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OS MARCADORES CONVERSACIONAIS NA FALA DOS INFORMANTES DO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL: UMA ABORDAGEM SOCIOLINGUÍSTICA

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Marcadores conversacionais 3 ______________________________________________________________________

OS MARCADORES CONVERSACIONAIS NA FALA DOS

INFORMANTES DO PROJETO ATLAS LINGUÍSTICO DO BRASIL:

UMA ABORDAGEM SOCIOLINGUÍSTICA

Valter Pereira Romano1

Resumo

Partindo da análise de áudio e transcrições do discurso de informantes do Projeto ALiB naturais de duas capitais brasileiras (Macapá e Florianópolis), o presente artigo tem como objetivo verificar os elementos conhecidos na Análise da Conversação como Marcadores Conversacionais, presentes em discursos assimétricos de oito informantes. Com base em Marchuschi (1989), apresentamos a classificação dos MCs por meio de gráficos e tabelas. De posse dos resultados, comparamos a produtividade segundo a faixa etária e o sexo dos informantes nestas duas localidades.

Palavras-chave: Projeto ALiB. Florianópolis. Macapá. Marcadores conversacionais.

Abordagem Sociolinguística

CONVERSATIONAL MARKERS IN THE SPEECH OF THE

INFORMANTS OF BRAZIL LINGUISTIC ATLAS: A

SOCIOLINGUISTIC APPROACH

Abstract

Based on the analysis of audio and transcripts of the speech of informants of Project ALiB natural of two Brazilian capitals (Macapá and Florianópolis), this paper aims to verify the known elements in Conversation Analysis as Conversational Markers, present in asymmetrical discourses of eight informants. Based on Marchuschi (1989), we present the classification of MCs through charts and tables. With the results, we compare the productivity according to age and sex of respondents in these two locations.

Keywords: Project ALiB. Florianópolis. Macapá. Conversational markers. Sociolinguistic approach.

Introdução

Este trabalho discute a presença dos marcadores conversacionais na fala de informantes naturais de duas capitais brasileiras, Macapá e Florianópolis. Para tanto, verificamos a

1

Mestre em Estudos da Linguagem (2012). Doutorando em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. Pesquisador do Atlas Linguístico do Brasil - projeto interinstitucional que tem sua sede nacional na UFBA. Desenvolve pesquisas na área de Dialetologia e Sociolinguística e atua como editor da Revista Signum: Estudos da Linguagem

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presença desses elementos nas três posições do turno conversacional, início, meio e fim e as suas respectivas funções em cada uma dessas posições. Assim, primeiramente, fazemos a conceituação e caracterização da língua falada com o enfoque para os marcadores conversacionais e, em seguida, a apresentação e a discussão dos resultados obtidos a partir de entrevistas do Projeto ALiB2.

O corpus deste trabalho constitui-se de entrevistas gravadas pela equipe do Projeto ALiB nas duas localidades supracitadas. Trata-se de discursos assimétricos de oito informantes naturais de cada uma das capitais em pauta. Para este estudo, consideramos apenas os informantes de nível fundamental de escolaridade. Portanto, os dados referem-se à fala de quatro macapaenses distribuídos equitativamente segundo as variáveis extralinguística: sexo (masculino e feminino) e faixa etária (Faixa 1: 18-30 e Faixa 2: 50-65 anos) e quatro florianopolitanos considerando também os mesmos critérios de estratificação.3

Nesta oportunidade, analisamos os discursos referentes à questão 003 dos

Temas Para Discurso Semidirigidos constantes na parte final dos Questionários do

ALiB (COMITÊ NACIONAL, 2001). O tópico discursivo na ocasião é a descrição de como é o dia-a-dia no trabalho do informante. Assim, temos por finalidade discutir o papel das variáveis sociolinguísticas (sexo e faixa etária) na realização dos marcadores conversacionais, bem como quantificar e qualificar estes marcadores.

Algumas características da língua falada

A língua falada é definida como a atividade comunicativa na qual participam dois ou mais interlocutores que partilham o mesmo espaço e tempo, alternando-se, entre si, no desenvolvimento de assuntos diversos. Nessa modalidade, os assuntos ou temas abordados no processo interativo são os denominados tópicos discursivos que, por sua vez, se organizam em turnos conversacionais.

2

O Projeto Atlas Linguístico do Brasil, doravante ALiB, é um projeto de pesquisa nacional e interinstitucional, com sede na Universidade Federal da Bahia, sob a presidência da Drª. Suzana Alice Marcelino Cardoso e dirigido por um Comitê Nacional formado por pesquisadores de universidades de oito estados. O Projeto ALiB visa a descrever a variante brasileira da língua portuguesa nos níveis fonético-fonológico, semântico-lexical e morfossintático, por meio da aplicação de questionários a informantes de todo território nacional, para, assim, formar um banco de dados que, posteriormente, será utilizado para a elaboração de um Atlas Linguístico de âmbito nacional.

3

Embora o Projeto ALiB documente oito informantes nas capitais brasileiras, contemplando na coleta de dados quatro informantes de nível fundamental e quatro de nível superior, nesta oportunidade, exploramos apenas os dados relativos aos informantes de nível fundamental, assim identificados ao longo do estudo: HF1EFund (homem, faixa etária 1 de Ensino Fundamental), MF1EFund (mulher, faixa etária 1 de Ensino Fundamental), HF2EFund (homem, faixa etária 2 de Ensino Fundamental) e MF2EFund (mulher, faixa etária 2 de Ensino Fundamental).

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Os turnos são os segmentos de fala produzidos pelo falante com direito a voz no processo interativo (CASTILHO, 2011), ou seja, é a vez pela qual cada um dos interlocutores tomam a palavra para si, a fim de se expressar acerca de determinado tema (tópico).

Ao conversar, os interlocutores se envolvem em pelo menos três estratégias discursivas: a de manutenção do turno; a de „assalto‟ ao turno do outro e a de passagem consentida de turno. A atividade discursiva, portanto, pode ser caracterizada em dois modelos básicos, o simétrico e assimétrico.

O modelo simétrico é a conversação em que ambos os interlocutores têm o mesmo direito não só de tomar a palavra, mas também de escolher o tópico discursivo, direcionando-o de acordo com o tempo de participação. Já, no modelo assimétrico, ocorre uma prioridade no que diz respeito ao uso da palavra, cabendo a um dos interlocutores começar a conversação, conduzi-la e também mudar o tópico4. Assim, numa situação de entrevista, geralmente, o mais comum é o discurso assimétrico, embora o documentador busque o máximo de espontaneidade do falante.

No interior de uma conversa, o fluxo da conversação pode desenrolar-se com naturalidade, de modo contínuo e, portanto, mais rápido; ou pode ser truncado, dando origem a descontinuidades que conferem um ritmo menos desenvolto ao desenvolvimento do tópico discursivo. Esta dinâmica da concretização dos turnos dá-se, sobretudo, pelo fato de os interlocutores partilharem o mesmo espaço físico simultaneamente. Assim, numa situação de conversa é possível avançar, voltar, „fugir‟ do tópico, inserindo explicações e digressões sem, contudo, perder a interação.

Outra característica importante da língua falada é o fato de o discurso ser planejado ao mesmo momento da execução, diferentemente da língua escrita em que existe o planejamento prévio. Ou seja, na língua falada o planejamento é realizado localmente, ao passo que a escrita se processa lentamente com possibilidade de revisões e correções “tanto com relação ao desenrolar-se das informações, como com relação à escolha de formas, tanto de vocábulos como de formas morfológicas e sintáticas” (CAMPOS, 1989, p.203).

Pelo fato de o planejamento ser simultâneo ao momento da execução, é comum na língua falada observarem-se processos de sua própria criação tais como hesitações, falsos começos, reorganização do discurso, recuos e sobreposição de fala, além de

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No caso das entrevistas do Projeto ALiB, trata-se de discursos assimétricos, pois o documentador, também denominado como inquiridor, conduz a entrevista aplicando os diversos questionários.

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marcas de monitoramento o que confere ao discurso oral uma maior espontaneidade e facilidade de compreensão (CAMPOS, 1989). Dessa forma, verifica-se o frequente emprego de recursos prosódicos tais como pausas, articulação enfática, alongamentos, itens lexicais e pré-lexicais ou mesmo expressões mais complexas, os denominados Marcadores Conversacionais, doravante MCs. Na próxima seção, apresentamos um maior detalhamento destes importantes recursos não somente na construção textual como também no processo interativo.

Marcadores Conversacionais

Os marcadores conversacionais têm sido largamente estudados desde o início das primeiras pesquisas na área da Análise da Conversação. Passaram de simples palavras expletivas da língua a elementos de grande importância nos processos de interação conversacional, marcas linguísticas polifuncionais que podem exercer desde funções meramente conectivas (sintáticas) até metadiscursivas (comunicativas).

Os marcadores conversacionais designam não somente elementos verbais, mas também elementos prosódicos que caracterizam a fala. Segundo Castilho (2011, p.47), os MCs são a verbalização do monitoramento da fala frequentemente vazios de conteúdo semântico, mas muito importantes para manter a interação.

Podemos observar diferentes categorizações para diferentes autores em relação aos MCs. Fraser (1999) nota duas classes principais de MCs: aqueles que relacionam tópicos – ou seja, aqueles que envolvem algum aspecto da condução discursiva e os que relacionam mensagens – aqueles que se referem algum aspecto das mensagens veiculadas pelos segmentos que seguem e precedem o marcador.

Para Castilho, (1989, p.273-274) os MCs. comportam dois cargos específicos: o interpessoal, que serve para administrar os turnos conversacionais; e o ideacional, em que os falantes acionam os marcadores para negociação e desenvolvimento do tema. Essa classificação funde-se com a de Risso (1996, p. 423), em que a natureza da ação discursiva dos MCs permite que estes se distribuam entre dois planos: na estrutura textual, com a organização da informação, ou na estrutura interpessoal, com a organização das relações entre os interlocutores. Assim, os MCs atuam no plano da enunciação textual-interativa com funções tanto de projetar relações interpessoais (quando o foco funcional não está no sequenciamento de partes do texto) quanto destacar a articulação textual (quando a prevalecente não se encontra mais no eixo da interação).

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No que se refere ao Português brasileiro, o estudo pioneiro acerca dos MCs é o de Marcuschi (1989) que apresenta um plano sistemático considerando (i) as classes gramaticais que assumem o papel de MCs; (ii) sua distribuição no enunciado e (iii) suas funções. A seguir, detalhamos a classificação de Marcuschi (1989)

Classificação dos MCs segundo Marcuschi (1989)

Quanto à classe gramatical que assume papel de MCs, Marcuschi (1989, p. 290) afirma que estes não se constituem numa classe própria, ou seja, qualquer classe pode assumir este papel, pois o sentido original do vocábulo, seja ele verbo, adjetivo, advérbio etc é alterado, passando do sentido mais concreto para um mais abstrado, o que lhe atribui um sentido interacional ou mesmo de organização textual. Conforme atesta o autor “não é pela classe gramatical que identificamos o MC, mas pela função que aquela forma tem na interação.”(MARCUSCHI, 1989, p. 290)

Com a finalidade de sistematizar as formas dos MCs em classes, Marcuschi (1989) apresenta a seguinte classificação:

1) Marcadores simples – formados por apenas uma palavra.

2) Marcadores compostos – aqueles que possuem tendência sintagmática. 3) Marcadores oracionais – se realizam em pequenas orações. Para Marcuschi

(1989) esta categoria de marcadores engloba também os de caráter estritamente semântico e pragmático como as paráfrases, os resumos, as repetições de frases curtas.

4) Marcadores prosódicos – realizados com recursos prosódicos tais como entonação, a pausa, a hesitação, o tom de voz etc.

Quanto à posição dos MCs no enunciado, Marcuschi (1989) afirma que não existe um posicionamento fixo, pois é possível a ocorrência dos MCs tanto no início, no meio ou no fim da cadeia sintagmática do discurso.

Já quanto à função, existem duas categorias (i) os pragmáticos (considerados como interpessoais para Castilho (1989)) orientados para a interação verbal e os marcadores textuais (ou ideacionais, segundo a nomenclatura de Castilho (1989)) voltados para a organização do texto. Nas palavras do autor: “os MCs operam simultaneamente como organizadores da interação, articuladores do texto e indicadores de força ilocutória, sendo, pois, multifuncionais” (1989, p. 292).

Os MCs que desempenham funções pragmáticas (interpessoais) cumprem alguma função advinda diretamente da relação entre os interlocutores, integrando o

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componente interacional da linguagem. Os MCs que desempenham funções textuais (ideacionais) operam num nível hierarquicamente superior ao da sentença e funcionam como mecanismos de coesão textual, estabelecendo um tipo de relação semântica e estrutural entre diferentes unidades discursivas. Os MCs apresentam fortes tendências para cumprir concomitantemente as duas funções que simultaneidade podem se dar: com predominância de uma das funções, que é a situação mais frequente; com expressão forte das duas funções; ou com uso fracamente expressivo de ambas as funções. Está-se tratando, no entanto, de funções gerais, em cujos domínios uma ampla variedade de subgrupos pode ser apontada.

Neste trabalho, nos atemos à classificação dos MCs a partir da proposta de Marcuschi (1989), dando-lhes um tratamento quantitativo à medida que buscamos fazer o levantamento e classificação dos MCs e qualitativo buscando comparar as diferentes categorizações conforme o perfil sociolinguístico dos informantes.

Análise e discussão dos dados Dados referentes a Macapá

Na amostra selecionada para este estudo, documentamos 73 (setenta e três) marcadores conversacionais, distribuídos entre três classes principais (prosódicos, simples e compostos). Esses marcadores encontram-se nas três posições do turno conversacional (início, meio e fim) englobando as duas grandes funções dos MCs, a pragmática e a textual.

A seguir, apresentamos um quadro com o número dessas ocorrências e a sua classificação.

TABELA 1 - Classificação dos marcadores conversacionais constantes do corpus de Macapá

MACAPÁ

Informante exemplo Classe Posição função

início meio fim

HF1EFund lega::l cara tipo bagu::nça PA::lco eve::ntos te::ndas camaro::te arquibanca::da éh:: assim prosódico simples simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico simples X X X X X X X X X X X pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático

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Marcadores conversacionais 9 ______________________________________________________________________ SHOW assim co::Isa TEMpo DISSso esTUdo prosódico simples prosódico prosódico prosódico prosódico X X X X X X pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático MF1EFund trabaLHEI famí::lia não TUDO laVÁ paSSÁ cuziNHÁ cuiDÁ SETE aí:: trabalhá:: né TARDE Né Daí IA prosódico prosódico simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico simples prosódico simples simples prosódico X X X X X X X X X X X X X X X X pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático HF2EFund Ah BEM né óia A::NO Aí muí::to aí então ti::Ra aí CE::Nto Então Né Então BAR me::nte Novo Dessa Vizi::nha ce::do BARba TODA Calo::r simples prosódico simples simples prosódico simples prosódico composto prosódico simples prosódico simples simples simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático textual pragmático textual pragmático textual pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático MF2EFund Ah DEMAIS Simples prosósico X X textual pragmático

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Marcadores conversacionais 10 ______________________________________________________________________ assim cê vê (você vê) assim lanÇA cava::lo eMOcionante laÇAva laÇAva beze::RO laÇAva va::ca LEIte TUDO minha filha EMOÇÃO simples composto simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico composto prosódico X X X X X X X X X X X X X X X textual Pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático

Conforme verificamos, os informantes registraram um número aproximado de marcadores em relação uns aos outros. O informante HF1EFund registrou 17 marcadores em seu discurso, a informante MF1EFund. apresentou 16 ocorrências de MCs. O informante HF2EFund foi que mais registrou ocorrências de MCs (23) ao passo que a informante MF2EFund apresentou em seu discurso 17 registros.

Quanto à classificação desses marcadores conversacionais segundo as variáveis sociolinguísticas, temos a seguinte distribuição (FIGURA 1):

FIGURA 1 - Distribuição dos MCs considerando o perfil sociolinguístico do informante e Classe dos MCs

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Verifica-se por este gráfico que predominou no corpus referente a Macapá os MCs prosódicos, tanto na fala de informantes pertencentes à faixa 1 quanto nos da faixa 2, seja ele em forma de alongamento ou entonação, conforme observamos na fala da informante MF1EFund, transcrito a seguir5:

INF.- A última vez que trabaLHEI foi numa casa de famí::lia. A mulher não/ ela não pagava o salário, não, ela pagava só cento e cinqüenta, só que era/ pra mim fazê TUDO laVÁ, paSSÁ, cuziNHÁ, cuiDÁ duma minina e saí SETE hora da noite. Aí:::. não dava pra mim trabalhá:::, né, eu tinha que saí TARDE, tinha dois filho, né, ficava ruim d‟eu saí muito tarde. Daí eu saí. Eu disse pra ela que eu num IA mais trabalha. Foi em dezembro isso. (MF1EFund)

O uso desses marcadores prosódicos, segundo Marcuschi (1989), contribui para a interação, servindo também como força ilocutória. Assim, a informante deixa marcada, neste discurso, a ênfase pretendida. Ou seja, sua atitude de reprovação às atividades que desenvolvia no seu último trabalho contribuindo para manter o interlocutor, no caso o documentador, prestando atenção no assunto em pauta, à medida que pronuncia algumas palavras em um tom mais forte.

Também exercendo função pragmática, os alongamentos funcionam como uma estratégia para o planejamento que ocorre simultaneamente ao momento em que fala, até mesmo, pelo fato de a informante ter que fazer um resgate em sua memória das atividades que desenvolvera no passado.

Quanto à posição no enunciado, os MCs em posição medial foram os mais produtivos, pois obtiveram 68 ocorrências. Em posição inicial e final, encontram-se cinco ocorrências em cada uma dessas posições. Na Figura 2, observamos a distribuição desses MCs segundo o perfil dos informantes.

5

A transcrição dos trechos foi adaptada às normas do Projeto NURC (Norma Urbana Culta). Mais informações sobre as normas de transcrição podem ser obtidas em Castilho (2011, p. 34 e 35).

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Figura 2. Distribuição dos MCs considerando a posição no enunciado e o perfil

sociolinguístico do informante

O informante masculino da segunda faixa etária foi o que registrou o maior número de ocorrência dos marcadores mediais, isso se deve pelo fato de o seu discurso ser o mais longo em relação aos outros informantes da localidade.

Quanto aos marcadores iniciais, a produtividade foi pequena nas faixas etárias e em ambos os sexos. Destacamos, a seguir, o discurso do informante HF2EFund:

INF.- (...) óía, eu trabaiei em final de semana, passada, agora eles iscalaro pra nóis, trabalhei dia de A::NO (...) (HF2EFund)

O uso do marcador em destaque, no início do turno, indica que o informante interage com o interlocutor com a intenção de chamar a atenção para o que está sendo enunciado, trata-se, portanto, de um marcador pragmático. O verbo olhar (variante fonética „óia‟) perde seu sentido original, e passa a desempenhar um importante papel para o início da conversação, como forma de interagir com o interlocutor. Outros marcadores como, por exemplo, o pré-lexical “ah”, também ocorre nesta posição, conforme se observa no discurso da informante MF2EFund.

INF.- Ah! DEMAIS, corria, laçava boi tudo assim, ce vê esses vaquero trabalhando? (MF2EFund)

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A maioria das funções desempenhadas pelos MCs registrados em Macapá é a pragmática (aquela que visa à interação), pois dos 73 MCs registrados, apenas 10 possuem função textual, como nos exemplos a seguir.

INF.- Eu acho lega::l cara, um trabalho que... tipo gosta de... ta na bagu::nça.(HF1EFund.)

INF.- (...) Aí na nossa bera rio suja mu::ito, tem muitos quiosque, aí então o pessoal ti::ra, a hente (gente)... pega umas horinha aí, às veiz é cem por CE::Nto,(...) (HF2EFund)

Destacamos na fala de HF1EFund a presença tanto de marcadores pragmáticos como por exemplo o vocábulo „cara’, usado para se referir ao documentador, quanto marcador textual „tipo’, que nesse contexto, tem a função de articulador coesivo para exemplificar o perfil de trabalho que agrada ao informante. O uso do marcador ‘cara’ justifica-se pela situação comunicativa, na qual os interlocutores (inquiridor e informante) eram do mesmo sexo e tinham aproximadamente a mesma faixa etária.

Já na fala do informante HF2EFund a presença do marcado ‘Aí’ em posição medial intraturno desempenha a função textual, pois confere ao discurso a progressão do conteúdo relatado, servindo como um conectivo que „liga‟ as informações ainda a serem apresentadas a todo o contexto já enunciado. O mesmo acontece com o MC composto ‘aí então’ também localizado em posição medial intraturno, importante, nesse contexto, dada a sua função textual, ou seja, é um termo coesivo fundamental para a progressão do tópico discursivo.

Na próxima seção, passaremos à apresentação dos dados referentes à Florianópolis

Dados referentes a Florianópolis

Nos dados referentes a Florianópolis, foram documentados 89 registros de MCs, dos quais 44 deles classificam-se como prosódicos, 34 são simples, 10 compostos e apenas um é oracional. Estes MCs estão distribuídos nas três posições do enunciado (início, meio e fim), com a predominância dos marcadores mediais (76), desempenhando funções pragmáticas e textuais. A seguir, apresentamos o quadro com a classificação dos principais MCs identificados no corpus de Floranópolis.

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TABELA 2 - Classificação dos marcadores conversacionais constantes do corpus de Florianópolis

FLORIANÓPOLIS

Informante Exemplo classe Posição função

início meio fim

HF1EFund comandá:: tARde né exato aí aBÓbora ah cobrá:: imagina né quando tu pega no pé de alguém aí cobrá:: prosódico prosódico simples simples simples simples simples prosódico simples simples oracional simples prosódico X X X X X X X X X X X X X pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático MF1EFund do meu? Éh gosTÁ ISSO meLHOR né né então:: MIM Né gosTÁ NÃO tô:: composto simples prosódico prosódico prosódico simples simples simples prosódico simples prosódico prosódico prosódico X X X X X X X X X X X X X pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático HF2EFund eu:: dorMI aí depois aí pra:: ELE PRATO LÁ traBAlho eu já era... já... já era aí com aí depois prosódico prosódico composto simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico composto composto composto X X X X X X X X X X X X pragmático pragmático textual textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual textual

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Marcadores conversacionais 15 ______________________________________________________________________ aí miliTAR poli poli... aí... então amiZADE ensiNÔ né simples prosódico prosódico simples simples prosódico prosódico simples X X X X X X X X textual pragmático pragmática pragmática textual pragmática pragmática textual MF2EFund Bom de::: né Ah Assim porquÊ assim gente:: EU Né PAI Assim MEMO BEM cari::nho né CONVERSÁ TOMA café:: JANTA ale::gre GE::NTE né por exemplo mari::do FI::LHO Ah por exemplo o:: por exemplo CÔMADA BÍBLIA sempre tem FILHA né né cateQUISTA aí::

tudo isso aí né Simples prosódico simples simples simples prosódico simples prosódico prosódico simples prosódico simples prosódico prosódico prosódico simples prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico prosódico simples composto prosódico prosódico simples composto prosódico composto simples prosódico composto prosódico simples simples prosódico prosódico composto simples X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X textual pragmático pragmático pragmático textual pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático textual pragmático textual pragmático pragmático textual pragmático pragmático pragmático pragmático prosódico textual pragmático

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Marcadores conversacionais 16 ______________________________________________________________________ assim SALA Né simples prosódico simples X X X textual pragmático pragmático

Em relação ao perfil dos informantes, verificamos que os pertencentes a segunda faixa etária realizaram um maior número de MCs, pois, enquanto os informantes HF1EFund e MF1Efund (faixa 1) registraram 13 ocorrências cada um, os informantes HF2EFund e MF2Efund (faixa 2) apresentaram 20 e 43 MCs, respectivamente. Novamente, aqui se ratifica o mesmo que ocorreu em Macapá, pois os informantes pertencentes a segunda faixa etária apresentaram um discurso maior, ou seja, mais interesse para o desenvolvimento do tópico discursivo A seguir, apresentamos a classificação dos MCs segundo o perfil dos informantes.

FIGURA 3 - Distribuição dos considerando o perfil sociolinguístico do informante e Classe dos MCs

Conforme observamos na Figura 3, a informante MF2EFund foi a que registrou o maior número de MCs prosódicos, tantos entonacionais quanto os alongamentos.

INF.- (...) EU como qualqué da família, uma casa aconchegante, né, como o

PA::I assim, ou MEMO otra pessoa sabem recebê BEM as pessoas... cari::nho, né, a gente CONVE::RSA, a gente... troca ideia, a gente... TOMA café:: ou JANTA... gente ale::gre, a gente fica contente, eles ficam

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Dentre os marcadores simples, podemos apontar alguns com função textual e pragmática, como o „aí‟, „né‟, „ah‟, „éh‟, presentes na fala de todos os informantes, independentemente do da faixa etária e do sexo.

INF.- Ah, qué cobrá::, alguma coisa que não sabe o que tá falando. (HF1EFund)

INF.- Éh, gostá, gosTÁ num faço, mas eu tô estudando pra ISSO, pra tê um emprego (...) (MF1EFund)

INF.- (...) MEMO otra pessoa sabem recebê BEM as pessoas... cari::nho, né, a gente CONVE::RSA (...) (MF2EFund)

Nos excertos dos dois primeiros discursos citados, observamos que as expressões pré-lexicais podem ser classificadas como MCs simples, pois são expressos por apenas um vocábulo. Possuem, nesse contexto, caráter pragmático que visa à interação com o interlocutor, podendo até mesmo ser um recurso utilizado pelo informante para o planejamento de seu discurso. O uso do MC ‘né’ na fala do informante MF2EFund também revela o caráter pragmático deste MC, que busca uma aprovação do interlocutor sobre o fato relatado para poder dar continuidade ao tópico.

INF.- Antigamente eu:: fui pra Santos, saí de casa com... novinho, dezessete ano, dorMI... em baxo de ponte, passei fome, aí depois teve uns/ aí peguei amizade com um espanhol lá, que tinha um restaurante - perto da casa dele -

aí ele me convidô pra:: pra ir trabalhá com ELE, (...) (HF2EFund)

INQ.- Me fala um pouquinho do seu trabalho. INF.- Do meu? (...) (MF1EFund)

Já no discurso do informante HF2EFund, encontramos o marcador simples „aí‟ e o marcador composto „aí depois‟, que neste contexto, possui uma importante função textual. Trata-se de um articulador que dá continuidade ao discurso, ou seja, confere progressividade ao que estás sendo relatado (o tópico).

No segundo trecho, o da informante (MF1EFund), verificamos o marcador composto „Do meu?”, em forma de pergunta. Trata-se de um marcador inicial pragmático, utilizado pela informante como estratégia de planejamento enquanto a inquiridora reformula o enunciado que dá início ao tópico discursivo.Ou seja, esta pergunta não significa que ela não entendeu o enunciado anterior, mas sim é um

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recurso utilizado para processar a informação antes de falar, trata-se, pois, de uma estratégia de planejamento local.

O único MC oracional registrado em Florianópolis foi encontrado no discurso de HF1EFund:

INF.- É bom até num pegá no pé de alguém, quando tu pegá no pé de alguém, aí o mundo cai. (HF1EFund)

Neste trecho, o informante numa relação dialógica com o inquiridor (documentador), utiliza uma pequena oração „quando tu pegá‟ como forma de interagir e levar o interlocutor a se posicionar frente ao fato enunciado, esta é uma estratégia que usa ele usa para manter o documentador envolvido em seu relato, como forma de conferir uma interação mais eficaz.

Quanto à posição dos MCs nos enunciados, apresentamos a seguinte distribuição (FIGURA 4):

FIGURA 4 - Distribuição dos MCs considerando a posição no enunciado e o perfil sociolinguístico do informante

Predomina no corpus, os marcadores mediais na fala de todos os informantes. Os informantes da primeira faixa etária (HF1EFund e MF1EFund) apresentaram menos MCs, até mesmo pelo fato dos discursos serem menores. Ao passo que o contrário aconteceu com os informantes da segunda faixa etária.

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______________________________________________________________________ INF.- É estressante. A gente tem que comandá:: por TARde quinhentos e quarenta hora por tarde, né, aturá um monte de gerente de transporte num entende nada falano no teu ovido. (HF1EFund)

INF.- Antigamente eu:: fui pra Santos, saí de casa com... novinho, dezessete ano, dorMI... em baxo de ponte, passei fome, aí depois teve uns/ aí peguei amizade com um espanhol lá, que tinha um restaurante - perto da casa dele - aí ele me convidô pra:: pra ir trabalhá com ELE, lavá PRATO, prá ganhá comida e dormi num... dormi na casa dele, fui prá LÁ, e com cinco/ com seis meses de traBAlho (HF2EFund)

A recorrência de MCs mediais deve-se ao fato de nas entrevistas do Projeto ALiB a prioridade da enunciação é do informante, principalmente nos Temas para os Discursos semidirigidos em que busca o máximo de espontaneidade do falante. Ou seja, o inquiridor evita ao máximo interromper a elocução do informante com o objetivo de buscar um discurso cada vez mais informal. Dessa forma, o tópico discursivo é inserido apenas uma vez na entrevista (pelo inquiridor) e o informante fica à vontade de discorrer sobre o assunto. Nos Temas para Discursos Semidirigidos, o tópico proposto é apenas um tema, portanto, se o informante „foge‟ do tópico não há problema, pois o que se busca é a elocução informal.

Quanto aos MCs iniciais, exemplificamos com os seguintes trechos:

INQ.- Ah, tá. Um „monte de gente‟, né, daí você fala „um monte de gerente‟, eu achei que fosse o pessoal

INF.- Exato, um monte de gerente querendo falá, que é o usuário que não sabe nada, aí fala um monte de aBÓbora. HF1EFund)

INF.- Bom, de::, pode ser de qualquer uma, né? (MF2EFund)

No primeiro caso (HF1EFund), a expressão „exato‟, com o sublinhado indica que houve uma sobreposição da voz do inquiridor com a do informante. Este termo foi usado no início do turno, como uma forma de responder positivamente o inquiridor sobre um esclarecimento do que havia sido enunciado anteriormente, funcionando, portanto, como um MC pragmático importante para a progressão tópica.No segundo trecho, o uso „bom‟ é fundamental no processo interativo, pois é uma estratégia de planejamento do informante ao que será enunciado.

Algumas considerações

Dentre as características da língua falada, o estudo dos Marcadores Conversacionais apresenta-se sob diferentes enfoques considerando-se o caráter multifuncional atrelado a eles. Neste breve estudo, com base na sistematização proposta por Marcuschi (1989),

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Marcadores conversacionais 20

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podemos fazer algumas considerações parciais sobre os MCs em Macapá e Florianópolis, considerando-se também o perfil sociolinguístico dos informantes:

(i) No recorte feito para análise, os informantes das duas capitais não apresentaram diferenças significativas na realização dos MCs.

(ii) No tocante à produtividade dos MCs, os informantes da segunda faixa etária foram os que apresentaram o maior número. Isso se deve ao perfil desses informantes que se mostram mais receptivos ao desenvolvimento do tópico. (iii) Predominou no corpus os marcadores que se voltam para a interação, ou seja, os pragmáticos, principalmente os que se encontram em posição medial do turno.

(iv) Foram poucos os marcadores iniciais registrados, dada a configuração das entrevistas do ALiB e a natureza do questionário no que se refere ao Temas

para os Discursos Semidirigidos, pois busca-se a espontaneidades elocotuória

do informante durante a entrevista evitando-se interrupções por parte do inquiridor (documentador).

(v) A variável sexo foi relevante em apenas um caso do emprego dos MCs, na fala do informante masculino pertencente à faixa 1 de Macapá que empregou o marcador ‘cara’. Isso se deve, conforme já explicitado, ao fato de ambos os interlocutores (inquiridor e informante) serem do mesmo sexo (ambos homens) e terem aproximadamente o mesma faixa etária (ambos jovens).

Dessa forma, conclui-se que o emprego dos Marcadores Conversacionais está condicionado ao contexto de elocução que é evidenciado pelo grau de formalidade e/ou informalidade do discurso e das características dos interlocutores (faixa etária e sexo).

REFERÊNCIAS

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Marcadores conversacionais 21

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conversacionais”. Revista Philologus. Rio de Janeiro, ano 13 no. 37, 2007.

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______. Língua falada: processos de construção. In: X Congresso Nacional de

linguística e Filosofia (Cadernos do CNLF, vol. X, nº2). Rio de Janeiro: CiFEFiL,

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Seminário de Filologia e Língua Portuguesa. São Paulo: Humanitas Publicações,

1999.

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PRETI, Dino. A linguagem dos idosos: um estudo de análise da conversação. São Paulo: Contexto, 1991.

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