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SOLARIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO PARA A PRODUÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

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Academic year: 2021

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

SOLARIZAÇÃO DO LODO DE ESGOTO PARA A PRODUÇÃO DE

ESPÉCIES FLORESTAIS

Moreliana Nascimento Bastos¹; Ubaldo Martins das Neves²

¹Aluno do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; email:moreliana_bastos@hotmail.com

“PIBIC/CNPq”

²Orientador do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: neves@mail.uft.edu.br

RESUMO

O lodo de esgoto, é um resíduo com grande potencial poluidor advindo principalmente das áreas urbanas, apresenta alta concentração de microrganismos e para não contaminar os corpos d’água, são tratados gerando um sólido biológico que pode ser utilizado no uso agrícola. Um problema limitante para a produção de substratos através do lodo de esgoto são os patógenos, dentre eles, os ovos de helmintos que são os mais resistentes à inativação térmica. O presente trabalho objetivou verificar a diferença do lodo de esgoto tratado com o lodo não tratado através da energia solar, realizado a partir de um solarizador que permite aumentar a temperatura em seu interior até 150° C para ser feita a esterilização e desinfecção do material e a partir disso, verificar a possibilidade de produzir mudas com o substrato gerado, livre de patógenos que possam prejudicar a produção. Para análise dos ovos de helmintos, foram realizadas técnicas pelo método utilizado por Yanko (1987), que permitiu sedimentar os ovos para facilitar a quantificação.

Palavras-chave: lodo de esgoto; solarizador; ovos de helmintos. INTRODUÇÃO

O lodo de esgoto é um resíduo rico em matéria orgânica gerado durante o tratamento das águas residuárias nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs). Na maioria dos países existem normas que regulamentam o destino do lodo, garantindo uma disposição segura, além do alto custo, que pode chegar a 50 % do custo operacional de uma ETE, depositar um resíduo com elevada carga orgânica no aterro, agrava ainda mais o problema com o manejo do lixo urbano. O lodo possui elevada quantidade de microrganismos como, vírus, bactérias, protozoários e helmintos, que é o patógeno mais estudado em questão de viabilidade dele no biossólido.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

biomassa microbiana que é chamado de lodo biológico, dado este nome pelo fato de possuir principalmente sólidos de origem biológica. Segundo Andreoli et al. (2006) citado por Pedroza, et al. (2010), o termo biossólido só pode ser utilizado quando este apresenta condições para ser utilizado na agricultura, em que no processo biológico de tratamento, a matéria orgânica do lodo é absorvida, tornando-o um material biológico. O uso do biossólido na agricultura tem-se mostrado a melhor alternativa ambiental e econômica para o destino do lodo de esgoto, pois podem suprir as exigências nutricionais das plantas em razão do alto teor de matéria orgânica no lodo, o que contribui para a melhoria da fertilidade dos solos. A sua adição ao solo parece ser a melhor opção sob o ponto de vista econômico e ambiental, uma vez que apresenta o menor custo e promove a reciclagem de matéria orgânica.

Dos agentes patogênicos, os ovos de helmintos são os mais resistentes, por apresentarem condições de sobreviverem maior parte do tempo no ambiente externo, como por exemplo os ovos do Ascaris sp. podem sobreviver até 7 anos, possuem ampla distribuição geográfica e alta frequência de parasitismo na população. De acordo com Simoneti (2006), os ovos de Ascaris são mais densos permitindo uma rápida sedimentação, facilitando a contagem.

MATERIAL E MÉTODOS

O material pesquisado foi o lodo de esgoto, adquirido na estação de tratamento de esgoto da cidade de Goiânia – GO, devido à dificuldade em adquirir o material na cidade onde foi realizado o experimento, em Gurupi – TO. Essa dificuldade acarretou alguns problemas na eficiência da pesquisa, relacionado à questão de deslocamento do material do local de origem ao local de destino.

Foi construído um solarizador e colocado em um espaço onde possui maior radiação solar, nas coordenadas (11,7433667° S 49,049063° W) da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi. Este solarizador é construído com materiais encontrados facilmente no comércio, eficiente e de baixo custo, constituído por um espelho parabólico de aço inoxidável. Este equipamento é suportado por armação de metal envoltos em uma redoma de vidro fino, que permite à radiação de permanecer no interior do solarizador, funcionando como uma estufa. Essa radiação é absorvida pelo tubos e por outras partes do equipamento gerando calor.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

As análises foram realizadas no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas, localizado na Universidade Federal do Tocantins, campus de Gurupi.

A quantidade de ovos viáveis de helmintos foi determinada pelo método utilizado para verificação da presença de ovos de helmintos em esgoto e no biossólido de esgoto pelo método utilizado por Yanko, (1987) citado por C. Paulino, et al. (2001).

Nessa técnica, a análise consiste em pesar 50g do material sólido (biossólido). As amostras eram homogeneizadas com solução tamponada (tampão fosfato) contendo tween 80 a 1%. Após a diluição, o material foi filtrado para remoção de partículas sólidas e mantido a temperatura ambiente, por 12 horas, para sedimentar. O sobrenadante era retirado com auxílio de sifão e o sedimento resultante transferido para tubos de centrífuga (100ml) e submetido a centrifugação a 3.500rpm, por três minutos. O sedimento resultante foi ressuspenso em solução de sulfato de zinco com densidade 1,20 (v/v) e centrifugado a 3.500rpm, por três minutos. Em seguida, transferido para um erlenmeyer e o conteúdo era diluído à metade da concentração com água destilada. O material era então coberto com papel alumínio e deixado para sedimentar por três horas. Após o período de sedimentação, o sobrenadante foi aspirado (o máximo possível) com auxílio de sifão e o sedimento ressuspenso por agitação. O material resultante (50ml) era transferido para tubos cônicos de centrífuga.

Centrifugava-se o material a 1.400 rpm por três minutos. Após a centrifugação, o sedimento resultante foi centrifugado novamente a 1.400 rpm, e o sedimento ressuspenso em solução ácido/álcool - éter etílico (H2SO4 0,1N/C2H5OH 35%) (7ml/3ml). Agitou-se a solução no tubo e este era aberto a cada agitação para deixar escapar o gás. Centrifugava-se a 1.800rpm, por 3 minutos.

Descartava-se o sobrenadante. Para eliminar o éter foi procedido uma nova lavagem do material com 4ml de H2SO4 0,1N. Descartou-se novamente o sobrenadante e finalmente, o sedimento foi ressuspenso em 4ml de solução 0.1N de H2SO4.

Parte dele (1ml) foi usado para determinação do número de ovos de helmintos em câmara de Neubauer. A outra parte foi incubada em estufa a 25°C por quatro semanas para o estudo da viabilidade dos ovos de helmintos.

Ao final dessas quatro semanas, foi feito visualização em lâminas no microscópio para realizar a contagem dos ovos e expressá-los em número de ovos por ml.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O lodo de esgoto estudado, foi concedido pela Estação de Tratamento de Esgoto, da cidade de Goiânia-GO, pois houve dificuldades em adquiri-lo na cidade onde o mesmo foi estudado para realizar o experimento. O tempo de exposição no qual o material foi exposto durante o tempo de permanência no local de origem e o trajeto no qual foi deslocado até o local de destino, Gurupi-TO, propiciou efeitos não satisfatórios em relação ao resultado desejado.

Sendo assim, foram realizadas as técnicas para quantificar os ovos de helmintos através do método de Yanko (1987), no qual foi citado anteriormente. Esse método permitiu que o lodo de esgoto sedimentasse através do processo de centrifugação, para a recuperação dos ovos do sobrenadante e melhor agrupamento dos mesmos para realizar a contagem. Meyer (1978) e Zhou et al.(1985) citado por Galván et al. (1998), ressaltam que o método da coloração se baseia nas trocas de permeabilidade da camada externa dos ovos, provocadas pelas mudanças das estruturas químicas dos componentes que envolvem o ovo, quando este perde sua viabilidade. Os ovos que são viáveis não permitem a entrada do corante, permanecendo, portanto, com a sua cor natural (castanho-amarelada), já os ovos não viáveis, permitem a entrada do corante e portanto se coram, pois os ovos viáveis conservam sua impermeabilidade e portanto não incorporam os corantes.

Foi feita a análise com o corante lugol e uma análise sem o lugol. A amostra sem lugol foi colocada na lâmina para em uma quantidade de 50 microlitros, e observou-se 6 ovos de Ancilostomídeos (Ancylóstoma duodenale) e um ovo de Ascaris sp (Ascaris lumbricóides) viáveis, ou seja, 140 ovos por ml. Ambos são da classe Nematoda, e não obtiveram coloração na membrana.

Já na segunda análise, foram realizadasas análises com o material tratado no solarizador, em um período de 2 horas, à temperatura que variou de 110° C à 150° C, de

15:00 às 17:00 horas aproximadamente, e não foi encontrado nenhum ovo viável de helminto, ou seja, a temperatura foi suficiente para inativar os ovos, tornando-os incapazes de eclodirem.

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26 a 29 de novembro de 2013 – Campus de Palmas

Os ovos de Ascaris sp são facilmente identificados quando comparado aos ovos do Ancilostomídeo, haja visto que o ovo de Ascaris possui forma esférica ou oval, cor castanho-amarelada, possui membrana dupla. Já os ovos de Ancilostomídeos possuem Forma ovóide ou elíptica, sem clivagem entre a casca e a célula-ovo e há sempre uma membrana fina e transparente envolvida por uma linha preta, que é a característica diferencial.

Foram plantadas espécies de Flamboyant com o substrato tratado e sem tratar, e pode-se observar que a espécie plantada com substrato sem tratamento, não se desenvolveu de forma esperada devido à quantidade de patógenos que impediram o desenvolvimento e crescimento da planta adequadamente. Já a semente plantada no substrato com lodo tratado termicamente, apresentou um bom desenvolvimento, não houve indícios de deficiência.

LITERATURA CITADA

PAULINO, R. C., CASTRO, E. A., THOMAZ-SOCCOL, V. Tratamento anaeróbio de esgoto e sua eficiência na redução da viabilidade de ovos de helmintos. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 34, n. 5, set/out. 2001.

PEDROZA, M. M., VIEIRA, G. E. G., SOUSA, J. F., PICKLER, A. C., LEAL, E. R. M., MILHOMEN, C. C. Produção e tratamento de lodo de esgoto – uma revisão.

Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 11. n.16, p. 89-188, jul./dez. 2010.

ROJAS, M. N.,GALVÁN, M.,VICTORICA, J. Evaluación rápida de laviabilidad de los huevos de helmintos con colorantes biológicos. In: CONGRESO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITARIA Y AMBIENTAL, 1998, Lima. Anais... Lima: APIS, 1998. p. 1-16.

SIMONETI, M. D. F. Inativação Térmica de ovos de Helmintos em Água e em

Biossólidos Digeridos: Cinética em Reator Batelada e Modelagem Matemática em Reator Tubular. 251 f. Dissertação (Doutor em Engenharia) -Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006

AGRADECIMENTOS

‘’O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico– CNPq – Brasil’’

Referências

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