Estatutos do Conselho Pastoral Diocesano
Decreto de Aprovação
Dom António Augusto dos Santos Marto, bispo de Leiria-‐Fátima. Faz saber quanto segue:
Tendo sido oportuna e cuidadosamente revisto, em sede própria e de acordo com as normas canónicas em vigor, o texto dos Estatutos do Conselho Pastoral Diocesano aprovado pelo meu predecessor em 1 de Agosto de 1997, de modo a torná-‐lo um instrumento mais adequado às actuais exigências e necessidades pastorais da nossa Diocese,
havemos por bem, por meio deste Decreto:
1. Aprovar e promulgar os presentes Estatutos do CONSELHO PASTORAL DIOCESANO de Leiria-‐ Fátima, que entrarão de imediato em vigor;
2. Mandar que se proceda, de acordo com as disposições estatutárias, às respectivas eleições previstas nos artigos 9-‐10, e que os resultados consignados em acta nos sejam comunicados.
Leiria, 26 de Fevereiro de 2010.
† António Augusto dos Santos Marto Bispo de Leiria-‐Fátima
ESTATUTOS
PREÂMBULO
1. São Paulo, ao escrever aos cristãos de Éfeso a propósito do papel dos carismas e ministérios na
edificação e organização da Igreja como corpo visível de Cristo, recorda-‐lhes: “A cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. (...) E foi Ele que a uns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Cristo, até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo. (...) É por Ele que o Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de todas as junturas, opera o seu crescimento orgânico segundo a actividade de cada uma das partes, a fim de se edificar na caridade” (Ef 4, 7.11-‐ 13.15).
2. O decreto sobre O Múnus Pastoral dos Bispos na Igreja (Christus Dominus), do Concílio Vaticano II,
reconhecendo os Bispos como legítimos sucessores dos Apóstolos, exorta-‐os a serem para os seus fiéis, no exercício do seu múnus, “bons pastores que conhecem as suas ovelhas e por elas são conhecidos como verdadeiros pais (...), de tal modo que todos, conscientes dos seus deveres, vivam e operem em comunhão de caridade” (CD 16). E, para que possam desempenhar com solicitude esta missão que lhes foi confiada por instituição divina, o mesmo documento aconselha-‐os a conhecerem bem as necessidades dos seus fiéis, dentro das circunstâncias sociais em que vivem, mostrando interesse por todos, reconhecendo-‐ -‐lhes a obrigação e o direito de colaborarem activamente na edificação do Corpo místico de Cristo e favorecendo as várias formas de apostolado em toda a diocese e em cada uma das suas partes, coordenando a união de todas as obras apostólicas (cf Idem), de maneira que – sublinha – “todas as iniciativas e instituições de carácter catequético, missionário, caritativo, social, familiar ou escolar, e qualquer outro trabalho com finalidade pastoral, tenham um desenvolvimento harmónico, o que ao mesmo tempo fará sobressair mais a unidade da diocese” (CD 17).
3. Acolhendo a referida doutrina eclesiológica de São Paulo, o mesmo decreto conciliar recomenda aos
Bispos que em todas as dioceses se estabeleça um Conselho pastoral, presidido pelo Bispo diocesano e formado por clérigos, religiosos e leigos (cf CD 27), definindo como sua principal missão “investigar e apreciar tudo o que diz respeito às actividades pastorais e formular conclusões práticas” (ibidem). Esta recomendação foi acolhida pelo Código de Direito Canónico, sob a forma de lei universal para toda a Igreja, nos cânones 511-‐514, os quais sublinham o seu carácter necessário como órgão consultivo do Bispo.
4. Assim, podemos definir o Conselho Pastoral Diocesano (CPD) como um órgão significativo de ajuda
ao Bispo, no desempenho do seu ministério apostólico, no qual, a participação eclesial de todos os fiéis (que é um direito e dever de todos os baptizados), através do aconselhamento na Igreja, não só é necessária como fundamental, em vista a um discernimento para o serviço do Evangelho que deve ser preocupação comum. De facto, em virtude da sua incorporação na Igreja pelo Baptismo, todos os fiéis –
leigos, clérigos e religiosos – estão habilitados a participar realmente e a construir, dia-‐a-‐dia, a comunidade diocesana, pelo que o seu contributo é precioso e imprescindível.
5. O CPD tem pois, um duplo significado na vida e organização da Igreja: por um lado, representa a
imagem da fraternidade e da comunhão da Igreja diocesana, da qual é expressão na variedade dos seus membros; por outro lado, e apesar do carácter consultivo que o caracteriza, o CPD deve ser um instrumento privilegiado da comum decisão pastoral, onde o ministério da cabeça, próprio do Bispo -‐ no desempenho da presidência -‐, e a co-‐responsabilidade de todos os seus membros, devem encontrar a sua síntese, de modo que, todos “vivam e operem em comunhão de caridade” (CD 16).
Capítulo I NATUREZA
Artigo 1°
O Conselho Pastoral Diocesano (CPD) é um órgão consultivo auxiliar do Bispo, que a ele preside, como expressão da co-‐responsabilidade apostólica de todos os baptizados na comunhão eclesial.
Artigo 2°
O CPD rege-‐se pelo Direito e demais orientações universais da Igreja, por estes Estatutos e outras normas que vierem a ser estabelecidas pelo Bispo diocesano.
Artigo 3°
O CPD tem voto consultivo. Pode, porém, o Bispo diocesano atribuir-‐lhe força deliberativa, comunicando previamente ao Conselho essa sua decisão.
Artigo 4°
O CPD tem a sua sede no Seminário Diocesano de Leiria.
Capítulo II
COMPETÊNCIAS E FUNÇÕES Artigo 5º
É da competência do CPD estudar e apreciar o que diz respeito às principais orientações e actividades pastorais na Diocese, em ordem a tornar mais adequado e frutuoso o cumprimento da missão eclesial em favor das pessoas (cf cân. 511).
Artigo 6°
São funções do CPD:
a) Ajudar o Bispo diocesano a definir as orientações pastorais comuns a todos, mediante o projecto pastoral e outros instrumentos.
b) Promover o discernimento da realidade da Diocese, tirar conclusões práticas sobre ela e indicar os caminhos pastorais a seguir.
c) Possibilitar a partilha de experiências, projectos e preocupações dos diversos grupos ou agentes da pastoral profética, litúrgica e sócio-‐caritativa.
d) Dar parecer sobre o programa anual de acção pastoral da Diocese.
e) Avaliar periodicamente os resultados das orientações definidas, dos programas e das actividades realizadas.
Artigo 7°
No exercício das suas funções, o CPD contará com o apoio e colaboração de todas as estruturas do Povo de Deus, públicas ou privadas, podendo mesmo constituir comissões especiais.
Capítulo III CONSTITUIÇÃO
Artigo 8º
O CPD é constituído por leigos, clérigos e membros dos Institutos de Vida Consagrada, de modo a retratar a variedade do Povo de Deus na Diocese, segundo as condições sociais, culturais e de apostolado, e as diferentes zonas (cf cân. 512).
§ único. Só devem ser escolhidos fiéis que estejam em plena comunhão com a Igreja Católica e se
distingam pela firmeza de fé, bons costumes e prudência (cf cân. 512 § 3).
Artigo 9°
São membros do CPD:
§ 1. Em função do seu cargo:
a) Vigário Geral. b) Vigário judicial. b) Reitor do Seminário.
c) Reitor do Santuário de Fátima.
§ 2. Por eleição:
a) Um representante do Conselho Presbiteral. b) Um representante dos Vigários da vara.
c) Um representante do Conselho de Coordenação Pastoral.
d) Um leigo representante de cada vigararia, eleito em assembleia constituída pelos conselhos pastorais paroquiais, presidida pelo respectivo vigário.
e) Um representante de cada um dos seguintes departamentos diocesanos, indicados pelos respectivos directores: educação cristã, pastoral juvenil e escolar, pastoral familiar, liturgia, vocações cristãs e pastoral social.
f) Um representante dos institutos de vida consagrada masculinos, outro dos femininos e outro dos seculares, indicados pela respectiva conferência diocesana (CIRP) ou equivalente.
g) Três representantes das associações de fiéis, movimentos apostólicos e novas comunidades, eleitos em assembleia de responsáveis, convocada e presidida pelo director do departamento diocesano das vocações cristãs.
§ 3. Por nomeação:
Os que o Bispo diocesano queira designar, sendo desejável que o seu número não ultrapasse um décimo do total e que as pessoas escolhidas provenham de áreas não abrangidas pelo § 2.
Artigo 10º
§ 1. De cada uma das eleições a que se refere o § 2 do artigo 9º, deverá lavrar-‐se uma acta, assinada
pelo presidente ou pelo secretário, na qual devem constar os resultados do escrutínio, com a indicação do número de presenças e ausências, nome dos eleitos, sua data de nascimento, profissão, endereço postal e electrónico e número de telefone e/ou de telemóvel. O presidente providenciará pelo envio, o mais rápido possível, dessa acta à Secretaria episcopal.
§ 2. As eleições serão feitas por sufrágio directo, escrito e secreto.
§ 3. Todos os membros eleitos deverão ser confirmados pelo Bispo Diocesano. Artigo 11º
§ 1. O CPD é constituído pelo prazo de três anos.
§ 2. Os membros do CPD podem sempre ser nomeados de novo ou reeleitos. §3. Ao vagar a Sede Episcopal, o CPD cessa as suas funções (cf cân. 513 § 2).
Artigo 12º § 1. Os membros do CPD cessam o mandato:
a) Por demissão ou por renúncia aceite pelo Bispo diocesano; b) Por cessação do respectivo cargo, os membros natos; c) Por deixarem de pertencer ao grupo que os elegeu.
§ 2. As vagas serão preenchidas da mesma forma da anterior designação, mas apenas para completar o
mandato.
Capítulo IV ORGANIZAÇÃO
Artigo 13º
São órgãos constitutivos do CPD: a) O Presidente.
b) O Secretariado Permanente. c) O Plenário.
Artigo 14º
Compete ao Presidente, que é sempre o Bispo Diocesano: a) Aprovar e promulgar os Estatutos.
b) Confirmar os membros a que se refere o artigo 9º § 2.
c) Designar os membros da sua escolha, conforme o artigo 9° § 3. d) Nomear o Secretário.
e) Convocar as reuniões do Plenário e aprovar a agenda de trabalhos. f) Presidir, por si, por seus vigários ou delegados, a essas reuniões.
g) Aprovar e tornar públicas as conclusões tomadas nas reuniões plenárias. h) Coordenar superiormente toda a actividade do CPD.
Artigo 15º
O Secretariado Permanente é constituído pelo Secretário e mais dois membros do CPD, eleitos pelo Plenário na sua primeira reunião ordinária; o mais votado será o Secretário-‐Adjunto.
Artigo 16º
Compete ao Secretariado Permanente:
a) Recolher as manifestações e desejos, opiniões e pareceres dos diocesanos, através dos membros do CPD e por outros meios legítimos.
b) Preparar as reuniões, incluindo a agenda, tendo em conta os elementos recolhidos segundo a sua importância e urgência.
c) Colaborar, segundo as suas competências, na execução das decisões tomadas nas reuniões plenárias. d) Dar parecer ao Presidente, sempre que solicitado, disponibilizando-‐se para todas as formas de colaboração pastoral.
§ único. O Secretariado Permanente reunir-‐se-‐á de acordo com as necessidades para o cumprimento
Artigo 17º
Compete ao Secretário do CPD:
a) Moderar as reuniões plenárias do CPD e do Secretariado Permanente.
b) Orientar a preparação da agenda de trabalhos das reuniões ordinárias do Plenário e submetê-‐la à aprovação do Presidente, em conformidade com os artigos 15º e) e 16º b).
c) Convocar as reuniões do Secretariado Permanente e fixar a agenda de trabalhos.
d) Dinamizar o trabalho, quer do Plenário, quer do Secretariado Permanente, em ordem a ao funcionamento eficiente do CPD.
Artigo 18º
Compete ao Secretário-‐Adjunto:
a) Auxiliar o Secretário em tudo o que lhe for solicitado e substituí-‐lo em caso de impedimento. b) Redigir as actas das reuniões do Secretariado Permanente e do Plenário.
c) Enviar as convocatórias e demais correspondência.
d) Ordenar e guardar os documentos na sede do CPD, nomeadamente relatórios, informações e correspondência.
e) Assinar com o Presidente e o Secretário as actas do Plenário e com o Secretário as actas do Secretariado Permanente, rubricando todos os documentos do Conselho.
Artigo 19º
Compete ao Plenário:
a) Fornecer a mais completa informação sobre as necessidades, desejos, problemas e opiniões (cf LG 37) relativos à agenda de trabalhos.
b) Colaborar no estudo e programação de projectos e acções pastorais e propor iniciativas. c) Pronunciar-‐se sobre o trabalho e projectos de comissões eventuais, segundo o artigo 7°.
d) Debater propostas e formular conclusões práticas, através de votação ou outra forma adequada (cf LG 37; CD 27).
Capítulo V FUNCIONAMENTO
Artigo 20º
O CPD reunir-‐se-‐á, ordinariamente, duas vezes por ano, e, extraordinariamente, sempre que necessário.
Artigo 21º
A reunião ordinária do CPD deverá ser convocada com um mínimo de um mês de antecedência, devendo, nessa ocasião, ser enviada a agenda de trabalho.
§ único. No caso de julgar insuficiente a documentação sobre os temas da agenda, cada membro
poderá requerer ao Secretariado Permanente as informações que lhe parecerem necessárias para estudar os assuntos a debater. O Secretariado Permanente ajuizará da oportunidade de as facultar.
Artigo 22º
Cada membro do CPD procurará actuar com eficácia e de modo responsável, quer tomando parte activa nas reuniões, quer enviando ao Secretariado Permanente propostas, notas escritas, relatórios, comunicação de experiências, resultados de inquéritos e entrevistas, quer por outros meios legítimos.
Capítulo VI DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 23º
Estes Estatutos entram em vigor após a promulgação pelo Bispo Diocesano e serão revistos sempre que for julgado necessário.
Artigo 24º
Nos casos omissos ou duvidosos destes Estatutos, compete ao Bispo diocesano o esclarecimento dos mesmos.