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MIGRACIDADES RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO MINAS GERAIS

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RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO

MINAS GERAIS

2020

(2)

Informações gerais

MINAS GERAIS

Região: Sudeste

População estimada em 2020 (IBGE)1: 21.292.666

População de migrantes internacionais registrados de 2000 a março/2020 (NEPO/UNICAMP)2: 58.638

Data de fornecimento das informações pelo governo local: 28/09/2020

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O MigraCidades ... 4

O Relatório de diagnóstico ... 7

Diagnóstico geral do governo local ... 9

Boas práticas do governo local ... 10

As 10 dimensões ... 11

Estrutura institucional de governança e estratégia local ... 11

Capacitação de servidores públicos e sensibilização sobre direitos dos migrantes ... 13

Participação social e cultural de migrantes ... 14

Transparência e acesso à informação para migrantes ... 15

Parcerias institucionais ... 16

Acesso à saúde ... 17

Acesso e integração à educação ... 19

Acesso à assistência social ... 21

Acesso ao mercado de trabalho ...23

Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção ... 26

Prioridades do governo local ... 28

Sumário

(4)

O MigraCidades

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está implementando o projeto “MigraCidades – Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil” em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com apoio da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e financiamento do Fundo da OIM para o Desenvolvimento.

O projeto visa a informar e fortalecer a capacidade de governança local das migrações, a partir da verificação da presença de 10 dimensões de governança migratória. As dimensões estão divididas em dois grupos. O primeiro, dimensões de governança, se dedica a analisar o desenho institucional das políticas locais. O segundo, dimensões de acesso a direitos, avalia o acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho, dentre outros aspectos relacionados à integração e ao bem-estar dos migrantes internacionais.

A OIM define migrante como uma pessoa que se move do seu local habitual de residência, seja dentro de um país ou através de fronteiras internacionais, de forma temporária ou permanente, por uma variedade de razões. Para os fins deste relatório, cujo enfoque são as migrações internacionais, o termo migrante será doravante utilizado para se referir a uma pessoa nacional de outro país ou apátrida que se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil (nos termos da definição de imigrante da Lei de Migração nº 13.445/2017).

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O MigraCidades

O MigraCidades faz parte dos esforços globais da OIM para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em conjunto com o sistema ONU e seus parceiros. São 17 Objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo. O MigraCidades contribui principalmente para a concretização meta 10.7 dos ODS.

Meta 10.7 – Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da

implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas.

Em uma tentativa de definir o conceito de “políticas de migração planejadas e bem geridas” conforme a Meta 10.7, a OIM desenvolveu o Marco de Governança da Migração (Migration Governance Framework – MiGOF), que estabelece os elementos essenciais da boa governança migratória.

Com base no MiGOF, a OIM também desenvolveu os Indicadores da Governança Migratória (Migration Governance Indicators – MGI), um conjunto de 90 indicadores que ajudam os governos a apreciarem a abrangência de suas estruturas de governança de

(6)

O MigraCidades parte da experiência da OIM com estas iniciativas, adaptando-as para criar um processo de certificação adequado para o contexto brasileiro que contribua para o mesmo objetivo em comum: facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas.

O MigraCidades

ODS – Meta 10.7

MGI MiGOF

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O Relatório

de diagnóstico

A certificação MigraCidades envolve cinco etapas: a inscrição, o diagnóstico, a priorização, a certificação e o monitoramento. Na etapa de inscrição, foi aberta uma chamada pública para municípios e estados brasileiros se candidatarem, apontando uma pessoa de referência local para acompanhamento do processo. Após ser selecionado, o governo local foi convidado a preencher o Formulário de Diagnóstico, composto por uma série de perguntas sobre cada uma das 10 dimensões de governança migratória. Após o preenchimento do Formulário, deu-se início à etapa de priorização, na qual o governo local identifica quais as prioridades para o desenvolvimento de políticas migratórias no próximo período. Nesses dois momentos, a pessoa de referência local foi responsável por articular o diálogo com as diferentes áreas do governo local que executam atividades relacionadas à migração, com o objetivo de coletar respostas para o formulário e insumos para a priorização.

Este relatório consolida as respostas do governo local nas etapas de Diagnóstico e Priorização, incluindo revisões e recomendações realizadas pela equipe do MigraCidades. Exceto quando citada a fonte, todas as informações contidas neste relatório foram fornecidas pelos próprios governos locais, através de suas pessoas de referência apontadas no início do processo. A realização do relatório é uma exigência para obtenção da certificação, e servirá de base para a etapa de monitoramento.

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Acesso ao mercado de trabalho Conheça as 10 dimensões de governança migratória:

O Relatório

de diagnóstico

Estrutura institucional de governança Capacitação de servidores públicos Participação social e cultural de migrantes Transparência e acesso à informação Parcerias institucionais Acesso à saúde Acesso e integração à educação Acesso à assistência social Serviços de proteção para mulheres e LGBTI+

(9)

Minas Gerais é um estado brasileiro situado na região sudeste do Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020), o estado tem, em 2020, uma população estimada de 21.292.666 habitantes.

De 2000 a 2020, 58.638 migrantes obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do estado, de acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) (NEPO/UNICAMP, 2020).

Entre abril de 2018 e agosto de 2020, o estado de Minas Gerais recebeu cerca de 2.434 venezuelanos por meio da estratégia de interiorização do Governo Federal (Operação Acolhida, 2020).

O estado de Minas Gerais indicou realizar pelo menos uma ação na Dimensão de governança que se refere à: Estrutura institucional de governança; Capacitação de servidores públicos; Participação social e cultural de migrantes; Transparência e acesso à informação e Parcerias institucionais. Também indicou realizar ações nas seguintes dimensões de Acesso a direitos: Acesso à saúde; Acesso ao mercado de trabalho; e Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção.

Diagnóstico geral

do governo local

(10)

Destacam-se como práticas positivas do governo local, a criação do Comitê Estadual para Apoio ao Migrante, ao Refugiado e ao Apátrida, e de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo em Minas Gerais (Comitrate/MG) – instância coletiva de discussão e troca de informações, que tem sido empoderada para manter a articulação e fortalecer o planejamento da pauta migratória. Destaca-se também o desenvolvimento de 2 cursos virtuais sobre Direitos Humanos, voltados para servidores, que conta com módulos sobre Migração, Refúgio e Apatridia, e o desenvolvimento de materiais informativos sobre o Covid-19 em inglês, francês e espanhol.

Boas práticas

do governo local

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Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Esta dimensão busca compreender se o governo possui estratégia local ou setores ou referências locais dedicadas à formulação, ao acompanhamento e à implementação de políticas públicas e serviços voltados à migração.

O estado indicou possuir, na estrutura institucional do governo estadual, ao menos um setor ou pessoa dedicada à formulação e acompanhamento de políticas públicas sobre migração. Indicou que há fluxo ou rede estabelecida entre diferentes setores para encaminhamento e acesso de pessoas migrantes aos serviços de referência no nível municipal ou regional, bem como um mecanismo de coordenação das ações e políticas de diferentes setores para o tema da migração. Ainda, informou que há esforços para aprimorar a coordenação com outros entes federativos em temas relacionados à migração. Nesse sentido, destaca o Comitê Estadual para Apoio ao Migrante, ao Refugiado e ao Apátrida, e de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo em Minas Gerais (Comitrate/MG), uma instância coletiva de discussão e troca de informações que tem sido empoderada para manter a articulação e fortalecer o planejamento da pauta migratória.

O estado de Minas Gerais informou possuir uma estratégia local de acolhimento e integração de pessoas migrantes descrita em política, plano ou documento público, que foi construída em articulação com diferentes setores da gestão pública e com participação social, e que está alinhada com a lei nacional de migração (Lei 13445/2017). É recomendado que a estratégia local esteja também alinhada com o planejamento plurianual do governo e com as agendas mundiais de desenvolvimento, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

(12)

Estrutura institucional de governança

e estratégia local

O governo local pode ainda desenvolver uma estratégia local de acolhimento de pessoas migrantes em situações de crise, que esteja descrita em plano, política ou documento público, bem como fomentar o monitoramento, planejamento e aporte orçamentário voltado aos custos relacionados à integração de pessoas migrantes.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar experiências inspiradoras nesse documento.

(13)

Capacitação de servidores públicos e

sensibilização sobre direitos dos migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local oferta capacitações regulares para servidores públicos da gestão e dos serviços sobre a temática migratória, incluindo questões de sensibilidade cultural, gênero e direitos humanos.

O estado indicou ter realizado capacitação relacionada à temática migratória junto aos servidores da atenção e da assistência direta e da gestão, de acordo com as demandas apresentadas pelos servidores, abordando especialmente temas de direitos humanos. O estado destaca que desenvolveu um curso virtual sobre Direitos Humanos para os servidores, que conta com um módulo voltado para a temática da Migração, Refúgio e Apátrida, contendo 5 aulas com um total de 90 minutos. Além disso, o módulo conta com uma videoaula sobre o Comitrate e um estudo de caso com questões referentes ao atendimento de migrantes, além de materiais de apoio. Destacou também a elaboração de um curso virtual, implementado pela Escola de Direitos Humanos, gerida pela Diretoria de Promoção e Educação em Direitos Humanos (DPEDH), contendo um módulo de capacitação em direitos dos migrantes, dos refugiados e dos apátridas.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Participação social e cultural

de migrantes

Esta dimensão busca compreender se há incentivos para participação social e cultural de migrantes junto à comunidade de acolhida.

O estado informou que ofereceu apoio financeiro para a realização de festas e feiras de migrantes. Destaca que no ano de 2019, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE) apoiou institucionalmente uma mostra de filmes, promovida pela OIM, na qual havia uma pequena feira com participação de migrantes internacionais, que estavam vendendo artesanatos.

Nesta dimensão, há uma série de ações e iniciativas com potencial de desenvolvimento futuro pelo governo local. Em relação à participação social, o governo estadual pode realizar, por exemplo, consultas públicas junto às pessoas migrantes, informá-los sobre seus direitos de participação social, além de incentivar a constituição de espaços de participação social, como associações e coletivos. O governo estadual também pode criar vagas específicas para migrantes nos conselhos municipais já existentes e adotar medidas para fomentar a igualdade de gênero nesses espaços. Em relação à participação cultural, o governo estadual pode oferecer algum tipo de apoio de divulgação e infraestrutura para a realização desses eventos, dentre outras ações.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Transparência e acesso à informação

para migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local disponibiliza, de forma presencial ou virtual, informações compreensíveis e transparentes sobre direitos e obrigações dos migrantes e sobre acesso a serviços públicos. Também considera se isso é feito em outros idiomas além do português.

O estado de Minas Gerais indicou que ainda não disponibiliza informações compreensíveis sobre direitos e deveres, e sobre acesso a serviços públicos para migrantes. Para aprimorar esta dimensão, algumas ações podem ser desenvolvidas. É recomendado que sejam disponibilizadas informações sobre direitos e deveres, e sobre acesso a serviços públicos para migrantes, tanto em locais de atendimento presencial, quanto em canais digitais, como sites governamentais. É importante que essas informações sejam disponibilizadas de forma gratuita, nos idiomas falados pelas pessoas migrantes, e também em formatos acessíveis como áudio ou vídeo.

O governo estadual indicou que, em decorrência do Covid-19, foram disponibilizadas, pela Secretaria de Desenvolvimento Social e pela Secretaria de Estado de Saúde, informações sobre prevenção ao Covid-19, em inglês, francês e espanhol.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Parcerias institucionais

Esta dimensão busca compreender se o governo local possui parcerias com instituições-chave para tratar da agenda de migrações e questões relacionadas (ex.: grupos de trabalho ou convênio para execução de serviços).

O estado indicou que possui parcerias entre o governo local e associações de migrantes, organizações da sociedade civil (OSCs), universidades, e organismos internacionais. Destaca a parceria com a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), voltada para o atendimento de pessoas migrantes. Indicou também que está buscando a retomada de diálogo com a Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (FJP) para a elaboração de uma agenda conjunta voltada para migrantes.

Para aprimorar a governança migratória nesta dimensão, o governo local pode também buscar parceria com o setor privado e com outros entes federativos.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à saúde

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de saúde, em especial os de atenção primária em saúde.

O estado indicou que as pessoas migrantes têm acesso a serviços de atenção primária em saúde, e a encaminhamento para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar. Destacou que incentiva os municípios a ofertarem esse acesso de forma desburocratizada, ou seja, sem a exigência de documentos nacionais. Incentiva também, que os serviços de atenção primária em saúde estejam regionalizados de forma a terem equipes atuantes em todos os locais onde residem migrantes. Para aprimorar esta dimensão, o governo estadual pode estabelecer orientações, fluxos ou protocolos para facilitação e qualificação do acesso, acolhimento e atendimento em saúde para migrantes. No âmbito da capacitação, o estado indicou que foram realizadas campanhas abordando o direito à saúde para pessoas migrantes. Ações com potencial de desenvolvimento, na dimensão de acesso à saúde são a realização de capacitações sobre acolhimento e atenção à saúde de migrantes junto a servidores dos serviços de saúde, para que esses profissionais possam realizar comunicação com migrantes em diferentes idiomas; acolher migrantes considerando a dimensão da diversidade cultural; compreender as diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero; e identificar casos de tráfico de pessoas. Pode ainda, realizar campanhas e ações informativas junto a migrantes e à comunidade de acolhida, abordando temas como direito à saúde, serviços de saúde locais e funcionamento do SUS, buscando sempre promover a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

(18)

Acesso à saúde

No âmbito da produção de informação, o estado indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso a serviços e demandas de saúde de migrantes. Recomenda-se que o governo local colete dados de forma que possam, também, ser desagregados de acordo com o país de origem da pessoa migrante. A coleta de dados permite que o governo local identifique se há uma demanda reprimida de acesso à saúde, e são também importantes ferramentas para que se possa propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso e integração à educação

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e a integração de migrantes à educação.

Nesta dimensão, o estado pode apoiar os municípios de sua região de modo a garantir o acesso de migrantes da educação infantil até o ensino técnico profissionalizante e superior. Também pode construir fluxos e diretrizes de acesso e integração à educação em todos os níveis, dentro de sua competência, que sejam compartilhados regionalmente. Além disso, pode apoiar a desburocratização do acesso através da construção de fluxos e publicação de normativas que orientem os municípios da região e também pode monitorar negativas de matrículas a migrantes junto aos municípios de sua região e apoiá-los na gestão de vagas.

O governo estadual pode mapear demandas e/ou coordenar ou apoiar o desenvolvimento de ações de capacitação e divulgação, tanto para os serviços de nível estadual, quanto em conjunto com os municípios de sua região. Recomenda-se que as capacitações abordem temas, como: acolhimento a migrantes nos estabelecimentos de ensino, considerando a dimensão da diversidade cultural e da diferença linguística; diferenças culturais que possam estar relacionadas a questões de gênero; identificação de casos suspeitos de tráfico de pessoas e de violência doméstica e/ou de gênero. Além disso, recomenda-se ainda a realização de campanhas e ações informativas que abordem o direito ao acesso à educação por migrantes, levando em conta aspectos como direito à educação, oferta de cursos e funcionamento da educação e dos sistemas de matrícula. É importante que essas campanhas busquem celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

(20)

Acesso e integração à educação

No campo da produção de informação, o estado pode coletar e divulgar dados ou estimular que os municípios de sua região o façam, providenciando sistemas ou ferramentas que possam ser compartilhadas. Recomendamos que sejam coletados dados sobre perfil de acesso e demandas de educação de migrantes, respeitando sempre o sigilo e anonimato dos usuários. A coleta de dados pode permitir que os governo locais enxerguem se há uma demanda reprimida de acesso à educação pelas pessoas migrantes, sendo também importante para que sejam propostas mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo estadual de acesso e integração de pessoas migrantes no sistema educacional.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à assistência social

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de assistência e proteção social, tais como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), seus programas e benefícios.

O governo local pode apoiar os municípios de sua região de modo a garantir o acesso de migrantes ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a benefícios sociais e a iniciativas de apoio à moradia, inclusive construindo fluxos e diretrizes de acesso compartilhados regionalmente. Pode também apoiar os municípios de sua região de modo a garantir a proteção social e os direitos de crianças migrantes. Uma maneira de oferecer esse apoio é propor diretrizes compartilhadas regionalmente.

Além disso, o governo local pode apoiar a desburocratização do acesso através da construção de fluxos e publicação de normativas que orientem os municípios da região e também pode coordenar ou construir, em conjunto com os municípios de sua região, orientações, fluxos ou protocolos para facilitação e qualificação do acesso e do acolhimento a migrantes nos serviços.

No âmbito de capacitação, o governo local pode mapear demandas e/ou coordenar ou apoiar o desenvolvimento de ações de capacitação e divulgação, em conjunto com os municípios de sua região. Recomenda-se que as capacitações contribuam para que os profissionais sejam aptos para: acolher migrantes nos serviços de assistência e proteção social, considerando a dimensão de diversidade cultural; realizar a comunicação com migrantes em diferentes idiomas; e compreender situações relacionadas à violência doméstica e/ou

(22)

Acesso à assistência social

Podem ainda ser realizadas campanhas e ações informativas junto à população migrante, que visem abordar temas como direito à assistência e proteção social, benefícios e serviços ofertados no âmbito local e funcionamento do SUAS. É importante que essas campanhas informativas busquem celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

No âmbito da produção de informação, o governo local pode coletar e divulgar dados ou estimular que os municípios de sua região o façam, providenciando sistemas ou ferramentas que possam ser compartilhadas. Esses dados permitirão que os municípios enxerguem se há uma demanda reprimida de acesso e podem ser utilizados para que sejam propostas mudanças nos fluxos, programas e políticas de acesso à assistência e à proteção social de migrantes. Para isso, pode contar com a criação de um setor capacitado para acolher as demandas específicas das pessoas migrantes, bem como para registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de assistência e proteção social.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso ao mercado de trabalho

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes ao mercado de trabalho (setor público, setor privado ou empreendedorismo).

O estado indicou que as pessoas migrantes têm acesso a unidades de atendimento do Sistema Nacional de Emprego, que realizam o serviço de intermediação de mão-de-obra, com oferta de vagas de emprego, uma central de vagas de emprego ou a algum serviço semelhante, e a vagas no setor privado. Indicou, ainda, que não há orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos para apoio à integração de migrantes ao mercado de trabalho. Para aprimorar a governança migratória, o governo local pode apoiar os municípios de sua região de modo a garantir que as pessoas migrantes tenham acesso ao aconselhamento e/ou orientação profissional nos diferentes municípios que se estabelecem.

Nesta dimensão foram identificadas também

outras áreas com potenciais de desenvolvimento. Para fomentar o acesso de pessoas migrantes ao mercado de trabalho, podem ser realizadas oficinas de aconselhamento e orientação profissional, implementadas medidas que incentivem e favoreçam o acesso de mulheres migrantes ao mercado de trabalho, e desenvolvido o setor de empreendedorismo por migrantes. É importante, também, que o acesso ao mercado de trabalho seja feito de forma desburocratizada (ex.: sem exigência de documentos nacionais) e que as vagas sejam disponibilizadas tanto no setor privado quanto no público.

Nesta dimensão, o estado indicou que iniciou, por meio da Subsecretaria de Trabalho e Emprego (SUBTE), pertencente à Secretaria de Estado de Desenvolvimento

(24)

Acesso ao mercado de trabalho

para públicos específicos, nas quais o público migrante está incluído, com o objetivo de fomentar as políticas de trabalho, emprego e geração de renda, bem como viabilizar a oferta de oportunidades de trabalho. A Subsecretaria conta com o apoio de mais de 100 unidades do SINE em Minas Gerais e tem trabalhado na articulação entre empregadores cadastrados na rede para captar vagas de emprego para o público migrante.

No âmbito da capacitação, o estado indicou que os profissionais da área ainda não são capacitados para compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas ao acesso ao mercado de trabalho por migrantes. No âmbito de capacitação, o governo local pode mapear demandas e/ou coordenar ou apoiar o desenvolvimento de ações de capacitação e divulgação, tanto para os serviços de nível estadual, quanto em conjunto com os municípios de sua região. Recomenda-se que essas capacitações auxiliem os profissionais dos serviços de trabalho e emprego a: se comunicar em diferentes idiomas; identificar casos de trabalho em condições degradantes ou análogas à escravidão; e identificar casos de discriminação por diferenças de gênero e casos suspeitos de tráfico de pessoas e exploração laboral.

Também podem ser realizadas campanhas informativas junto à população migrante, que abordem e estimulem o acesso ao mercado de trabalho por migrantes, como oficina de currículos, orientação vocacional, cursos

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Acesso ao mercado de trabalho

No âmbito da produção de informação, o estado indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso ao mercado de trabalho por migrantes, que podem ser desagregados de acordo com o país de origem da pessoa migrante. Esses dados podem ser utilizados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de acesso ao mercado de trabalho por migrantes. É recomendado que esses dados permitam que o governo local enxergue se há uma demanda reprimida de acesso ao mercado de trabalho por migrantes.

No âmbito da governança, o estado indicou que há setor ou referência local na gestão dedicado ao acesso ao mercado de trabalho pelas pessoas migrantes, que trabalha em conjunto com outros setores e coordena demandas e ações com outras secretarias.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(26)

Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e acolhimento de migrantes mulheres e LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e assexuais) a serviços de proteção, tais como casas de acolhimento, canais telefônicos de apoio e delegacias especializadas.

Nesta dimensão o estado indicou que as mulheres migrantes e LGBTQIA+ têm acesso a delegacias especializadas, a casas de acolhimento e a outros canais de proteção, como números telefônicos de apoio ou iniciativas locais que realizam essa acolhida. Indicou que existem fluxos, orientações ou protocolos estabelecidos nos serviços de proteção para o acolhimento a mulheres e LGBTQIA+ migrantes que sofrem violência. É recomendado que o governo estadual disponibilize esses acessos de forma desburocratizada, ou seja, sem a exigência de documentos nacionais, e que busque garantir o sigilo da pessoa, sempre que possível.

No âmbito da capacitação, o estado indicou que conta com profissionais capacitados para acolher mulheres e LGBTQIA+ migrantes nos serviços de proteção, considerando a dimensão da diversidade cultural. Indicou também que foram ofertadas capacitações sobre acolhimento e proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes junto a servidores dos serviços de proteção e que realizou campanhas voltadas à população abordando o tema da não-violência, não-discriminação e proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes. Ações com potencial de desenvolvimento são a realização de ação informativa

(27)

Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

No campo da produção de informação, é recomendado que sejam coletados dados sobre acesso a serviços e demandas de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. É importante que esses dados sejam coletados por um setor capacitado para acolher as demandas de pessoas migrantes, bem como para registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de proteção. Com esses dados podem ser propostas mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes.

No âmbito da governança, o estado indicou que há setor ou referência local na gestão dedicado à proteção contra violência contra as migrantes mulheres e LGBTQIA+, que trabalha em conjunto com outros setores e coordena demandas e ações com outras secretarias.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(28)

A partir dos resultados identificados através do Formulário de Diagnóstico, os governos locais foram convidados a indicar as prioridades para elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas relacionadas à migração durante o próximo período. Esse exercício foi feito através do preenchimento de uma Matriz de Priorização, que solicitava as seguintes informações para cada proposta prioritária: 1) Dimensão do MigraCidades priorizada; 2) Detalhamento das ações planejadas dentro da dimensão; 3) Justificativa; 4) Atores locais potencialmente envolvidos na execução e acompanhamento das ações priorizadas.

Como requisito, o governo local deveria incluir no mínimo três dimensões priorizadas, sendo necessariamente ao menos uma dimensão de governança institucional e uma de acesso a direitos. Não havia limite máximo para a priorização.

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Serão realizadas duas capacitações por ano, uma por semestre, com servidores que trabalham com atenção/ assistência direta a migrantes, priorizando aqueles que trabalham nas áreas de saúde, assistência social e educação nos bairros com maior concentração de residentes imigrantes.

(29)

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Estrutura institucional de governança e

estratégia local

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Reestruturação do Comitê Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Erradicação do Trabalho Escravo de Minas Gerais (Comitrate/MG): (1) Recomposição com designação dos atuais atores que compõem o Comitê; (2) Criação de Grupo de Trabalho para reforma do Comitê, dentro do Comitrate/MG; (3) Benchmarking de outros Comitês e estudos sobre arenas participativas; (4) Elaboração de minuta de decreto, com justificativa; (5) Submissão à Assessoria Jurídica do Executivo Estadual e ao Gabinete do Órgão Gestor, para publicação.

JUSTIFICATIVA

O Comitrate/MG, após cerca de 18 meses de paralisação, retomou suas atividades em maio de 2020. Entretanto, sua composição está desatualizada em relação à reforma administrativa realizada no Governo Estadual (Lei Estadual nº 23.304/2019) e em relação à paridade entre os atores. Portanto, a fim de trazer uma legitimidade e institucionalização formal, torna-se necessária sua reformulação e a elaboração de nova proposta para tramitação e publicação pelo Executivo, na forma de Decreto Estadual (em substituição ao Decreto Estadual nº 46.489/2015, que criou o Comitê).

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

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Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos e

sensibilização sobre direitos dos migrantes

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Capacitações na temática de migrações, envolvendo: (a) Capacitação de curta duração para nivelamento de servidores públicos estaduais, inclusive servidores da Sedese, da SEE, da SES, e suas respectivas regionais; (b) Sensibilização de sponsors municipais sobre a temática, incluindo prefeitos e secretários municipais; (c) capacitação de servidores municipais das áreas de atendimento básico, de profissionais dos conselhos regionais de Serviço Social e Psicologia, bem como de colaboradores de Organizações da Sociedade Civil que atuam junto a migrantes. Para realizar essas ações será preciso:(1) Definição de metodologias, conteúdos, duração e estratégias para capacitação; (2) Validação com parceiros envolvidos; (3) Disponibilização e divulgação; (4) Realização das capacitações.

JUSTIFICATIVA

Com as articulações em rede realizadas entre 2019 e 2020, percebeu-se que muitos dos atores (servidores públicos estaduais e municipais) pouco conhecem e/ ou não estão suficientemente sensibilizados quanto aos direitos dos migrantes internacionais e sobre como se dá o trabalho em rede para apoio aos migrantes. Com as eleições para prefeitos, que assumem a partir de 2022, estima-se que haverá novos atores que precisam conhecer, minimamente, sobre migração, principalmente considerando os direitos garantidos

(31)

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso e acolhimento a vítimas de

violência de gênero migrante aos

serviços de proteção

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Construção de parcerias com instituições da sociedade civil de apoio aos migrantes, para uso da Plataforma SER-DH/SIMA, para articulação de redes de apoio e para monitoramento de violações de direitos humanos: (1) Divulgação e sensibilização do uso da Plataforma para organizações da sociedade civil; (2) Apoio na celebração de termos de cooperação com parceiros; (3) capacitação no uso da plataforma; (4) Monitoramento de casos.

JUSTIFICATIVA

O SER-DH é uma metodologia, com plataforma dedicada, para articulação de redes de apoio a públicos vulneráveis e para estabelecimento de fluxo de atendimento a vítimas de violação de direitos. A adoção da metodologia e do fluxo do SER-DH/ SIMA contribui para garantir o melhor atendimento de proteção de migrantes contra violações de seus direitos.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Sedese e Organizações da Sociedade Civil que atuam junto a migrantes.

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Como citar esse documento:

MIGRACIDADES. Perfil de Governança Migratória Local do Estado de Minas Gerais. Porto Alegre: Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2020.

As opiniões expressas nas publicações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) são dos autores e não refletem necessariamente a opinião da OIM ou de qualquer outra organização à qual os participantes possam estar profissionalmente vinculados. As denominações utilizadas no presente relatório e a maneira como são apresentados os dados não implicam, por parte da OIM, qualquer opinião sobre a condição jurídica dos países, territórios, cidades ou áreas, ou mesmo de suas autoridades, nem tampouco a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites.

A OIM está comprometida com o princípio de que a migração segura, ordenada e digna beneficia os migrantes e a sociedade. Por seu caráter de organização intergovernamental, a OIM atua com seus parceiros da comunidade internacional para: ajudar a enfrentar os crescentes desafios da gestão da migração; fomentar a compreensão das questões migratórias; alentar o desenvolvimento social e econômico através da migração; e garantir o respeito à dignidade humana e ao bem‐estar dos migrantes.

Editorial

Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Brasil SAS Quadra 05, Bloco N, Ed. OAB, 3º Andar

Brasília-DF - 70070-913 iombrazil@iom.int

CHEFE DE MISSÃO DA OIM NO BRASIL

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REVISÃO

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APOIO METODOLÓGICO

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