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LAWSON, Bryan. Como Arquitetos e Designers Pensam

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Academic year: 2021

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FICHAMENTO

LAWSON, Bryan. O que é projetar? In: _____. Como arquitetos e designers pensam. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. p.13-55.

Destaques do livro:

 A mudança do papel do arquiteto

 O advento de modernidade alterou o modo de projetar do arquiteto.

 O que antes era sobejamente conhecido, testado e de eficiência comprovada pelo tempo e pela tradição passou a ser incerto, desconhecido.

 A revolução tecnológica mudou a sociedade e suas exigências. Em um período de menos de uma geração todo o ambiente em que vivemos precisou ser inteiramente reprojetado.  O automóvel, a televisão, a internet, exigiram a construção de espaços inimagináveis

pelas gerações anteriores.

 O ato de projetar deixou de ser uma tarefa lógica com objetivos bem definidos e passou a ser de alta complexidade dadas as incertezas geradas pelas rápidas mudanças da sociedade.

Problemas e soluções

 Os problemas de projeto não podem ser totalmente determinados, nem sempre são visíveis e precisam ser encontrados.

 “Projetar é uma habilidade altamente complexa e sofisticada. Não é um talento místico concedido apenas aos que têm poderes recônditos, mas uma habilidade que tem de ser aprendida e praticada, como se pratica um esporte ou se toca um instrumento musical.”  Os problemas de projeto melhor de explicitam ao testarmos as soluções.

 Diferentemente do cientista que se aprofunda no problema para descobrir a solução, o arquiteto descobre a solução através das tentativas de solução.

 Neste caso a síntese inicia-se paralelamente à análise e não após a análise.

 Problemas e soluções surgem juntos, tanto o problema quanto a solução ficam mais claros à medida que o processo avança.

 É muito provável que objetivos e prioridades mudem durante o processo de projeto assim que as conseqüências das soluções começarem a aparecer.

 Para iniciar o projeto é suficiente identificar o problema mais importante a ser resolvido (gerador primário), evitando exaustivas pesquisas de análises.

 O programa surge, essencialmente, numa relação constante entre o que é possível na arquitetura e o que queremos fazer, tudo o que fazemos modifica a nossa idéia do que é possível. [...] não se pode começar com o programa e (depois) projetar, é preciso começar projetando e programando ao mesmo tempo, porque as duas atividades são completamente interligadas. (Drake, 1978)

 Iniciar o projeto apenas com o gerador primário exige habilidade para desvencilhar-se da solução inicial e partir para outra, tão logo se constate que a proposta não atende às necessidades do cliente (não resolve o problema).

 A pesquisa prolongada, especialmente dos alunos de arquitetura pode ser indevidamente usada para adiar o dia cruel de realmente começar o projeto.

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 É raríssimo que a coisa projetada sirva a um único propósito, assim o programa de necessidades é apenas uma hipótese.

 No primeiro momento o cliente não consegue expressar com clareza suas reais necessidades e somente o fará através de críticas ou sugestões às propostas do arquiteto. É mais fácil criticar a solução do que sugeri-la.

 O cliente não deve ser considerado apenas como fonte de informações, mas como um participante criativo do processo.

 As restrições impostas pelo cliente podem tornar o projeto único, original.  Os problemas de projeto exigem interpretação subjetiva (juízo de valor).

 Não há soluções ótimas para os problemas de projeto, mas soluções aceitáveis que podem ser melhores ou piores para diferentes clientes.

 Tudo que projetamos tem potencial não só de resolver problemas, como também de criar outros.

 O processo de projeto é interminável. Uma das habilidades do projetista é saber quando parar.

 O desenho e esboços exercem papel central no ato de projetar.

 Depois que uma idéia se forma e o projeto se completa, de certa forma o mundo muda. A solução de um projeto não serve apenas ao cliente, mas permite ao projetista desenvolver as suas idéias de maneira pública e verificável.

Problemas de Projeto

 Nunca se sabe com certeza quando todos os aspectos dos problemas já foram revelados.  Não é possível esperar que muitos dos problemas de projeto surjam antes que haja uma

tentativa de gerar soluções.

 Na verdade, muitas características dos problemas de projeto talvez nunca sejam reveladas e explicitadas.

 Até certo ponto, nosso entendimento dos problemas de projeto e das informações necessárias para resolvê-los depende de nossas idéias de solução.

 As soluções de um projeto raramente correspondem exatamente às partes identificadas do problema. O mais comum é que uma idéia de solução seja uma resposta integrada e holística a vários problemas, ou seja, raramente é possível dissecar uma solução de projeto e relacioná-lo ao problema, dizemos qual parte da solução resolve qual parte do problema.

 É raro que o projetista possa simplesmente otimizar uma exigência sem sofrer perdas em outras.

 Tanto o problema quanto a solução ficam mais claros à medida que o processo avança.  O ato de projetar visa resolver um problema no mundo real enquanto a arte, em boa parte,

é auto-motivada e centraliza-se na expressão de pensamentos íntimos.

 Uma escola de pensamento defende que os alunos devem ter um regime livre e aberto, no qual se encoraje a livre expressão. Outra argumenta que os projetistas têm de resolver problemas do mundo real e que devem dar atenção à aquisição de conhecimento e experiência.

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 Barnes Wallis: “Nunca tive uma idéia inédita na vida. As minhas realizações foram soluções de problemas.”

 O período de incubação também pode fazer uma linha de pensamento se interromper, e quando voltamos ao problema, ficamos mais livres para partir em uma direção nova, diferente da anterior.

 Depois que tivemos uma idéia ou começamos a ver um problema de um jeito específico é preciso um bom esforço para mudar de direção.

 O processo de projeto é experimental .

 Projeto é mais normativo do que descritivo. Descritivo: o que é, como é, porque é. Normativo: o que pode ser, como poderia ser.

 “Um dos paradoxos da criatividade é que para pensar de forma original, temos de nos familiarizar com as idéias dos outros” KNELER (1965)

 No Studio os alunos aprendem tentando resolver problemas e não adquirindo a teoria e depois aplicando-a.

 O espaço da solução de Van Bakel:

Programa: Restrições geradas pelo cliente. Conceito: Restrições geradas pelo projetista. Terreno: Principal fonte de restrições.

 Hertz Berger – Abordagem integrada onde ambigüidade e a multiplicidade de funções são projetadas de forma deliberada: Ele mostra, por exemplo, num conjunto habitacional, que uma forma simples de concreto diante de cada residência pode exibir o numero da casa, abrigar uma luminária, servir de apoio para garrafas de leite, ser um lugar para sentar e até servir de mesa numa refeição ao ar livre.

Estratégias para projeto

 “O programa ideal provavelmente só tem uma ou duas páginas, mesmo no projeto mais complexo.” Lawson (1994)

 Estratégia Heurística: As estratégias heurísticas não se baseiam muito nos princípios teóricos, mas na experiência e nos macetes.

Disponível em: <http://www.esioglacy.com.br/artigos/2014-3-18-o-pensamento-do-arquiteto-bryan-lawson-sobre-o-processo-de-projeto-do-livro-como-arquitetos-e-designers-pensam-ed-oficina-de-textos-2011> , acesso em: 19 mai. 2015. Markus propõe 3 pontos de vistas que os arquitetos contemporâneos podem adotar a respeito do seu papel na sociedade. O primeiro é o conservador, centrado na continuação das instituições profissionais. Aguardam a solicitação dos clientes, produzem projeto e saem de cena. O segundo ponto é buscar ativamente mudanças estruturais na sociedade e que resultaria no fim do

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profissionalismo liberal que conhecemos. Esses arquitetos se sentirão mais felizes tratando com os destituídos e trabalhos em favelas. O terceiro ponto é meio termo, fica entre os dois extremos e os projetistas continuam a ser especialistas profissionais qualificados mas tentam envolver no processo os usuários do projeto.

O autor coloca que o projetista acaba desenhando enquanto pensa, mas nem sempre o desenho revela todo o processo de pensamento, nem mesmo os projetistas estão acostumados a analisar e explicitar esse processo de pensamento.

Referências

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