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Inteligência cultural aplicada a internacionalização de duas empresas da região Sul catarinense

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Academic year: 2021

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OTÁVIO VIEIRA PEREIRA

INTELIGÊNCIA CULTURAL APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE DUAS EMPRESAS DA REGIÃO SUL CATARINENSE

Tubarão, 2019

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OTÁVIO VIEIRA PEREIRA

INTELIGÊNCIA CULTURAL APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE DUAS EMPRESAS DA REGIÃO SUL CATARINENSE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unidade de Aprendizagem Trabalho de Conclusão de Curso em Relações Internacionais II, do Curso de Relações Internacionais, como requisito à elaboração do trabalho monográfico.

Linha de pesquisa: Internacionalização, teorias de internacionalização, inteligência múltiplas e inteligência cultural.

Orientador temático: Rejane Roecker, Ma Tubarão,

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OTÁVIO VIEIRA PEREIRA

INTELIGÊNCIA CULTURAL APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE DUAS EMPRESAS DA REGIÃO SUL CATARINENSE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais e aprovado em sua forma final pelo Curso de Relações Internacionais da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 04 de dezembro de 2019.

______________________________________________________ Professora e orientadora Rejane Roecker, Ma.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Ricardo Neumann, Dr.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Renata Goulart Fernandes,

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Componentes para um Coeficiente Cultural...28

Figura 2 - Organograma - Empresa Servitech...34

Figura 3 Linha do Tempo - Servitech...36

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Comparativo entre a empresa Servitech e as teorias de internacionalização...39 Quadro 2- Comparativo entre a empresa Hospedin e as teorias de internacionalização...47 Quadro 3 – Análise comparativa entre o questionário de Thomas e respostas obtidas...50

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AGRADECIMENTOS

Começo meus agradecimentos citando meus pais, Aldo e Maria Helena, que sempre estiveram ao meu lado e me apoiaram em todas as minhas decisões. Foram eles os responsáveis por investirem todos os recursos que tinham à disposição visando o meu crescimento. Agradeço aos meus irmãos, Guilherme e Israel por também me apoiarem e serem inspiração para a pessoa que me tornei hoje.

Também tenho que dar meus agradecimentos a minha companheira Núbia, que me dá força e vontade para lutar todos os dias para um futuro melhor para nós dois.

Tenho também que citar a minha orientadora Rejane Roecker por toda sua dedicação e carinho em me auxiliar no cumprimento do presente trabalho. Apenas tenho a agradecer por ser uma pessoa tão especial e detentora de tanto conhecimento.

Agradeço por último a todos amigos e colegas que de alguma maneira contribuíram para a finalização deste trabalho ou para minha evolução como pessoa.

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RESUMO

O objetivo geral do presente trabalho é analisar o coeficiente de inteligência cultural dos gestores no processo de internacionalização de duas empresas situadas na região Sul Catarinense. Para chegar a este objetivo, são realizados estudos sobre o que é coeficiente de inteligência cultural, suas raízes (neste caso a teorias das inteligências múltiplas), o que é internacionalização, estratégias de internacionalização, teorias de internacionalização, teorias de âmbito econômico e comportamental e o desenvolvimento das empresas chamadas de Born global. A presente pesquisa usa de uma metodologia de pesquisa aplicada, descritiva, utilizando-se uma abordagem qualitativas e realizando um estudo de caso das empresas Hospedin e Servitech. Demonstra-se também que as empresas estudadas apresentam uma série de características decorrentes das teorias comportamentais, principalmente a teoria do empreendedorismo internacional e a teoria da Born Global. Sendo que ambas teorias explicam que o desenvolvimento das empresas está destinado as visões e atitudes de um empreendedor. Desta forma o presente trabalho utilizando-se de análises verificou a eficácia dos gestores como indivíduo determinante na internacionalização de suas empresas. Propõem-se também o presente projeto em medir o coeficiente cultural (de acordo com o instrumento de pesquisa aplicado) dos gestores envolvidos e verificar se um nível alto de coeficiente cultural pode ser um fator de relevância para as visões e atitudes adotadas pelos empreendedores onde suas características foram determinantes para a criação e desenvolvimento de suas empresas. Conclui-se então que a presente pesquisa analisou o nível de coeficiente cultural dos gestores das empresas Servitech e Hospedin e sua relação com o processo de internacionalização da sua empresa.

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ABSTRACT

The main goal of this work is to analyze the cultural intelligence coefficient of managers in the process of internationalization of two companies from the south region of Santa Catarina. To conciliate such goal, this work takes in consideration studies regarding what is cultural intelligence coefficient and its roots (in that case, multiple intelligences theories); what is internationalization; behavioral and economic theories; and the development of Born Global companies. In terms of methodology, this is a descriptive and applied research that has a qualitative approach. Also, it is a case study about the companies Hospedin and Servitech. It is shown that the researched companies present a number of characteristics pointed by behavioral theories, specially the international entrepreneurship theory and the Born Global Theory. Both theories explain that the development of companies is linked to the attitudes and to the vision of a entrepreneur. The current work verified that the efficacy of managers is determinant to the internationalization of their companies. This work also proposes to measure the cultural coefficient (accordingly with the research method that was applied) of the managers. It was verified that a high level of cultural coefficient may be a relevant factor to the attitudes and visions adopted by the managers, affecting the creation and the

development of their companies. As a conclusion, this research analyzed the level of cultural coefficient from the managers of the companies Servitech and Hospedin and their relation to their internationalization process.

Keywords: Internationalization. Cultural Intelligence. South Region of Santa Catarina.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...9

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA...9

1.2 JUSTIFICATIVA...10

1.3 OBJETIVOS...11

1.3.1 Objetivo Geral...11

1.3.2 Objetivo Específicos...11

2 INTELIGÊNCIA CULTURAL APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE DUAS EMPRESAS DA REGIÃO SUL CATARINENSE...12

2.1 CONCEITO INTERNACIONALIZAÇÃO...12

2.1.1 Conceituação Estratégias de Internacionalização...13

2.2 TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO...16

2.2.1 Correntes Econômicas...16

2.2.2 Correntes Comportamentais...20

2.2.3 Conceituando Born Global...23

2.3 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS...25

2.3.1 Inteligência Cultural...27

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...30

3.1 TIPO DE PESQUISA...30

3.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS...31

4 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ESTUDADAS...32

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA SERVITECH...32

4.1.1 Caracterização do Processo de Internacionalização da empresa Servitech...35

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA HOSPEDIN...40

4.2.1 Caracterização do Processo de Internacionalização da empresa Hospedin...43

5 CARACTERIZAÇÃO DOS GESTORES ENTREVISTADOS...48

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO GESTOR DA EMPRESA SERVITECH...48

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6 ANÁLISE DA INTELIGÊNCIA CULTURAL E O PROCESSO DE

INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS ESTUDADAS...50

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...54

REFERÊNCIAS...57

ANEXO A...59

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo do presente trabalho são apresentados, a exposição do tema e do problema, justificativa e objetivos.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

Compreende-se que tema de inteligência cultural tem suas raízes da teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner (1995) que estuda o desenvolvimento de certos tipos de inteligências conforme as experiências sociais e culturais do indivíduo de acordo com sua sociedade e meio que está inserido.

Com avanço dos tempos e dos estudos relacionados as áreas de inteligências múltiplas Earley e Ang (2003) destacam um novo tipo de inteligência, a inteligência cultural, onde com base nas experiências que o sujeito tem em lugares com o ambiente cultural diferente, se conquista com estas experiências o desenvolvimento de um coeficiente de inteligência cultural que facilita a adaptação nas situações que envolvem culturas totalmente diferentes.

Analisa-se também com o atual mundo globalizado que deixou o mercado muito mais dinâmico, por conta das empresas que atualmente conseguem fazer negócios em todos os lugares no mundo, sendo a internacionalização de empresas um processo normal para as empresas atuais, como exposto por Mariotto (2009, p.4-5).

Nesta expansão de mercados e da produção, muitas atividades que tipicamente vinham ocorrendo no interior de um único país ou de uma região extravasam cada vez mais destes âmbitos e passam a envolver mais nações e regiões. Além disso, devido à globalização, as empresas passam a enfrentar competição internacional dentro do seu próprio mercado doméstico. A concorrência das empresas estrangeiras fez com que as empresas nacionais que operavam somente no mercado doméstico fossem forçadas a atuar em conformidade com níveis de competição internacional. Portanto, para ser considerada uma empresa internacional, não é mais necessário estar presente no mercado externo, mas basta ser capaz de competir em um mercado globalizado que inclua o mercado doméstico da empresa. Por fim, note-se que o

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processo de internacionalização passou a ser também um processo interno à empresa, de adaptação de estrutura, estratégia e modo de operação ao nível da competição internacional.

Baseando-se nisto a internacionalização é algo planejado com frequência pelas empresas no mundo todo é vital averiguar as estratégias utilizadas pelos gestores neste processo atual, tão importante que é a internacionalização. Dito isto pode-se relacionar os assuntos de inteligência cultural (anteriormente explicados) com a dinâmica das estratégias utilizadas para internacionalizar as empresas.

Para isto, usa-se os estudos de inteligência cultural não apenas as teorias de Earley e Ang, mas de David C Thomas também, sendo este, outro teórico relacionado com os estudos de inteligência cultural.

Contudo, diferentemente dos teóricos previamente citados, Thomas acredita que o coeficiente de inteligência cultural pode ser evoluído de acordo com experiências interculturais, sendo não apenas por conta do ambiente onde o mesmo está incluso. Observa-se que por conta da utilidade de Observa-se ter um coeficiente cultural avançado Thomas acredita que pode ser um atributo totalmente necessário nas investidas em busca de uma internacionalização sadia, pois o gestor deve conhecer o ambiente cultural e clientes que está buscando conquistar. Deve-se lembrar, que o gestor tem um papel fundamental dentro da estrutura empresarial, tendo ele o papel de extrema relevância na tomada de decisões.

Para chegar aos resultados esperados, utiliza-se de duas empresas situada na região Sul Catarinense examinando suas características, além de verificar o envolvimento dos gestores e suas experiências interculturais na internacionalização das empresas estudadas.

Neste contexto, o presente estudo tem como pergunta de pesquisa: Como o

coeficiente de inteligência cultural dos gestores de duas empresas da região Sul Catarinense está ligado ao processo de internacionalização destas empresas?

1.2 JUSTIFICATIVA

Partindo do ponto onde as relações internacionais se mostram como uma área que estuda os mais diversos assuntos, podendo-se estudar desde história, política, psicologia, antropologia, comércio exterior e até os assuntos relacionados à administração. Sendo a administração uma das áreas altamente presentes no atual objeto de pesquisa.

Logo, o tema de inteligência cultural é um assunto que pode ser totalmente pertinente para a área de relações internacionais. Em razão de que este tema estuda o processo

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cultural para as tomadas de decisões dos indivíduos, dessa forma, pode-se usar o contexto da inteligência cultural para relacionar com os processos decisórios dos gestores na internacionalização das empresas, transformando-se em um objeto de pesquisa atual e associando com os temas de relações internacionais.

Baseia-se o presente trabalho em analisar as experiências interculturais entre os gestores de duas empresas da região Sul Catarinense. Quantifica-se o coeficiente de inteligência cultural destes gestores com a ajuda de um questionário criado por um dos principais teóricos da inteligência cultural, buscando assim a confirmação se a inteligência cultural desempenhou algum papel crucial para as estratégias utilizadas no processo de internacionalização.

Todavia, cabe lembrar que o tema tem uma contribuição importante para os interessados em estudar o processo de decisão de indivíduos com base na cultura e nas relações interculturais.

1.3 OBJETIVOS

Conceituado o problema de pesquisa, são descritos na sequência, os objetivos gerais e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Como objetivo geral deste estudo definimos, analisar como coeficiente de Inteligência cultural dos gestores de duas empresas da região Sul Catarinense está ligado ao processo de internacionalização dessas empresas.

1.3.2 Objetivo Específicos

Tem-se como objetivos específicos.

A) Descrever o processo de internacionalização das empresas estudadas;

B) Medir o coeficiente de inteligência cultural dos gestores envolvidos no processo de internacionalização das empresas pesquisadas;

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C) Analisar os resultados do coeficiente de inteligência cultural dos gestores no contexto da internacionalização das empresas estudadas.

A seguir tem-se o embasamento teórico visado para contribuir com a explicação da presente pesquisa.

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2 INTELIGÊNCIA CULTURAL APLICADA A INTERNACIONALIZAÇÃO DE DUAS EMPRESAS DA REGIÃO SUL CATARINENSE

A seguir destaca-se preceitos necessários para um entendimento dos conceitos de internacionalização, suas estratégias e os fundamentos para uma compreensão sadia dos elementos de inteligência cultural e seus princípios.

2.1 CONCEITO INTERNACIONALIZAÇÃO

Para analisar o processo de internacionalização de uma empresa com base no coeficiente de inteligência cultural do gestor, tem-se que primeiro definir processos, estratégias, motivações e riscos da internacionalização.

Internacionalização é um termo estudado e difundido por vários autores. Para este estudo, utiliza-se o conceito de alguns dos autores do meio como Cavusgil, Knight e Risenberger (2010) para estabelecer um entendimento sobre o que é a “Internacionalização”. Usa-se os conceitos dos autores previamente citados que “referem-se ao desempenho de atividades de comércio e investimento por empresas, através das fronteiras entre países.” (CAVUSGIL; KNIGHT; RISENBERGER, 2010, p. 3)

Cabe observar que existem muitas maneiras de se internacionalizar. Por conta disto salientasse que as estratégias de internacionalização podem ser divididas em: internacionalização à base de exportações, podendo ser elas diretas ou indiretas; consórcios de exportações; mergers; franquias; joint ventures; acquisitions e investimentos diretos. Todavia, esses assuntos serão devidamente explicados mais à frente.

Visualiza-se autores que enxergam motivos diferentes para uma internacionalização, como elucidado por Mariotto (2007). Segundo o autor, as empresas se internacionalizam para procurar novos mercados, pois um novo mercado gera uma expansão muito grande para a empresa em si, fato que se deve talvez à saturação do mercado de origem, dificultando a competição. Destaca-se também a vantagem de conseguir conhecimento especializado com a internacionalização, pois a empresa pode comprar outra empresa neste novo cenário haja vista as habilidades e conhecimentos técnicos e competitivos que esta compra pode adicionar. Contudo, ao invés de adquirir outra empresa, pode se adotar outra medida, como criar uma filial em algum centro de produção especializada, criando assim uma “aglomeração industrial” ou os chamados de “clusters”. Os “clusters” trazem um compartilhamento e troca de informações com as empresas situadas nestes “clusters”.

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Cabe ressaltar que além de haver motivos suficientemente interessantes para tentar expandir o mercado para fora do nacional, se têm também vários riscos para uma tentativa de internacionalização. Segundo Cavusgil, Knight e Riesenberger (2010), existem quatro riscos principais na internacionalização: o risco intercultural; risco-país ou risco político; risco cambial; e por fim o risco comercial.

A) Risco-país (ou político) se refere aos problemas que a empresa na tentativa de se internacionalizar pode sofrer decorrente de um ambiente político fragilizado, pois muitas vezes a empresa está sujeita a intervenções do governo, que adiciona processos burocráticos ou dificulta o acesso ao mercado;

B) O risco cambial representa as taxas de câmbio que podem simplesmente flutuar de um valor para outro, prejudicando a empresa que tentar entrar neste mercado;

C) Há também o risco comercial, que significa as estratégias de entrada no mercado estrangeiro implementadas de forma errada, prejudicando todo o processo de internacionalização;

D) Por último se tem o risco intercultural, em que a adaptação ou pouco conhecimento de uma cultura pode prejudicar o processo de internacionalização, muito por conta de uma interpretação cultural errada.

É importante explicar estes riscos para entender-se os riscos que uma empresa pode sofrer quando a mesma vir a se internacionalizar. Visualiza-se então, como é fundamental, a realização de uma análise do ambiente para facilitar o processo de internacionalização.

Verifica-se também que além de estudar-se os riscos deve-se salientar as estratégias que as companhias devem adotar para entrar em um cenário internacional totalmente novo.

2.1.1 Conceituação Estratégias de Internacionalização

Como anteriormente designado, este tópico trata de exemplificar algumas das estratégias de internacionalização utilizadas pelas empresas.

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Observa-se então que existem centenas de estratégias para uma empresa se internacionalizar. Porém, é preciso averiguar quais estratégias as empresas usam para efetuar sua internacionalização. Entretanto, deve-se contemplar o sentido conceitual do que seria o termo “estratégia de internacionalização” para a concepção desses sentidos, convém utilizar as definições de Peng (2008, p.16), que as define “como a estratégia de empresas pelo globo, relacionada à teoria da empresa sobre como competir com sucesso.”.

Observa-se então que sem empresa não se faz estratégia, contudo, sem estratégia não se faz uma empresa. Por conta disso, é importante salientar as principais estratégias usadas pelos gestores das empresas para um processo de internacionalização frutífero e eficaz. Amatucci (2009, apud KERIN; HARTLEY; BERKOWITZ; RUDELIUS, 2007) explica que uma empresa em sua fase inicial de internacionalização deve se preocupar com os aspectos políticos, legais e culturais, pois quaisquer mudanças nos aspectos mencionados podem significar uma oportunidade para a empresa. Cabe ao empreendedor analisar e sintetizar as oportunidades vistas para adaptar ou melhorar as estratégias necessárias para um processo de internacionalização sadio.

Conclui-se que existem várias estratégias para se internacionalizar. Elas podem ser constituídas em nove estratagemas. Sendo assim, cada uma destas abordagens será conceituada de forma rápida usando dos estudos estabelecidos por Amatucci (2009):

A) Exportação Indireta: se refere à venda de um produto ou serviço além do mercado doméstico para um mercado estrangeiro. Porém, para sua realização, a venda é feita de forma terceirizada, desde a parte aduaneira até a parte burocrática de todo o processo;

B) Exportação Direta: segue o mesmo objetivo da exportação indireta, até o momento da realização da venda. Porém, nesta estratégia, a empresa usa de alguns artifícios para concluir o serviço, normalmente com a ajuda de um setor de exportação próprio para facilitar todo o procedimento;

C) Consórcios de exportações e importação: normalmente utilizados por médias ou pequenas empresas, em que elas se unem formando um consórcio para desenvolver e facilitar a adaptabilidade no processo de internacionalização e combinar forças, melhorando assim a facilidade para entrar no mercado selecionado;

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D) Merger: função utilizada por empresas de diferentes setores que entram em conjunção para possibilitar uma maior abrangência das oportunidades que surgem no mercado, criando assim relacionamentos que desenvolvem os sistemas utilizados para estratégias em cada empresa nesta conciliação;

E) Franquia Internacional: é um processo de expansão de mercado onde a empresa em uma forma de investimento (muitas vezes feito por terceiros) se instala no país anteposto por meio de uma franquia para expandir sua marca;

F) Joint Venture: compreende-se este processo quando duas ou mais empresas se juntam de forma contratual para formar uma terceira entidade, sendo controlada pelas empresas unidas pela Joint Venture;

G) Acquisition: esta abordagem de internacionalização é utilizada por empresas que, por meios financeiros, compram todo um ativo empresarial de outra empresa estrangeira com a função de franquear e entrar de forma mais rápida no mercado, visto que toda a carteira de clientes irá ficar com a sociedade compradora;

H) Investimento Direto: trata-se do processo de investimento financeiro no país estrangeiro por meio da aquisição de ativos ou na instalação de alguma fábrica;

Salienta-se também que o investimento direto é uma fase avançada no processo de internacionalização. Portanto, deve-se explicar a importância desta estratégia para demonstrar o avanço do processo de internacionalização, em vista disto, usa-se a conceituação de Amatucci (2009), que afirma que um investimento direto aconteceria quando a empresa enxerga uma oportunidade de, ao contrário de importar ou exportar utilizando empresas estrangeiras, começar a vender ou fabricar diretamente no país estrangeiro. Esta etapa representa uma das últimas fases na estratégia de internacionalização, pois a empresa entra de fato no novo mercado.

Pode-se analisar que o processo de internacionalização deve ser realizado de forma estruturada e bem pensada, já que se tem várias maneiras de iniciar este processo. Dito isso, cabe compreender quais maneiras e quais posturas as empresas ou gestores devem adotar para impor o seu ritmo e conquistar mercados, com a finalidade de se internacionalizarem. Portanto, a próxima etapa é destacar o funcionamento das teorias de internacionalização e suas utilidades.

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2.2 TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Após analisar algumas conceituações do que seria uma internacionalização, pode-se então prospode-seguir para as Teorias de Internacionalização. Cabe ressaltar-pode-se a prepode-sente pesquisa foca em apresentar algumas teorias que têm as características necessárias para auxiliar no desenvolvimento dos objetivos buscados para esta pesquisa. As teorias estudadas serão: Teoria do Poder de Mercado; Teoria de Ciclo de Vida do Produto; Teoria da Internalização; Teoria do Paradigma Eclético; e a teorias da Escola de Uppsala, utilizando os modelos da escola de Uppsala, teoria das Networks, empreendedorismo internacional e Born Globals.

É importante antes mesmo de conceituar as principais teorias ressaltar em que “tipo” de categoria em que cada uma se encaixa, pois, no meio acadêmico, elas são divididas em “teorias de corrente econômica” e “teorias de corrente comportamental”. O objeto de pesquisa deste estudo está centrado, em sua maior parte, na corrente comportamental, pois estuda o processo de decisão do gestor em si.

Para definir melhor o conceito dos tipos de cada corrente, procede-se usando as explicações de Dib e Carneiro (2007, p.4, apud ANDERSEN; BUVIK, 2002 e RÄISÄNEN, 2003).

abordagens da internacionalização com base em critérios econômicos – dentro desse enfoque, prevaleceriam soluções (pseudo-) racionais para as questões advindas do processo de internacionalização, que seria orientado para um caminho de decisões que trouxessem a maximização dos retornos econômicos;

abordagens da internacionalização com base na evolução comportamental – nesse enfoque, o processo de internacionalização dependeria das atitudes, percepções e comportamento dos tomadores de decisão, que seriam orientados pela busca da redução de risco nas decisões sobre onde e como expandir.

Quando se compreende melhor essas correntes, pode-se prosseguir para as conceitualizações das teorias pertinentes a presente pesquisa.

2.2.1 Correntes Econômicas

Visualizado isto pode-se partir para a primeira teoria do âmbito econômico, a do Poder de Mercado, desenvolvida por um dos maiores pensadores a respeito de Teorias de Internacionalização, Stephen Hymer.

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Como caracterizado por Mariotto (2007), Hymer acreditava que uma empresa que faça parte de um monopólio, ou a um oligopólio, em determinado país irá evitar a competição (internacional) com outra empresa que tenha as mesmas vantagens em outro país, sendo assim uma fusão entre as duas seria a forma mais eficaz de evitar competição entre as duas. Seguindo esta lógica, por terem um grande poder dentro do mercado, a empresa pode estabelecer uma filial própria em outro país para impossibilitar o crescimento de um concorrente local.

Não obstante Hymer analisava que as empresas investem em outros países por dois motivos (BEMVINDO, 2014, p.21).

(i) Remover um competidor potencial; (ii) apropriar-se integralmente dos retornos que certa habilidade desenvolvida por esta em seu país natal lhe proporcionava. Por exemplo, uma empresa que desenvolveu um produto diferenciado para atender seu mercado local ou que tenha desenvolvido um método de produção mais eficiente, pode maximizar os retornos dessas vantagens competitivas ao replicá-las em outros mercados.

Enfim, a teoria do poder de mercado demonstra o processo de internacionalização das empresas utilizando de ganhos de Market share1, como contextualizado por Dib e

Carneiro (2018), seja por vantagens competitivas específicas, como vantagens por economias de escala ou por produção. Tudo isto acontece normalmente por conta que estas empresas se aproveitam das instabilidades do mercado.

A próxima teoria é a “teoria do ciclo de vida do produto”, desenvolvida por Raymond Vernon (1966). Para obter um entendimento a respeito desta teoria, usa-se o autor Mariotto (2007), que compreende que o princípio do ciclo de vida do produto parte da ideia de que as mesmas estratégias de vantagens competitivas utilizadas para produtos em fase inicial do ciclo de vida nos EUA, que fizeram estas empresas disputar com sucesso dentro do mercado nacional, eram as mesmas usadas por empresas Norte Americanas para entrar em mercados estrangeiros. Cabe lembrar que uma das diferenças desta teoria é que o foco era totalmente nos produtos, ao invés de no país ou na firma.

Contudo, para explicar o funcionamento da teoria de ciclo de vida do produto deve-se utilizar os conceitos de Amatucci (2009), onde nesta teoria propõem-se que para que produtos inovadores sejam colocados no mercado é necessário ter em disposição uma mão de

1O termo Market Share se traduz como a participação de uma empresa em determinado mercado (GUISSONI, RODRIGUES E CRESCITELLI, 2014).

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obra especializada, além de que as chances de estes produtos de inovação serem introduzidas no mercado sejam muito maiores em países em desenvolvimento.

Pode-se compreender que esta teoria analisa os principais produtos inovadores que vão surgir no mercado ou que já existem estão na mão das principais empresas nos países mais desenvolvidos. Sendo por conta do seu setor fabril ser altamente avançado, ter disponibilidade de recursos, mão de obra especializada e incentivos do governo.

Salienta-se que, os países menos desenvolvidos podem oferecer vantagens para os mais desenvolvidos, como proposto por Pessoa e Martins (2007), já que os países menos desenvolvidos podem oferecer localização para a produção de produtos altamente padronizados, onde o fator determinante para estes produtos são o preço, logo, a mão de obra barata viabiliza esse processo.

Compreendido as teorias anteriores, avança-se para a próxima. Que se refere a teoria de internalização, desenvolvidas por Buckley e Casson em 1976 e por Rugman em 1979. Em grande parte, a teoria explica, como exposto por Borini et al (2006, p.2-3.

A premissa básica é que a empresa tem a função de internalizar ou integrar as transações mais ineficientes ou mais dispendiosas quando realizadas pelo mercado do que quando realizadas na estrutura da empresa. Em outras palavras, a empresa se internacionaliza passando do processo de exportação para outros mais complexos, a fim de que os recursos e conhecimentos compartilhados no exterior sejam de propriedade exclusiva da empresa.

A presente teoria busca vantagens em mercados que acredita serem imperfeitos, para instalarem operações dentro do cenário.

A teoria da Internalização defende, como exposto por Da Silva et al (2010), que as empresas irão se instalar em mercados onde seus custos de transação2 sejam baixos. Como

demonstrado por Succar (2010, p. 15), esta teoria funciona como.

Imperfeições de mercado acabam gerando custos de transação entre essas empresas, que podem ser minimizados dentro do setor como um todo, submetendo-se atividades interdependentes à mesma esfera de controle. A empresa multinacional se expande, deslocando a fronteira empresa-mercado, para aumentar o seu mercado interno, em tese, mais fluido e sem barreiras. É, assim, uma forma de substituição do livre comércio.

Basicamente nesta teoria a empresa aproveita de um cenário imperfeito para internalizar e desenvolver transações internamente dentro da empresa e criar mecanismos que sejam de propriedade da própria empresa. Como demonstrado por, Oliveira (2008, p.2)

2 Custos para negociar, cumprir ou redigir contratos. Sendo então, os custos para o estabelecimento de contratos entre agentes. (PONDÉ et al., 1997)

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A teoria da internalização, portanto, parte da ideia de que a empresa, como estrutura organizacional, tem a prerrogativa de integrar sob o mesmo princípio hierárquico, as transações que o mercado realiza de forma ineficiente ou de forma mais onerosa para empresa. Se os custos de adaptação, monitoramento de desempenho, know-how (como fazer), matérias primas e componentes, serviços de mercado e distribuição e proteção contra comportamento oportunista são muito elevados, a empresa preferirá estrutura de governança interna.

Dito isso, prossegue-se para última teoria de estudada no âmbito econômico, neste caso, a teoria do paradigma eclético de Dunning, para tanto usa-se da percepção de Amatucci (2009). O paradigma pode ser entendido quando uma empresa tem uma vantagem competitiva baseada em três fatores. O primeiro é a localização, que é quando uma empresa tem uma vantagem em frente a outras decorrente do seu local de instalação, que pode conferir benefícios seja na produção ou para obter matérias primas. Se tem o fator da propriedade, que refere-se ao processo de obtenção de certos ativos que implicam em vantagens para a empresa, podendo ser esses ativos uma propriedade sobre tecnologia, processo, um fornecedor de insumos exclusivo para a empresa e outros tipos de patentes ou ativos. Por último o fator da internalização, onde este fator acredita que é mais benéfico para a empresa não terceirizar suas atividades. Neste tipo de vantagem, a empresa com sua estrutura interna irá controlar os processos que envolvem cumprimento de termos negociados e garanti-los.

Em sua teoria, como demonstrado por Rocha (2002), Dunning demonstra como estas três vantagens, os padrões e as formas de produção internacional criam uma nova observação a respeito da internacionalização das empresas. Esta teoria tem certa importância por demonstrar as vantagens competitivas que as empresas devem utilizar para ganhar destaque dentro do mercado internacional, realizando um processo de internacionalização com mais segurança.

Compreendido as principais teorias de foco econômico, pode-se partir agora para as teorias de corrente comportamental, sendo esta as correntes com maior foco, pois representa em sua maior parte o objeto de estudo desta pesquisa. Aplica-se então analises para deste modo conceituar de forma estruturada a Escola de Uppsala e seus preceitos. Ressalta-se que as teorias no âmbito comportamental se estabelecem como mais importantes para a presente pesquisa pois estudam a parte das relações humanas e comunicações, atributos essenciais para entender-se a inteligência cultural e tomada de decisões dos gestores.

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A escola de Uppsala tem como os principais autores Hörnell, Johanson, Wiedersheim-Paul e Vahlne. Lembrando que para esta escola serve-se estudar quatro modelos da Escola de Uppsala, que são o modelo de internacionalização gradual, o modelo tradicional da escola de Uppsala, teoria das Networks e o empreendedorismo internacional.

O modelo de internacionalização gradual, ou teoria das cadeias de estabelecimento de Uppsala tem como base o processo de internacionalização de empresas suecas, como descrito por Johanson e Vahlne (2013, p.195, apud JOHANSON; VAHLNE, 1977).

The original Uppsala model was based on inductive studies of Swedish multinational companies which were found to start their internationalization on markets close to the home market in psychic distance terms and gradually entering markets further away. On the individual market, entry modes were typically preferred were those implying little investment and hence risk taking, while later more committing modes were chosen as to better exploit the market potential.

Basicamente neste modelo as empresas se internacionalizam de forma gradual e perto do seu mercado doméstico (verificando sua distância psíquica), com o passar do tempo estas empresas vão se internacionalizando de forma gradual para mercados mais longe do de origem. Cabe ressaltar que os autores Johanson e Vahlne (1977) definem a distância psíquica como os fatores que podem dificultar o fluxo de informações para as empresas que tendem a se internacionalizar. Estes fatores pode ser a diferença de idioma, cultura, educação e outros fatores.

Portanto, cabe as empresas neste modelo se internacionalizarem de forma gradual e perto do seu mercado doméstico (após algum tempo ir avançando para mercados mais distantes), analisando se seu cenário de origem e mercado alvo não tem uma distância psíquica tão grande.

Entendido este primeiro modelo pode-se avançar para o modelo tradicional de Uppsala e seus preceitos.

O modelo tradicional, como caracterizado por Rocha (2002), indica que a internacionalização de uma empresa, seja por exportações ou de investimentos diretos vem como uma consequência do seu próprio crescimento. Ressaltando que esta internacionalização ocorre pelo fato de o mercado doméstico estar saturado, devendo-se assim a empresa buscar novos mercados.

Uma empresa enfrenta quatro estágios em seu processo de internacionalização, como demonstrando por Johanson e Wiedersheim-Paul (1975), sendo a primeira etapa a

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empresa não tem muitas informações sobre o “novo” mercado e não dispõem de tantos artifícios para um estudo tão profundo sobre o mercado, nesta primeira etapa não se tem uma atividade regular de exportação. Prosseguindo para a segunda etapa, a empresa já obtém artifícios que facilitam o conhecimento do novo mercado, fazendo assim que a empresa tenha uma segurança sobre o mercado que pretende adentrar. Neste momento a firma já avança para o novo mercado com a ajuda de agente de vendas ou canais de distribuição. Com o avanço da segunda etapa para a terceira etapa já se tem uma evolução, pois a empresa tem controle fluente das informações do mercado para a empresa, facilitando os conhecimentos da empresa. Lembrando que nesta etapa a companhia já tem experiência dos fatores que afetam seu desempenho, além de já se utilizar de uma subsidiaria de vendas, permitindo assim um maior controle no país internacionalizado. Partindo para a última etapa a empresa instala de fato uma unidade de produção nos pais, fato que cria uma estabilização no mercado maior que as etapas anteriores, contudo, é a etapa que exige mais recursos.

Neste modelo é destacado que nenhuma companhia tentará produzir localmente em outro mercado, sem que antes tenha exportado via agentes ou subsidiárias de vendas (ROCHA, 2002).

Os efeitos da Escola de Uppsala até hoje são definidos como um marco para os negócios internacionais, como compreendido por Amatucci (2008, p. 21) “O modelo de internacionalização de Uppsala estabeleceu na literatura o padrão ‘normal’ de internacionalização de empresas, contra o qual os casos reais são hoje cotejados.”. Por conta disto é recorrente utilizar a Uppsala em processos que envolvem a internacionalização, muito por conta que seus estudos não são centrados somente na empresa, mas sim, também nos indivíduos.

Feitas as sínteses necessárias diante das teorias de Uppsala, avança-se para o modelo das Networks, onde está se compromete a vislumbrar o poder do convencimento em troca de poder político no mercado entrante, como uma vantagem competitiva essencial para o desenvolvimento da empresa. Diferente do modelo tradicional, onde não há à busca de vantagens competitivas por meio de sistemas de relacionamentos, mas sim, um estudo geral do país estudado para se internacionalizar, em um processo evolutivo, por meio de etapas. Sendo cada etapa correspondente a um nível de aproximação maior, passando para o envio de agentes de exportação, subsidiaria de vendas até o momento da instalação estrutural da companhia no país.

A teoria das redes de relacionamentos, como exemplificado por Rocha (2002), expõe que as empresas com um alto nível de internacionalização juntamente com as

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vantagens competitivas e fatores de sua empresa geram oportunidades distintas no processo de entrada em países com o intuito de se internacionalizar. No entanto, estas oportunidades só seriam praticáveis caso houvesse um sistema que contenha redes de relacionamento viáveis no novo mercado.

Para compreender-se melhor o que seria uma Network de fato, recorre-se a usar as concepções de Amatucci, (2009, apud HEMAIS; HILAL, 2002), que demonstra que a network neste modelo é um sistema interdependente que influencia os atores econômicos internacionais conjuntamente, sendo estes atores os responsáveis por meio de influencias dentro do cenário político conseguir obter vantagens no país para qual este pretende se internacionalizar. Sendo normalmente as maiores empresas e com uma experiência em influência ganhar uma série de benefícios. Contudo, aqueles atores com pouca vivência em persuasão terão pouco proveito do sistema de Network.

Por este modo, consequentemente as empresas com relacionamentos de influência baixos, obrigatoriamente devem recuar do mercado que pretendem se instalar ou já estão instalados, ou aceitar a proeminência dos atores com as Networks melhor estruturadas.

Dito isto, consta-se que não há até o momento com os estudos do presente trabalho de pesquisa, na Escola Nórdica um estudo crítico não só apenas sobre o modelo estrutural ou estratégia de internacionalização melhor eficaz como visto até agora. Contudo, o próximo processo que averígua-se será a eficácia e proficiência do empreendedor apropriadamente dito como peça fundamental de um processo de internacionalização vantajoso, também conhecido como teoria do Empreendedorismo Internacional.

Para o avanço da teoria analisada é importante saber como podemos conceituar o termo “Empreendedorismo Internacional”, para tanto, utiliza-se os conceitos de Peng (2008, p.130) que define, “uma combinação de comportamentos inovadores, proativos e arriscados que atravessa as fronteiras nacionais e almeja criar riquezas nas organizações.”

Para fundamentar o empreendedor como peça chave, apoia-se no discurso de Amatucci (2009, p. 129, apud ANDERSON, 2000), principal autor da teoria do Empreendedorismo Internacional que descreve um pouco do papel central do empreendedor.

O empreendedor é o decisor-chave, pois a internacionalização deveria ser desejada e iniciada através dele, sendo que não agiria no vácuo, mas seria parte da sociedade e influenciado pelo ambiente, que, por outro lado, poderia ser modificado pelos processos por ele criados.

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Em suma, visualiza-se nestes conceitos a importância do empreendedor, sua influencia para administrar os negócios da melhor maneira possível além de compreender o cenário e utilizar ele ao seu favor

Continuando este processo Rocha (2002, apud ANDERSON, 1997), explica que a definição de um empreendedor não é categorizada por meio de um alto cargo, mas sim por atitude, sendo este sujeito o principal contribuinte para novas estratégias para a empresa, seja de táticas de conquista de mercado, busca de novos fornecedores, novos esquemas que facilitam a produção ou a criação das redes de relacionamento (Network). Sendo assim, em suma, nesta teoria o principal realizador de um sistema que dá certo de forma eficaz é o empreendedor. Ressaltando que o timing das ações do empreendedor no cenário é uma condição importante para o sucesso nesta teoria.

Esta teoria se diferencia das outras estudadas, para tanto, usa-se as concepções de Moraes, Chas e Vieira (2012), pois o crescimento da empresa não é favorecido apenas pela estratégia utilizada, seja ela por Networks ou por meio de etapas no processo de inserção no país desejado, mas sim, pelo desenvolvimento das aptidões necessárias para o crescimento da empresa como um todo. Todavia, a inserção destas aptidões é concentrada no papel do empreendedor, sendo ele o principal responsável da ascendência da empresa, pelo fato de o mesmo usar de tomadas de decisões especificas a respeito da alocação dos recursos estratégicos da empresa.

Além de compreender o empreendedor como peça chave de uma empresa e para sua internacionalização deve-se salientar o aumento das empresas que de alguma forma conseguem “nascer” globais, verificando se nestas empresas chamadas de Born Globals o empreendedor tem papel central para o nascimento deste fenômeno.

2.2.3 Conceituando Born Global

Por conta do avanço tecnológico mundial e dos avanços das estratégias globais utilizadas pelas empresas, empresas cada vez de menor porte conseguem desempenhar funções no mercado internacional. Fato até então não visto, pois apenas as empresas com maiores recursos e melhores estratégias que conseguiam se internacionalizar. Contudo hoje em dia, as empresas de menor porte conseguem com menos recursos também se internacionalizar nascendo globais, sendo este o principal objeto de estudo neste capítulo, as empresas que nascem globais, ou melhor, as chamadas Born Globals.

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As empresas Born Globals por se constituírem como PMEs3, como definidas por

Cavusgil, Knight e Risenberger (2010), se caracterizam por ter um processo de internacionalização precoce, pois estas empresas enxergam melhores oportunidades no mercado internacional, seja por uma grande demanda do seu produto em outros países ou até o próprio mercado nacional que “empurra” estas empresas para o mercado estrangeiro. Verifica-se que ocorrem situações que não se tem procura do produto no mercado interno, obrigando assim as empresas competir no mercado internacional, todos esses fatores contribuem para uma companhia se tornar uma Born Global.

Para exemplificar melhor a representatividade das Born Globals no mundo atual, aplicam-se os conceitos de Cavusgil, Knight e Risenberger (2010, p.49).

O fenômeno das born global representa uma nova realidade nos negócios internacionais. Em países tão diversos como Austrália, Dinamarca, Irlanda e Estados Unidos, elas respondem por uma significativa parcela das exportações. Em muitos casos, oferecem produtos avançados com expressivo potencial para geração de vendas internacionais. De modo geral, são ávidas usuárias da Internet e das modernas tecnologias de comunicação, o que facilita ainda mais as operações internacionais precoces e eficientes.

Basicamente o processo de evolução das empresas, conhecido como Born Global, nada mais é do um fruto do processo de alta evolução da sociedade moderna, como demonstrado por Dib e Carneiro (2007), este fenômeno intenso e presente em nossa sociedade contribuiu para que empresas pequenas e médias conseguissem se destacar no competitivo ambiente do mercado internacional. Estas empresas não atuaram no mercado internacional utilizando de modelos conhecidos como a Teoria Clássica de Uppsala, que destacam que as empresas devem se internacionalizar com o desenvolvimento de etapas, onde cada etapa representa uma aproximação cada vez maior do mercado alvo. Portanto, a Born Global já entra definitivamente no mercado alvo, muitas vezes utilizando-se de estratégias de nichos de mercados ou conseguem se instalar facilmente no país desejado por terem redes de relacionamento4 formadas.

Para finalizar este tópico de estudo, precisa-se sinalizar a importância do empreendedor neste processo evolutivo, utilizando-se as ideias de Cavusgil, Knight e Risenberger (2010), as chamadas Born Globals, tem seu surgimento devido à globalização no mundo e a abertura do mercado internacional, facilitando assim para o surgimento de ideias empreendedoras e o desenvolvimento de suas iniciativas. Por conta disto, os empreendedores

3PMEs: Pequenas e Médias empresas (Cavusgil, Knight e Risenberger, 2010). 4 Processo já destacado nesta pesquisa, também chamado de Network.

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de alto rendimento tem aptidões que facilitam o sucesso das empresas, haja vista que com os avanços tecnológicos e melhorias da comunicação, facilitam a formação de oportunidades que apenas os melhores empreendedores podem detectar e aproveitar, sendo eles também os responsáveis por dirigir a melhor estratégia de acordo com a detecção das oportunidades.

Provavelmente este é um dos processos que representa da melhor forma a Globalização, pois, empresas pequenas que antes mal tinham oportunidades no mercado nacional, hoje conseguem ter um processo de internacionalização precoce e mesmo assim competir no mercado internacional.

Feito os devidos estudos a respeito de internacionalização, a imagem do empreendedor e o surgimento das Born Globals, pode-se avançar para uma teoria que contribui para a explicação da Inteligência Cultural. Portanto, deve-se retroceder e analisar de onde saíram os estudos a respeito da inteligência cultural, verifica-se então a importância da teoria das inteligências múltiplas e sua relevância para o presente estudo.

2.3 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Para chegarmos a uma compressão expressiva do objeto de estudo desta pesquisa, a inteligência cultural, é importante salientar-se a importância de outra teoria, a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner.

Para que se possa adentrar na teoria de Gardner precisamos antes descrever o que seria inteligência. Contudo, há várias definições do termo inteligência, por este motivo, por haver múltiplas explicações do que seria uma “inteligência”, emprega-se dois conceitos que Gardner utiliza, onde no primeiro ele acredita que a inteligência é conceituada de acordo com a cultura de seu meio, conforme exposto em seu livro (GARDNER; KORNHABER; WAKE, 1998, p.18).

Ele afirmou que existe um único tipo de inteligência humana, que se expressa diferentemente em diferentes culturas. Por exemplo, todos os seres humanos classificam objetos em categorias. Os povos tradicionais analfabetos tendem a classificar com base em propriedades sensoriais: tubarões e golfinhos podem ser categorizados juntos porque são razoavelmente parecidos. Entretanto, os ocidentais alfabetizados tendem a classificar menos com base na aparência e mais a partir de diferenças anatômicas e evolutivas. Eles colocariam os tubarões e os golfinhos em categorias separadas.

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Já o segundo conceito é definido como, “capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários.” (GARDNER, 1995, p. 14).

Observa-se lembrar que existem inúmeras conceituações que definem o que seria inteligência, entretanto, usa-se para as devidas explicações conceitos que acreditam-se ser mais interligados com o presente estudo, sendo assim, a inteligência é utilizada como uma capacidade adaptativa do ser humano de acordo com o ambiente e a sociedade que vive.

Visto isto, pode-se prosseguir com a teoria das inteligências múltiplas que faz parte de uma ciência da mente, ou melhor, ciência cognitiva, pois as pessoas têm cognições (forças e estilos cognitivos diferentes), sendo que cada indivíduo pode desenvolver ou pode provocar o enfraquecimento de sua própria inteligência. Nesta teoria é analisado como cada indivíduo cria uma capacidade (ou inteligência) que sirva melhor para seu estilo de vida e o meio em qual o mesmo vive. Sendo então uma teoria focada exclusivamente no indivíduo, para tanto, Gardner classifica estas inteligências em sete tipos, para tal as devidas explicações dos tipos de inteligências seguem em seguida (GARDNER, 1995).

A) Inteligência Musical: Facilidade em desenvolver habilidades musicais, seja por conta de algum tipo de ligação biológica, que cria uma pré-disposição do indivíduo para à música;

B) Inteligência Corporal-Cinestésica: Maestria em controlar os próprios movimentos corporais, sendo utilizada muitas vezes por esportistas profissionais;

C) Inteligência Lógico Matemática: Predisposição a resolver problemas matemáticos, ou de raciocínios lógicos;

D) Inteligência Linguística: Capacidade de criar vocabulários e aprender com destreza idiomas diferentes;

E) Inteligência Espacial: Reconhecer situações ou objetos de formas diferentes sem necessitar de contatos físicos ou estímulos;

F) Inteligência Interpessoal: Pericia em analisar e compreender as verdadeiras intenções e motivação de outras pessoas por meio de interações sociais;

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G) Inteligência Intrapessoal: Inteligência baseada no autoconhecimento, onde o indivíduo compreende totalmente cada sentimento e emoção presente em si mesmo, facilitando assim, o conhecimento e evolução do próprio comportamento.

Resumidamente a teoria de Gardner, baseia-se, que cada pessoa irá desenvolver certo tipo de inteligência de acordo com seu ambiente cultural social, podendo também ser realizadas por estímulos físicos ou emocionais, onde estes estímulos são fatores que contribuem para o desenvolvimento da inteligência necessária para seu cenário.

Pode-se então chegar ao ponto principal do presente estudo, a inteligência cultural, contudo deve-se ressaltar antes que após o exímio trabalho de Gardner abriram-se as portas para a conceituação de uma série de novas inteligências, ocorrendo assim, a criação da inteligência social, emocional e a cultural, onde está última tem papel fundamental para a compreensão dos objetivos buscados.

2.3.1 Inteligência Cultural

Ressalta-se novamente as possibilidades que Gardner (1995) levantou com sua teoria de inteligência múltiplas, criando um cenário totalmente novo para os estudos das inteligências. Dito isto, nasce uma nova vertente de inteligência para os teóricos, previamente já citada, a inteligência cultural. Utiliza-se de dois autores principais para exemplificar os assuntos pertinentes a inteligência cultural, sendo os autores considerados os percursores desta teoria, P. Christopher Earley e David C Thomas.

Compreende-se também para que o avanço desta nova teoria seja sucinto deve-se analisar o que seria Cultura, segundo à Hofstede (2011, p.3), “Culture is the collective

programming of the mind that distinguishes the members of one group or category of people from others".5 Sendo assim, Hofstede, acredita que cultura é um processo mental onde cada

indivíduo, por experiências em sua sociedade e meio adquirem, uma diferenciação cultural de outros indivíduos criados em outros meios e sociedades, logo com uma cultura diferente.

Os inícios dos estudos de inteligência cultural se desenvolvem com os esforços de P. Christopher Earley, enxergando as possibilidades da criação de mais teorias baseadas nos conceitos de inteligências múltiplas. Earley e Ang (2003), visualizam uma inteligência que se adapta de acordo com o ambiente cultural, onde enfatiza-se pelos autores as facilidades com

5Em tradução livre Cultura é a programação coletiva da mente responsável pela distinção entre membros de um grupo ou de uma categoria de pessoas de outras.

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que algumas pessoas conseguem se adaptar facilmente em culturas diferentes e outras não. Logo, estas pessoas que se adaptam rapidamente são indivíduos providos de inteligência cultural.

Todavia, Earley e Ang (2003), teorizam que cada pessoa pode evoluir o nível de sua inteligência cultural de acordo com suas experiências culturais. Como demonstrado por Earley e Mosakowski (2004) “Cultural intelligence: an outsider’s seemingly natural ability to

interpret someone’sun familiar and ambiguous gestures the way that person’s compatriots would.”6. Sendo assim visualiza-se a utilidade de se conhecer esta inteligência, pois pode ser

usada por negociadores ou gestores nas tomadas de decisões de sua empresa ou nas estratégias de internacionalização da mesma.

Entendido este processo de significância de inteligência cultural para Earley e Ang, pode-se prosseguir para a teoria da Inteligência Cultural de acordo com os estudos de David C. Thomas e Kerr Inkson (2006, p.88) definem esta teoria como.

Inteligência Cultural é a capacidade de interagir com pessoas de históricos culturais diferentes, de forma eficaz. Assim como outras formas de inteligência, tal qual a inteligência social (a capacidade de interagir com outros) e a inteligência emocional (capacidade de controlar o próprio estado emocional), a inteligência cultural é composta por diversas facetas. Ela nos permite reconhecer as diferenças culturais através de conhecimento e atenção constante, dando-nos a propensão e habilidade de agir corretamente, através das culturas. O gerente culturalmente inteligente recorre a uma ampla experiência e consegue ter ótimo discernimento entre condutas sutilmente distintas, que se encaixem perfeitamente à situação.

Pode-se analisar então as diferenças básicas entre os modelos de pensamento de Earley e Ang e Thomas e Inkson, onde os primeiros julgam o nível de inteligência cultural de acordo com experiências, já os autores Thomas e Inkson creem que o desenvolvimento desta inteligência acontece por conta das relações interculturais e comunicação com pessoas de culturas diferentes. Dessa maneira, uma teoria (Earley e Ang) se baseia mais no cenário que a pessoa está inserida e o outro (Thomas e Inkson) é baseada na comunicação que está pessoa exerce com outros indivíduos, sendo neste caso pessoas de culturas diferentes.

Thomas cria um modelo para exemplificar a inteligência cultural e demonstrar também os atributos necessários para a constituição do QC7 nas pessoas como demonstrada na

figura 1.

6Em tradução livre Inteligência Cultural: a habilidade aparentemente natural que um estrangeiro possui de interpretar gestos pouco familiares e ambíguos de uma pessoa do jeito que os compatriotas dela interpretariam. 7(Coeficiente cultural)

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Figura 1: Componentes para um Coeficiente Cultural

Fonte: Domain and Development of Cultural Intelligence, the importance of mindfulness. Thomas. David C. 2015

A imagem sinaliza as características necessárias para a formação do coeficiente cultural. Para tanto, Thomas (2006) divide ela em três partes. Onde a primeira parte do

Knowledge refere-se ao conhecimento, resumidamente o grau de saber do indivíduo quanto a

cultura que o mesmo está situado, podendo assim ter um melhor grau de comunicação com os seres inseridos na cultura divergente. Leva-se em consideração também o conhecimento nas mais diversas culturas, fato que provoca alterações nas comunicações de pessoa a pessoa. O

Mindfulness é o atributo da pratica da atenção constante, pois o sujeito com QC deve

visualizar de forma analítica seu cenário, pois assim pode conseguir dicas e conhecimentos importantes para o progresso da sua inteligência cultural. O último é o Behavior Traits, que é o da habilidade comportamental, capacidade de o ser dotado de inteligência cultural transitar entre comportamentos que sejam favoráveis para o ambiente cultural onde o mesmo se encontra.

Figura-se com o modelo de Thomas, diferentemente dos estudos prévios, tem como base que o indivíduo pode adquirir um alto grau de coeficiente cultural de acordo com suas experiências interculturais, não apenas como consequência do ambiente. Todavia, ressalta-se em seu modelo o sujeito deve praticar constantemente com indivíduos de outras culturas para o fortalecimento de seu QC.

Baseando-se nisto Thomas et al (2015) criam um questionário eficaz para quantificar o nível de inteligência cultural das pessoas, tendo este questionário dez perguntas.

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Ao estudar as perguntas expostas no questionário verifica-se como é possível calcular o nível de entendimento dos gestores estudados a respeito de sua inteligência cultural, averiguando se é possível que suas experiências com culturas diferentes foram decisivas para o avanço da internacionalização de suas empresas. Em vista disto, o questionário de Thomas representa um fator importantíssimo para a compreensão da presente pesquisa.

Nota-se também as características necessárias para um bom aproveitamento do QC proposto por Thomas, sendo todos atributos destacados em seu modelo fruto de relações interculturais. Por este motivo, o objeto de pesquisa do presente trabalho destaca os estudos de Thomas, pois analisa-se como as tomadas de decisões dos gestores podem ser normalmente resultantes de uma inteligência cultural altamente desenvolvida.

Ressalta-se, que a inteligência cultural destaca a relevância da cultura como um aspecto vital para a administração dos gestores nos processos que envolvem a internacionalização. Em vista desta importância, propõem-se neste trabalho realçar como este coeficiente de cultura pode afetar e contribuir para o sucesso da internacionalização de uma empresa.

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A seguir, são demonstrados os principais métodos usados para fundamentar o presente trabalho de pesquisa.

Portanto, para o prosseguir da melhor maneira cabe entender o que pode ser definido como metodologia, Rauen (2015, p. 143) explica que.

Por metodologia, no sentido mais restrito de metodologia de um projeto de pesquisa e de investigação científica, define-se o capítulo ou seção de um projeto dedicado à apresentação das questões ou hipóteses do estudo e respectivas premissas, dos procedimentos de coleta e de análise dos dados ou achados, do cronograma de execução de pesquisa e dos orçamentos.

O presente trabalho segue com os aspectos metodológicos, verificando os tipos de pesquisa, coleta e análise de dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa se caracteriza como uma pesquisa aplicada, pois o interesse do objeto de pesquisa é analisar a tomada de decisões dos gestores como base em seu

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coeficiente cultural, deseja-se então com isto demonstrar “o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos.” (GIL, 2008, p.27)

No que se refere a abordagem, utiliza-se métodos de pesquisas. Qualitativo pois, com definido por Rauen (2015), propõe-se com a problemática pesquisada realizar conclusões a respeito dos estudos dos fatos e fenômenos analisados. Gerando assim, uma síntese.

O procedimento empregado é o descritivo. Será visualizado no presente trabalho o efeito do coeficiente cultural para os gestores, relacionando com o processo de internacionalização. Para tanto verifica-se conforme Gil (2008) a relação entre esses dois fatores com base em sistemas de coletas de dados. Cria-se um estudo que descreve a cultura como aspecto importante para as tomadas de decisões.

Deve-se ressaltar que o presente trabalho é definido como um estudo de caso, que pode ser definido por Gil (2008, p. 57-58) como.

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

Deste modo, subtende-se que com o estudo de caso das empresas e gestores provenientes destas empresas, pode-se realizar um estudo que demonstra os efeitos da inteligência cultural para o processo de internacionalização.

3.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

As fontes secundárias serão em suma de pesquisas documentais e bibliográficas. Usa-se a pesquisa bibliográfica pois como apresentado por Rauen (2015), o presente trabalho demonstra análises interpretativas a respeito de informações manuscritas, além de utilizar livros, seja eletrônico ou físicos para dar fundamentação ao tema estudado. Aplica-se a pesquisa documental pois emprega-se “materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.” (GIL, 2008, p.51)

A coleta de dados será formada por análises das declarações expostas pelos gestores entrevistados, usando de questionários estruturados por autores da Inteligência Cultural para verificar o nível de coeficiente cultural nos indivíduos.

Para a análise de dados ira-se expor as frequências de modo quantitativo o coeficiente de inteligência cultural dos gestores que participaram do processo de

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internacionalização das empresas estudadas. Todavia a partir do instrumento desenvolvido por Thomas et al (2015), realiza-se uma análise qualitativa em relação ao processo de internacionalização das empresas e depois de realizar o comparativo do processo de internacionalização com o nível de inteligência cultural dos gestores selecionados.

Usa-se no presente trabalho como previamente designado a aplicação de uma entrevista juntamente com o questionário estruturado para verificar o processo de internacionalização. Portanto, utiliza-se a observação direta, como definido por Rauen (2015), para com base nas respostas obtidas nas entrevistas e questionários criar percepções para o entendimento das experiencias interculturais entre os gestores que facilitam o processo de internacionalização. Sendo estas percepções frutos das análises obtidas.

4 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ESTUDADAS

O atual capítulo destaca-se em abordar as empresas entrevistadas e caracteriza-las. As empresas estudadas para a presente pesquisa são Servitech, empresa situada na região de Tubarão, Santa Catarina. A segunda empresa caracterizada é a Hospedin, situada em Garopaba, também em Santa Catarina.

Neste capítulo caracteriza-se as empresas utilizadas para demonstrar a funcionalidade do objetivo de estudo desta pesquisa, a Inteligência Cultural presente nas gestões dos gerentes encarregados de dar andamento nos processos de internacionalização das empresas de onde trabalham.

As empresas usadas como objeto de estudo no presente trabalho foram a Servitech e a Hospedin. Todas as informações expostas foram obtidas de acordo com fontes primárias, sendo elas entrevistas, realizadas nos dias vinte e três de agosto de 2019 com Rosane P. Ricardo, gerente administrativa da Servitech, funcionária desde 1992. A outra entrevista foi realizada no dia doze de setembro de 2019, com o fundador da empresa Hospedin, Joelson Abreu.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA SERVITECH

Neste tópico pretende-se descrever as informações básicas da empresa, como a história, serviço, produto, share do mercado, quando começou o processo de internacionalização e porque começaram a ser internacionalizar.

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A primeira empresa a ser caracterizada é a Servitech, fundada em 1990 na cidade de Tubarão, pelo atual diretor ainda em vigência José Antônio Amante que visualizou uma falta de equipamentos para a indústria de cerâmica local. Sendo as indústrias totalmente dependentes da importação de outros países para continuar o funcionamento das fábricas. Portanto, uma oportunidade para a criação de uma empresa voltada ao atendimento destas empresas de cerâmica.

Todavia, a Servitech atende também os laboratórios de cursos de cerâmica, disponibilizando os equipamentos necessários para estes cursos, além de oferecer linha de itens para outros setores. Se tornando então uma empresa que atende áreas pouco focadas por outras empresas. Os equipamentos são vendidos para “laboratórios coloríficos, vidrarias, fábricas de tintas, universidades, instrumentos de controle de processo para cerâmicas e de controle de qualidade.” (SOUZA, 2008, p.44)

A Servitech dispõe de uma filial localizada em São Paulo, em Santa Gertrudes. Com o objetivo de viabilizar as exportações para aquela região. Salientando o fato de que as principais empresas de cerâmica se encontram em São Paulo, sendo um polo para todas elas.

Cabe ressaltar também que a Servitech dispõe de um site que demonstra alguns de seus equipamentos para venda, sendo eles representados em, FM Componentes (Soluções em acessórios para a linha de produção cerâmica; Correias Termo soldáveis; telas em aço inox; aplicador manual/Binil – Trinil; barras magnéticas; bicos aerógrafos.

É importante frisar que ainda será destacado mais adiante os principais itens produzidos pela empresa.

Seu site também contém uma aba com os principais produtos destaques de sua empresa, além de uma breve explicação sobre cada um.

Todavia, há também uma aba destinada a contar um pouco da história da empresa e as principais notícias relacionadas com o meio da Servitech. Algumas das notícias demonstradas em seu site foi o certificado recebido pela BRTÜV, empresa especializada em avaliação de sistemas, que concedeu à Servitech uma certificação de Sistema de Gestão de Qualidade para a sua área de ‘Projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção, assistência técnica e comercialização de peças e equipamentos industriais’. Esta premiação foi realizada no ano de 2018.

O maior share Servitech consiste na área de esmaltação, a mesma detém 50% do mercado nacional. A esmaltação também é o principal foco da empresa, além de os produtos desta área serem o de maior faturamento.

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A empresa contém 60 funcionários em sua matriz em Tubarão e 12 funcionários em sua filial em São Paulo.

Atualmente a empresa tem atividades em todo o sul do Brasil, em São Paulo, Nordeste e países como Argentina, Peru, Colômbia, e África do Sul.

Observa-se então que muitos de seus produtos, como peças são importados de outros países considerados melhores estruturados no que tange à cerâmica, sendo a Itália e Espanha.

Descreve-se a missão, visão, valores da empresa Servitech como, sendo sua missão uma empresa facilitadora de soluções tecnológicas e industriais. Sua visão é se tornar uma referência nacional em soluções tecnológicas industriais e a principal distribuidora de insumos para a indústria cerâmica. Por último, seus valores são baseados na família, crescimento mútuo, ética, compromisso, cultura, segurança, saúde e respeito.

No que se refere ao organograma da empresa Servitech ele segue representado na figura 2.

Figura 2 - Organograma - Empresa Servitech

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