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ID Nº 96

AVALIAÇÃO DE ÁGUAS MINERAIS ENVASADAS UTILIZANDO OS PARÂMETROS ATIVIDADE ALFA TOTAL E BETA TOTAL

Pollyanna Rodrigues Duarte e Ilza Dalmázio

Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN – CNEN), Av. Presidente Antônio Carlos 6.627, Campus da Universidade Federal de Minas Gerais, 31270-901

Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil id@cdtn.br

Nas últimas décadas, trabalhos feitos em diversas partes do mundo têm avaliado a qualidade da água envasada em termos de parâmetros radioativos. No Brasil, apesar dos muitos esforços de pesquisadores, ainda há uma grande lacuna em relação a informações atualizadas sobre a ocorrência de radioatividade em água, nos seus diversos compartimentos. Entre estes motivos podem ser apontados a grande extensão do território nacional, o que implica em muitas áreas de estudo, a reduzida quantidade de profissionais aptos para realização destes ensaios e, também, infraestrutura específica alocada em poucos laboratórios no Brasil. O presente trabalho descreve uma abordagem para avaliar águas envasadas, de algumas fontes minerais brasileiras, considerando as concentrações de atividades alfa total e beta total. Para isto, amostras de dez marcas de água, escolhidas em função de apresentar o parâmetro radioatividade na fonte em seu respectivo rótulo, foram avaliadas. O preparo das amostras baseou-se no Method 7110 do Standard Methods

for the Examination of Water and Wastewater. A análise instrumental foi feita utilizando

um contador proporcional com fluxo de gás e os cálculos foram baseados no documento

RP710 do Departament of Energy of United States. A radioatividade na fonte, relatada

nos rótulos, apresentou valores entre 5,62 a 37,27 Maches. Os parâmetros concentração de atividade alfa total e concentração de atividade beta total, com suas respectivas incertezas expandidas e concentração mínima detectável foram determinados para cada amostra. No Brasil, a portaria do Ministério da Saúde n° 2.914/2011 estabelece os valores de referência de 0,5 Bq L-1 para radioatividade alfa total e de 1,0 Bq L-1 para radioatividade beta total em águas para o consumo humano. Os resultados encontrados nesta avaliação não ultrapassaram tais valores máximos permitidos e, portanto, não foram feitas determinações de radioisótopos específicos nestas amostras.

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1. Introdução

O consumo de águas envasadas no mundo está em amplo crescimento. Isto tem sido impulsionado por mudanças comportamentais e também pela falta de água com qualidade adequada para o consumo humano em algumas regiões. De acordo com a consultoria internacional Beverage Marketing Corporation (BMC), o consumo no Brasil em 2014 foi maior que 19 bilhões de litros. A água mineral para consumo humano é caracterizada através de parâmetros químicos, microbiológicos e também radioativos.

No Brasil, a Portaria MS nº 2.914/2011 dispõe sobre a qualidade da água para consumo humano e estabelece como níveis de triagem os valores máximos de concentração de 0,5 Bq L-1 para atividade alfa total e de 1,0 Bq L-1 para atividade beta total.1 Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), as águas minerais são aquelas obtidas diretamente de fontes naturais ou artificialmente captadas de origem subterrânea que possuem composição química ou propriedades físicas ou propriedades físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhe confiram uma ação medicamentosa.2

Em relação à composição química, o DNPM classifica as águas minerais em oligominerais, alcalino-bicarbonatadas, alcalino-terrosas, sulfatadas, sulfurosas, nitratadas, cloretadas, ferruginosas e carbogasosas. Em relação à radioatividade, são três classes. Elas podem ser radíferas, quando contiverem substâncias radioativas dissolvidas que lhes atribuam radioatividade permanente; toriativas, quando possuírem um teor em torônio (Rn-220) com um mínimo de 2 Mache L-1; e radioativas, quando a 20°C e 760 mmHg contiverem radônio (Rn-222) com os seguintes teores:

 5 e 10 Mache L-1, designada como fracamente radioativa;  10 e 50 Mache L-1, designada como radioativa;

 superior a 50 Mache L-1, designada como fortemente radioativa;

A unidade Mache, oriunda do alemão, é uma antiga unidade de medida de radioatividade volumétrica, utilizada para indicação da concentração de radônio no ar e em águas de fontes. Para expressar as concentrações dos elementos radioativos em águas a unidade atualmente utilizada é o Bequerel por litro (Bq L-1), sendo o valor de 13,5 Bq L-1 correspondente a 1 Mache L-1. No Brasil, a unidade Mache é ainda utilizada por força do Decreto-Lei n.º 7.841 de 1945. 3

Muitas pesquisas já foram realizadas sobre a qualidade das águas no Brasil, mas os dados relativos radioatividade em águas não são muitos. Entre os trabalhos encontrados na

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literatura sobre a ocorrência de radioatividade em águas no Brasil, alguns são citados na Tabela 1.

Tabela 1 – Ocorrência de radioatividade em águas no Brasil. Local Valores máximos em água superficial (SP), subterrânea (SB) e

água mineral (AM) / Bq L-1 Referência

Rio Grande Norte (SP e SB) Alfa total 0,345 Beta total 0,580 4 Goiânia (SP) Alfa total 0,04 Beta total 0,12 Ra-226 0,026 5 Pernambuco (SP) Alfa total 0,057 Beta total 0,049 6 Bahia (SP e SB) Alfa total 0,80 Beta total 3 7 Rio de Janeiro (SB) Ra-226 0,53 Ra-228 1,8 Pb-210 0,32 8 Amazônia São Paulo (AM) Ra-226 0,22 Ra-228 1.02 Pb-210 0,51 9

Segundo Lauria10, há ainda uma carência em relação às informações atualizadas sobre a ocorrência de radioatividade em água nos seus diversos compartimentos, incluindo as águas minerais envasadas. Este é um tema de interesse da sociedade e foi abordado em um fórum realizado em 2014, onde o tema radioatividade em águas minerais no Brasil foi discutido. Nesta oportunidade, foi ressaltada a importância em obter um perfil radioquímico atualizado das águas envasadas no Brasil.11

2. Objetivo

O objetivo deste trabalho foi descrever uma abordagem de avaliação de águas minerais envasadas considerando os parâmetros alfa total e beta total e determiná-los em algumas amostras de águas envasadas, oriundas de fontes minerais brasileiras.

3. Materiais e Métodos

As amostras de água mineral envasada foram obtidas em diferentes pontos de venda do município de Belo Horizonte. Foram adquiridas 10 diferentes marcas de águas envasadas. Os lacres das garrafas de água foram retirados no laboratório. O tratamento das amostras baseou-se no Method 7110 do Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater.12 Uma quantidade aproximada de 500 mL, exatamente conhecida, de cada amostra foi acondicionada em béquer de 1 L. As amostras foram identificadas com os

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seguintes códigos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e AG-10, como visualizado na Figura 1.

Figura 1 – Identificação das amostras.

Em cada béquer, foi adicionado cerca de 0,5 mL de HNO3 concentrado, afim de alcançar um pH próximo a 2. Estas soluções foram aquecidas a uma temperatura próxima da temperatura de ebulição dos líquidos, mas abaixo da mesma. Após a redução de volume, as paredes dos béqueres foram lavadas com solução aquosa de ácido nítrico 3 mol L-1. O volume das amostras foi reduzido a uma quantidade inferior a 50 mL e transferido quantitativamente para um béquer de 100 mL, de forma a facilitar o manuseio posterior. Após a redução de volume abaixo de 10 mL, iniciou-se a transferência quantitativa da amostra para uma placa de aço inox com cerca de 14 cm2 de área circular, Figura 2a.

Figura 2 – Placas de aço inox: (a) com líquido e (b) com resíduos sólidos após evaporação.

As placas foram aquecidas em chapa elétrica de forma a obter apenas resíduos sólidos no final do processo. Após isto, foram mantidas por aproximadamente 60 minutos na chapa elétrica com objetivo de eliminar traços residuais de água e promover uma leve oxidação, Figura 2b. Ao final desta etapa, as placas de inox foram colocadas dentro de placas petri, armazenadas em dessecador até alcançar à temperatura ambiente e as massas dos resíduos sólidos foram obtidas.

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A análise instrumental foi realizada utilizando um contador proporcional com fluxo de gás (CPFG), Figura 3.

Figura 3 – Contador Proporcional com Fluxo de Gás, fabricante Protean Instrument Corporation (PIC), modelo MPC9604.

Os contadores proporcionais são detectores a gás cujo funcionamento se baseia no processo de ionização dos átomos de um gás causado pela interação com partículas radioativas, como por exemplo, alfa e beta. Devido à alta tensão aplicada entre os eletrodos do contador, os elétrons resultantes do processo de ionização são acelerados, colidindo com outros átomos do gás, originando assim mais ionizações. Estes elétrons são coletados no anodo e o pulso gerado é proporcional à tensão aplicada e ao número inicial de pares de íons gerados, sendo esta a origem do termo “contador proporcional”. O instrumento consiste em uma câmara de contagem, um pré-amplificador, um amplificador, uma fonte de alta tensão, um dispositivo eletrônico para registro de sinais e acessórios, de acordo com o modelo do instrumento.

O instrumento utilizado neste trabalho é o Multi Detector System - Protean Instrument

Corporation (MDS PIC), um sistema constituído de unidade MPC-9604, um

microcomputador e o programa VISTA 2000, para operação, registro de dados e de resultados. O MPC-9604 possui quatro detectores independentes, do tipo pancake com 2 polegadas de área ativa e com janela delgada de 80 µg cm2, um detector guarda, dispositivos eletrônicos para suporte ao sistema e fluxo de gás P-10 (10% de metano e 90% de argônio) nos detectores.

Para determinação da atividade alfa total e beta total no CPFG é necessário obter informações especificas do instrumento, a saber, ruído de fundo (background) e eficiência de contagem dos detectores utilizados, MPC-9604-A e MPC-9604-C.

A eficiência de contagem foi obtida utilizando-se os resultados da contagem de uma fonte alfa padrão (Eckert&Ziegler Nuclitec GmbH Am-241, UL 835, VZ-1430-001), de massa zero, por 5 minutos; fonte beta padrão (Eckert&Ziegler Nuclitec GmbH, Sr-90, UL 836,

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VZ-1430-001), de massa zero, por 30 segundos; e 5 fontes alfa padrão (Am-241, IRD 26L04) com massa residual conhecida, por 30 minutos.

O background para cada detector foi obtido utilizando-se os resultados da contagem de placa de inox vazia por 24 horas. Após estes procedimentos, as amostras foram contadas por 24 horas, para se obter o valor de alfa total e beta total em cada placa contendo a massa residual da amostra. Os resultados das contagens foram registrados no software VISTA2000 para posterior avaliação.

4. Resultados e Discussão

Nos rótulos das garrafas estavam descritos os valores dos parâmetros: pH, temperatura da água na fonte, condutividade elétrica, resíduo de evaporação, radioatividade na fonte e informações sobre composição elementar.

Os dados da quantidade de amostra e massa residual observados após preparo das amostras, bem como o valor da radioatividade na fonte, relatada no rótulo da água envasada, ão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – Valores de radioatividade na fonte, quantidade de amostra e massa residual. Código da

Amostra

Radioatividade na fonte relatada no rótulo / Mache

Quantidade da Amostra / L Massa Residual / mg AG_1 7,79 0,5010 27,8 AG_2 23,86 0,5020 76,6 AG_3 5,62 0,5123 13,0 AG_4 9,83 0,5145 113,2 AG_5 10,13 0,5207 25,9 AG_6 37,27 0,5391 27,4 AG_7 13,07 0,5490 113,0 AG_8 32,88 0,5214 71,6 AG_9 14,40 0,5135 46,5 AG_10 21,31 0,5059 17,8

A radioatividade na fonte destas amostras apresentou uma variabilidade de 5,62 a 37,27 Maches. A massa residual encontrada após o preparo de quantidades similares de amostra também mostrou uma grande varaibilidade, de 17,8 a 113,2 mg. Estes dados mostram a diversidade química das amostras, que por sua vez é um reflexo de sua origem diferenciada.

Determinação da Concentração da Atividade

Para se obter a concentração da atividade alfa total e beta total das amostras foi utilizada a abordagem RP710 do Departament of Energy of United States.13 Para tal, foram

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necessários determinar os valores da taxa líquida de contagem, da eficiência e das quantidades de amostras, conforme a seguinte equação matemática:

CAx = Nx

Ex× Q Eq. 1 Onde:

CAx = Concentração da Atividade em Bq L-1 Nx = Taxa líquida de contagem em Bq Ex = Eficiência, adimensional

x = α para atividade alfa total e β para atividade beta total Q= Quantidade de amostra em L, Tabela 2

Concentração da Atividade Alfa Total

Para se determinar a concentração da atividade alfa total são necessários obter a taxa líquida de contagem para alfa (Nα)e sua eficiencia (Eα).

A taxa líquida de contagem foi obtida utilizando: Nα = (Cα

tα − Cbkgα

tbkgα) Eq. 2 Onde:

Cα = Contagem alfa da amostra

tα = Tempo de contagem alfa da amostra Cbkgα = Contagem alfa do background

tbkgα = Tempo de contagem alfa do background

Os parâmetros Cα e Cbkgα foram obtidos no processo de contagem das amostras e background, conforme Tabela 3, com os tempos de contagem tα = tbkgα = 86400 s.

Tabela 3 – Dados dos parâmetros Cα e Cbkgα.

Código da Amostra Detector Cbkgα

AG-1 MPC-9604-A 289 239 AG-2 MPC-9604-C 280 208 AG-3 MPC-9604-A 327 161 AG-4 MPC-9604-C 237 122 AG-5 MPC-9604-A 474 171 AG-6 MPC-9604-C 2374 135 AG-7 MPC-9604-A 483 235 AG-8 MPC-9604-C 453 203 AG-9 MPC-9604-A 328 195 AG-10 MPC-9604-C 404 134

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A eficiência foi obtida utilizando:

Eα = Eα0× F Eq. 3 Onde:

Eα0 = Eficiência alfa obtida com o padrão de massa zero F = Fator de auto absorção

O parâmetro Eα0 foi obtido a partir dos dados experimentais da contagem da fonte padrão (FP) e da sua atividade certificada, como está descrito na equação abaixo:

𝐸α0= ( 𝐶𝛼𝐹𝑃

𝑡𝛼𝐹𝑃)

𝐴𝐹𝑃𝛼 Eq. 4 Onde:

CαFP = contagem da fonte padrão alfa

tαFP = Tempo de contagem da fonte padrão alfa AFPα = Atividade certificada da fonte padrão alfa

Os valores do parâmetro Eα0 para o detector MPC-9604-A foi 0,259 e para o detector MPC-9604-C foi 0,258.

A expressão para se calcular o fator de auto absorção (F) foi obtida utilizando-se os resultados experimentais das contagens das 5 fontes alfa padrão com massa residual conhecida, de acordo com a metodologia descrita em por Silva e Dalmázio14 para considerar o efeito de abosrção da radiação alfa em função da massa residual (mr) obtida para cada amostra, conforme indicado na Tabela 2.

Os valores do parâmetro F foram obtidos utilizando a expressão F = (-0,00001×mr2 -0,0042×mr+0,9500) para o detector MPC-9604-A e F = (-0,00001×mr2-0,0043× mr+0,9534) para o detector MPC-9604-C.

Concentração da Atividade Beta Total

Para se determinar da concentração da atividade beta total, a taxa líquida de contagem para beta (Nβ)e sua eficiencia (Eβ) são obtidas utilizando as equações:

Nβ = ( Cβ tβ − Cbkgβ tbkgβ) − X ( Cα tα − Cbkgα tbkgα) Eq. 5 Onde:

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Cβ = Contagem beta da amostra

tβ = Tempo de contagem beta da amostra Cbkgβ = Contagem beta de background

tbkgβ = Tempo de contagem beta de background X = Crosstalk de alfa em beta

Os parâmetros Cβ e Cbkgβ são obtidos no processo de contagem das amostras e background, conforme Tabela 4, com os tempos de contagem tβ = tbkgβ = 86400 s.

Tabela 4 – Dados dos parâmetros Cβ e Cbkgβ.

Código da Amostra Detector Cbkgβ

AG-1 MPC-9604-A 2471 1427 AG-2 MPC-9604-C 2678 1296 AG-3 MPC-9604-A 1613 1225 AG-4 MPC-9604-C 2210 1215 AG-5 MPC-9604-A 2498 1199 AG-6 MPC-9604-C 1479 1142 AG-7 MPC-9604-A 4544 1381 AG-8 MPC-9604-C 3763 1415 AG-9 MPC-9604-A 3051 1283 AG-10 MPC-9604-C 2739 1290

O crosstalk (X) é um parâmetro que reflete a interferência da contagem alfa na contagem beta no instrumento. É obtido utilizando-se os resultados experimentais das contagens das 5 fontes alfa padrão com massa residual conhecida e da fonte alfa padrão de massa zero.

Eβ = (CtβFP

βFP)

AFPβ Eq. 6 Onde:

CβFP = contagem da fonte padrão beta

tβFP = Tempo de contagem da fonte padrão beta AFPβ = Atividade certificada da fonte padrão beta

Os valores do parâmetro Eβ para o detector MPC-9604-A foi 0,3903 e para o detector MPC-9604-C foi 0,3940.

Avaliação da Incerteza

As Figuras 4 e 5 apresentam diagramas de espinha de peixe, contendo as equações para determinação da concentração de atividade.

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10 Figura 4 – Diagrama espinha de peixe da determinação da concentração de atividade alfa total.

Figura 5 – Diagrama espinha de peixe da concentração de atividade beta total.

Após visualizar no diagrama os parâmetros que contribuem para obtenção da concentração da atividade, apenas as incertezas relativas os estes foram considerados para determinar a incerteza da concentração da atividade (CA). Nas Tabelas 5 e 6 estão descrição das incertezas associadas a cada parâmetro.

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11 Tabela 5 – Incertezas associadas a cada parâmetro para determinação da concentração de

atividade alfa.

Parâmetros Incerteza Associada

𝑁𝛼= ( 𝐶𝛼 𝑡𝛼 − 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛼) 𝑢𝑁𝛼= √(𝑢 2𝑅 𝛼+ 𝑢2𝑅𝑏𝑘𝑔𝛼) Rα= Cα tα 𝑢𝑅𝛼= √ 𝑅𝛼 𝑡𝛼 𝑅𝑏𝑘𝑔𝛼= 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑢𝑅𝑏𝑘𝑔𝛼 = √ 𝑅𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛼 Eα= Eα0× F 𝑢𝐸𝛼= 𝐹 × 𝑢𝐸𝛼0 Eα0= (CαFP tαFP) AFPα = Rexp AFPα uE0= √( uRexp Rexp) 2 + (uAFPα AFPα) 2 𝑄 𝑢𝑄 = 0,05

Tabela 6 – Incertezas associadas a cada parâmetro para determinação da concentração de atividade beta.

Parâmetros Incerteza Associada

𝑁𝛽= ( 𝐶𝛽 𝑡𝛽 − 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛽 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛽) − 𝑋 ×( 𝐶𝛼 𝑡𝛼 − 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛼) 𝑢𝑁𝛽 = √(𝑢 2𝑅 𝛽+ 𝑢2𝑅𝑏𝑘𝑔𝛽) − 𝑋 ×𝑢𝑁𝛼 𝑅𝛽= 𝐶𝛽 𝑡𝛽 𝑢𝑅𝛽= √ 𝑅𝛽 𝑡𝛽 𝑅𝑏𝑘𝑔𝛽= 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛽 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛽 𝑢𝑅𝑏𝑘𝑔𝛽= √ 𝑅𝑏𝑘𝑔𝛽 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛽 𝑁𝛼= ( 𝐶𝛼 𝑡𝛼 − 𝐶𝑏𝑘𝑔𝛼 𝑡𝑏𝑘𝑔𝛼) 𝑢𝑁𝛼= √(𝑢 2𝑅 𝛼+ 𝑢2𝑅𝑏𝑘𝑔𝛼) Eβ= (CtβFP βFP) AFPβ = Rexp AFPβ uEβ= √( uRexp Rexp) 2 + (𝑢AFPβ AFPβ ) 2 𝑄 𝑢𝑄 = 0,05

Concentração Mínima Detectável

Para se obter a concentração mínima detectável das amostras, foram necessários os valores do limite mínimo detectável e das quantidades de amostras, conforme a seguinte equação matemática:

CMDx = LMDx

Q Eq. 7 Onde:

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CMDx = Concentração mínima detectável LMDx = Limite mínimo detectável

Q= Quantidade de amostra em L, Tabela 1

Concentração Mínima Detectável Alfa

Para se determinar a concentração mínima detectável alfa é necessário obter o valor de limite mínimo de detecção alfa.

O limite mínino detectável alfa é obtido utilizando a equação abaixo:

LMDα = (2,71 ts + 3,29 × √ Rbkgα ts + Rbkgα tbkgα) Eq. 8 Onde:

ts = Tempo de contagem alfa da amostra tbkgα = Tempo de contagem alfa do background Rbkgα = Taxa de contagem alfa do background

Concentração Mínima Detectável Beta

Para se determinar a concentração mínima detectável beta é necessário obter o valor de limite mínimo de detecção beta.

O limite mínino detectável beta é obtido utilizando a equação abaixo:

LMDβ = (2,71 ts + 3,29 × √ Rbkgβ ts + Rbkgβ tbkgβ) Eq. 9 Onde:

ts = Tempo de contagem beta da amostra tbkgβ = Tempo de contagem beta do background Rbkgβ = Taxa de contagem beta do background

Resultados da Concentração de Atividade das Amostras

Os resultados da medição da concetração de atividade alfa (CAα), concentração de atividade beta (CAβ), as respectivas incertezas expandida (u, a 95%, k=1,96) e a concentração miníma detectável (CMD) estão apresentadas nas Tabelas 7 e 8.

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13 Tabela 7 –Valores obtidos de CAα e CMDα em Bq L-1.

Código da Amostra CAα ± u CMDα

AG-1 0,014 ± 0,001 0,0017 AG-2 0,0067 ± 0,0008 0,0016 AG-3 0,015 ± 0,002 0,0014 AG-4 0,010 ± 0,001 0,0012 AG-5 0,027 ± 0,003 0,0014 AG-6 0,195 ± 0,008 0,0012 AG-7 0,021 ± 0,002 0,0016 AG-8 0,022 ± 0,002 0,0015 AG-9 0,012 ± 0,001 0,0015 AG-10 0,025 ± 0,002 0,0013

Tabela 8 – Valores obtidos de CAβ e CMDβ em Bq L-1.

Código da Amostra CAβ ± u CMDβ

AG-1 0,062 ± 0,003 0,0041 AG-2 0,081 ± 0,004 0,0039 AG-3 0,022 ± 0,001 0,0037 AG-4 0,057 ± 0,003 0,0037 AG-5 0,074 ± 0,003 0,0036 AG-6 0,509 ± 0,010 0,0034 AG-7 0,171 ± 0,006 0,0037 AG-8 0,132 ± 0,005 0,0039 AG-9 0,102 ± 0,004 0,0038 AG-10 0,084 ± 0,004 0,0039

A partir das tabelas observa-se que os resultados obtidos para concentração de atividade (CA) estão superiores aos resultados obtidos das concentrações mínimas detectáveis (CMD). Esses valores demonstram alta sensibilidade alcançada com o ensaio realizado. Nota-se que a amostra com maiores valores de atividade, AG-6, foi também aquela que teve o maior valor de radioatividade na fonte relatada no rótulo.

De acordo com a Portaria MS nº 2914 os valores máximos de concentração para atividade alfa total e beta total em águas para consumo humano é de 0,5 Bq L-1 e 1,0 Bq L-1, respectivamente. Como observado acima, em nenhuma amostra foi observado valores superiores a estes.

5. Conclusões

Neste trabalho foi descrito uma abordagem de avaliação de águas minerais envasadas em função dos parâmetros concentração de atividade alfa total e beta total. A metodologia empregada, utilizando o método de evaporação e contador proporcional com fluxo de gás, mostrou-se adequada aos objetivos analíticos do trabalho. Em função dos resultados não foi demandada uma avaliação mais aprofundada para determinar radionuclídeos específicos nestas amostras. Conclui-se, portanto, que estas amostras de águas envasadas

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estão seguras ao se comparar com os valores máximos de concentração para atividade alfa total e beta total em águas para consumo humano.

6. Agradecimentos

Ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (PROBIC/CNEN).

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Referências

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