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Reflexões sobre o Liberalismo Económico

Autor(es):

Ribeiro, J. J. Teixeira

Publicado por:

Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/26033

Accessed :

9-Apr-2021 20:24:00

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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(3)

Reflexões

sobre

o Liberalismo Económico

*

1. - Tomei o primeiro contacto com o liberali mo económico no já longínquo ano de 1928. Foi em oimbra, na Faculdade de Direito e na cadeira de Economia Política, que era regida por Oliveira Salazar. Lembro-me, até, de ter ido chamado à lição numa aula prática e de o professor me perguntar a certa altura: com quem começou a e cola liberal? Eu re pondi: foi com o fi iocratas, foram ele o primeiro a defender, contra os mercantili ta , o laíssezfaire, laissez passer. profe or retorquiu: não foi a im que eu en inei, e pa ou adiante. Com efeito, Salazar tinha ensinado que a e cola liberal começara com Adam Smith. ra, não há dúvida de que a primeira escola a defender o liberali mo económico foi a e cola fundada em França por Que nay, a e cola fisiocrática; mas também não há dúvida de que a ua influência foi fugaz, de modo que a e cola que perdurou foi a iniciada pouco depois na Inglaterra por Adam mith, a que propriamente e chamou e cola liberal. Decerto porque e podia ver o problema por e e diferentes ângulos, é que o profe or não con iderou errada a minha re posta, limitando-se a observar que ela não coincidia com o que tinha en inado.

Ma que diz o liberalismo económico?

*

omunicação apre entada à Acadenua das iênClas de Lisboa em

(4)

Diz, em ínte e, que, para e con eguir o máximo

bem--e tar económico, é pre i o con eder liberdade de produção e de con um o indi íduo . Nun a uma liberdade total, de de logo p rque nenhum partidário d liberali 01 pretende que eja c n edida ao indi íduo a liberdade de produzirem os ben por meio ilícito, como o furto ou o roubo. Ma uma liberdade em todo o domíni em que não eja impre cindível

re tringi-la. Trata- ,portanto, do que e pode con iderar um liberali mo económico pleno (').

Em face de a noção de liberali mo, logo e conclui que

ele não é uma teoria, poi não con i te emjuízo de exi tência, nem é uma doutrina, poi não con i te em juízo de valor. É ante uma política, poi enuncia uma regra conducente a um

601 - a regra de que é nece ário haver liberdade económica para que e obtenha o máximo bem-e tar.

E porquê?

Porque, e houver liberdade de produção e de consumo, aparecerão no mercado muito ofertante , a tentarem vender

o eu artigo pelo mai altos preço como aparecerão muitos

con umidore ,a tentarem comprar o artigo pelo preços mais baixos. Entre un e outro, vendedore e compradores, es-tabelecer- e-á concorrência, e esta levará ao melhores

resul-tado po ívei.

Para o demon trar, o liberai partem de um mercado

ideal que, e exi ti e, podia oferecer toda as virtualidades do

mercado, e que é o da concorrência perfeita - um mercado não

ó puro e, portanto, com homogeneidade do bens,

mobili-dade do agentes económicos, publicidade completa, como

(1) As ideias de te liberalismo económico pleno, que expomos de

eguida, foram colhidas em livro de vários Autore , mas principalmente

em dois de Milton FRIEDMAN: Capitalism a/ld Freedalll, 1962; Free to (hoose, 1970, traduzido para português ob o título Liberdade para escolher,

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atomístico e, portanto, com número ilimitado de vendedore e compradores.

ra, ne se mercado con egue- e resolver automati-camente, mediante as variações do preços, os três problemas

económico fundamentai - o problemas de saber quanto produzir, como produzir e para quem produzir: quanto pro-duzir, atravé da adaptação da oferta à procura, ao chamado da

ubida e da descida dos preço; como produzir, atravé da

afectação dos recur os produtivos as empresas que paguem por ele os preço mai altos, e que ão as empresas capaze de fazer

de e recursos a utilização mai rendosa; para quem produzir,

através da distribuição dos bens pelos con umidores que o pos am pagar maIs caro .

Do mesmo passo, porém, que o mercado de con-corrência perfeita resolve automaticamente os três problemas

económicos fundamentai , ele resolve-os de modo eficiente,

isto é, de modo a atingir-se a po ição de máximo bem-e tar, a

qual se alcança, como se sabe, quando se toma impossível

aumentar o bem-estar de alguém sem diminuir o bem-e tar de ninguém (óptimo de Pareto).

Isto vê-se logo em matéria de adaptação da oferta à procura e de distribuição dos bens pelos consumidores. Com efeito, qualquer empresa tem interes e em desenvolver ou reduzir a sua oferta até que o custo marginal se parifique com

o preço. Por seu turno, qualquer consumidor tem interes e em aumentar ou diminuir a sua procura de ta ou daquela merca-doria até que a utilidade marginal dela se parifique com

o preço. As posições de equilíbrio são, pois, cu to marginal igual a preço e utilidade marginal igual a preço. Ora, tais posições de equilíbrio constituem, re pectivamente, o máximo proveito para as empresas e a máxima satisfação para os consumidores. Constituem, portanto, posições do máximo bem-estar.

(6)

É a 1m a urto prazo. Ma não ' fundamentalmente di o a longo praz ,ape ar de, ent -o, o equilíbri e

verifi-ar não ó entre o cu t marginal da empre a e preço do mercado, como também entre cu to marginal o cu to médio e, por on eguinte, entre o preço e o u to m' dio mínimo.

2. - Aí ficam, em breve traço, a virtude do libe-rali mo económico, afê rida atravé da potencialidade do mercado de concorrência perfeita. Sucede, porém, que e te mercado tanto pode er concebido em economia capitalista

como em economia ociali ta. Na verdade, a economia

ocia-li ta deixou de er pen ada e praticada como apena economia de plano, pa ando a ê-lo também, quer em modelo, quer em realizaçõe , como economia de mercado. Ce ou, pois, a opo ição, que e travou durante mais de século e meio entre liberali mo e ociali mo. Hoje há um liberalismo económico

ociali ta ao lado do liberali mo económico capitali ta. Todavia, o liberalismo económico, ba eando-se nas vir-tude do mercado, ó pode valer quando e te exi ta. Ora há ca o em que os bens não são transaccionado, não são objecto de oferta e de procura, pelo que não tem mercado. Seria incompreensível, portanto, pleitear pela liberdade da sua produção e do seu consumo. É o que acontece com os bens públicos, o bens que atisfazem necessidade colectivas e que, por i so, ão bens cujo consumo é inexcluível, o que torna impraticável a exigência de um preço. E é o que acontece igualmente com as externidade pOSitiVaS, o beneficios que resultam para terceiros da produção ou con-umo de certos bens, e pelos quais beneficios não pode cobrar--se um preço.

Por outra parte, há bens que tem mercado, mas que, por circunstâncias de facto, ou legais, ou de dimensão e conjunção

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ão produzidos por uma única empresa e, portanto, em

monopólio. Podem afa tar- e a circun tância legais

impedi-tiva da concorrência, ma não todas as circunstância de facto

nem as vantagen de dimen ão e conjunção. De modo que

exi tem ben cuja monopolização é inevitável e, sendo-o,

e capam igualmente a lógica do liberalismo. Com efeito, não

adianta garantir a todo a liberdade da sua produção, quando e ta, ainda que de início pos a pertencer a vários, acaba sempre por calhar apenas a um.

Já não escapam à lógica do liberalismo, embora escapem

à da concorrência perfeita, o bens que são objecto de

merca-dos de concorrência monopolista, isto é, de mercados em que a oferta pertence a muitas pequenas empresas, mas já não

existe homogeneidade dos bens, encontrando-se diferenciados

o produtos.

Como igualmente escapam à lógica da concorrência

per-feita os bens que são objecto de mercados de oligopólio, isto é, de mercados em que a oferta cabe a poucas grandes

empre-sas, podendo existir ou não homogeneidade dos produtos.

3. - S~o estes três mercados - o de monopólio, o de

concorrência monopolista, o de oligopólio - que

encon-tramos presentemente no mundo real. Não há mercados de

concorrência perfeita, embora haja alguns que deles se

aproximam - os das bolsas de títulos e de produtos.

Re-centemente consideraram-se também próximos dos

merca-dos de concorrência perfeita aqueles em que é livre a

entrada e a saída das empresas e a saída se pode efectuar

sem perdas significativas, aos quais se chamou mercados contestáveis.

Fora de dúvida que, se as empresas souberem lhes é dado

abandonar a indústria quando desejarem e sem sofrerem

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estabele-er- e-' ou r tabelecer- e-á conc rrência. I to pode a on-te er rdati amenon-te ao próprio mer ad de monop 'li e

bri ndo empre a a praticarem preço

impedirem ntrada de competidores.

e. i tên ia de mer ado onte távei

mo tra--n , poi , que até o mer ado de monopólio e de olü~ pólio podem a emelh r- e ao mercado de con orrência perfeita. Independentemente, porém, de outra dificuldade, falta aber e há indú tria u ceptívei de er abandonada

em prejuízo pela empre a. facto é que, segundo parece, até à data não e encontraram nenhuma e)·

Toda ia, nem pela cir un tân ia de não exi tirem merca-do de concorrência rigoro amente perfeita, deixa o libera-li mo económico de preconizar a ua polític : e não pode

haver concorrência perfeita, que ao meno haja o máximo

po í el de concorrência. Por con eguinte, que o Estado se guarde de intervir empre que a acção dele impo sibilite ou dificulte o movimento da empre a; que ó intervenha quando apena ele possa exercer determinada actividade. O não intervencioni mo é, a im, a outra face do liberalismo económico.

Ma não intervencioni mo, como, se o preços estabeleci-dos no mercado de monopólio, de concorrência monopolista e de oligopólio ão todo preços que ofendem, em maior ou menor medida, o máximo bem-e tar?

As im ucede, na verdade, com o preço de monopólio,

que é o preço de equilíbrio entre a procura e aquela oferta cujo

(2) Entre a va ta bibliografia sobre o mercados conte táveis, ver

BAUMOL, "Contestable markets: an upri ing in the theory of industry tructure", Americal1 Ecol1omic RCI/iew, 1982, pago 1 segs; SHEPHARD,

.. ontestabilicy v. compeooon", Alllerical1 Eco/lomic Reviel/l, 1984, pag.572

egs; MI HEL GLAl ,"La I1olll/ellc COl1C11rrel1ce: al1alyse éc0l10Illiqlle", em

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cu to marginal parifica com a receita marginal. omo o

ust marginal é inferior, p r veze muito inferi r ao preço, daí re ultam grandes lucros para a empre a monopolista, e

restrição da oferta, o que tudo prejudica os consumidores. ecerto que há mon pólio que ão concedidos ou alimentado pelo E tado. Quanto a esses, basta que o Estado

deixe de intervir para que ele de apareçam. Ma existem

outro que, como atrá dissemos, ão inevitávei . É o que nomeadamente sucede com o chamado monop 'lio natural: há indú trias em que, por virtude da larga proporção dos capltai

fixo, o quais originam de pe a constantes, a produção

e faz, até longos limite, a custos marginais decrescente e,

portanto, a cu to médios decrescentes também. Ne sas

indú tria ,se porventura chega a haver concorrência, ela leva inevitavelmente a vitória da empresa mais forte, que a im fica

sozinha em campo e fixa o preço óptimo.

E além de te monopólio naturai , que são encabeçado em uma única grande empresa, há ainda outro e entre eles o muito urgido em mer ados de oligopólio, que ão encabeçado em vária grande empre as, resultando de

acor-do expre so ou tácitos, obretudo atravé da fomlação de

cartéi e de lideranças de preço .

omo há-de pretender- e, poi , que o E ta do não

inter-venha em defesa do con umidore ?

O liberali mo económico contrapõe que o male ociai

atribuído aos monopólio ão geralmente muito exagerados.

omeça porque não há monopólio ab oluto . Ele ofrem

empre, em maior ou menor grau, a concorrência do ucedâneo , a que chamámo outrora e), na e teira de An-iaux, concorrência aproximativa. Veja- e o qu acontece com

e)

fr. TEIXEIRA RIDEIRO, Teoria ecollólI/ica dos II/o/lopólios, Coim-bra Editora, CoimCoim-bra, 1934, píg. 230.

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tran porte ferr iário, e empl típic de monopólio natural: têm de ompetir om tr n p rte rodoviário e até

com o tran porte aéreo, o que o obriga a moderar a t rifa.

Acre e qu o crítico d monopólio e quecem o notá ei a pe to po itiv que ele apre entam, contraba-lançando o eu eventuai a pecto negativo. A im: o monopólio pert ncem a empre a gigante, a empre as, por-tanto, que gozam plenamente da vantagen de dimen ão e

conjunção, o que lhe permite produzir a cu tos muito mai

baixo do que o da pequena empre a que exi tiriam em mercado de concorrência perfeita. Por i o, pode perfeitamente

admitir- e que, ape ar de o preço do monopólio ser bastante

uperior ao cu to marginal ele venha a r, por virtude de um menor cu to marginal, inferior ao preço da concorrência.

E há mai : é que a grande empresas podem de tinar, e de

facto de tinam, omas muito maiore a investigação de novos

artigo de con umo, de no o método de produção e de

tran porte, de novo mercado, de novo tipos de organização

indu trial, donde re ultarão invençõe que, aplicadas nas

em-pre a, e tran formam em inovações produtivas, as quais estão

na origem do progre so económico em economia de mercado.

O argumento, como logo e u peita, é de Schumpeter, que

acrescenta er dificilmente concebível a introdução de novo

métodos de produção e de mercadoria se o mercado

de-verem contar de de o início com a condiçõe de concorrência

perfeita (4). Os monopólio ,permitindo a inovações, ão assim

factore do de envolvimanto económico. Não parece, pois,

que o Estado deva intervir no mundo dele.

Aliá , e o pretende se fazer, como eria?

(4) CHUMPETER, Capilalisl/le, oaalisl/le el Démocratie, trad., Payot,

(11)

131

Tratando-se d monopólio de uma ó empresa, podia ser

atravé da nacionalização da indústria monopolizada.

Sim-plesmente, o liberali mo económico, sendo contra a

inter-venção do E tado, é adversário das nacionalizações. Só

admite o exercício de indústrias ou pre tação de serviços pelo

Estado nos casos em que tal exercício e tal pre tação ão

inexequíveis pelos particulare . O motivo é imples: a indústria nacionalizada vai ser gerida ou fi calizada por funcionário, isto é, por pes oas que não têm interesse directo no resultado do negócio, não se preocupando, portanto, com reduzir os

custo e com inovar.

Tratando-se de monopólio resultante de acordo entre

várias empresas, o que e verifica na área do oligopólio, o

Estado podia proibi-lo, sujeitando a pesadas penas as

em-presa que persi tissem no acordo. Todavia, se o acordo fosse

tácito, como sucede em lideranças de preço, a medida teria

e cassos efeitos práticos; e, se fosse expresso, as empresas

conseguiriam safar-se frequentemente, tran formando-o em

tácito.

Em qualquer dos casos, porém, o Estado podia substituir a nacionalização ou a proibição pela regulamentação da indústria.

Regulamentando a indústria, o Estado decretava normas

que modificassem ou controlassem a actividade das empre as.

Ma , com i so, o Estado tinha de lhe prever um lucro normal,

e as empresas, eguras desse lucro, deixariam de ter e tímulo

para e aperfeiçoar e progredir. Por outro lado, sendo a

empre as regulamentada grande empre a , com forte poder

económico e político, muitas veze aconteceria que elas con-eguiriam os favore dos funcionário encarregue da

regu-lamentação, tran fonnando-o em regulamentado.

O liberali mo económico não aceita, pois, contra o

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tendendo a que ele apre entam imp rtante feiç -e p

iti-a , prefere que e apr eitem e a feiçõe, up rtand uma

u outra feiçã negatl a que p rventura urj .

4. - Pa emo ag ra a m r ado de conc rrên i monopoli ta. preço que aí ~e e tabelecem -o, a curto prazo, preço de monopóli e, portanto, de lu r ; e ão, a I ngo prazo, preço de on orrên ia e, portanto, d cu to. Ma

o cu to médio da empre a com que preç êm a coincidir

é um cu to uperi r a cu to m' dio mínimo com o qual

c incidiriam e hou e concorrência perfeIta.

ra, o facto de o cu to médio igual ao preç er uperior

ao cu t mínimo ignifica que a empre a ficam a produzir meno d que a ua capacidade lhe permite; que há, portanto, um exce o de capacidade de produção, que há empresas a mal .

Ma i o erá um grande mal?, pergunta o liberali mo

económico. Não o é muita veze, pelo meno. Poi a

empre a oferecem, não produtos iguai ,ma produto

dife-renciado. ra, quanto maior a gama do produto

diferen-ciado , i to é, quanto maior o número de empre as, maior a po ibilidade de e colha do con umidore. E e ta pos i-bilidade de escolha tem apreciável valor.

5. - Re tam-no o mercado de oligopólio. Ma ó uma parte dele. Porque o mercados em que a grande empre a

e reunem, vi ando a exercer uma acção monopoli ta, es e já foram tratado a propó ito do monopólio . Re tam o outros,

em que as empre a e mantêm di ociada .

Todavia ainda não e abe que preço acabam por e e -tabelecer ne es mercado . Não intere sa, poi , referir a vária teoria que têm procurado decidir o problema. Sabe- e, con-tudo, que muitas das empre a con eguem realizar lucro.

(13)

133

ra. em face de es lucro, o liberalismo económico

toma atitude semelhante à que toma em face dos m nop' lios.

ão lu ro de grande empresas e, portanto, de empresas que não ó ben ficiam da vantagens de dimensão e conjunção

omo e dedicam a inv tigação e introduzem inovaçõe . E tado ó podia intervir regulamentando; ma valem aqui as

me ma razões contra a regulamentação que foram aduzidas aquando do monopólio .

6. - Com isto temo expo ta as ideias capitais do libe-rali mo económico, que apre entamos no eu modelo de

com-pleta liberdade de produção e de consumo para o indivíduos

e de completa abstenção para o Estado. Por falta de e paço, porém, deixamos de referir vários pormenore, apesar de

algun erem significativo, como os que re peitam a liberdade de exercício de profi ões técnica e a desaprovação do e

-tabelecimento de alário por via sindical.

Que pensar da política do liberalismo?

Ela baseia- e, como vimos, nas virtualidade da con-corrência perfeita, uma das quai é a de dizer para quem os ben

são produzidos: ão-no para os consumidores que os possam pagar mais caro. E demon tra- e que tais con umidore

conseguem, assim, a máxima atisfação. Mas tais consumidore ,

porque podem pagar mai caros os bens, são ju tamente o

con-umidores ricos. É a este que o liberalismo económico,

ba eando-se na concorrência perfeita, a egura preferente-mente o máximo bem-e taro Ele perpetua, poi , as enorme

desigualdades de rendimento .

O liberalismo é ensível a esta crítica. Entende, todavia, que o processo de impedir a enormes desigualdade de rendimentos, de eliminar as manchas de pobreza, não é através

da intervenção do Estado, distribuindo ben ao pobre e regulando-lhes, portanto, o consumo, e sim atravé da di

(14)

-tribUl à a ele de poder de c mpr , mediante um e qllema

c mo o d imp t negati de rendim nto. m tal impost

deixaria de ha er p bre ,p i tod di p riam de recurso para

adquirir ~ ben e netal , m ontinuari a haver preço d

ncorrên ia e, p r con eguinte, ati façõe máxima para o

c n UJ11ld re . T da ia, e é erto qu a difi uldade técnica

e financeira d impo to negati o podem r en ida em

pai e economicamente a ançad 0010 o E tado Unido,

também é que o não pod 01 er em paí e economi amente

retardad ,como o pai e pobre

n.

A ríti a con erva, poi ,

muito do eu alor.

Pelo que toca a , o liberali mo c

nfomla-- e com o abll o dele, i to que ão pouco frequente e

contrabalançado pelo a pecto fa orávei da empre a

gigan-te . Ma a erdade é que não prova que o abu o ejam pouco

frequente: ele dependem da facilidade que a empre a

encontrem em praticá-lo em erem perseguida . Por outro

lado, não e negam a vantagen da dimen ão e conjunção, ma ,

embora eja po ível que ela provoquem grande baixa de

cu to ,não e demon tra que tai baixa tragam o preço

óptimo ao ní el do da concorrência. Além di o, não e tá

ainda plenamente confirmada a hipóte e chumpeteriana da

inovaçõe : é que alguma da principai inovaçõe de te éculo

foram introduzida, não por grande, ma por pequena

empre-,como ucedeu com a luz eléctrica, a corrente altema, o

fotocopiador, o rádio frequência modulada(FM), o calculador

electrónico (6).

e)

Ver TEIXEIRA RIBEIRO, LIções de Fillallças Públicas, 4' ed., OImbra Editora, oimbra, 1991, pág. 366.

(6) fr. BAUM L e BLI DER, Ecollomics, 5' ed., Harcourt Brace

(15)

135

Acre e que o liberali mo económico afasta a

nacionali-zaçã e a regulam ntação do monopólio com argumentos

p uco uasórios. Afa t a nacionalização porque o Estado

é pior admini trador do que o particulares. Sim pie mente, se é certo que a maioria da indú tria nacionalizada em vário

paí trabalham em condições deficientes, também o é que

exi te uma minoria que trabalha em boas, e às veze óptimas, condiçõe. Nao pod , pois, dizer- e liminarmente não à

n cionalização de uma indú tria; tem de se a e tudar e de procurar saber e lhe erá propício o ambiente do paí .

E quanto à regulamentação, não só há meio d impedir que a empresa regulamentadas se desinteressem do seu aperfeiçoamento e progre so, como não ão toda, ma apenas

alguma , as que con eguem ubordinar o E tado ao eu

intentos pernicio os. Aliás, e te último a pecto está

rela-cionado com o grau em que a organização política facilite ou dificulte a influência da opinião pública.

Como e vê, a política do liberalismo económico pleno

é uma política largamente indemonstrada. Explica- e, as im,

que - não obstante encontrarmos liberalismo em todo os

paí e de economia capitalista - em nenhum ele vigore na ua forma pura, variando de paí para país a excepçõe que ofre. E com mais ou menos excepçõe ele é hoje aceite tanto pelo partidários da economia capitali ta como por muito parti-dários da economia sociali ta, uma vez que e ta, depois do fracasso do sociali mo de plano, parece apena defen ável como

ocialismo de mercado. Está aí, aliás, a grande vitória do liberalismo económico: o ter conseguido impôr-se ao próprio

ocialismo.

J

.

J

.

TEIXEIRA RIBEIRO

Referências

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