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SOCIOLINGUÍSTICA: UMA ANÁLISE DE FENÔMENOS LINGUÍSTICOS NA FALA DE HOMENS RESIDENTES EM BELÉM

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Academic year: 2021

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SOCIOLINGUÍSTICA: UMA ANÁLISE DE FENÔMENOS

LINGUÍSTICOS NA FALA DE HOMENS RESIDENTES EM

BELÉM

Andréia Costa Mouzinho (UEPA)1

andreiamouzinho@gmail.com

Evelim Mendes dos Santos (UEPA)2

evelim_mds@ymail.com

Gabriela Rubia Bastos dos Santos (UFPA)3

bastosgab1@hotmail.com

Jayna Karolyne de Souza Santos (UEPA)4

jaynakarolyne@gmail.com

Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva (UEPA/UNAMA) 5

cardoso_socorro@yahoo.com.br

RESUMO: Neste artigo, temos como objetivo analisar, por meio de um estudo sociolinguístico, a

ocorrência de oito fenômenos linguísticos na fala de quatro sujeitos, cujos critérios são: homens, analfabetos, com idades acima de 50 anos e que residem na cidade de Belém. Para isso, nós utilizamos como referencial teórico os estudos do sociolinguísta Bagno (2004, 2005, 2009), e outros autores como: Bechara (2009), Faraco e Moura (2004), Azeredo (2009) e Câmara Júnior (1988). O método usado para esta pesquisa foi o quantitativo e qualitativo e a coleta de dados deu-se por meio do Questionário Fonético e Fonológico (QFF), composto de 159 perguntas, com isso transcrevemos as respostas e analisamos como e com que frequência ocorreu o fenômeno na pronúncia dos sujeitos. Tendo registrado e analisado os dados, percebemos que dentre os oito fenômenos pesquisados cinco ocorreram entre os sujeitos da pesquisa, demonstrando ser frequente a ocorrência de pelo menos dois fenômenos na fala dos sujeitos que atendem aos critérios citados. Observamos ainda que a idade não é um fator determinante para a ocorrência de fenômenos. Com essa pesquisa foi possível adquirir uma melhor aprendizagem acerca da língua oral e obter mais reflexões sobre o preconceito linguístico, o qual ainda é muito vigente nos dias atuais.

PALAVRAS-CHAVE: Fenômenos Linguísticos; Preconceito Linguístico; Sociolinguística; Variações.

1 Graduanda do Curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa/2015 do Centro de Ciências Sociais e

Educação da Universidade do Estado do Pará. andreiamouzinho@gmail.com.

2

Graduanda do Curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa/2015 do Centro de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Pará. evelim_mds@ymail.com.

3 Graduanda do Curso de Jornalismo/2015 da Universidade Federal do Pará. bastosgab1@hotmail.com. 4 Graduanda do Curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa/2015 do Centro de Ciências Sociais e

Educação da Universidade do Estado do Pará. jaynakarolyne@gmail.com.

5 Doutora em Semiótica e Linguística Geral/USP. Docente e pesquisadora da UEPA/UNAMA.

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ABSTRACT: In this paper, we attempt to analyze, through a sociolinguistic study, the occurrence of

eight linguistic phenomena in the speech of four subjects whose criteria are: men, illiterate, aged above 50 years and residing in the city of Belém. For this, we used as a theoretical studies of the socio-linguist Bagno (2004, 2005, 2009), and others authors as Bechara (2009), Faraco and Moura (2004) Azeredo (2009) and Câmara Junior (1988). The method used for this research was quantitative and qualitative and data collection took place through the Phonetic and Phonological Questionnaire (QFF), composed of 159 questions, we transcribed the answers and analyzed how and how often the phenomenon occurs in the pronunciation of the subjects. Having recorded and analyzed the data, we find that among the eight phenomena surveyed five were among the subjects, showing to be frequent the occurrence of at least two phenomena in the speech of individuals who meet the above criteria. We observed that age is not a determining factor for the occurrence of some phenomenon. With this study was possible to get a better learning about oral language and more reflections on the linguistic bias, which is still current actually.

KEYWORDS: Linguistic Phenomena; Linguistic Prejudice; Sociolinguistics; Variations.

1 Introdução

“A Sociolinguística veio mostrar que toda língua muda e varia, isto é, muda com o tempo e varia no espaço, além de variar também de acordo com a situação social do falante” (BAGNO, 2004, p. 43), em outras palavras, a língua dos anos da colonização do Brasil não é mais a mesma dos dias atuais, pois ela muda constantemente e por uma série de fatores. Hoje, a língua que falamos e escrevemos é o resultado da transformação histórica pela qual esta língua passou, isto é, uma fusão entre as línguas dos africanos, índios e portugueses para aperfeiçoar o processo da comunicação. No entanto, sabe-se que a língua falada se transforma constantemente, e tais transformações acabam por gerar o fenômeno do preconceito linguístico pelo fato de alguns falantes não seguirem a norma padrão da língua portuguesa.

Os defensores da norma padrão da língua consideram “errado” dizer, por exemplo, “bulacha” ao invés de “bolacha”; “broco” e não “bloco”; “fosfru” no lugar de “fósforo”, dentre outros, porém observou-se que tais ocorrências têm uma explicação e que por isso não devem ser tomadas como “erros”.

A partir destas constatações desenvolvemos uma pesquisa de natureza qualitativa-quantitativa, porque, segundo Jick, (1979) pode estabelecer ligações entre descobertas obtidas por diferentes fontes, ilustrá-las e torná-las mais compreensíveis, ele chama de “triangulação” a combinação entre os métodos qualitativos e quantitativos.

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Assim, também o é para Morse (1991), mas este afirma que tal combinação de métodos é uma “triangulação simultânea”, onde na fase de coletas de dados a interação entre os dois métodos é reduzida, no entanto, na fase de conclusão eles se completam.

Nossa pesquisa buscou compreender e analisar alguns fenômenos linguísticos e a frequência em que eles ocorrem na fala dos sujeitos entrevistados. Tais fenômenos são: a rotacização do L nos encontros consonantais; a transformação de LH em I; a transformação do ND em N e do MB em M; a redução do ditongo OU em O; a redução do ditongo EI em E; a redução do E e O átonos pretônicos; a desnasalização das vogais postônicas e a contração das proparoxítonas em paroxítonas.

Partimos do seguinte modo: realizamos entrevistas com quatro sujeitos, sendo homens, analfabetos, com idades acima de 50 anos e residentes em Belém, e para isso utilizamos um questionário fonético-fonológico composto por 159 perguntas como instrumento para a coleta de dados. Tal questionário possui perguntas que buscam descobrir como os sujeitos pronunciam determinadas palavras a fim de que possamos analisá-las.

Este artigo está dividido em dois momentos, no primeiro momento apresentaremos o referencial teórico em que nos baseamos para a análise dos dados, a citar: Bagno (2004, 2005, 2009), Bechara (2009), Faraco e Moura (2004), Azeredo (2009) e Câmara Júnior (1988). E, no segundo momento, discorremos acerca dos resultados da pesquisa.

2 Os fenômenos linguísticos

Para uma melhor compreensão a respeito dos fenômenos linguísticos que serão abordados, apresentaremos a definição de cada um deles, tendo como base os autores já

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referidos. Tais fenômenos, segundo Bagno (2005), são características do PNP6 (português não padrão), mas que já estão sendo encontradas nas variedades usadas por falantes do PP7 (português padrão).

Um dos fenômenos linguísticos característicos do PNP é o da rotacização do /l/ nos encontros consonantais. Utilizamos Bechara (2009), um dos gramáticos mais influentes existentes, com o propósito de entendermos melhor como se dá a ocorrência do fenômeno citado. Segundo Bechara (2009) a troca do /l/ pelo /r/, nos encontros consonantais, ocorre em grupos como: “bl, cl, fl, pl”, a exemplo de: neblina / nebrina; flauta / frauta, e de algumas palavras utilizadas pelos Românticos, tal como na poesia. Logo, essa troca pode ser observada com frequência, segundo o autor, na linguagem literária. No entanto, para Bagno (2005), estudioso da sociolinguística, há, na língua portuguesa, uma tendência natural em transformar o /l/, nos encontros consonantais, em /r/. Como por exemplo, nas palavras seguintes: Cláudia / Cráudia; planta / pranta / flauta / frauta. Quem pronuncia “craúdia” ao invés de “Cláudia” está apenas seguindo uma tendência natural da língua portuguesa, que é o do rotacismo, ou seja, a natural inclinação rotacizante da língua, segundo Bagno (2005). Por isso, a fala das pessoas que trocam o /l/ por /r/ não deve ser vista como “errada”, já que essa troca tem uma explicação na história da língua portuguesa.

Outro fenômeno que procuramos analisar é o da transformação do /lh/ em /i/. Para isso, iniciamos por definir o conceito de dígrafo, visto que, é essencial para o entendimento do fenômeno citado. Tomamos o que Bechara (2009), autor já referido, diz a respeito de dígrafo: “é o emprego de duas letras para a representação gráfica de um só fonema (Passo, chá, manhã, palha, enviar, mandar)”.

No que tange a explicação da transformação do /lh/ em /i/ temos que “o // (símbolo utilizado pelos linguistas para representar o som ‘lhê’) é difícil de pronunciar

6 É a língua que apresenta variedades que fogem da considerada norma padrão. Tais variedades são de

acordo com as diferentes regiões geográficas, classes sociais, faixas etárias e níveis de escolarização em que se encontram as pessoas que o falam.

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por causa da elasticidade do dorso da língua” (LAUSBERG8, 1981 apud BAGNO, p. 59). De acordo com Bagno (2005), o // é pronunciado tocando a ponta da língua no palato - céu da boca - (figura 1) muito perto de onde é produzida a semivogal /y/ (figura 2). Como observado nas imagens abaixo:

O que faz muitas pessoas pronunciarem “trabaio” ao invés de “trabalho”, entre outros. Bagno (2005) chama esse fenômeno de assimilação, o qual ocorre quando uma força tenta fazer com que dois sons diferentes, mas com algum parentesco, se tornem iguais, semelhantes, podendo ser comparado à língua francesa onde pronunciam “bataille” (bataye), pois toda língua está sempre se modificando, sem interrupções e sem que seus falantes percebam, assim o português não seria diferente de outras línguas.

Para o fenômeno da transformação do /nd/ em /n/ e do /mb/ e /m/, Bagno (2006) explica dizendo que os fonemas /n/ e /d/ são dentais (quando a língua toca levemente o céu da boca onde se encaixam os dentes de cima). E tal fenômeno também é denominado de assimilação, como o anterior, onde sons semelhantes são pronunciados na mesma zona de articulação, isto é, no mesmo lugar dentro da boca. Nesse caso, as pessoas que realizam tal fenômeno pronunciam “falano” ao invés de “falando”, “comeno” e não “comendo”, ou seja, houve uma redução no ND para NN depois para N (ND>NN>N) assim também com o MB para MM depois para M (MB>MM>M).

Em se tratando dos fenômenos da redução dos ditongos /ou/ em /o/ e /ei/ em /e/ utilizamos primeiramente os gramáticos Faraco e Moura (2004) para definir ditongo e

8 Linguista Alemão

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em seguida, novamente, o linguista Bagno (2005) para aprofundar a explicação acerca do fenômeno a ser abordado. Para os gramáticos, quando vogais e semivogais aparecem juntas em determinadas palavras, formam-se os encontros vocálicos, que são de três tipos: ditongo, tritongo e hiato. Eles conceituam o ditongo como um grupo formado por uma semivogal + uma vogal numa mesma sílaba ou vice-versa, contudo, os autores afirmam que “a tendência do ditongo [ey] é reduzir-se a [e] (...) a tendência do ditongo [ow] é reduzir-se a [o]” (FARACO E MOURA, 2001. p. 45), como nos exemplos: “deixa” [; “anulou” .

Bagno (2005) diz que o fenômeno da redução ocorre porque a língua falada é viva e está sempre mudando. Dessa forma, o que era pronunciado /ou/, em pouco tempo passou a ser pronunciado /o/, assim como o /ei/, passou a ser pronunciado apenas /e/, e esta mudança dá-se por causa da assimilação, ou seja, a aproximação ou mesmo identidade total entre fonemas existentes na mesma palavra, resultante da influência de um sobre o outro.

Ainda em Bagno (2005) vê-se que os livros didáticos e as gramáticas insistem em dizer que nas palavras “pouco”, “roupa” e “louro” existem ditongos, no entanto, isso não acontece mais nem no português de Portugal, nem no Brasil e se faz presente tanto no português padrão como no não padrão.

As palavras que, em sua origem, tinham um ditongo AU (este sim, bem pronunciado) lentamente começaram a ser pronunciadas com um OU no lugar do AU. O que era paucu- e lauru- em latim estava se transformando em pouco e louro em português, o mesmo acontecendo com o germânico raupa, de onde vem o nosso roupa (BAGNO, 2005, p. 83)

Isto ocorreu porque a assimilação tentou tornar as duas vogais, /a/ que é muito aberta e /u/ muito fechado, semelhantes, com isso surgiu o ditongo /ou/. Hoje já não se pronuncia o ditongo /ou/, pois foi reduzido apenas para /o/, demonstrando que a língua vive em transformação.

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Conforme Bagno (2005) “com o ditongo /ei/ ocorreu o mesmo que vimos com o ditongo /ou/: uma monotongação, quer dizer, dois sons que se transformaram num só” (p. 88), porém, ele afirma que há uma diferença entre os dois, o ditongo /ou/ é pronunciado /o/ em todas as situações e contextos, porém a redução do ditongo /ei/ em /e/, acontece apenas diante das consoantes /j/, /x/ e /r/, é claro que podem existir exceções.

Esses fenômenos, como já vimos, acontecem diariamente e não se restringem aos falantes da língua não padrão, basta ligarmos a televisão ou o rádio para observarmos. A língua escrita ainda insiste em manter estes ditongos nas palavras, porém, na prática, sabemos que a pronúncia deles geralmente não ocorre mais.

Antes de nos aprofundarmos acerca do fenômeno da redução do /e/ e /o/ átonos pretônicos, faz-se necessário entender o que significa “átonos” e “pretônicos”. Ao pronunciarmos as palavras vemos que sempre há uma sílaba forte (sílaba tônica), as demais acabam sendo pronunciadas de maneira mais fraca e por isso são chamadas de átonas. Os pretônicos, por sua vez, estão numa sílaba que vem antes da sílaba tônica. A partir dessas definições, discorremos sobre a visão de um gramático e dois linguistas acerca de um fenômeno frequente na língua falada - a redução do /e/ e /o/ átonos pretônicos - capaz de evidenciar a harmonização vocálica, corroborando ao fato de a escrita não acompanhar a fala.

Para o autor Bechara (2009) o fenômeno da redução do /e/ e /o/ átonos pretônicos se encaixa no estudo da ortoépia ou ortoepia a qual seria a parte da gramática que aborda a correta pronúncia dos fonemas. Tal conceito, elaborado pelo autor, é a nosso ver contraditório, haja vista que, após explicar o foco do estudo, Bechara (2009) afirma que este não se prende apenas ao conhecimento exato dos valores dos fonemas presentes nas estruturas dos vocábulos, mas também com a maneira que esses fonemas são pronunciados. No tocante a esse estudo, o autor explica que são reduzidas as vogais /e/ e /o/ átonas finais que acabam sendo pronunciadas como /i/ e /u/, respectivamente. No que se refere aos átonos pretônicos, Bechara (2009) explica de maneira superficial. Nesse sentido, ele considera como oscilantes os fonemas /e/, /i/, /ẽ/, /ĩ/, /o/, /u/, /õ/ e /ũ/

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os quais são reduzidos a pretônicos em vários vocábulos, devido a fatores culturais ou sociais nos quais o indivíduo falante está inserido.

O linguista Câmara Júnior (1988) também explica o fenômeno de modo vago e pouco aprofundado, visto que, para ele na fonologia brasileira /e/ e /o/ reduzidos são na verdade /i/ e /u/ em determinadas posições átonas, embora não tenham o mesmo timbre de /i/ e /u/ tônicos. Em muitos casos há a possibilidade de se realizar um /e/ ou um /o/, respectivamente. Esse fato evidencia uma ambiguidade da norma fonológica que oscila entre duas pautas vocálicas. Em passear ou voar, como exemplos de uma posição átona em hiato com /a/ tônico, não há /e/ e /o/ reduzido, respectivamente. Desse modo, Câmara Júnior (1988) explica que há uma oscilação entre duas enunciações possíveis: /i/ e /u/ no uso informal da fala ou /e/ e /o/ no uso formal da fala que pode ocorrer por associação com as palavras “passeio” e “voo” ou ainda, pela recordação das imagens das letras “e” e “o” na grafia.

O linguista Bagno (2014), ao contrário de Bechara (2009) e Câmara Júnior (1988), explica acerca do fenômeno de maneira simples e coerente, além de ressaltar sobre a harmonização vocálica. Nesse sentido, Bagno (2014) afirma que a língua escrita é apenas uma representação simbólica da língua falada, não se restringindo a um retrato fiel dela. Nesse cenário, mesmo que a ortografia seja igual para todo o país, cada falante tem seu modo particular de pronunciá-la. Desse modo, o autor explica que na língua portuguesa, quando as vogais /e/ e /o/ são postônicas sofrem uma redução, de maneira que essas são pronunciadas de forma mais fraca como um /i/ e /u/, respectivamente. Assim, Bagno (2014) afirma que essa regra é válida em todos os lugares do mundo onde se fale português.

No entanto, quando /e/ e /o/ são pretônicas, a situação é bem mais complicada. Em palavras, como “pedido” /pidido/, observa-se a vogal /i/ na sílaba tônica e na palavra “coruja” /curuja/, verifica-se a presença da vogal /u/ na sílaba tônica. Assim, a presença de um /i/ e de um /u/ na sílaba tônica, faz com que as vogais átonas pretônicas escritas /e/ e /o/ se reduzam e sejam pronunciadas como /i/ e /u/, caracterizando um fenômeno chamado de harmonização vocálica. Nesse sentido, Bagno (2014) reforça que

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as vogais /i/ e /u/ são as mais altas e fechadas se comparada às outras e, quando essas estão presentes na sílaba tônica, elas “puxam para cima” as vogais pretônicas, fato que provoca o fechamento dessas vogais e forma um som único.

Para promover a compreensão do fenômeno de modo completo e sem deixar dúvidas, o autor Bagno (2014) afirma que há um outro grupo de palavras que tem um átono pretônico pronunciado /u/, sem que exista a presença de um /i/ ou /u/ formando a sílaba tônica. Assim, entende-se que tal fenômeno ocorre devido um /b/ ou um /m/ antes do /o/ que sofre a redução, visto que as consoantes /b/ e /m/ são bilabiais.

Prosseguindo a respeito dos fenômenos linguísticos, abordamos o da desnasalização das vogais postônicas. Para isso buscamos a definição para postônica, que se refere às vogais que estão depois da sílaba tônica. Fizemos uso do que o autor Bechara (2009) diz acerca do ditongo nasal “ẽi”. Ele afirma que soam como ditongo nasal “ẽi” as sílabas (em, ém, em, ens) de muitos vocábulos, como por exemplo, nas seguintes palavras: bem, vintém, homem, parabéns.

Para o linguista Bagno (2005) na língua portuguesa há uma tendência natural em eliminar a nasalidade das vogais que estão depois da sílaba tônica, como nas palavras: “homem, ontem, viagem”, tornando-as assim: “home, onte, viagem”. Ou seja, segundo Bagno (2005), a desnasalização das vogais postônicas é uma “regra” interna da língua portuguesa que respeita as tendências normais do idioma. Assim, a fala de qualquer pessoa em que haja a ocorrência de tal fenômeno linguístico, não deve ser tachada como “errada”. Deve-se, no entanto, compreender que a pessoa segue a regra do idioma, ou seja, de desnasalizar as vogais posteriores à vogal tônica, em outras palavras, que ela elimina a nasalidade das vogais postônicas.

O último fenômeno linguístico que discorremos é o da contração das proparoxítonas em paroxítonas. Achamos cabível iniciarmos com o significado de proparoxítona e paroxítona. Para tal, utilizamos o conceito de Bechara (2009) que denomina proparoxítonas as palavras cujo acento tônico recai na antepenúltima sílaba, a exemplo de: sólida, felicíssimo. Já na paroxítona, o acento recai na penúltima sílaba, como em: barro, poderoso.

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O linguista Bagno (2005) concorda com a denominação de Bechara (2009) no que diz respeito às palavras proparoxítonas e paroxítonas, no entanto, relata que as proparoxítonas praticamente não existem no português não padrão. Afirma que elas sofreram contração, isto é, um “encolhimento para caberem no ritmo natural do PNP” (BAGNO, 2005, p.108). Bagno (2005) diz ainda que tais contrações foram o resultado da aceleração no ritmo da fala, ou seja, a língua ficou mais dinâmica, levando as vogais que se encontravam depois da sílaba tônica a desaparecerem, porque foram sendo pronunciadas cada vez mais fracas. Isso já ocorria no latim, de acordo com o autor, de modo que era comum dizer períclum (“perigo”) em vez de perículum.

A ocorrência desse fenômeno e dos demais que foram apresentados e discutidos nesta seção não deve ser tomada como “erro” ou como “estropiado”, conforme cita Bagno (2005), nem as pessoas que realizam esses fenômenos, ou outros que aqui não foram mostrados, devem ser alvos de discursos preconceituosos, haja vista que todos os fenômenos linguísticos têm uma explicação na língua; todos tem o porquê de ocorrerem mesmo com o passar dos anos. Talvez a explicação mais eficácia para a ocorrência dos fenômenos esteja mesmo na mudança por que passa a língua, já que ela muda e varia com o tempo. O que hoje pode ser considerado “errado” ontem era considerado “certo”, assim como o que consideramos “certo” hoje, amanhã pode ser tido como “errado”.

3 Procedimentos Metodológicos

Para desenvolvermos esta pesquisa utilizamos o método qualitativo-quantitativo porque, segundo Jick (1979), pode estabelecer ligações entre descobertas obtidas por diferentes fontes, ilustrá-las e torná-las mais compreensíveis. Ele chama de “triangulação” a combinação entre os métodos qualitativos e quantitativos. Assim, também o é para Morse (1991), mas este afirma ser a combinação de métodos uma “triangulação simultânea”, onde na fase de coletas de dados a interação entre os dois métodos é reduzida, no entanto, na fase de conclusão eles se completam.

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Esta pesquisa foi realizada com 4 (quatro) homens, analfabetos e com idade superior a cinquenta anos. Por uma questão de ética identificaremos os entrevistados por sujeito 1, sujeito 2, sujeito 3 e sujeito 4. Segue abaixo os dados dos sujeitos:

Sujeito 1 Sexo: Masculino

Idade: 50 anos Local do nascimento: Belém Escolaridade: estudou até a 4ª série

Local da entrevista: Na casa da

entrevistadora

Sujeito 3 Sexo: Masculino

Idade: 55

Local do nascimento: Belém Escolaridade: até a 4ª série Local da entrevista: na casa do sujeito Sujeito 2

Sexo: Masculino Idade: 77 anos Local do nascimento: Belém

Escolaridade: até a 4ª série Local da entrevista: casa do sujeito

Sujeito 4 Sexo: Masculino

Idade: 52

Local do nascimento: Belém Escolaridade: até a 4ª série

Local da entrevista: no local de trabalho do sujeito

(academia).

A coleta de dados deu-se por meio de um questionário fonético-fonológico composto de 159 perguntas fechadas para que realizássemos as entrevistas a fim de descobrir como os sujeitos pronunciam determinadas palavras.

4 Análise9

Analisando as falas dos sujeitos verificamos que não houve ocorrência do rotacismo, fenômeno já explicado. As palavras 33- “clara”, 40- “planta”, 70- “placa” e 71- “bicicleta”, que têm o /l/ no encontro consonantal, foram pronunciadas assim pelos

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quatros sujeitos: 33- ; 40- ; 70- e 71- , segue abaixo:

Após analisarmos a fala dos sujeitos, foi verificado também que não ocorreu o fenômeno da transformação do /lh/ em /i/, que é a assimilação. Segue a tabela abaixo:

Rotacização do L nos encontros consonantais

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 33  [  [  [  40    

Transformação de LH em I

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4 23     25     41     44     80     112     114     122     129     139    

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Assim como nos dois fenômenos anteriores, ao analisarmos os dados da fala dos sujeitos percebemos que não ocorreu a transformação do /nd/ em /n/ e do /mb/ em /m/, isto é, não ocorreu o que chamamos de assimilação, como pode ser observado no quadro a seguir:

Transformação do ND em N e do MB em M.

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

27     52     53     91     92     121  i   148    

Com base nas falas dos 4 sujeitos pudemos observar a ocorrência do fenômeno da redução do ditongo /ou/ em /o/ e do ditongo /ei/ em /e/, respectivamente. Veja o quadro abaixo:

Redução do ditongo OU em O

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

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Este fenômeno ocorreu na questão 06 quando os sujeitos 1, 2 e 3 pronunciaram a palavra “tesoura” da seguinte maneira: sujeitos 1 e 2, ; sujeito 3 . É interessante atentarmos para o fato de que na pronúncia do sujeito 1 houve a redução em todas as palavras, já na pronúncia do sujeito 4 não houve a ocorrência. Algo que contradiz a afirmação de algumas pessoas de que os analfabetos falam completamente “errado”, porque a ocorrência do fenômeno analisado acima não aconteceu na fala de todos os sujeitos.

Em relação à redução do /ei/ em /e/, observamos o quadro abaixo:

Redução do ditongo EI em E

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

3     8     12     24     35     47    

50 [ peI] [ peI] [ peyI] [ peyI]

83    

91    

115    

(15)

94    

100    

117    

141    

146    

Nas questões 03, 12, 24, 91 e 100 onde o ditongo /ou/ vem antes da consoante /r/, ocorreu o fenômeno, com exceção da palavra “travesseiro” da questão 08, onde não houve ocorrência da redução. A redução também aconteceu na questão 50, quando os

sujeitos 1 e 2 pronunciaram [ peI] a palavra “peixe”, o que já se esperava, pois a redução também acontece antes da consoante X. E, por fim, este fenômeno ocorreu na

questão 35, quando os sujeitos 1, 3 e 4 pronunciaram a palavra “manteiga”, porém a redução não ocorreu na questão 146 cuja palavra era “beijar” e o ditongo vem antes da consoante J, fato que nos faz comprovar que nem todas as palavras com o ditongo /ei/ antecedido do /r/, /x/ e /j/ terão o ditongo reduzido na pronúncia. Apontamos também para o fato de que nas palavras “teia”, “correio” e “meia” os sujeitos não realizaram a redução, talvez porque nestas palavras o ditongo antecede uma vogal.

No que se refere ao fenômeno do /e/ e /o/ átonos pretônicos, o qual já foi explicado anteriormente, observamos no quadro que:

Redução do E e O átonos pretônicos

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

3  ]  

(16)

8     25     29     30     36     37     46     67     69     74     81     84     87     100    ] 106     108     122     123     126     148    

(17)

149    

151    

158    

Nas questões 25, 81, 84, 122, 123, 126 e 151 os quatro sujeitos abordados realizaram o fenômeno, visto que tais vocábulos possuem um /i/ ou um /u/ nas sílabas tônicas, permitindo que as vogais pretônicas escritas /e/ e /o/ se reduzam e sejam pronunciadas como /i/ e /u/, fato que caracteriza a harmonização vocálica. Nas questões de números 36- “botar” (um sujeito realizou), 37- “bonito” (três realizaram) e 46- “borboleta” (um realizou) houve a redução da vogal átona pretônica /o/ sem a presença de um /i/ ou /u/ nas sílabas tônicas, fato que comprova a existência de um grupo de palavras onde ocorre a redução devido um /b/ ou um /m/ no início desses vocábulos. Acreditamos que os sujeitos não realizaram o fenômeno em algumas palavras devido ao convívio social e cultural no qual estão inseridos.

O fenômeno observado no quadro abaixo é o da desnasalização das vogais postônicas, em que os sujeitos 1, 2 e 3 pronunciam a palavra 75- “passagem” assim:

, isto é, eliminando a nasalidade da vogal postônica; semelhante ao que ocorre

com a palavra 128- “homem”, em que os sujeitos 1 e 3 pronunciaram da seguinte forma:

, confirmando o fenômeno da desnasalização, diferente dos sujeitos 2, 3 e 4 que

pronunciaram , logo nasalizando ao final.

Desnasalização das vogais postônicas

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

75    ]

(18)

Abaixo verificamos a ocorrência da contração das proparoxítonas em paroxítonas, observado nas palavras de número 15- “fósforo”, 32- “abóbora” e 39-“árvore”, onde apenas o sujeito 1 as pronunciou assim: 15- , 32-  39-

 Segue abaixo:

Contração das proparoxítonas em paroxítonas

Pergunta Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3 Sujeito 4

10     11     15     17     32     39     60     66     118     127     133     157    

(19)

5 Resultados

Dos oito fenômenos que discorremos neste artigo houve ocorrência de cinco na fala dos sujeitos, a citar:

1) Redução do OU em O; 2) Redução do EI em E;

3) Redução do E e O átonos pretônicos;

4) Desnasalização das vogais postônicas;

5) Contração das proparoxítonas em paroxítonas.

A ocorrência dos fenômenos foi maior na fala do sujeito 1 (50 anos). Dos oito fenômenos houve ocorrência de cinco na fala dele. Seguido do sujeito 2 (77 anos) e do sujeito 3 (55 anos) em que houve ocorrência de quatro fenômenos na fala dele. E por último o sujeito 4 (52 anos) em que houve ocorrência de apenas dois fenômenos na fala dele. Um dos motivos seria o fato do mesmo trabalhar em uma academia, onde é frequente a presença de pessoas de classe elevada, o que pode ter influenciado a sua fala. Percebemos ainda que a idade não é um fator definitivo para a ocorrência dos fenômenos, haja vista que, a maior ocorrência foi na fala do sujeito 1 (50 anos), onde ocorreu cinco dos oito fenômenos pesquisados e não no sujeito 2 (77 anos), de maior idade (em que ocorreram quatro). Segue gráfico abaixo:

(20)

Dos cinco fenômenos ocorridos houve o da redução do /ou/ em /o/ que aconteceu na fala dos sujeitos 1, 2 e 3. Eram três as palavras em que poderia haver ocorrência. O sujeito 1 reduziu todas as palavras; os sujeitos 2 e 3 reduziram apenas uma palavra e o sujeito quatro não reduziu nenhuma, segue abaixo o gráfico.

A redução do /ei/ em /e/ ocorreu na fala dos quatro sujeitos. Eram 14 palavras em que poderia ocorrer esse fenômeno. O 1º sujeito reduziu 7 palavras; o 2º sujeito reduziu 3 palavras; o 3º reduziu 5 palavras e o 4º apenas 2 palavras, como visto no gráfico abaixo. 5 4 4 2 Quantidade de Fenômenos 1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito 3 1 1

Quantidade de Palavras reduzidas Redução de OU em O 1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito 7 3 5 2

Quantidade de Palavras reduzidas Redução de EI em E

1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito

(21)

A redução do /e/ e /o/ átonos pretônicos ocorreu na fala dos quatro sujeitos, porém com mais frequência na fala do sujeito 1. Eram 25 palavras em que poderia ocorrer esse fenômeno. Desse modo, entendemos que o sujeito um reduziu 22 palavras; o sujeito dois reduziu 11 palavras; o sujeito três reduziu 16 palavras e o sujeito quatro reduziu 13 palavras. Conforme o gráfico abaixo:

O fenômeno da desnasalização das vogais pretônicas ocorreu na fala de apenas três sujeitos. Eram duas as palavras em que poderia haver a ocorrência desse fenômeno. Os sujeitos 1 e 3 desnasalizaram as duas; o sujeito 2 apenas uma palavra; e o sujeito quatro não desnasalizou nenhuma. Segue abaixo o resultado no gráfico:

Já o fenômeno da contração das proparoxítonas em paroxítonas ocorreu apenas na fala do sujeito 1. Eram 12 palavras em que podia haver ocorrência. Mas, ele reduziu apenas três. Segue abaixo como ficou o gráfico:

22

11 16

13

Quantidade de Palavras reduzidas Redução do E a O átonos pretônicos

1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito 2 1 2 Quantidade de Palavras Desnasalização das vogais postônicas

1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito

(22)

Conclusão

Essa pesquisa teve como iniciativa a investigação de alguns fenômenos linguísticos. Analisamos a frequência e a ocorrência na fala dos sujeitos homens, analfabetos, maiores de cinquenta anos e residentes em Belém. Percebemos que dos oito fenômenos cinco foram realizados na fala dos sujeitos, sendo mais frequente na fala do sujeito 1 (50 anos) e menos frequente na fala do sujeito 4 (52 anos).

Alcançamos os objetivos pretendidos, porque conseguimos uma aprendizagem melhor acerca da língua oral e mais reflexões sobre o preconceito linguístico, pois conforme Bagno (2009) a língua não deve ser uma forma de exclusão social, visto que não devemos impor a língua normatizada. Negar a existência de uma pluralidade de normas linguísticas em nossa sociedade é negar a cultura de um povo. A língua não deve ser utilizada como forma de perseguir e humilhar o outro. Desse modo, a pesquisa levou-nos a compreender que os fenômenos linguísticos não ocorrem em determinados grupos, e sim de maneira geral. E que todos os fenômenos aqui vistos e outros a serem investigados têm uma explicação histórica. Ficou evidente, através da pesquisa, que não existe uma língua melhor ou mais correta que a outra, pois a língua está sempre mudando e se transformando.

3

Quantidade de Palavras

Contração das proparoxítonas em paroxítonas

1º sujeito 2º sujeito 3º sujeito 4º sujeito

(23)

Referências

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Publifolha, 2009.

BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 14. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 42-117.

______. Não é errado falar assim! Em defesa do Português brasileiro. São Paulo: Parábola Editora, 2009.

______. Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa. 4. ed. São Paulo: Parábola Editora, 2004.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática portuguesa. Disponível

em:<https://docs.google.com/file/d/0B7hMF-wiDdldLUM0T1U2MkJ5NXM/edit>.

Acesso em: 21 out. 2014.

CAMARA JÚNIOR, Joaquim Matoso. As vogais em português. In: Problemas de

linguística descritiva. 13. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1988.

FARACO, Carlos Emilio; MOURA, Francisco Marto de. Gramática. 9. Ed. São Paulo: Ática, 2004.

NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa-característica, usos e possibilidades. Disponível em:<http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C03-art06.pdf >. Acesso em: 14 nov. 2014.

Recebido Para Publicação em 28 de junho de 2015. Aprovado Para Publicação em 30 de setembro de 2015.

Referências

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