• Nenhum resultado encontrado

FONSECA,Solange Feijó. SOLANGE FEIJÓ FONSECA Marcio Xavier Bonorino Figueiredo Rita de Cássia Tavares Medeiros Raquel Moreira Silveira UFPel

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FONSECA,Solange Feijó. SOLANGE FEIJÓ FONSECA Marcio Xavier Bonorino Figueiredo Rita de Cássia Tavares Medeiros Raquel Moreira Silveira UFPel"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

RETALHOS DE UMA TRAJETÓRIA: RE-CONSTITUINDO AS IMAGENS DA PROFESSORA QUE FUI/SOU

Autor(es): FONSECA,Solange Feijó. Apresentador: SOLANGE FEIJÓ FONSECA Orientador: Marcio Xavier Bonorino Figueiredo Revisor 1: Rita de Cássia Tavares Medeiros Revisor 2: Raquel Moreira Silveira

Instituição: UFPel

RETALHOS DE UMA TRAJETÓRIA: RE-CONSTITUINDO AS IMAGENS DA PROFESSORA QUE FUI/SOU

FONSECA,Solange Feijó.1 FIGUEIREDO, Marcio Xavier Bonorino2

1Aluna do Curso de Pós-Graduação em Educação. Área de Concentração Educação Infantil/FaE/UFPel 2 Orientador da Pesquisa, Prof. Dr.Adjunto UFPel/ESEF/FAE bonorino.sul@terra.com.br

INTRODUÇÃO

Meu enleio vem de que um tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um fio só: meu

enredamento vem de que uma história é feita de muitas histórias Clarice Lispector

A pesquisa irá garimpar o já feito; é uma reflexão sobre minha vida professoral por mais de vinte anos como educadora infantil. Quero descortinar caminhos de uma prática baseada na vida, no diálogo, na amorosidade, nas diferentes linguagens que permeiam o universo infantil. Assim, tomo consciência das estradas escolhidas, das encruzilhadas, dos encontros e desencontros, das parcerias, das marcas tatuadas no caminho, das vivências do apreender e dos espaços vazios que ficaram. Remexer no passado nem sempre é uma experiência agradável, mas mergulhar no passado é submergir num oceano cheio de segredos, saudades, amores e sabores que às vezes dói, machuca, trazendo a superfície da memória um tsuname de sentimentos, emoções, atitudes que preferiríamos deixar lá, nas profundezas, intocáveis, imersos no escuro das águas do tempo. Muitas vezes é entrar ficar encoberto por ela que quase sempre é uma catarse, nos tornamos puros. É a purificação da alma, que nos causa uma enorme sensação

(2)

de bem estar, uma sensação de paz interior consigo mesmo, com o outro e conseqüentemente com o mundo. Estar face a face convivendo com muitas outras que habitam em mim.

MATERIAIS E MÉTODOS

Penso como Josso, quando afirma que a intenção de caminhar conscientemente, para si, é um projeto – processo que só termina no fim da vida. Assim quero socializar a construção de novas alternativas (ensino – pesquisa) com crianças de quatro e cinco anos; relatar experiências / vividas a partir de uma inter-relação professora –alunos e alunas, no micro espaço da sala de aula. A metodologia utilizada será a das narrativas de formação propostas por Nóvoa e Finger (1988), incorporando alguns auto-biográficos sinalizadores e balisadores das mudanças e rupturas que fui operando em minha trajetória de educadora da infância. Minha intenção é desvelar o já feito, através de narrativas de um trabalho realizado a mais de vinte anos com diversas experiências. É oportunizar a socialização desse processo, de maneira nova, para que a educação infantil seja mais prazerosa, mais alegre e menos excludente. A análise de dados será feita através de relatos, utilizando a memória e materiais produzidos (fotos, álbuns e registros). Momentos e acontecimentos charneira são aqueles que representam uma passagem entre duas etapas da vida, um “divisor de águas”, poderíamos dizer. Charneira é uma dobradiça, algo que, portanto, faz o papel de uma articulação. Esse termo é utilizado tanto nas obras francesas quanto portuguesas sobre as histórias de vida, para designar os acontecimentos que separam, dividem e articulam as etapas da vida.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Lançava um verniz. Envernizava. Não havia cambio! Submeteu-me a aulas tradicionais, com lições vazias de vida, onde o saber estava centrado na figura do professor, e ao aluno cabia-lhe aceitar com passividade o saber advindo do professor. A escola furtou muitos saberes, negando-me o prazer da experimentação, da descoberta, da investigação, da problematização e da pesquisa. Foram tantas as práticas sem sentido e significado, sem contextualização. Aprender sobre os diversos tipos de plantas e flores, caule e folhas, pólen apenas por definição que deveria ser memorizada, decorada é carecer do verdadeiro sentido do saber. Até os saberes que poderiam ser vivenciados, deveriam ficar retidos na memória, decorados, pois o mais inteligente era mesmo decorar, memorizar, responder e escrever como nos ensinavam. Vivíamos e víamos nada além das quatro paredes da sala. Lá fora era o meu mundo, pois havia uma horta para correr entre os canteiros, tocar na terra, subir e descer das as arvores, ah! O tão esperado recreio onde o movimento era uma constante. Que escola tão triste, tão pobre era essa! Pobre, pobre, de marre, marre. Não sabia, não descobria que o meu mundo e das outras crianças estava fora da sala, a nossa espera para descobrirmos seus segredos, seus mistérios. Ela era verdadeiramente pro lê ta ri a!

(3)

do universo escolar. Essas lembranças me fizeram buscar com saudade os vestígios de minha vivência pessoal e profissional, que construí, reconstruindo, através de ações e reações, papéis indissociáveis do sujeito pensante e atuante que sou. Significa retroceder e desenrolar a linha do tempo re-visitar o passado a partir do próprio presente, pensando a pessoa e o profissional que vive em mim.

Tornar em evidência e rememorar como aprendi com as lições da vida, apreendendo com minha própria experiência. Num embolar com passado e futuro para questionar o presente, por fim como me tornei a mulher / professora que sou hoje, agora! Expondo fatos significativos de minhas práticas que vão além do imaginário infantil.

Nos últimos anos tenho desenvolvido diferentes práticas de ensino com meus alunos promovendo a construção de um conhecimento mais integrador. Minha preocupação é atender as necessidades das crianças constituindo um espaço de socialização, de convivência entre iguais e diferentes e suas formas de pertencimento. Com espaços de cuidar e de educar, que permitam à criança: explorar o mundo, tendo acesso aos diferentes tipos de materiais como livros, brinquedos, materiais para teatro, jogos e momentos para o desenvolvimento para o lúdico, oportunizando uma inserção, uma interação com o mundo e com todos os envolvidos neste processo de forma ampla e formadora, permitindo uma vigilância constante no trabalho desenvolvido.

Já estou completando quase 25 anos de trabalho docente. Falar de minhas experiências professorais, minhas inquietações, o meu fazer me levam a um mundo de lembranças, cheiros, amores, sabores e saudades. Lembranças que me fazem viajar e buscar com saudade os vestígios de minha vivência pessoal e profissional, que construí, reconstruindo através de ações e reações, papéis indissociáveis do sujeito pensante e atuante que sou. Significa retroceder no tempo e, buscar retalhos de minha história que deram um tempero especial no exercício de minha docência. Olhar, olhar e olhar..., Mergulhando e reproduzindo o passado a gora muiiito presente!

Penso que registrar, deixar marcas implica em reflexão, pois registrar o vivido é uma forma de comunicar o que foi feito e como foi feito; possibilitando repensar e também partilhar minha práxis construída no dia a dia com as crianças. Vou desbravar experiências significativas da minha vida, talvez encontre alguns momentos – charneira2 como advoga Josso. Acredito, que registrar

fatos, acontecimentos e situações que envolvam o cotidiano da escola infantil é fundamental, pois o educador comprometido com a criança, busca aprimorar sua prática, uma vez que através dos dados registrados é possível, ver, rever, ler, reler, pensar, re-pensar, planejar, re-planejar e, sobretudo aprender muito. Nesse processo me torno escritor, sujeito da minha práxis, escriba que faz história...Deixa marcas para além dos horizontes!

CONCLUSÕES

PRIMEIRAS PISTAS PARA PENSAR

Minhas experiências sempre foram com maternal, nível A e nível B onde permaneço até os dias de hoje. Na época, iniciante na profissão, procurava realizar um trabalho diferenciado. Buscava sempre inovar para que as tardes fossem prazerosas, baseadas na amorosidade, no diálogo, na afetividade, recheado de movimento,

(4)

brincadeira, fantasia, música, na exploração de ambientes intra e extra – escolar, na livre expressão, enfim, desenvolvia as infinitas e diferentes linguagens no espaço escolar para contemplar o educando na sua totalidade. Um trabalho onde professora – alunas/os conectados com o meio, com o universo e com a vida em geral possam construir um verdadeiro processo de ensino aprendizagem.

Hoje, refletindo e desenrolando o já feito, percebo a importância de oportunizar experiências que envolvam o movimento da descoberta, do prazer, da vida, da amorosidade, das emoções, do encantamento que rodeiam o universo infantil. Garantindo a conecção com a liberdade de sonhar, fantasiar, brincar, ousar para além da imaginação, que é um dos elementos sustentadores da vida. É, é ai, que se lançam as primeiras sementes de amor, valorizando a pessoa que se revela na criança. Assim sendo,Gadotti afirma: “Para isso é necessário que a amorosidade reforce a seriedade para estudar e produzir” visando uma educação integrada na construção do coletivo. Neste espaço é fundamental o respeito à vida, do estar frente a frente com o outro em uma constante aprendizagem do olhar, pois vejo no outro um outro eu digno de tanto respeito quanto eu mesmo que contempla o processo educativo e a construção do conhecimento crítico e integrado com a realidade. Nessa fase inicial da pesquisa começo a vislumbrar essas pequenas sinalizações de mudanças, de permanências e rupturas, que serão categorizadas, aprofundadas e colocadas diante de referenciais teóricos que preciso garimpar e elucidar. Assim as dobradiças se farão visíveis. (ao menos, para meu auto-conhecimento e provavelmente para minha auto-formação) – tateios imprescindíveis para mudanças futuras.

REFERENCIAS

BD’AVILA, A.M. BERNARDI, R.M.Construção de uma Escola: Ousadia e prazer.

Passo Fundo Ediuf, 1997.

BOFF, L.. Saber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra .Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

CAVALCANTE, R. Educação Biocêntrica - Um portal de acesso à

inteligência afetiva.

CAVALCANTE, R. Educação Biocêntrica Um Movimento de Construção Dialógica. Fortaleza: Edições CDH, 1999.

DALLA VECCHIA, A.M. Educação e Afetividade em Paulo Freire: Pedagogia da Autonomia. (texto didático)

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários á Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 –

(5)

JOSSO, M. Experiências de vida e formação / São Paulo: Cortez, 2004. MOLL, Jaqueline (ORG). Ciclos na vida, tempos na vida: criando possibilidades. Porto alegre; Artmed, 2004.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários á educação do futuro / Edgar Morin ; tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya ; revisão técnica de Edgar de Assis de Carvalho. – 2. ed. – São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : UNESCO,2000. NOVOA ,A & FINGER, M. (org.) o Método (Auto)biográfico e a formação. Lisboa,

Ministério da Saúde: Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional, 1988. Outras:

Seminário: Narrativas de Formação (agosto de 2007). PPGEEducação (UFPEL/FAE). Organizadora Prof. Dra. Lucia Maria Vaz Peres.

Referências

Documentos relacionados

WESLEY SAFADAO SOLANGE ALMEIDA... IVETE SANGALO

É preciso observar, contudo, a indispensável demonstração da boa-fé, que no caso não parece ser a boa-fé subjetiva, isto é, a ignorância quanto à existência de

As primeiras discussões acerca da elaboração do projeto de normatização da oferta da Educação Profissional e Tecnológica, no Sistema Estadual de Ensino de

Serviço de obtenção de selos de Confiabilidade: De posse do access token, a aplicação pode chamar o serviço para saber quais selos o usuário logado

Marques da Fonseca, Manoel Marques da Fonseca e sua familia, Leopoldo .Marques da Fonseca c sua familia, José Ricardo dc Medeiros c sua faniila, João Soares tlc

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

Embora seja comum, por exemplo, atribuirmos a origem da noção de inércia tão- somente a Newton, já encontramos “traços” desse princípio físico em O Mundo, no mesmo capítulo

Após a realização da normalização dos espectros da articulação (figura 4B) é notório perceber também uma maior intensidade no grupo controle além de uma maior uniformidade nos