instituto Cândido Tostes a partir de 2011, quando a unidade fabril retomará as atividades, após passar por
Portal do Agronegócio 30/8/2010 www.portaldoagronegocio.com.br Dupla poda garante mais qualidade na produção de vinhos finos
Técnica é indicada para regiões que apresentam grandes variações térmicas no inverno
Uma prática que promete aumentar a qualidade dos vinhos finos produzidos no Brasil está sendo testada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em propriedades parceiras no Sul de Minas. Trata-se da técnica da dupla poda, que implica na inversão do ciclo produtivo da videira, alterando para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos.
A pesquisadora do Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho Cláudia Rita dos Santos explica que as uvas colhidas no inverno apresentam mais aroma e maior concentração de cor, o que contribui para o aumento qualidade vinho. “A baixa incidência de chuva e a maior amplitude térmica (dias ensolarados e noites frias) do inverno permitem o desenvolvimento pleno da uva em termos de maturação e ainda diminuem a incidência de pragas comuns nas colheitas de verão”, afirma. Cláudia informa que nas propriedades que optaram pela inversão do ciclo produtivo a colheita de verão não é aproveitada, devido à diferença de qualidade entre os frutos.
O método consiste na realização de podas nos meses janeiro (como já é tradicional) e de agosto, após a colheita de inverno. “A sabedoria popular nos ensina que poda de inverno deve ocorrer durante a florada do ipê e a pratica tem sido esta”, destaca o pesquisador da EPAMIG Murillo Albuquerque Regina.
Tipos de poda
Murillo Albuquerque explica que o tipo de poda varia ao longo do ciclo produtivo das videiras. As podas realizadas quando a planta completa um ano são para auxiliar no crescimento; até os três anos, quando a planta atinge a idade adulta, são feitas podas visando o fortalecimento dos braços laterais; depois as podas são necessárias para auxiliar na formação dos esporões que abrigarão os cachos. A poda de formação deve ocorrer anualmente, durante a vida produtiva da planta, que é de cerca de 25 anos. No caso da dupla poda, a pratica deve ser repetida após a colheita realizada em julho.
O sistema de inversão do ciclo produtivo está em fase de experimentação no Sul de Minas e na região do Vale do Jequitinhonha. No último mês de julho, a Fazenda Fé, localizada em Três Corações realizou a primeira colheita em escala comercial, após a adoção da dupla poda. Sob orientação de profissionais da EPAMIG, foram colhidas cerca de cinco toneladas de uvas em videiras com idade média de seis anos.
alerta que o sistema só é viável em regiões onde a variação térmica é grande durante o inverno. “Os resultados obtidos até agora mostram que a adoção da dupla poda não tem a mesma eficiência nas regiões em que não há uma diferença acentuada de temperatura entre dias e noites. Em localidades onde os dias são ensolarados e as noites frias a prática tem sido altamente favorável”, completa.
Portal do Agronegócio 30/8/2010 www.portaldoagronegocio.com.br EPAMIG desenvolve bebida láctea inédita no mercado
Novo produto, com maior valor nutricional, poderá ser lançado em 12 sabores e versão light /diet
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) depositou registro de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de uma bebida láctea acidificada, inédita no mercado, desenvolvida pelo pesquisador do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), Júnio César Jacinto de Paula. O produto é fabricado à base de soro de leite e leite aromatizado, enriquecido com luteína, que confere maior valor nutricional à bebida em relação a outros produtos. “Se comparada a refrescos e refrigerantes, a bebida apresenta maior valor nutricional para o consumidor por veicular não apenas “calorias vazias”, mas proteínas, vitaminas e minerais, além de ser uma forma alternativa para aproveitamento racional e sustentável do soro de leite, considerado um produto nutritivo, altamente aceitável e com custo reduzido”, explica o pesquisador.
Segundo Júnio, o soro do leite é muito rico nutricionalmente, pois possui cerca de 0,8% de proteínas de alto valor biológico, em razão de sua composição com grande concentração de aminoácidos essenciais com alta biodisponibilidade (relaciona-se à quantidade e à velocidade de absorção do princípio ativo da substância pela corrente sanguínea). “O soro constitui uma fonte de diversos macroelementos, dos quais os mais abundantes são cálcio, sódio, magnésio, potássio e fósforo, além de conter a maior parte das vitaminas hidrossolúveis presentes no leite, sendo particularmente rico em vitaminas do complexo B”, destaca. A bebida láctea acidificada desenvolvida no Instituto de Laticínios Cândido Tostes é um alimento funcional, ou seja, além de nutrir, pode trazer benefícios à saúde do consumidor porque é adicionada de luteína e extrato da flor de Marigold (Tagetes erecta), um pigmento natural de coloração amarela, que se acumula na mácula (ponto ovalado de cor amarela junto ao centro da retina do olho humano, onde se enxerga com maior clareza e definição) e na retina humana. Esse pigmento atua como antioxidante, protegendo a mácula dos danos oxidativos, e filtra a luz azul de alta energia, melhorando a acuidade visual, ressalta o pesquisador. Estudos epidemiológicos demonstraram a associação entre elevados níveis de carotenóides (grupo de pigmentos solúveis em gordura, que dá as cores vermelha, laranja e amarela aos alimentos e tem função anti-oxidante), na dieta e no sangue e um efeito protetor contra o desenvolvimento de doenças crônicas, como certos tipos de câncer, doenças cardiovasculares, doenças degenerativas da mácula e cataratas. A luteína também é encontrada em hortaliças de folhas verdes, principalmente nas de folhas escuras, como espinafre, couve, agrião e brócolis.
A bebida poderá ser lançada em doze sabores (açaí, banana, kiwi, acerola, uva, pêssego, laranja, limão, maçã, abacaxi, tangerina e sabor idêntico ao natural de frutas cítricas), produzida também nas versões light e diet e com teor reduzido de lactose para quem tem intolerância, explica Júnio de Paula. O produto possui vida de prateleira estendida, de até 90 dias, tanto em refrigeração como em temperatura ambiente, o que reduz custos de refrigeração durante o transporte. A EPAMIG pretende produzir a bebida em escala comercial na própria fábrica do Instituto Cândido Tostes a partir de 2011, quando a unidade fabril retomará as atividades, após passar por revitalização completa da estrutura física e de equipamentos.
Elaborada à base de soro de leite proveniente da fabricação de diversos tipos de queijos, o produto elimina um problema ambiental em relação ao soro que, muitas vezes, é dispensado na natureza sem qualquer tratamento ou utilizado para alimentação animal. “Outro aspecto é que o processo de fabricação da bebida tem custo reduzido e não demanda grandes investimentos, podendo ser facilmente produzida e comercializada pelas pequenas indústrias de laticínios”, observa o pesquisador.
O projeto tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).