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LINGUA PORTUGUESA. Como o tipo mais cobrado em provas de concurso é a dissertação, vamos entender como ela se estrutura e em que ela se baseia.

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INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS POSSÍVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR; SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES; RELAÇÕES ENTRE IDÉIAS E RECURSOS DE COESÃO; FIGURAS DE ESTILO.

Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: ―Levei minha filha caçula ao parque.‖, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitas e explícitas

do texto. E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova.

Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de ―conhecimento de mundo‖, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita.

Vamos a um exemplo.

É mundialmente reconhecida a qualidade do champanhe francês. Imaginemos, então, que em um texto o autor trate do assunto ―bebidas finas‖ e escreva que na região de Champagne, na França, é produzido um champanhe muito conhecido. Mais tarde, em uma questão, a banca pergunta qual foi a abordagem do texto em relação ao tema e coloca, em uma das alternativas, que o autor afirma que o melhor champanhe vendido no mundo é o da região de Champagne, na França. Se você for um candidato afoito, vai marcar essa alternativa como correta, certo?, sem parar para pensar que o autor não havia feito tal afirmação e que, na verdade, o que ele assegurou foi que há um champanhe que é muito conhecido e que é produzido na França. O fato de possivelmente ser o melhor do mundo é uma informação que você adquiriu em jornais, revistas etc. Entendeu a diferença?

Propositadamente, a banca utiliza trechos inteiros idênticos ao texto só para confundir o candidato, e ao final, coloca uma afirmação falsa. Cuidado com isso! Contudo, não basta retirar informações de um texto para responder corretamente as questões. É necessário saber de onde tirá-las.

Para tanto, temos que ter conhecimento da estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu formato final de dissertação, narração ou descrição.

Como o tipo mais cobrado em provas de concurso é a dissertação, vamos entender como ela se estrutura e em que ela se baseia.

Quando dissertamos, diz-se que estamos argumentando.

Mas argumentando o quê? A respeito de quê? Para formular os argumentos, antes necessitamos de uma tese, algo que vamos afirmar e defender, a respeito de um determinado assunto.

Então, por exemplo, se o assunto é ―Aquecimento global‖ é imperativo apresentar uma tese baseada nele. Pode-se escrever ―O aquecimento global tem sido motivo de preocupação por parte dos cientistas‖, ou ―A população deve preocupar-se com o superaquecimento do planeta‖ etc.

O importante é que na tese esteja claro aquilo que deverá ser sustentado por meio de argumentos.

O próximo passo é estabelecer quais argumentos poderão ser utilizados para tornar a afirmação feita na tese cada vez mais sólida.

Apresentados os argumentos, basta concluir a dissertação.

Tudo o que aqui foi exposto é apenas ilustrativo para que se tenha ideia de como um texto é estruturado e, a partir daí, estudar o texto apresentado e procurar no lugar certo a resposta para cada questão.

Vejamos:

Normalmente, a tese é explicitada na primeira frase do primeiro parágrafo, coincidindo com o que chamamos de ―tópico frasal‖, aquela sentença que usamos para chamar a atenção em um texto e apresentá-lo de forma clara. Mas ela pode aparecer também na última frase do primeiro parágrafo.

Disso decorre que sempre que precisar encontrar a tese do texto para responder a questões sobre o que o autor pensa, por exemplo, deve-se procurá-la no primeiro parágrafo.

Todavia, se a banca quiser saber em que o autor se fundamentou para fazer tal afirmação, basta procurar a resposta nos parágrafos em que forem apresentados os argumentos.

Por exemplo, na última prova do MPU, cargo Analista Processual, da banca Fundação Carlos

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Chagas, foi perguntado aos candidatos o que revelava a argumentação do autor. Dentre as alternativas apresentadas, bastava saber qual era fundamentalmente um argumento utilizado pelo autor e o que ele demonstrava.

É, portanto, muito importante conhecer a estrutura de um texto para saber trabalhá-lo de forma a fazer com que ele seja um aliado na conquista de um cargo público.

I) Para interpretar bem

Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo.

1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é ―ler por ler‖, para se livrar. 2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que tem uma seção dedicada a isso.)

3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.

4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas idéias serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas.

5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às idéias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma. Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.

6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.

EXERCÍCIOS

Responda as questões de 1 a 10 de acordo com o texto abaixo:

O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada.

Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição.

Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos.

Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas.

Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral.

Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão.

Jorge Amado

1. Padre Cabral, numa determinada passagem do

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a)façam uma descrição sobre o mar;

b)descrevam os mares encapelados de Camões; c)reescrevam o episódio do Gigante Adamastor;. d)façam uma descrição dos mares nunca dantes navegados;

e)retirem de Camões inspiração para descrever o mar.

2. Segundo o texto, para executar o dever

imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo:

a)conhecimento extraído de "As viagens de Gulliver";

b)assunto extraído de traduções de ficcionistas ingleses e franceses;

c)amor por Charles Dickens; d)mar descrito por Mark Twain;

e)saber já feito, já explorado por célebre autor.

3. Apenas o narrador foi diferente, porque:

a)lia Camões;

b)se baseou na própria vivência;

c)conhecia os ficcionistas ingleses e franceses; d)tinha conhecimento das obras de Mark Twain; e)sua descrição não foi corrigida na cela de Padre Cabral.

4. O narrador confessa que no internato lhe

faltava:

a)a leitura de Os Lusíadas; b)o episódio do Adamastor; c)liberdade e sonho;

d)vocação autêntica de escritor; e)respeitável personalidade.

5. Todos os alunos apresentaram seus trabalhos,

mas só foi um elogiado, porque revelava: a)liberdade;

b)sonho;

c)imparcialidade; d)originalidade; e)resignação.

6. Por ter executado um trabalho de qualidade

literária superior, o narrador adquiriu um direito que lhe

agradou muito:

a)ler livros da estante de Padre Cabral; b)rever as praias do Pontal;

c)ler sonetos camonianos;

d)conhecer mares nunca dantes navegados; e)conhecer a cela de Padre Cabral.

7. Contudo, a felicidade alcançada pelo narrador

não era plena. Havia uma pedra em seu caminho: a)os colegas do internato;

b)a cela do Padre Cabral; c)a prisão do internato; d)o mar de Ilhéus; e)as praias do Pontal.

8. Conclui-se, da leitura do texto, que:

a)o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforço com que o realizaram;

b)o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhéus;

c)o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos

portugueses;

d)a competência de saber escrever conferia, no colégio, tanto destaque quanto a competência de ser

bom atleta ou bom em matemática;

e)graças à amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colégio dos jesuítas.

9. O primeiro dever... foi uma descrição...

Contudo nesse texto predomina a: a)narração;

b)dissertação; c)descrição;

d)linguagem poética; e)linguagem epistolar.

10. Por isso a maioria dos verbos do texto

encontra-se no:

a)presente do indicativo;

b)pretérito imperfeito do indicativo; c)pretérito perfeito do indicativo;

d)pretérito mais que perfeito do indicativo; e)futuro do indicativo.

Releia a primeira estrofe e responda as questões de 11 a 13

Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha.

11. À ordem alterada, que o autor elabora no

texto, em busca da eufonia e ritmo, dá-se o nome de: a)antítese; b)metáfora; c)hipérbato; d)pleonasmo; e)assíndeto.

12. E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na

ordem direta fica:

a)E a alma povoada de sonhos eu tinha. b)E povoada de sonhos a alma eu tinha. c)E eu tinha povoada de sonhos a alma. d)E eu tinha a alma povoada de sonhos. e)E eu tinha a alma de sonhos povoados.

13. Predominam na primeira estrofe as orações:

a)substantivas; b)adverbiais; c)coordenadas; d)adjetivas; e)subjetivas.

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Releia a segunda estrofe para responder as questões de 14 a 17:

E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha

14.O objetivo preso (presa) refere-se a:

a)estrada; b)vida; c)minha mão; d)tua mão; e)vista. GABARITO 01. A 02. E 03. B 04. C 05. D 06. A 07. C 08. D 09. A 10. C 11. C 12. D 13. C 14. D TIPOS DE TEXTOS

O modo de se estabelecer a interação entre texto e leitor é o que vai determinar o tipo de texto. Isso significa que o tipo é caracterizado pela natureza linguística de sua construção teórica, ou seja, por seus tempos verbais, aspectos lexicais e sintáticos, relações entre seus elementos. Os principais tipos textuais são:

descritivos, dissertativo, narrativo, argumentativo, expositivo, injuntivo.

Os gêneros de textos

Se o tipo é organizado pelos seus elementos formais, o gênero é caracterizado pelo estilo do texto, pela sua função sociocomunicativa, ou seja, para o fim a que se destina. Surgem, pois, vários gêneros (orais e/ou escritos):

bula de remédios, bilhete, narrativas, artigos de opinião, crônicas, romances, receitas, classificados, reportagens jornalísticas, carta pessoal, carta comercial, catálogos, lista telefônica, telefonema, email, cardápio, chat, manual de instruções, resenha, outdoor, plano de aula, aula virtual, resumo, charge, boletim de ocorrência, edital de concurso, relatório, piada, conversação comum, conferência, sermão, romance, biografia, horóscopo, reunião, etc.

Tipos e gêneros podem conviver num mesmo texto, mas normalmente um predomina. Textos dissertativos argumentativos podem trazer cenas descritivas, e vice-versa. Assim sendo, um texto, por exemplo, do gênero carta, pode ser do tipo narrativo, argumentativo, etc. Um romance pode trazer trechos descritivos, embora seja predominantemente narrativo. Numa bula de remédio estão presentes três tipos: descritivo, dissertativo e injuntivo. Na fábula, o narrativo e argumentativo. Concluímos que, um mesmo tipo de texto pode ocorrer em vários gêneros.

O cão e o osso O cão e o osso

Um dia, um cão ia atravessando uma ponte,

carregando um osso na boca.

Olhando para baixo, viu sua própria imagem refletida na água. Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o osso e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu próprio osso caiu na água e se perdeu para sempre.

Moral: Mais vale um pássaro na mão do que dois

voando. (disponível em: www.dominiopublico.gov.br/.../DetalheObraDownl oad.do?select...acesso:21/08/11) Trabalhando conhecimentos 1. Gênero: fábula.

2. Sobre o autor da fábula – Esopo: escritor grego, viveu no século V a.C., considerado o maior escritor de fábulas da Grécia. A Grécia é um país europeu, próximo à Asia – sua capital: Atenas.

3. Principais características das fábulas: - textos com linguagem simples; - geralmente curtos, estilo narrativo e bem humorados;

- mensagem do texto direcionada ao

comportamento humano;

- no final trazem uma nota chamando atenção

para a moral da história.

- os personagens que representam animais nas fábulas agem como se fossem humanos. Ver

TIPOLOGIA TEXTUAL

NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO E DISSERTAÇÃO NARRAÇÃO: Desenvolvimento de ações. Tempo

em andamento.

DESCRIÇÃO: Retrato através de palavras.

Tempo estático.

DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de idéias.

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Texto

Em um cinema, um fugitivo corre desabaladamente por uma floresta fechada, fazendo ziguezagues. Aqui tropeça em uma raiz e cai, ali se desvia de um espinheiro, lá transpõe um paredão de pedras ciclópicas, em seguida atravessa uma correnteza a fortes braçadas, mais adiante pula um regato e agora passa, em carreira vertiginosa, por pequena aldeia, onde pessoas se encontram em atividades rotineiras. Neste momento, o operador pára as máquinas e tem-se na tela o seguinte quadro: um homem (o fugitivo), com ambos os pés no ar, as pernas abertas em larguíssima passada como quem corre, um menino com um cachorro nos braços estendidos, o rosto contorcido pelo pranto, como quem oferece o animalzinho a uma senhora de olhar severo que aponta uma flecha para algum ponto fora do enquadramento da tela; um rapaz troncudo puxa, por uma corda, uma égua que se faz acompanhar de um potrinho tão inseguro quanto desajeitado; um pajé velho, acocorado perto de uma choça, tira baforadas de

um longo e primitivo cachimbo; uma velha gorda e suja dorme em uma já bastante desfiada rede de embira fina, pendurada entre uma árvore seca, de galhos grossos e retorcidos e uma cabana recém construída, limpa, alta, de palhas de buriti muito bem amarradas...

Antes de exercitar com o texto, pense no seguinte:

Narrar é contar uma história. A Narração é uma

seqüência de ações que se desenrolam na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de um personagem ou actante que a prática em determinado momento e em determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de que um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço e tempo em desenvolvimento. Os outros dois componentes da narrativa são: narrador e enredo ou trama.

Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto,

um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente, por não se preocupar com a seqüência das ações, com a sucessão dos momentos, com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetos, um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em uma mesma fração da linha cronológica. É a foto de um instante.

A descrição pode ser estática ou dinâmica.

A descrição estática não envolve ação. Exemplos: "Uma velha gorda e suja."

"Árvore seca de galhos grossos e retorcidos."

A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como em uma fotografia. No texto, a partir do momento em que o operador pára as máquinas projetoras, todas as ações que se vêem na tela estão ocorrendo simultaneamente, ou seja, estão compondo uma descrição dinâmica. Descrição porque todas as ações acontecem ao mesmo tempo, dinâmica porque inclui ações.

Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de

idéias, de juízos, de pensamentos. Exemplos:

"As circunstâncias externas determinam rigidamente a natureza dos seres vivos, inclusive o homem..."

"Nem a vontade, nem a razão podem agir independentemente de seu condicionamento passado."

Linguagem Verbal

Existem várias formas de comunicação. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita, dizemos que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está presente em textos em propagandas;

 Em reportagens (jornais, revistas, etc.);  Em obras literárias e científicas;  Na comunicação entre as pessoas;  Em discursos (Presidente da República,

representantes de classe, candidatos a cargos públicos, etc.);

 E em várias outras situações.

Linguagem não Verbal

Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a idéia de atenção,

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de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.

Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as cores).

Pressuposição

É o conteúdo que fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito. Assim, a frase "Pedro parou de fumar" veicula a pressuposição de que Pedro fumava antes; "Pedro passou a trabalhar à noite" contém a pressuposição de que antes ele trabalhava de dia, mas contém também a pressuposição de que ele não trabalhava antes, dependendo da ênfase colocada em passar a ou em à noite.

Vale lembrar que, nestes exemplos, a pressuposição é marcada lingüisticamente pela presença dos verbos parar de, passar a. Existem também pressuposições que não apresentam marca lingüística; estes tipos de pressuposição denominam-se inferências.

Inferências

São informações normais que não precisam ser explicitadas no momento da produção do texto; são também chamadas de subentendidos. O exemplo seguinte ajuda a entender esta noção: "Maria foi ao cinema, assistiu ao filme sobre dinossauros e voltou para casa." Lendo esta frase, o ouvinte/leitor recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema existem cadeiras, tela, bilheteria; há uma pessoa que vende bilhetes, outra que os recolhe na entrada; a sala fica escura durante a projeção, etc. Enfim, isto não precisa ser dito explicitamente. Se assim não fosse, que extensão teriam nossos textos para fornecer, sempre que necessário, todas estas informações?

Daí a importância das inferências na interação verbal. Se quiséssemos dizer que Maria não conseguiu ver o filme até o final, isto teria que ser explicitado, porque, normalmente, a pessoa vê o filme inteiro.

Implicatura

É um sentido derivado, que atribuímos a um enunciado depois de constatar que seu sentido literal é irrelevante para a situação. Se perguntamos: "Qual é a função de Pedro no jornal?" e ouvimos "Pedro é o filho do chefe", podemos depreender dessa resposta que Pedro

não tem função nenhuma que Pedro não faz nada

ou que Pedro não precisa fazer nada.

Nem as implicaturas nem as pressuposições fazem parte do conteúdo explicitado. A diferença entre elas está no fato de que, com respeito às pressuposições, a estrutura lingüística nos oferece os elementos que permitem depreendê- las; já com as implicaturas isto não acontece -- o suporte lingüístico é menos óbvio e, portanto, elas dependem principalmente do conhecimento da situação, compartilhado pelo falante e pelo ouvinte. As pressuposições fazem parte do sentido literal das frases, enquanto as implicaturas são estranhas a ele.

Ponto De Vista Do Autor

Modos de narrar - na obra Para entender o texto: leitura e redação, de Platão & Fiorin, o autor afirma que as frases ou os enunciados que lemos ou ouvimos chegam até nós como uma forma pronta e acabada, mas é evidente que esses enunciados não sugiram do nada: eles foram produzidos por alguém. Dessa forma, qualquer enunciado – aquilo que foi dito ou escrito – pressupõe alguém que o tenha produzido.

Com base nesses dados:

a) aquilo que foi escrito ou dito por alguém chamaremos enunciado;

b) o produtor de enunciado, responsável pela organização do texto, chamaremos narrador.

O narrador não se confunde com o autor do texto ou com o escritor, tanto é verdade, que o narrador pode ser um personagem, aparecendo nos próprios enunciados.

O autor é uma pessoa de carne e osso; o narrador faz parte do texto, é quem relata a partir de seu ponto de vista.

Pode até mesmo ocorrer que autor e narrador tenham visão de mundo e ideologia completamente opostas entre si. O narrador não revela necessariamente as ideias, preferências e os pontos de vista do autor.

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Há dois modos básicos de narrar: ou o narrador introduz-se no discurso, produzindo-o, então em primeira pessoa, ou ausenta-se dele, criando um discurso em terceira pessoa. Narrar em terceira pessoa ou em primeira pessoa são os dois pontos de vista fundamentais do narrador.

O narrador em terceira pessoa pode assumir duas posições diante do que narra:

1) Ele conhece tudo, até os pensamentos e sentimentos dos personagens. Comenta, analisa e critica tudo.

É como se pairasse acima dos acontecimentos e tudo visse. É chamado narrador onisciente (que sabe tudo).

2) O narrador também conhece os fatos, mas não invade o interior dos personagens para comentar seu comportamento, intenções e sentimentos. Essa posição cria um efeito de sentido de objetividade ou de neutralidade. É como se a história se narrasse sozinha. O narrador pode ser chamado observador.

O narrador em primeira pessoa está presente na narrativa.

Pode ser o personagem principal ou um personagem secundário:

1) Quando é personagem principal, ele não tem acesso aos sentimentos, pensamentos e intenções dos outros personagens, mas pode relatar suas percepções, seus sentimentos e pensamentos. É a forma ideal de explorar o interior de um personagem. É o que ocorre em O Ateneu, de Raul Pompeia.

2) Quando o narrador é um personagem secundário, observa de dentro os acontecimentos. Viveu os fatos relatados, conta o que viu ou ouviu e até mesmo se serve de cartas ou documentos que obteve.

Não consegue saber o que se passa na cabeça dos outros. Pode apenas inferir, lançar hipóteses e pode ou não comentar os acontecimentos.

O modo de narrar em primeira pessoa cria um efeito de subjetividade maior que o modo em terceira pessoa. Este produz um efeito de sentido de objetividade, pois o narrador não está envolvido com os acontecimentos.O narrador pode projetar uma imagem do leitor dentro da obra e dialogar com esse ―leitor‖, prevendo suas reações. Esse leitor instalado no texto não se confunde com o leitor real.

RELAÇÃO ENTRE IDEIAS E RECURSOS DE COESÃO COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre determinados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessariamente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala de aula.

Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplicação na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no referido seminário.

Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui apresentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cumprido honestamente o seu papel.

Coesão e Coerência Textual

OS MECANISMOS DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

O texto não é simplesmente um conjunto de palavras; pois se o fosse, bastaria agrupá-las de

qualquer forma e teríamos um:

"O ontem lanche menino comeu"

Veja que neste caso não há um texto, há somente um grupo de palavras dispostas em uma ordem qualquer. Mesmo que colocássemos estas palavras em uma ordem gramatical correta: sujeito-verbo-complemento, precisaríamos ainda organizar o nível semântico do texto, deixando-o inteligível.

"O lanche comeu o menino ontem"

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sujeito = o lanche

verbo = comeu

complementos = o menino ontem

Mas o nível semântico apresenta problemas, pois não é possível que o lanche coma o menino, pelo menos neste contexto. Caso a frase estivesse empregada num sentido figurado e em outro

contexto, isto seria possível.

Pedrinho saiu da lanchonete todo lambuzado de maionese, mostarda e catchup, o lanche era enorme, parecia que "o lanche tinha comido o menino".

A coesão e a coerência garantem ao texto uma unidade de significados encadeados.

A COESÃO

Há, na língua, muitos recursos que garantem o

mecanismo de coesão:

* por referência: Os pronomes, advérbios e os

artigos são os elementos de coesão que proporcionam a unidade do texto.

"O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente recebeu várias homenagens."

Esse texto repetitivo torna-se desagradável e sem coesão. Observe a atuação do advérbio e do pronome no processo de e elaboração do texto.

"O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado."

Veja que o texto ganhou agilidade e estilo. Os termos ―Lá‖ e ―ele‖ referem-se a Portugal e Presidente, foram usados a fim de tornar o texto coeso.

* por elipse: Quando se omite um termo a fim de

evitar sua repetição.

"O Presidente foi a Portugal. Lá, foi homenageado."

Veja que neste caso omitiu-se a palavra ―Presidente‖, pois é subentendida no contexto.

* lexical: Quando são usadas palavras ou

expressões sinônimas de algum termo subseqüente:

"O Presidente foi a Portugal. Na Terra de Camões foi homenageado por intelectuais e escritores."

Veja que ―Portugal‖ foi substituída por ―Terra de Camões‖ para evitar repetição e dar um efeito mais significativo ao texto, pois há uma ligação semântica entre ―Terra de Camões‖ e intelectuais

e escritores.

* por substituição: É usada para abreviar

sentenças inteiras, substituindo-as por uma expressão com significado equivalente.

"O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos Esportes o fez também."

A expressão ―o fez também‖ retoma a sentença

―viajou para Portugal‖.

* por oposição: Empregam-se alguns termos

com valor de oposição (mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto compreensível.

"Estávamos todos aqui no momento do crime, porém não vimos o assassino." * por concessão ou contradição: São eles:

embora, ainda que, se bem que, apesar de,

conquanto, mesmo que.

"Embora estivéssemos aqui no momento do crime, não vimos o assassino." * por causa: São eles: porque, pois, como, já

que, visto que, uma vez que.

"Estávamos todos aqui no momento do crime e não vimos o assassino uma vez que nossa visão fora encoberta por uma névoa muito forte." * por condição: São eles: caso, se, a menos que,

contanto que.

"Caso estivéssemos aqui no momento do crime, provavelmente teríamos visto o assassino." * por finalidade: São eles: para que, para, a fim

de, com o objetivo de, com a finalidade de, com

intenção de.

"Estamos aqui a fim de assistir ao concerto da

orquestra municipal."

A COERÊNCIA

É muito confusa a distinção entre coesão e coerência, aqui entenderemos como coerência a ligação das partes do texto com o seu todo. Ao elaborar o texto, temos que criar condições para que haja uma unidade de coerência, dando

ao texto mais fidelidade.

“Estava andando sozinho na rua, ouvi passos atrás de mim, assustado nem olhei, saí correndo, era um homem alto, estranho, tinha em suas

mãos uma arma...”

Se o narrador não olhou, como soube descrever a personagem?

(9)

A falta de coerência se dá normalmente: Na inverossimilhança, falta de concatenação e

argumentação falsa.

Observe outra situação:

“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, cheguei mais perto para ver o que acontecia...”

Ocorre neste trecho uma incoerência pois se era realmente um saco de lixo, com certeza não iria

acontecer coisa alguma.

Outro tipo de incoerência: Ao tentar elaborar uma história de suspense, o narrador escolhe um título que já leva o leitor a concluir o final da história.

Um milhão de dólares

“Estava voltando para casa, quando vi na calçada algo que parecia um saco de lixo, ao me aproximar percebi que era um pacote...”

O que será que havia dentro do pacote? Veja como o narrador acabou com a história na

escolha infeliz do título.

A incoerência está presente, também, em textos dissertativos que apresentam defeitos de argumentação.

Em muitas redações observamos afirmações falsas e inconsistentes. Observe:

“No fundo nenhuma escola está realmente preocupada com a qualidade de ensino.” “Estava assistindo ao debate na televisão dos candidatos ao governo de São Paulo, eles mais se acusavam moralmente do que mostravam suas propostas de governo, em um certo momento do debate dois candidatos quase partem para a agressão física. Dessa forma, isso nos leva a concluir que o homem não consegue conciliar idéias opostas é por isso que o mundo

vive em guerras freqüentemente.”

Note que nos dois primeiros exemplos as informações são amplas demais e sem nenhum fundamento. Já no terceiro, a conclusão apresentada não tem ligação nenhuma com o

exemplo argumentado.

Esses exemplos caracterizam a falta de coerência

do texto.

Finalizando:

tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com cuidado, pois a unidade do texto depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos.

(10)

2.1 Ortografia: emprego das letras, 2.2

divisão silábica, 2.3 acentuação gráfica, 2.4

encontros vocálicos e consonantais, 2.5

dígrafos;

2.6

classes

de

palavras:

substantivos, adjetivos, artigos, numerais,

pronomes, verbos, advérbios, preposições,

conjunções,

interjeições:

conceituações,

classificações, flexões, emprego, locuções.

2.7 Sintaxe: estrutura da oração, estrutura do

período, 2.8 concordância (verbal e nominal);

2.9 regência (verbal e nominal); 2.10 crase,

2.11

colocação

de

pronomes;

2.12

pontuação.

REGRAS PRÁTICAS PARA O EMPREGO DE LETRAS

1. REPRESENTAÇÃO DO FONEMA /Z/

a) Dependendo da sílaba inicial da palavra,

pode ser representado pelas letras z, x, s:

Sílaba inicial a > usa-se z - azar, azia, azedo, azorrague, azêmola ...

Exceções: Ásia, asa, asilo, asinino.

Sílaba inicial e > usa-se x - exame, exemplo, exímio, êxodo, exumar ...

Exceções: esôfago, esotérico, (há também

exotérico)

Sílaba inicial i > usa-se s - isento, isolado, Isabel, Isaura, Isidoro ...

Silaba inicial o > usa-se s - hosana, Osório, Osíris, Oséias...

Exceção: ozônio

Sílaba inicial u > usa-se s - usar, usina, usura, usufruto ...

b) No segmento final da palavra (sílaba ou

sufixo), pode ser representado pelas letras z e s:

1) letra z - se o fonema /z/ não vier entre vogais:

az, oz - (adj. oxítonos) audaz, loquaz, veloz, atroz

...

iz, uz - (pal. oxítonas) cicatriz, matriz, cuscuz,

mastruz ...

Exceções: anis, abatis, obus.

ez, eza - (subst. abstratos) maciez, embriaguez,

avareza ...

2) letra s - se o fonema /z/ vier entre vogais:

asa - casa, brasa ... ase - frase, crase ... aso - vaso, caso ...

Exceções: gaze, prazo.

ês(a) - camponês, marquesa ... ese - tese, catequese ... esia - maresia, burguesia ... eso - ileso, obeso, indefeso ... isa - poetisa, pesquisa ...

Exceções: baliza, coriza, ojeriza.

ise - valise, análise, hemoptise ...

Exceção: deslize.

iso – aviso, liso, riso, siso ...

Exceções: guizo, granizo.

oso(a) - gostoso, jeitoso, meloso ...

Exceção: gozo.

ose – hipnose, sacarose, apoteose ... uso(a) - fuso, musa, medusa ...

Exceção: cafuzo(a).

c) Verbos:

Terminação izar - derivados de nomes sem "s" na última sílaba:

 utilizar, avalizar, dinamizar, centralizar ... - cognatos (derivados com mesmo radical) com sufixo "ismo":

 (batismo) batizar - (catecismo) catequizar ...

Terminação isar - derivados de nomes com "s" na última sílaba:

 avisar, analisar, pesquisar, alisar, bisar ...

Verbos pôr e querer - com "s" em todas as flexões:

 pus, pusesse, pusera, quis, quisesse, quisera ...

d) Nas derivações sufixais:

letra z - se não houver "s‖ na última sílaba da palavra primitiva:

 marzinho, canzarrão, balázio, bambuzal, pobrezinho ...

letra s - se houver "s" na última sílaba da palavra primitiva:

 japonesinho, braseiro, parafusinho,

camiseiro, extasiado... e) Depois de ditongos:

letra s - lousa, coisa, aplauso, clausura, maisena, Creusa ...

2. REPRESENTAÇÃO DO FONEMA /X/ Emprego da letra X

a) depois das sílabas iniciais: me - mexerico, mexicano, mexer ...

(11)

Exceção: mecha Ia – laxante ... li – lixa ... lu – lixo ... gra – graxa ... bru – bruxa ...

en - enxame, enxoval, enxurrada ...

Exceção: enchova.

Observação: Quando en for prefixo, prevalece a

grafia da palavra primitiva:

 encharcar, enchapelar, encher, enxadrista...

b) depois de ditongos:

 caixa, ameixa, frouxo, queixo ... Exceção: recauchutar.

3. OUTROS CASOS DE ORTOGRAFIA 1. Letra g

Palavras terminadas em:

ágio - presságio égio – privilégio ígio – vestígio ógio – relógio úgio – refúgio agem – viagem ege – herege igem – vertigem oge – paragoge ugem – penugem

Exceções: pajem, lajem, lambujem.

2. Letra c (ç) a) nos sufixos:

 barcaça, viração, cansaço, bonança, roliço.

b) depois de ditongos:

 louça, foice, beiço, afeição.

c) cognatas com "t":

 exceto > exceção - isento > isenção.

d) derivações do verbo "ter":

 deter > detenção, obter > obtenção.

3. Letra s / ss

Nas derivações, a partir das terminações verbais:

Ender pretender > pretensão;

ascender > ascensão.

Ergir imergir > imersão;

submergir > submersão.

Erter inverter > inversão;

perverter > perversão.

Pelir repelir > repulsa;

compelir > compulsão.

correr discorrer > discurso;

percorrer > percurso.

ceder ceder > cessão;

conceder > concessão.

gredir agredir > agressão;

regredir > regresso.

primir exprimir > expressão;

comprimir > compressa.

tir permitir > permissão;

discutir > discussão.

EXERCíCIOS E QUESTÕES DE CONCURSOS Falso / verdadeiro

Todas as palavras estão corretas: 1. ( ) ananás, loquaz, vorás, lilaz; 2. ( ) freguês, pequenez, duquesa, rijeza; 3. ( ) encapusado, cuscus, pirezinho, atroz; 4. ( ) azia, asilado, azinhavre, azedo; 5. ( ) guiso, aviso. riso, graniso; 6. ( ) extaziar, gase, ojeriza, deslisar; 7. ( ) valize, deslize, varize, garnizé; 8. ( ) batizar, catequizar, balizar, bisar; 9. ( ) papisa, balásio, ginásio, episcopisa; 10. ( ) maisena, deslizar, revezar, pequinês; 11. ( ) azoto, ozônio, atrasado, esotérico; 12. ( ) Izabel, Neuza, Souza, Isidoro; 13. ( ) passoca, ajiota, cafuso, enchurrada; 14. ( ) albatroz, permição, interceção, puz; 15. ( ) logista, gerimum, gibóia, pajem; 16. ( ) retrós, algoz, atroz, ilhós;

17. ( ) pretencioso, êxodo, baliza, aziago; 18. ( ) embaixatriz, sacerdotisa, coriza, az; 19. ( ) enxarcado, enxotar, enxova, enxido; 20. ( ) discussão, aversão, ajeitar, gorjear; 21. ( ) sarjeta, pajem, monje, argila; 22. ( ) tigela, rijeza, rabugento, gesto;

23. ( ) ascenção, obscessão, massiço, sucinto; 24. ( ) pixe, flexa, xispa, xucro;

25. ( ) cachumba, esguixo, lagarticha, toxa.

Múltipla escolha

26. Assinale a opção onde há erro no emprego do dígrafo sc:

a) aquiescer; d) florescer; b) suscinto; e) intumescer. c) consciência;

27. Assinale o vocábulo cuja lacuna não deve ser preenchida com "i":

a) pr___vilégio; d) cum___eira; b) corr___mão; e) cas___mira. c) d___senteria;

28. Assinale a série em que todas as palavras estão corretamente grafadas:

a) sarjeta - babaçu - praxe - repousar; b) caramanchão - mixto - caos - biquíni; c) ultrage - discução - mochila - flexa; d) enxerto - represa - sossobrar - barbárie; e) acesso - assessoria - ascenção - silvícola.

29. Aponte a opção de grafia incorreta. a) usina - buzina;

b) ombridade - ombro; c) úmido - humilde; d) erva - herbívoro; e) néscio - cônscio.

(12)

30. Aponte a alternativa com incorreção. a) Há necessidade de fiscalizar bem as provas. b) A obsessão é prejudicial ao discernimento. c) A pessoa obscecada nada enxerga. d) Exceto Paulo, todos participaram da organização.

e) Súbito um rebuliço: a confusão era total.

GABARITO 1.F 7.F 13.F 19.F 25.F 2.V 8.V 14.F 20.V 26.B 3.F 9.F 15.F 21.F 27.D 4.V 10.V 16.V 22.V 28.A 5.F 11.V 17.F 23.F 29.B 6.F 12.F 18.V 24.F 30.C

A NOVA ORTOGRAFIA .

O que muda

O Novo Acordo Ortográfico foi elaborado para uniformizar a grafia das palavras dos países lusófonos, ou seja, os que têm o português como língua oficial. Ele entrou em vigor em janeiro de 2009.

Os brasileiros terão quatro anos para se adequar às novas regras. Durante esse tempo, tanto a grafia anterior como a nova serão aceitas oficialmente. A partir de 1 de janeiro de 2013, a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo.

As mudanças são poucas em relação ao número de palavras que a língua portuguesa tem, porém são significativas e importantes. Basicamente o que nos atinge mais fortemente no dia a dia é o uso dos acentos e do hífen. Neste site você encontra as novas regras, o que muda e como devemos escrever a partir de janeiro de 2009.

1. ENTENDA O CASO:

A língua portuguesa tem dois sistemas ortográficos: o português (adotado também pelos países africanos e pelo Timor) e o brasileiro.

Essa duplicidade decorre do fracasso do Acordo unificador assinado em 1945: Portugal adotou, mas o Brasil voltou ao Acordo de 1943.

As diferenças não são substanciais e não impedem a compreensão dos textos escritos

numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm de ser duplicados), além de aumentar os custos editoriais, na medida em que o mesmo livro, para circular em todos os territórios da lusofonia, precisa normalmente ter duas impressões diferentes. O Dicionário Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões ortográficas para poder circular também em Portugal e nos outros países lusófonos. Podemos facilmente imaginar quanto custou essa ―brincadeira‖. Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico assinado em Lisboa em 1990 por todos os países lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1o de janeiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos parlamentos de todos os países.

Contudo, por várias razões, o processo de ratificação não se deu conforme o esperado (só o Brasil e Cabo Verde o realizaram) e o Acordo não pôde entrar em vigor.

Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reunião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a manifestação ratificadora de três dos oito países para que o Acordo passasse a vigorar.

Em novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando e deveríamos colocá-lo em uso.

2. AS MUDANÇAS

As mudanças, para nós brasileiros, são poucas. Alcançam a acentuação de algumas palavras e operam algumas simplificações nas regras de uso do hífen.

2.1. Acentuação

A) FICA ABOLIDO O TREMA:

palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro passam a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro;

B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO

DO PRIMEIRO ‗O‘ EM PALAVRAS

TERMINADAS EM ‗OO‘:

palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser grafadas voo, enjoo, abençoo;

C) DESAPARECE OACENTO CIRCUNFLEXO

DAS FORMAS VERBAIS DA TERCEIRA

PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM: palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a ser grafadas leem, deem, creem, veem;

(13)

D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS:

palavras como idéia, assembléia, heróico, paranóico passam a ser grafadas ideia, assembleia, heroico, paranoico;

MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS NO HORIZONTE OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

A mídia costuma apresentar o Acordo como uma unificação da língua. Há, nessa maneira de abordar o assunto, um grave equívoco.

O Acordo não mexe na língua (nem poderia, já que a língua não é passível de ser alterada por leis, decretos e acordos) – ele apenas unifica a ortografia.

Algumas pessoas – por absoluta incompreensão do sentido do Acordo e talvez induzidas por textos imprecisos da imprensa – chegaram a afirmar que a abolição do trema (prevista pelo Acordo) implicaria a mudança da pronúncia das palavras (não diríamos mais o u de lingüiça, por exemplo). Isso não passa de um grosseiro equívoco: o Acordo só altera a forma de grafar algumas palavras. A língua continua a mesma.

E) FICA ABOLIDO, NAS PALAVRAS

PAROXÍTONAS, O ACENTO AGUDO NO I E NO U TÔNICOS QUANDO PRECEDIDOS DE DITONGO :

palavras como feiúra, baiúca passam a ser grafadas feiura, baiuca;

F) FICA ABOLIDO, NAS FORMAS VERBAIS RIZOTÔNICAS (QUE TÊM O ACENTO TÔNICO NA RAIZ), O ACENTO AGUDO DO U TÔNICO PRECEDIDO DE G OU Q E SEGUIDO DE E OU I.

Essa regra alcança algumas poucas formas de verbos como averiguar, apaziguar, arg(ü/u)ir: averigúe, apazigúe e argúem passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem;

G) DEIXA DE EXISTIR O ACENTO AGUDO OU CIRCUNFLEXO USADO PARA DISTINGUIR

PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE, TENDO

RESPECTIVAMENTE VOGAL TÔNICA ABERTA

OU FECHADA, SÃO HOMÓGRAFAS DE

PALAVRAS ÁTONAS. ASSIM, DEIXAMDE SE DISTINGUIR PELO ACENTO GRÁFICO:

—para (á), flexão do verbo parar, e para, preposição;

—pela(s) (é), substantivo e flexão do verbo pelar, e pela(s), combinação da preposição per e o artigo a(s);

—polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s);

—pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo, e pelo(s) combinação da preposição per e o artigo o(s);

—pera (ê), substantivo (fruta), pera (é), substantivo arcaico (pedra) e pera preposição arcaica.

2.2 O caso do hífen

O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal sistematizado na ortografia da língua portuguesa. O texto do Acordo tentou organizar as regras, de modo a tornar seu uso mais racional e simples:

a) manteve sem alteração as disposições anteriores sobre o uso do hífen nas palavras e expressões compostas.

Determinou apenas que se grafe de forma aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a noção de composição (mandachuva e

paraquedas, por exemplo).

Para saber quais perderão o hífen, teremos de esperar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras. É que o texto do Acordo prevê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o enunciado com um etc. – o que, infelizmente, deixa em aberto a questão;

b) no caso de palavras formadas por prefixação, houve as seguintes alterações:

● só se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por h

Ex.: pré-história, super-homem, pan-helenismo, semi-hospitalar EXCEÇÃO: manteve-se a regra

atual que descarta o hífen nas palavras formadas com os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil, inumano).

● e quando o prefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento

Ex.: contra-almirante, supra-auricular, auto-observação, micro-onda, infra-axilar

EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o (coordenação, cooperação, coobrigação)

Com isso, ficou abolido o uso do hífen:

● quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas Ex.:

antirreligioso, antissemita, contrarregra, infrassom.

EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos terminam com r, ou seja, hiper-, inter- e super-

Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

● quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente Ex.:

(14)

autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica

OBSERVAÇÃO

Permanecem inalteradas as demais regras do uso do hífen.

2.3. O caso das letras k, w, y

Embora continuem de uso restrito, elas ficam agora incluídas no nosso alfabeto, que passa, então, a ter 26 letras. Importante deixar claro que essa medida nada altera do que está estabelecido. Apenas fixa a seqüência dessas letras para efeitos da listagem alfabética de qualquer natureza. Adotou-se a convenção internacional: o

k vem depois do j, o w depois do v e o y depois do x.

2.4. O caso das letras maiúsculas

Se compararmos o disposto no Acordo com o que está definido no atual Formulário Ortográfico brasileiro, vamos ver que houve uma simplificação no uso obrigatório das letras maiúsculas. Elas ficaram restritas a nomes próprios de pessoas (João, Maria, Dom Quixote), lugares (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação) e seres mitológicos (Netuno, Zeus), a nomes de festas (Natal, Páscoa, Ramadão), na designação dos pontos cardeais quando se referem a grandes regiões (Nordeste, Oriente), nas siglas (FAO, ONU), nas iniciais de abreviaturas (Sr., Gen. V. Exª) e nos títulos de periódicos (Folha de S.Paulo, Gazeta

do Povo).

Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que designam os domínios do saber (matemática ou Matemática), nos títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/ doutor Fernandes, Santa/santa Bárbara) e nas categorizações de logradouros públicos (Rua/rua da Liberdade), de templos (Igreja/igreja do Bonfim) e edifícios (Edifício/edifício Cruzeiro).

2.5. Uma curiosa (e infeliz) determinação

Alegando que o sujeito de uma sentença não pode ser preposicionado, há uma certa tradição gramatical que proíbe, na escrita, a contração da preposição com o artigo ou com o pronome em sentenças como:

Não é fácil de explicar o fato de os professores ganharem tão pouco.

É tempo de ele sair.

Nem todos os gramáticos subscrevem tal proibição.

Evanildo Bechara, por exemplo, argumenta, em sua Moderna gramática portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2000, p. 536-7), que ambas as construções são corretas e cita o uso da contração em vários escritores clássicos da língua. No entanto, há uma cláusula do Acordo Ortográfico que adota aquela proibição.

Assim, cometeremos, a partir da vigência do Acordo, erro gráfico se fizermos a contração. Parece que alguns filólogos não conseguem mesmo viver sem cultivar alguma picuinha...

2.6. Apreciação geral

O Acordo é, em geral, positivo. Em primeiro lugar, porque unifica a ortografia do português, mesmo mantendo algumas duplicidades. Por outro lado, simplifica as regras de acentuação, limpando o Formulário Ortográfico de regras irrelevantes e que alcançam um número muito pequeno de palavras. A simplificação das regras do hífen é também positiva: torna um pouco mais racional o uso deste sinal gráfico.

CONHEÇA AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES A

IMPLEMENTAR PELA REFORMA

(15)
(16)

Sílaba é a unidade ou grupo de fonemas emitidos

num só impulso da voz.

Divisão silábica

A fala é o primeiro e mais importante recurso usado para a divisão silábica na escrita.

Regra geral:

Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.

Regras práticas:

Não se separam ditongos e tritongos.

Exemplos: mau, averiguei.

Separam-se as letras que representam os hiatos.

Exemplos: sa-í-da, vo-o...

Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc. Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to...

Separam-se os encontros consonantais

pronunciados separadamente.

Exemplo: car-ta.

Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radicais, sufixos), quando incorporados à palavra,

obedecem às regras gerais.

Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-vô, tran-sa-tlân-ti-co...

Consoante não seguida de vogal permanece na sílaba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra, a consoante será anexa à sílaba seguinte.

Exemplos: ad-je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo...

(17)

Emprego da acentuação gráfica ACENTUAÇÃO GRÁFICA Tipo de palavra ou sílaba Quando acentuar Exemplo (como eram) Observações (como ficaram) Proparo xítonas sempre simpática, lúcido, sólido, cômodo Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia. Observe: Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal). Paroxítonas Se terminada s em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns) , vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden. Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas emENS não levam acento: hifens, polens. 2) Usa-se indiferenteme nte agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal). 3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam em R nem nos que terminam emI: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato Oxítonas Se terminada vatapá, igarapé, Continua tudo igual. s em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS avô, avós, refém, parabéns Observe: 1. terminadas em I,IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferenteme nte agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê(Brasil); bebé, puré(Portugal) . Monossílab os tônicos (são oxítonas também) terminado s em A, AS, E, ES, O,OS vá, pás, pé, mês, pó, pôs Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. Í e Ú em palavras oxítonas e paroxítonas Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2. Não se acentuam ie u se depois vier ‗nh‗: rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e unão serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nasoxítonas,

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mesmo com ditongo, o i e uestiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú. Ditongos abertos em palavras paroxítonas EI, OI, idéia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R. Ditongos abertos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer) Continua tudo igual(mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas). Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativ o afirmativo . Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue. Verbos terminados em guar, quar e quir aguar enxaguar, averiguar, apaziguar Esta regra sofreu alteração. Observe:. , delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativ o afirmativo Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eleságuam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue). ôo, ee vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo. Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo eles têm, eles vêm Continua tudo igual.

Ele vem aqui; eles vêm aqui.

Eles têm

sede; ela tem sede. Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) na terceira pessoa do singular leva acento agudo; na terceira pessoa do plural do ele obtém, detém, mantém; eles obtêm, detêm, mantêm Continua tudo igual.

(19)

presente levam circunflex o Acento diferencial Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja

forma de

pagamento é parcelada.

Trema (O trema não é acento gráfico.) Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.

Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano.

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FONÉTICA

Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e ti-que opõe entre si as duas palavras.

Tal som recebe a denominação de

FONEMA.

Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa silaba pode haver um ou mais fonemas. No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas.

É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que

representa o som.

Vejamos alguns exemplos:

Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã

Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t/a/k/s/i Corre – letras: 5: fonemas: 4

Hora – letras: 4: fonemas: 3 Aquela – letras: 6: fonemas: 5 Guerra – letras: 6: fonemas: 4 Fixo – letras: 4: fonemas: 5 Hoje – 4 letras e 3 fonemas Cango – 5 letras e 4 fonemas Tempo – 5 letras e 4 fonemas Campo – 5 letras e 4 fonemas Chuva — 5 letras e 4 fonemas

LETRA - é a representação gráfica, a

representação escrita, de um determinado som.

CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS VOGAIS

a, e, i, o, u SEMIVOGAIS

Só há duas semivogais: í e u, quando se incorporam à vogal numa mesma sílaba da

palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-sou-ro, Pa-ra-guai.

CONSOANTES

b, c, d, f, g, h, j, I, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z

ENCONTROS VOCÁLICOS

A seqüência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de encontro vocálico.

Ex.: cooperativa

Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato

DITONGO

É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.

Dividem-se em: - orais: pai, fui

- nasais: mãe, bem, pão

- decrescentes: (vogal + semivogal) - meu, riu, dói

- crescentes: (semivogal + vogal) - pátria, vácuo

TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)

Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, minguam

HIATO

É o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em duas diferentes emissões de voz.

Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, poei-rpo-di-a, cru-el, ju-í-zo

SÍLABA

Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados numa só emissão de

voz.

Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:

 Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol.

 Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-ca-sa, pom-bo.

 Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta.  Polissílabo - possui mais de três

sílabas: es-co-la-rida-de, hos-pi-ta-li-da-de.

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TONICIDADE

Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se pronuncia com mais

força do que as outras: é a sílaba tônica. Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, pá.

Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras em:

 Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-mi-nó.

 Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter, a-má-vel, qua-dro.

 Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, cá-li-ce, sô-f re-go, pês-sego, lágrima.

ENCONTROS CONSONANTAIS

É a sequência de dois ou mais fonemas consonãnticos num vocábulo.

Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.

DÍGRAFOS

São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia composta para um som simples.

Há os seguintes dígrafos:

1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, Ih, nh.

Exs.: chave, malha, ninho.

2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e ss.

Exs. : carro, pássaro.

3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.

Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.

4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encerrando a sílaba em uma palavra.

Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.

NOTAÇÕES LÉXICAS

São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.

São os seguintes:

1) o acento agudo - indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas;

2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora;

3) o acento grave - sinal indicador de crase: ir à cidade;

4) o til - indica vogal nasal: lã, ímã;

5) o cedilha - dá ao c o som de ss: moça, laço, açude;

6) o trema - indica que o u soa: lingüeta, freqüente, tranqüilo;

7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d'água, pau-d'alho;

8) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-írirs, peço-lhe, ex-aluno.

Referências

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