PROBABILIDADE DE ATENDIMENTO NATURAL DAS NECESSIDADES
HIDRICAS DOS CITROS NO ESTADO DE SAO PAULO
ELISEO LECLERC SEQUEIRA SAMPAIO
Engenheiro Agrónomo
Or i ent.ador : Dr . AL TI NO ALOO ORTOLANI
Dissert.aç�o apresent.ada à Escola
Superior de Agricultura "Luiz de
Queiroz". da Universidade de São
Paulo, para obt.enç�o do t.it.ulo
de Mestre em Agronomia, Área de
concent.raç�o: Agromet.eorologia.
PIRACI CABA
Est.ado de �o Paulo. - Brasil
Divisão de Biblioteca e Documentação - PCAP/USP Sequeira Sampaio, Eliseo Leclerc
S479p Probabilidade de atendimento natural das necess_i dades hídricas dos citros no Estado de São Paulo. Piracicaba, 1990.
147p.
Diss. (Mestre) - ESALQ Bibliografia.
1. Fruta cítrica - Balanço hídrico - São Paulo (Estado) I. Escol� Süpeiior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba
PROBABILIDADE DE ATENDIMENro NATURAL DAS NECESSIDADES
HIDRICAS DOS CITROS
NO
ESTADO DE SAO PAULO
ELISEO LECLERC SEQUEIRA SAMPAIO
Aprovada em:
81.11.1990 . : _T ;-_.::. :�.Comissaão julgador-a:
Dr-. Allino Aldo Orlolani
·1r.:·1 < e - eIAC
:r:-1. ,..í � ;Pr,of. _ Pr,. )'fLlson Aug,1,,1stó _Vi_J._1.� .Nova
,.} � • -� .. .ESALQ/USP .
' ' j ' ' . ! 1.· :- . .Dr. Marie Jose Pedro Junior
IAC
Dr-. AL TI NO ALDO ORTOLANI
Orientador
Dedico
A minha mãe, Catharina,
po�. têr me.dado a vida
A meus sogros, Ruben e Alba,
por seu constante apóio, dedicação e sacrificio
A minha esposa. Amalia, e meus filhos Enrique, Jorge a
Alejandro, por seu constante apoio, e pelo seu
sacrificio, às vezes maior do que o meu,
suportado durante 29 longos meses de separação
Agradeciment-os
Ao Dr. Al t.i no Al do Ort,ol ani , pela amizade,
est.imulo
eorient.ação em t.odas as f'ases dest,e t.rabalho.
Aos Prof'esores do Curso de Pós-Graduação em
Agrometeorologia, pelos ensinament.os.
Aos Drs. P. Vidal
eJ. Quaggio, pelo
�orneciment.o das inf'ormações requeridas.
Aos f'uncionarios do Depart.amento de Física e
Met.eorologia da Escola Superior
deAgricultura "Luiz de
Queiroz .. /USP, e da Seção de Climat.ologia Agrícola do
Inst.it.uto · Agronómico de Campinas,
pela
colabor-aç:ã'.o
prest.ada.
Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em
Agromet-eorologia, pela sat.isf'ação de t.e�los conhecido,
t.rabalhado junt.o e desf'rut.ado de sua· amizade.
As f'amilias Colaf'ranceschi. Cast.iglioni.
Doni
eOliver-a, por seu apoio
eest-imulo em t.odo moment.o.
A Escola Superior c;ie _Agr_icult.ura "Luiz de
Queiroz"/USP e a Direção Nacional de Met.eorologia do
U�uguai, pela oport.unidade concedida.
A Organização Met.eorológica Mundial, pela
conceção da bolsa de est.udos.
Ao Inst.i t.ut.o Agronómico de Campinas, pelo
f'orneciment.o dos dados e inst.alações necessários.
A
t.odos que
direta
ou
indiret.ament-e
colaboraram para o bom desenvolviment,o dest-a pesquisa.
SUMÃ.RIO
RESUMO ... • . . . vii
SUMMARY . . . i
X1 . I NTRODUÇÃO . . . 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ... 3
2.1. Origem e propagação da cultura ... 3
2. 2. Areas de producão . . . 3
2.3. Exigências climáticas ... 4
2. 4. Exigências de sol os ... · . . . 7
2.6. Necessidades hidricas ... 8
2.6. In�luencia dos porta-enxertos ... 10
2. 7. Caracterização da zona produtora paulista ...
i11
2.7.1. Distribuição espacial ... 11
2. 7. 2. Clima ... 12
2. 7. 3. Sol os . . . , . . . 13
2.7.4. Variedades e porta-enxertos ... 16
2.7.6. Sist.ema radicular ... 16
2.7.6. Disponibilidade de água nos solos ... 17
2.8. O balanço hidrico ... 19
2.8.1. Precipitação e irrigação ...•... 19
2.8.a. De�lúvio super�icial e drenagem pro�unda .20
2. 8. 3. Evapotranspi ração ... 21
2.8.4. Variação de armazenamento da água do solo 22
3. MA TERI AI S E Ml::TOOOS . . • . . . • . . . • . • . • • . . . • . . . . · . . . . • . . . 26
3.1. Materiais ... 29
3. 1. 1. Dados meteorológicos ... 29
3.1.2. Capacidade de armazenamento de água do
sol o
... 26
3.1.3. Equipamento de computação .. ... 27
3.
a.
Métodos ... 27
3. 2. 1 . Esti mat.i va da evapot.r anspi ração . · ... 27
.
vi
3. 2. 3. Análise est.at.ist.ica ..•....•••....•••..•.• 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO •.•...•...•.••••...•..•. 32
4. 1. Aspect.os gerais ..•••...•..•...•..•... 32
4. 2. Oi scusão por 1 ocal •....••...•..•...••.•....••..• 40
4.
a.
1. Campinas ...•....•...•...•••• 40
4. 2.
a.
Cordeirópolis ••..•••.•••••••••.•.•.•••.•• 44
4.
a.
3. Jaú ...•....•... 48
4.2.4. Pindor-ama ...•...••...•••••..•...••• 51
4.a.5. Ribeirão Pret.o ....•..••.•...•••.•...•.•.. 55
5. CONCLUS<SES ..•....•....•...•..•.•.•....•..•..•...• 59
REFER�NCIAS BIBLIOGRÃF'ICAS ...•...•...•.• 61
ANEXO 1 (Tabelas de dados para calcules) ...••••.••... ·• 73
PROBABILIDADE DE ATENDIMENTO NATURAL DAS NECESSIDADES
HIDRICAS DOS CITROS NO ESTADO OE SAO PAULO
Autor: ELISEO LECLERC SEQUEIRA SAMPAIO
Orientador: DR. ALTINO ALDO ORTOLANI
RESUMO
A concentração da citricultura brasileira no
Estado de �o Paulo está fundamentada, além de fatores
culturais e . tecnol6gicos, em condições climáticas e
edáficas favoráveis. Em cerca de 90% do território paulista
predominam climas mesotérmicos
úmidos
tropicais
de
altitude, com verão úmido (outubro-março) e um inverno com
temperaturas e precipitações pluviais mais reduzidas
Cabril-agosto). Os valores médios da evapotranspiraç:à'.o e de
precipitação pluvial, quando confrontados, resultam em
balanços hidricos favoráveis ao cultivo dos citros, quer no
aspecto quantitativo como qualitativo. A ci tricu! tura da
região paulista, compete no mercado mundial sem utilização
da irrigação.
Em anos eventuais, dependendo da região, ou
do sistema de produçã'.o, ocorrem reduções de produção
condicionadas por irregularidades do regime pluviométrico
que se reflete pelos episódios de seca, seja no período de
repouso e maturação, ou mesmo na estação de crescimento em
pleno verão ámido. Quando se decompêíe os valores médios
do balanço hídrico em períodos curtos, dificilmente se
constata um equilíbrio. O gráu de aptidão agroclimática
para ci tros vai depender da probabilidade de atendimento
natural da demanda hidrica.
.. niveis de probabilidade de at.endiment.o nat.ural das
necessidades hídricas de pomares cít.ricos em cinco regi5es
do Est.ado de São Paulo, foram realizados balanços hidricos
com dados decendiais de chuva e evapot.ranspiração máxima
CETm), para as locali9ades de Campinas, Cordeir6polis, Jaú,
Pindorama
eRibeirão Pret.o.
A ETm foi est.imada combinando a equação
encontrada por Villa Nova e Omet.t.o (1981)
eos coeficientes
do cultivo sugeridos por Vieira (1984). para pomares não
irrigados.
O
balanço
hídrico
foi
calculado
seqüencialmente para 30 anos consecut.ivos, para quatro
niveis de disponibilidade hídrica C30, 40, 50 e 75 mm de
ág�a fácil mente disponi vel - AFD). represent.ati vos · para
cit.ros e para os principais tipos de solos dessas
localidades. Em Pindorama, usou-se t.ambem o nivel de 100 mm
de AFD.
Os result.ados obtidos mostram que a area com
maior desenvolvimento at.ual da cit.ricult.ura no Estado
Crepresent.ada por Pindorama e Ribeirão Preto). em geral
apresent.a maiores probabilidades de ocorrência de deficites
de maior duração
eint.ensidade durant.e a floração
einicio
da frut.ificação, com os respect.i vos r-iscos de queda da
produção. Esses maior-es r-iscos são compensados pela
ocorréncia de plantaçí:Ses 'de pomares ci t.ricos em solos com
maiores níveis de AFD.
Um em·cada t.rês anos. pode ocorrer deficit.e
hídrico nos meses de abril a junho, que pode
afet.ar o
desenvolviment.o final dos frut.os.
Tambem foi constatada 50% de probabilidade
de ocorrência de excedentes hídricos maiores que 10 mm por
decéndio no final do periodo de colheita (dezembro), que em
condiç�es especi�icas podem afetar a qualidade dos frutos
ainda não colhidos.
NATURAL SUPPLY PROBABILITY OF CITRUS WATER REQUIREMENTS
IN SAO .PAULO STATE - BRAZIL
SUMMARY
Aut.hor- : ELI SEO LECLERC SEQUEIRA SAMPAIO
Adviser: ALTINO ALDO ORTOLANI
Brazilian citrus production concentration in
São Pablo Stat.e is based, beyond cult.ural and tecnological
fact.ors, in favorable climatic and edaphyc conditions.
Almost in 90¾ of the ext.ension of t.he sl-ate, prevail humid
mesot.hermi c clima tes of al "li t ude, wi th humi d summer
Coctober - march) and a winter wit.h lower t.emperat.u�es �nd
rainfall Capril - august). When mean evapotranspiration and
rainfall values are compared, they resul t.
in favorable
water balance to qualitativa and quant.itative citros
product.ion. This region cont.end in. world market. wi t.hout.
irrigat.ion.
Some years, depending on region or crop
production management., production fall occurs, condit.ioned
by dry periods result.ing of rainfall regime irr-egularity
during rest. and rippening season or . during humid summer
growing season. When mean values of that balance are
separated in shorts periods, it is difficult to obt.ain
wat.er equilibrium. Toe ext.ent of agroclimat.ic suitabilit.y
for citrus depends on frequency and probabilit.y of hydric
requirements nat.ural supply.
Wi th the principal obj et.i ve to compute the
natural at.endiment probabili ty level of' ci t..rus orchards
hydric requirements on five regions of s:ã:o Pablo St.ate,
were calculat.ed water balances using rainfall and maximum
evapot.ranspiration CETm) data on a ten day basis, for
Campinas, Cordeir6polis, Jaú, Pindorama and Ribeirão Preto
ci ties.
Estimat,es of ETm were done using Villa Nova
& Omat.t.o (1981) equat.ion wit.h crop coeficiant.s suggast.ed by
Vieira (1984) for non irrigat.ed cit.rus orchards.
Wat,er balance was made sequent.ially for 30
�ears data, for four levels (30, 40, 60 and 76 mm) of easy
available wat,er CEAW), represent,at,ive for cit.rus and
principal kinds of soils in t,hose places. In Pindorama i t,
was also used 100 mm EAW leve!.
Toe resul t,s showed t.ha'l the area o'f t.he
Stat,e wit.h greater act,ual development in cit,riculture
Erepresent.ed by Pindorama and Ribeirão Pret.o), generally
presents greater probabilities of ocurrence of deficits
wi t.h gr ea t.er dura t.i on and i nt.ensi t, y dur i ng f l ower i ng and
begining of fructi'ficat.ion, wit,h respect.ive fall production
hazard leve!. These hazard is reduced by cit.rus ocurrence
in soils with great.er levels of EAW.
Final fruit, development. can be affected one
each three years with water deficits that could occur from
Apri� to June.
Also, at t.he end of harvesting season
CDecember), i t was found 60% probabili ty of ocurrence of
water surplus greater than 10 mm each decade, that can
affect, in specifyc conditions, t,he qualit,y of fruits still
non har-vested.
1. INTRODUÇÃO
formas
Os citricos, Citrus spp .• são, sob diversas
o grupo de frut.as de maior comercialização
int.ernacional. Sua comercialização in nat'Ul'a só perde para
a
banana
em
volume, sendo superior, ent.retant.o, em
valor.
A produção de citros, como outras culturas.é
o resultado da disponibilidade de tecnologia no sistema
solo-plant.a-at.mosfera e da possibilidade de s:u.a a.plicaç:ã'.o
pelo homem. Dos elementos desse conjunto, em geral a
atmosfera tem sido menos estudada, embora se verifique
at.ualmente um numero crescente de t.rabalhos · nessa area.
Est.es trabalhos são de diversos graus de especialização,
como regionalizaçeíes agroclimáticas gerais e est.udos mais
complexos
produção.
que modal am variáveis agrometeorológicas e
A regionalização ou zoneamento agroclimát.ico
permite decidir o estabelecimento de uma dada cultura em
dado local. e ident.ificar seu pot.encial. os principais
problemas met.eorológicos e escalas respect.ivas de riscos.
São
poucos
os
t.rabalhos sobre
agrometeorologia dos citricos no Brasil. O mais abrangente.
publicado por CAMARGO et.
alii
(1974),que trata de
regionalização agroclimát.ica. não cita (rabalhos do Brasil.
Mais recentemente f'oram divulgadas as primeiras relaçeíes
sobre clima-produção por TUBELIS & SALIBE
(1986, 1989),uma
ORTOLANI et alii C1990).
Um dos problemas de maior relevância na
produção é a disponibilidade de água. numa interação
complexa que envolve t.odo o ciclo ':fenol 6gi co. suas :fases
construt.ivas e reprodut.ivas, nas quais a demanda hidrica da
planta pode variar de f'orma signi:ficati va. N:à'.o havendo
oulros :fatores limitantes, essa disponibi_lidade hi_dric� irá.
condicionar a absorção dos nutrientes necessarios para a
planta expressar todo seu potencial de rendimento.
Quando não existe irrigação, a principal
(ont.e de água para as culturas é a chuva. A disponibilidade
hídrica e:feti va é resul t.ado de uma interação complexa,
parcialment.e conhecida, que envolve as caract.erist.iças
:fisicas e hidricas do solo. a capacidade de demanda e
absorção de água da combinação
copa-cavalo
eas
caracteristicas de intensidade e distribuição temporal da
chuva.
Est.e t.rabalho. ainda que reconhecendo as
dif'iculdades descritas, t.em como objetivos principais:
a) calcular os niveis de probabilidade de atendimento
natural. das necessidades hidricas de pomares ci t.ricos no
Est.ado de São Paulo. a part.ir de dados agrometeorológicos
das cidades de Campinas. Cor dei r ópol is • J au. Pi ndor ama e
Ribeirão Preto;
b) estabelecer uma escala de riscos de disponibilidade
hidrica no per iodo critico que vai do f'loresciment.o ao
inicio da frutif'icação.
Z. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Z.1. Origem e propagação da cultura
WEBBER (1967) considera que a origem mais
provável das especies cultivadas de citricos são as regi5es
tropicais e subtropicais do sudeste da Asia e o arquipélago
da Malasia. Sua propagação �oi um processo lento, marcado
pelas di�erenças relativamente pequenas das variedades
originais até a obtenção das atuais.
Segundo o mesmo autor , nenhuma especi e do
genero é originar-ia da America, e as primeiras sementes
�oram introduzidas por Cristovão Colorrroo em 1493 na ilha de
Haiti. No Brasil. já no ano 1640 aparecem ci taç5es da
propagação e crescimento de numerosas árvores de citricps.
Z.Z. Areas de produção
A produção mundial
toneladas
no
ano
1988
CFAO, .
aproximadamente a U$S 3Z bilh5es
internacional desse ano CFAO, 1989b).
atingiu 61.163 mil
1989a),
equivalendo
ao preço do mercado
A mesma �onte indica
o Brasil como maior produtor- do mundo, cerca de Z7% do
total. Segundo dados do' ANUÃRIO ESTATISTICO DO ESTADO DE
SÃO PAULO - 1988 (1989), nesse mesmo ano o Estado de São
Paulo produziu o equivalente a 18% da produção mundial,
· ocupando o primeiro lugar em importancia economica nesse
Estado.
O Estado de São Paulo possue a maior area de
produção de ci tricos no mundo. Em 1988. sua produção
atingiu 11.115.144 ton. correspondendo a 91% de laranjas
C ANUÃRI O EST AT? STI
co
DO ESTADO DE
São
PAULO - 1988, 1989) .
Esta polarização da citricultura brasileira já começava a
se definir em 1981, quando �o Paulo superou a produção da
Fl6rida CEUA), que até esse momento liderava a produção
citrícola do mundo CTEõFILO SOBRINHO et alii. 1982).
Para efeitos comparativos. na Tabela 1 CFAO,
1989a) • se relacionam as produçeles ci tr i cas de algumas
areas do mundo.
Tabela 1 - Produção mundial de citros e comparativo por
regiaes.
AREA
PRODUÇÃO C ton)
PORCENTAGEM
Mundo
67.398.000
100,0
America do sul
19.667.000
29,2
Brasil
16.377.000
24,3
America central
enorte
16.336.000
24,2
EUA'
11. 547.
Ç>OO 17, 1Europa
·,. . .� 8. 449. 000
12, !3
Asia
16.650.000
24,7
Africa
!3.479.000
8,1
Oceania
619.000
0,9
2.3. Exigências climáticas
Um ponto de destaque é a grande diversidade
de temperaturas médias, amplitudes diárias e regimes
sazonais de temperaturas e chuvas entre as distintas zonas
cilricolas do mundo CREUTHER, 1973).
Em relação às exigencias térmicas, segundo
os dados citados
por REUTHER (1973),as
temperaturas6liinas
para a germinação das sementes e cresciment.o das raizes.
es'lariam en'lre 16° e 36°C no solo. Para o cresciment.o
vege'la'li vo. a 'lempera'lura do ar ma! s :favorável si 'lua-se
°
°
en'lre 14 e 32 C e para a produção de polem viável. en'lre
16° e 20°C. Niveis 'lérmicos es'lressantes danificam e
des'lroem os p61ens. prejudicam o t.ubo polinico e
causam a'lrofia floral CORTOLANI e'l alii. 1990).
Tempera'luras muit.o elevadas. baixo 'leor de umidade do ar e
má disponibilidade hidrica no solo são fa'lores que
condicionam a formação da camada de absis~o na base do
pedúnculo das flores. provocando sua queda.
Ainda para cresciment.o veget.at.i vo, MENDEL
°
°
(1969) especifica um m1nimo de 12.6 a 13 C. um 6'limo en'lre 23° e 34°C e um máximo de 37° a 39°C.
Tempera'luras abaixo de 13°C ou acima de 39°C
int.errompe~ a a'lividade vege'la'liva C MONTENEGRO. 1980).
Segundo REUTHER C 1 973) • a
ocorre en'lre 10° e 30°C.
'laxa de cresciment.o de frutos
ou seja. com 'lemperat.uras
inferiores às de cresciment.o vege'lat.ivo.
Quant.o à produç:Elo de pigmen'los. a de
licopeno apresen'la uma r-elaçã:o diret.amen'le proporcional com
a 'lempera'lura. ao con'lrario da de caro'leno. que apresen'la
uma proporç~o inversa CMEREDITH
&
YOUNG. 1969).Climas úmidos e com ampli 'ludes t.érmicas
diarias e sazonais pequenas, 'lendem a produzir fru'los
c1'lricos com glândulas de 01190 menos proeminen'les e formas
mais oblongas que os climas mais secos e com a·mpli 'ludes maiores. como os medi'lerrânicos CREUTHER, 1973).
Quant.o à composição do suco. 'lempera'luras
maiores d~o menor con'leúdo de ácido CREUTHER & CASTAftO
1969). No caso dos s6lidos solúveis. a relação já não é 'lão clara e exis'le uma grande influença da disponibilidade de água.
6
relaçeíes tão def'inidas com as temperaturas extremas~ mas
suas ocorrências podem ser previstas usando o conceito de
graus-dia (LOMAS et alii 1969; LOMAS
&
BURO 1983).REUTHER (1973) indica que a indução f'loral normalmente ocorre um mês antes de que seja discernlvel a evidência histo16gica da dif'erenciação f'loral. A f'loração é est.imulada por temperaturas baixas durante certo periodo. estimulo que 'lambem pode ser criado por condiçeíes de f'alta
de água. Segundo DOORENBOS
&
KASSAM (1979). esse déf'icite éconseguido com apol~tes de água iguais ou inf'eriores a 60-60
mm mensais durant.e dois meses. Não obstante. não f'oi
~ncontrada na bibliograf'ia inf'ormação precisa de até
quanto esse def'icite que induz a floração pode ser
prejudicial para o desenvolvimento normal da planta . .
Varios aut.ores, citados por REUTHER (1973). verif'icaram que a taxa de crescimento aumenta com a duração
do di a C a t.é 16 heI'" as) . Segundo MENOEL C 1 969). a taxa de
cresciment.o diminui com e aumento da intensidade da luz.
Na f' 101'" ação. REUTHER ( 1 973) assi nal a que
alguns trabalhos consideram os citros como indeterminados
em relação ao f'otoperiodo. Contudo, LENZ (1969) encontrou que a f'loração em laranja doce. podia ser controlada pelo
°
f'ot.operlodo, quando se t.rabalhava com t.emperaturas de 84 C
ao dia e 19°C à noite.
Chuvas. um! dade el evada, nevoei ro e
temperaturas baixas. além de dif'icultar a ação dos insetos
polinizadores. prejudicam a abertura das anteras e a
própria polinização CORTOLANI et alii. 1990). Estas
condiçeíes são comuns em periodos muito chuvosos. TUBELIS
&
SALIBE (1989) observaram um ef'eito depressivo das chuvas de
setembr o na produção de 1. ar anj a • Haml i n l i no aI ti pl ano de
Botucatu.
A chuva. como f'ator agroclimático. está
do rluxo de energia. Este rluxo tambem é in~luenciado pela umidade relati va do ar e pelo vento. Salienta-se. ainda.
que a umi dade r el a ti va .i n~ 1 uenci a os ci cIos bi 016gi cos de
pragas e doenças. e o vento pode provocar danos mecânicos
nos ~rutos e outros org~os da planta.
Recentemente. BEN MECHLI A E CARROLL (1989)
pl~opuseram uma integraç~o dos ratores climáticos que
inrluenciam os citros num modelo de simulação da evolução
de sua renologia. crescimento e maturação dos rrutos.
quantidade e qualidade da produção.
CAMARGO et alii (1974). na con~eção da carta de aptidão climática para a ci tricul tura paulista. usaram os seguintes parâmetros:
a) temperatura média anual de 17°C. como limite acima do qual existe aptidão para a citricultura. exceto pomelo e mexerica;
b) temperatura média anual de
ZOoC.
como limite acimado qual existe aptidão para a citricultura. sem exeções;
c) ,de~iciências _ hidricas anuais nulas
(podem-corresponder a regi~es com problemas ritossanitarios);
d) de~iciências hídricas anuais até 60
mm
comoregi ~es aptas. e aci ma desse li mi te como regi ~es com
restriç~es hidricas. porém próprias para cultivo comercial.
8.4. Exigências de solos
Segundo SALIBE (1969) • os citricos
apresentam um grande poder de adaptaç~o a direrentes solos
em runç~o do uso de porta-enxertos adequados. Por isso. é
possivel seu cultivo em solos de alto teor de areia. assim
como aqueles muito argilosos. No entanto. devem ser
evi tados solos pouco prorundos ou que encharcam
8
e de~ici~es de água Cver pon~o 8.6).
As raizes. em condiç5es ~avoráveis chegam a
8 a 10 m a par~ir do ~ronco e 6 a 6 m de pro~undidade
CSALIBE. 1969). No en~an~o. nas es~ima~ivas de densidade de
raizes segundo a absor-çã:o de água pela plan~a. os dados
indicam concen~raç5es signi~ica~ivas a~é 90 a 180 cm de
pro~undidade. dependendo do ~ipo de solo CKOO, 1961; CAHOOM
&
STOLZY. 1969; AVILAN. 1986).O pH ideal es~á em ~orno de 6.6. mas exis~em
laranjais produzindo ren~ávelmen~e em solos com pH en~re
4.6 CBrasil) e 9,0 CHomas~ead. F16rida) CSALIBE. 1969).
OLI VEI RA C 1990) , ci ~ando var i as ~on~es •
acrescen~a que os ci ~ros sã:o sansi vais à salinidade e a
alcalinidade.
8.6. Necessidades hidricas
Os ci ~ricos requerem en~re 600 e 1300 mm
anuais de água CGERBER e~ alii. 1973; SALIBE. 1969;
DOOREMBOS
&
KASSAM. 1979; MARSH. 1973; VIEIRA. 1990). Es~ademanda varia en~re e den~ro das dis~in~as localidades.
pela variaç~o espacial e ~emporal da radiaç~o solar
recebida. da ~empera~ura. do ven~o. da umidade rela~iva do
ar. do conteúdo de umidade no solo. da sanidade das
plan~as. das di~erenças de volume de solo explorado e
capaci dade de extr aç~o de água das di s~i n~as combi naç5es
enxer~o/por~a-enxer~o. das carac~eris~icas de re~enç~o de
água nos di s~i n~os solos. e dos aspec~os cul ~ur ai s como
espaçamen~o en~re plan~as e conduç~o da cobertura vegetal.
No caso dos çitricos. ~ extremamente
importante uma adequada dis~ribuiç~o da água.
MARSH
C1973)assinala que a sa~uraç~o hidrica de solo é uma condiç~o
podendo causar maiores danos que uma de~iciencia h1drica. A mor'le de raizes novas es'lá associada ao exceso de água (PORO, 1972).
A de~iciência de água pode ocasionar um
~ort,e es'lrésse. ainda que não se cons'la'lem sin'lomas
eviden'les de ~al'la de água (MARSH. 1973). At,ribue-se que o
~l uxo de sei va na plant,a est,ressada se reduz a uma t,axa
maior que a di~erença do pot,encial de água ent,re o solo e a
foI ha (COHEN et, aI i i. 1983).
BEUTEL (1964) det,ect,ou um decréscimo de
17,4% no cresciment,o de laranjas 'Navel', quando a t,ensão d'agua no solo passava de 100 a 200 HPa.
KOO & McCORNACK (1966), HI LGEMAN & SHARP (1970) e CRUSE e'l alii (1982). verificaram que o aument,o de disponibilidade de água para as plan'las provoca redução do
t,otal de solidos solúveis e de ácidos em laranjas e
t,angerinas. No ent,ant,o, o comport,amento da relação sólidos
sol úvei s/áci dos em reI ação à di sponi bi 1 i dade de água. é
di~erente nos t,rês est,udos ci t,ados. Isto é importante na
hora de operar um sist,ema de irrigação, ou no
acompanhament,o da ocorrência de chuvas, porquanto dois
t,erços da produção cit,ricola brasileira se destinam à
indúst,ria de suco (VI ACAVA, 1987).
VIEIRA (1990) sugere a int,errupção
irrigação quando o ~ruto at,ingir 26-30 mm de diâmet,ro.
da
KOO
(1969) recomenda que ent,re inicio da floração e ~rut,os com
2,6 cm de diâmet,ro, a água no solo seja mant,ida acima de 66% a 66% do valor de capacidade de campo.
·
. 102.6. Influencia dos porta-enxêrtos
Os porta-enxêrtos
preferências em relação aos solos.
apresentam determinadas MONTENEGRO (1960) indica
que o limoeiro rugoso. da F16rida pr'efére solos arenosos. 3.
laranjeira caipira os solos de textura média. e o Poncirus
trifoliata os úmidos.
Ainda. o mesmo autor indica como resistentes
à seca o li moeiro-rugoso-da-Fl 6ri da, o limoeiro-cravo e o
tangeleiro Sampson. no entanto a laranjeira caipira seria susceptível. Tambem encontrou uma marcante influência do enxêrto sóbre o sistema radicular, sendo que a variedade Hamlim produzir1aseu robustecimento.
Para . uma mesma variedade. a seleção do
porta-enxerto pode determinar o êxito ou fracasso da
produção tanto como o cl i ma ou solo. WUTSCHER & 81 SfLI NE
(1988). trabalhando com laranjas cHamlim' em 30
porta-enxertos durante quatro ànos, encontraram diferenças
muito significativas entre eles. na sobrevivência das
árvores, grossura do tronco, rendimento por planta. peso, diâmetro, conteúdo e composição do suco, espesura da pele e cor dos frutos.
Outro fator importante na seleção do
\
porta-enxêrto. é sua resistência ao declinio. doença' que
evolue rapidamente em dist.int.as regií:Ses citr1colas, e cujo
único controle. 'por enquanto, t.em sido fei to com
porta-enxêrtos resistentes (FEICHTENBERGER. 1985). Isto
t.ambem importa muit.o na produção. visto que GARNSEY
&
YOUNG(1975) comprovaram que o fluxo de água nas árvores afet.adas
por decllnio. corresponde a apenas 23% do observado em
árvores normais. e portant.o. como mostra BELL
&
BARTHOLIC(1973), apresentam estrésse hidrico mais rápidamente que plantas sadias.
2.7. Caract,erização da zona produtora Paulista
2.7.1. Dis~ribuiç~o espacial
Segundo o ANUÁRIO ESTATísrrCO 00 ESfAOO DE SÃO PAULO - 1988 (1989). est.e Est.ado apresent.ava no ano 1988. 691070 ha de cit.ricos. das quais 93% eram laranjas. Dent.ro do Est.ado. as Di visê:)es Regionais Agricolas (ver mapa na Figura 1) que t.êm as maiores concent.raçêSes de areas. são Ribeirão Pret.o. São Jose do Rio Pret.o e Campi nas. com 48%. 28% e 27% do t.ot.al est.adual • r_espect.i vamente. I 5JOW Figura 1 I 49"w
Mapa do Est.ado de São Paulo. com localização de estaçêSes meteorológicas e DivisêSes Agr1colas.
e
i mportante destacar o caso da Di vi são de São Jose do Rio Preto. onde entre 1983 e 1986 cresceu em 40% o numero total de plantas c1 tricas (CAMPOS et alii. 1993; SOUZA. 1986). e onde a ci tricul tura está. em franca expansão.2.7.2. Clima
SETZER (1966) anal i sou o cl i ma do Estado
segundo a metodologia de KtjEPPEN. encontrando seis tipos ç:limá.ticos distintos. todos eles correspondentes a climas
úmidos. com mais de 1000
mm
de chuva anual. Esses tipos sãomostrados na Tabela 2.
Tabela 2 - Tipos climáticos. segundo KtjEPPEN. encontrados
no Estado de São Paulo. e suas características.
Si.mb. cl i. ma. <úmi.do) Tot.a.l chuva. Temp. med i. a.. do
mas ma.i.s seco mes mf1.~:
quente rI.o Af Tropical sêm
>
de 60 mm}>
2aoC }>
est.ação seca 19°C Aw Tropical}
inverno}
Cwa Quente<
30mm
} <
Cwb Temperado seco
<
22°e laoeCfa Quente
]
sem]
>
30 mm>
2aoeCfb Temperado estação
<
2aoeseca
As areas de produção.de maior importancia de
cítricos no Estado, considerando esta clasificação. são os tipos Aw (Tropical com inverno seco) abrangendo pomares ao norte de São José do Rio Preto. Ribeirão Preto e Barretos.
e o Cwa (Quente com inverno seco). representati vo dos
pomares situados entre as regi~es de Bebedouro. Araraquara.
Limeira e Campinas. características de Ambos CAw e continentalidade. ewa) apresentam Plantíos mais
recentes. em antigas áreas interditadas. situam-se na regUio de It.apetininga. com predominancia do clima Cf'a. com inverno menos seco que os outros mencionados e temperaturas mais baixas que o Aw.
O zoneament.o agroclimático de CAMARGO et alii (1974). identif'ica a cit.ricultura paulista em zonas A
e
B.
cujas características s~o:- zona A: suf'iciência térmica e hídrica. temperatura
média anual maior que 17°C. def'iciência hídrica média anual
entre O e 60 mm.
- zona
B:
apt.a com rest.riç6es. def'iciências hídricassazonais. t.emperatura média anual maior que 17°C.
def'iciênc!a hídrica média anual maior que 60
mm.
A
expans~o at.ual do cultivo esta acontecendoprincipalmente na zona Aw da primeira classif'icação e
B
dasegunda.
2;7.3. Solos
O t.rabalho do SERVIÇO NACIONAL DE PESQUISAS
AGRONóMICAS (1960) divide os solos do Est.ado de ~o Paulo
em 26 grandes grupos e nove associaç6es. a maior part.e
correspondendo aos Podz6licos Vermelho-Amarelos. Lat.ossolos e Solos Podzolizados.
OLIVEIRA et. alii (1979). num mapeamento em menor escala e mais det.alhado. que ident.if'ica 24 unidades t.axon6micas e 54 unidades de mapeament.o. ainda cont.inua a
dar aos grupos já mencionados com~ os de maior extens~o na
área sob est.udo. No ent.ant.o. a análise dos ref'eridos
t.rabalhos possibilit.a di:ferenciar as proporções das áreas
ocupadas pelos dist.intos solos como é most.rado na Tabela 3.
Além dest.a discordância. nestes t.rabalhos
Em relaç~o a es~e pon~o. s6 roram encon~radas associações.
por cer~o mui~o superf~ciais ~n~re pomares cl~r~cos e ~ipos
de solos. nos ~r abal hos de RUBSO e~ aI i i C 1983) e SUSANNA
.e~ alii (1983). e a ni vel de es~udos par~iculares. nos
~rabalhos de JORGE & PRADO (1988) e JORGE e~ alii (1988).
Tabela 3 - Compara~ivo de dis~ribuiç~o de solos no Es~ado
de ~o Paulo segundo os ~rabalhos do SERVIÇO
NACIONAL DE PESQUI SAS AGRONóMI CAS (1960) e
OLIVEIRA et alii (1979).
1960 1979
Iden~ificaç~o solo % Iden~ificaç~o
PV Pc LE LV LR + PVp + PVls 36.8 PV-1 a PV-6 + Pln + Pml 6.2
---12.7 LE-l a LE-4+ LYr 2.2 LY-l a LY-4
26.1 LRd + LRe PY Podz6licos Vermelho-Amarelos P Solos Podzolizados LE La~ossolos Vermelho-escuros . LRLa~ossolos Roxos LV La~ossolos Vermelho-Amarelos solo % 32.4 9.0 17.2 16.6 9.9
Is~o mo~ivou consul~a a especialistas na
1
área. para melhor esclarecimen~o do pon~o. VIDAL • baseado
em análises de solos na região ci~rlcola do Es~ado Co mais
recen~e em 26 ~rincheras· de 18 localidades. previsto no
Proje~o Produ~ividade da CITROSUCO PAULISTA S. A.:> indica
que no eixo Ma~~o-Pindorama-São José do Rio Preto. a
ci~ricul~ura es~a basicamen~e
Vermelho-Amarelos eu~r6ficos. em solos No Podz6licos eixo 1
VI DAL.
P.
C Escol a Superior de Agricul ~ura i'Luiz deJaboticabal-Bebedouro-Barretos ocorre un predominio de
manchas de Latossolos Vermelho-escuro di str6f'icos ou
álicos. Na zona de Ribeirão Preto predominam os Latossolos Roxos. Mais para o sul. alem de Santa Rita do Passa Quatro.
predominam os Latossolos de textura média
(Vermelho-Amarelos e Vermelho-escuros) tanto álicos como
distr6f'icos.
2.7.4. Variedades e porta-enxêrtos
A part.ir dos dados dos t.rabalhos de
ASSUMPçÃO & SOUZA (1989) , BATI! STELLA et al i i (1983) •
BENESI et alii (1989). CAMPOS et. alii (1983). DOLCI
&
PARO(1983). LEITE (1989). MArrA (1989). MIGLINSKI et aiii
(1989). MONTEIRO
&
MURAKANI (1989), SANTINI (1986), SEGNINI&
CHAINE (1989) e SOUZA (1989), é possivel comprovar que asvariedades de laranjas Pera. Natal e Valencia s~o as
principais. sendo respect.ivament.e 94%. 27% e 9% das copas existentes no Estado.
Segundo os mesmos autores. o principal
porta-enxêrto (mais de 90%) corresponde ao limoeiro-cravo.
embora se verif'ique um f'orte incremento de tangerina
Cle6patra nas mudas em preparaç~o dos vi ver os a partir de
1989. Esta mudança f'undamenta -se na suscepti bi 1 i dade do
limoeiro-cravo ao declinio. que em algumas áreas produtoras
do Estado mata
a
a 3% das plantas por ano.Como pl antas cul ti vadas comerei aI ment..e. os citros podem ser agrupados em: laranjas doces. laranjas com
acidês. tangerinas. limas doces. limas ácidas. limões
verdadeiros e pomelos. alem de outros grupos de menor
import..ancia no Brasil. como laranjas azedas. cidras.
toronjas e cumquates (DE NEGRI
&
PIZA. 1988).fru~os. as variedades de laranjas s~o divididas em precoces
(Lima Piralima e Hamlim). meia-es~aç~o (Baia. Baianinha) e
~ardias (Pera. Natal. Valencia). Es~as ultimas s~o
pr edomi nantes na ci tr i cul ~ ur a br asi 1 ei r a • e como j á foi
citado. na citricul~ura paulista. ~o variedades quase
excl usi vas par a a i ndús~r i a de sucos. e apresentam aI tos
teores de açúcares e ácidos e um longo perlodo de colheita.
que vai de julho a dezembro (SILVA e~ alii. 1986). As
col hei tas s~o di sper sas dur ante esses meses. sendo mai s
significa~ivas as de ou~ubro a dezembro.
A
floraç~o da-se em geral no mês de setembroe o inicio da frutificaç~o em outubro.
8.7.6. Sistema radicular
MONTENEGRO (1960); trabalhando nas Estaçeíes
Exper i menta! s de Li mei r a e Ti eté. conel u! u que amai or
porcentagem de raizes. independente da combinaç~o
copa/cavalo, encontra-se nos primeiros 60 cm de solo em
plan~as jovens e·90 cm em plan~as de mais de 80 anos.
MOREIRA (1983) encontrou aproximadamente 60%
das radicelas nos primeiros 16 em do perfil. e 60% nos
primeiros 30 cm. ~rabalhando num solo transiç~o Latossolo
Vermelho-Amarelo a La~ossolo Roxo.
A profundidade efetiva do sis~ema radicular
do citros tem sido relacionada com as caracteris~icas
quimicas do perfil dos solos. QUAGGIO 8. ap6s o
es~udo
decer ca de 16 tr i nchei r as • em vár i os ti pos de solo obser vou
que em solos álicos (saturaç~o de AI +9 maior a 60% no
8
QUAGGIO. J.A. (Instituto Agron6mico de Campinas.
hor-izonte B). as r-a1zes são super-f'iciais e ger-almente não
ultr-apassam 0.6 m. Em solos eutr-6f'icos Csatur-ação por- bases
maior a 60% no horizonte B). elas alcançam cerca de 1.6 m
de pr-of'undidade. Nos solos distr-6f'icos. a prof'undidade de
enraizamento seria intermediaria (aproximadamente 1 m). A
distr-ibuição do sistema r-adicular depende ainda do grau de compactaçã:o dos solos.
2.7.6. Disponibilidade de água nos solos
e
um par-âmetro de grande importância paracalculo do balanço hídrico: pode ser f'ixado na f'orma
tl~adicional para um ou distintos níveis de ar-mazenamento;
pode ser medido para cada solo. ou ser estimado a par-tir de dados existentes na bibliograf'ia.
Dos três métodos. a mediç~o do nivel em cada
solo é o mais recomendável. mas escaparia às f'inalidades deste trabalho.
o
método com niveis f'ixos de ar-mazenamento.tem sido usado no Estado de Sã:o Paulo por- ALFONSI et alii
(1989). ger-ando uma inf'ormação de grande valor para a agr-icultura de sequeir-o.
A opção de uso dos dados existentes na
bibliograf'1a mostra-se. em principio. como de pr-ecisão
intermédiar-ia. Foram encontrados os trabalhos de GROHMANN
&
MEDINA (1962). SOUZA (1966)-. MARCOS (1968. 1971) e LIBARDI
&
REICHARDT (1973). cujos dados reanalizados são resumidosa seguir:
a) GROHMANN & MEDINA (1962); água entr-e 100 hPa e
16000 hPa; Podzol Vermelho-Amarelo. 10%; Latossolo Roxo.
16.3%;
b) SOUZA (1966); água entre 333 hPa e 16000 hPaj
16.6%; La'lossolos Vermelho-escuros. ent.re 8.6% e 14.1%. média de 10.6%;
c) MARCOS (1968.1971); água ent.re 333 hPa e 15000 hPa;
~at.ossolos Roxos. ent.re 7% e 10%;
d) LIBARDI & REICHARDT (1973); água ent.re 333 hPa e
15000 hPaPodzol Vermelho-Amarelo. 12.5%; Solo Podzolizado
de Lins e Marilia Variaç~o Marilia. 6.4%.
ARRUDA et. alii (1987). para valores de CC a 300 hPa e de PMP a 16000 hPa. est.imaram a água disponivel a
part.ir dos valores de t.eor de argila. mais sil t.e (X) e
densidade aparent.e (da). desenvolvendo as 'equações 1 e 2.
Combinando os dados obt.idos com o uso da equaç~o 3.
obt.em-se por cent.agem de água di sponi vel ( AO) em vol ume.
CC
= (
~.074 + 0.629 X - 0.0034 XZ ).da (1)PMP
= [
398.889 X / (1308.09 + X) l.daAD
=
CC - PMP( 2 ) ( 3 )
Aplicadas est.as equaç~es aos dados de alguns
dos
per~is
fornecidos por VIDAL1~
foram obt.idos os valoresda Tabela 4.
Tabela 4 - Porcept.age~ de água disponivel. em volume.
para distint.os solos do Estado de São Paulo.
aplicando as equaç~es de ARRUDA et. alii (1987).
aos dados de VIDAL1.
l1unicipio Tipo de so~o AO(%:>
Agulha PV. endoeut.r6fico 16.1
Bebedouro LE. dist.r6fico 14.5
Bebedouro LE. endoálico 16.4
Jabot.icabal LE. endoálico 16.9
Limeira LV. dist.r6fico 16.0
Pirassununga LE. endoálico 16.9
Sant.a Rit.a do Passa Quat.ro LV. endoálico 14.2
São José do Rio Pret.o PV. eut.r6fico 16.1
2.8. O balanço hidrico
OMETTO (1991) apresenta o balanço hidrico como a contabilidade entre a entrada e a saida de água no
solo. Aplicada a lei de conservaç~o da massa num volume de
solo com veget.aç~o, o balanço hidrico é nulo e responde à
equaç~o 4. p + I + Et + AM + F + O
=
O ( 4 ) onde: p=
Precipitação (mm) I=
Irrigação (mm) Et = Evapot.ranspiraç~o (mm)AM
=
Variaç~o de armazenamento da água do solo (mm)F = Deflúvio superficial (mm)
O = Drenagem profunda (mm)
A equaç~o 4 é geral. e as diferenças vão
surgir segundo os critérios aplicados na definição de cada um dos seus parâmetros.
2.8.1. Precipitaç~o e irrigação
São os parâmet.ros que correspondem à entrada
de água no solo. No caso das cul t.uras de sequeiro. a
irrigação é zero.
A contabilidade da precipitaç~o pode variar.
A via mais simples é a usada por OMEITO (1981), onde é
considerado o somat6rio dos valores no periodo considerado.
lidos do pl uviómetro
Já outros aulores. como VIEIRA (1986). se
associam à escola das chamadas chuvas efetivas. Despreza os
valores diários menores a determinado limite inferior, e os excessos diários acima de dado limite superior. Esse autor
exemplifica o assunt.o com a aplicaçã:o de um segundo efe'li va. Nest.e Depart.ament.o de cri t.ério. referent.e ao concei t.o de chuva
exemplo usa uma t.abela elaborada pelo
Agricult.ura dos Est.ados Unidos. onde se ent.ra com a
precipit.açã:o pluvial e a evapot.ranspiraç~o média mensal.
Al em da quant.i dade. t.ambem pode-se
considerar a int.ensidade da chuva. MANFRINATO (1970)
encont.rou diferenças significat.ivas nos 'leores de umidade do solo ao considerar chuvas de diferent.es int.ensidades.
2.8.2. Deflúvio superficial e drenagem profunda
~o dois t.ermos de saida de água do sist.ema.
De cert.a forma. no caso de uma cul 'lura que cubra bem o
solo. minimizando a evaporaç~o, formariam as sai das de água
não pr odut.i vas.
Aqui 'lambem podem ser ci'ladas duas
t.endências principais.
Uma. como descreve OMETTO (1981), despreza o deflúvio superficial e considera que t.odas as perdas por excesso saem por drenagem profunda.
Out.ra é como a sugerida por MOTA (1979).
onde o crit.ério usado é que chuvas de int.ensidade superior
à velocidade de infilt.raç~o no solo. d~o perdas por
deflúvio superficial independendo do cont.eúdo de umidade do
solo. Com chuvas de int.ensidade inferior à velocidade de
infilt.raç~o. mas superiores em volume à parcela de água
fal 'lant.e no solo a'lé chegar à capacidade de campo. as
perdas seriam por drenagem profunda. Como a velocidade de
infil t.raç~o depende da cober'lura veget.al. do est.ado da
superficie. t.ipo e umidade do solo. do gráu de compac'laçã:o
de alguma camada int.ermediaria e da al'lurà do nivel
acima do qual a chuva é considerada como excedente.
Ai nda neste ponto. deve ser i ndi cado que
estes dois t.ermos. além do sinal negat.ivo (salda do
sist.ema). podem apresentar sinal posi t.i vo. o que complica mais o balanço a nivel de parcela.
No caso do deflúvio super:ficial. o sinal positivo pode aparecer em parcelas sit.uadas no meio ou na
parte baixa das encostas. como result.ado dos excessos
ocorridos nas partes altas.
No caso da drenagem profunda. o sinal
posit.ivo pode aparecer nos solos secos, como resultado de um maior potencial da soJ,.ução do solo nas partes mais profundas do perfil.
2.8.3. Evapotranspiração
e
o terceiro termo de salda de água do solo.A evapOtranspiração de uma cultura.
especialment.e dot.ipo arbóreo. é um parâmetro diflcil de ser medido. sendo portanto comum a utilização de valores est.imados.
Estas estimati vas geralmente se referem ao
valor de evapotranspiraç~o de referencia (ETo). e os
metodos de uso mai s di fundi dos são os de TI-IORNTI-IWAI TE.
citado por ORTOLANI et alii (1970) e os de BLANEY-CRIDDLE,
da Radiaç~o. do Tanque de Evaporação Classe A e de PENMAN.
citados por DOORENBOS
&
PRUIT (1984).O valor obtido. é ajustado para cada cultura através do chamado "coeficiente da cul tura" CKc). do qual
DOORENBOS & KASSAM C 1 979) e DOORENBOS & PRUI TT (1984)
fizeram uma slntese para diferentes especies. condiç~es de
cul ti vo e estádi o de desenvol vi mento. O valor obti do é a
especifico dos ci'lricos CTabela 6) também foram incluidos
os coeficientes citados por VIEIRA C1984~ 1990) e se
referem a pomares com solo li vr-e de outras plantas e com 70% de cobertura.
Tabela 6 - Coeficientes de cultura CKc) para citros.
J F M A M J J A S O N D A (1) . 66 . 65 . 66 . 70 . 70 . 70 . 76 . 76 . 70 . 70 . 70 . 66 B (1) .60 .60 .66 .66 C (8) .86 .86 .96 .86 . 55 . 60 . 60 . 60 . 80 . 80 . 76 . 76
A: DOORENBOS
&
PRUIT (1984). 60 . 60 . 65 . 66 . 90 . 80 . 90 . 80
B: VIEIRA C1984) C: VIEIRA (1990)
(1) sem irrigação C2) com irrigação
A equação para a estimati va de ETo. vai
depender do grau de ajuste requerido e da informação
agrometeorológica disponl vel no local em estudo. Das já
citadas. a de PENMAN é recomendada como padrão (FAO/IAEA e
OMM ~ ci 'lados por VI LLA NOVA et 03.1 i i • 1968) • vi sto que
considera tanto a energia radiante como a advec'liva. Como
poucas vezes se disp~e de todas as informaç~es necessarias
para seu calculo, distin'los investigadores 'lém proposto vias aI terna'li vas de estimati vas das variáveis do balanço
de energia (STANHILL. 1962; LINACRE. 1977 e VILLA NOVA
&
OMETTO. 1991).
2.8.4. Variação de armazenamento da água do solo
Dos termos da equação. é o que mais
fácil mente varia de sinal segundo o aumento ou a diminuição
do conteúdo de água do solo. Es'le conteúdo pode variar
entre um minimo de zero. e um máximo que é atingido quando
cul~ivos. a disponibilidade de água da-se en~re um minimo
no IIpon~o de murcha permenen~e" (PMF) e um máximo na
"capacidade de campo" (CC). que ~radicionalment.a t.êm sido
def'inidos respec~i vamen~e c0Tn9 const,a~~es para as ~ensões
de re~enç~o da .ágúa no solo de 16000 hPa (16 a~m) e 333 hPa
Ç1/3 a~m) (REICHARDT. 1996). O mesmo aut.or analisa a
dif'erença en~re es~as cons~an~es e a realidade, que é mui~o
mais dinâmica e variável.
o
valor de "capacidade de campo" é liaquan~idade de água re~idapeIo solo ap6s a drenagem do seu
excesso, quando a velocidade do movimen~o descendent.e
pra~icamen~e cessa". e apresen~a no ~erreno valores en~re
60 e 400 hPa. Is~o porque a capacidade de armazenamen~o de
água de um sol o es~á reI aci onada ao ~empo, composi ç~o
~e~ural e química do solo, sequência de camadas no perf'il.
umidade inicial e pr-a~icas cul ~urais
cul ~i vo).
(incluido t.ipo de
O concei to de "pon~o de murcha permanen~e"
f'oi primeiro int.roduzido por BRIGGS
&
SHANTS (1912), ci~adopor MOTA (1979) como lia umidade no solo quando a plant.a
en~ra em murcha permanen~e". o que nem sempre acont.ece aos
16000 hPa.
Al ém des~a vaI' i abi 1 idade. REI CHARDT ( 1996)
assinala pelo menos ~rês cri~érios que ~ent.am explicar c6mo
é a disponibilidade da água en~re esses dois extremos.
Nenhum deI es se apoi a em base ~e6r i ca bem f'undament.ada,
dado que na absorç~o da água pela plan~a int.ervêm f'at.ores
do solo. da plan~a e da a~mosf'era. que at.uam ~ant.o em f'orma
isolada como in~eragindo en~re eles.
Seguindo um dos t.rês cri ~érios mencionados
an~eriormen~e. DOORENBOS & KASSAM (1979) int.roduziram
o concei t.o de f'r aç~o de água di sponí vel no solo (ou água
f'ácilmen~e disponível), como a par~e da água disponível que
in~eriorà máxima. Para citros. esses autores consideram os valores de :fraç~o de esgotamento da água do solo Cp) -segundo a evapotr anspi r aç~o máxi ma C ETm). que :f i gur am na
Tabela 6.
Tabela 6 - Valores de p segundo os valores de ETm Crom).
I~
2 3 4 5 6 7 8 9 103. MA TERI AI S E METODOS
3.1; Materiais
3.1.1. Dados meteorológicos
Foram usadas séries de dados de 30
anos (1960 1989) das Es~aç~es Agrome~eorol6gicas do
Ins~i~u~o Agron6mico de Campinas cuja localização ~ígura na
Tabela 7.
Tabela 7 - Localização geográf'ica das
Me~eorológicas onde ~oram regis~rados os dados
me~eorol6gicos.
LATI TUDEC S) LONGI TUDEC W) AL TI TUDEC m)
Campinas 22° 06' 47° 06' 669
Jau 22° 17' 48° 34' 580
Cordeirópolis 22° 32' 47° 27' 639
Pindorama 21 ° 13' 48° 56' 562
Ribeirão Pre~o 21 ° 11' 47° 48' 621
Os seguín~es dados ~oram usados: temperatura
média do ~r •. em
°c
e ev.aporaç~o de Pi·ché. em mm,. medidas noabrigo me~eorológico a 1,70 m de al~ura do nível do solo;
número de horas de brilho solar, regis~rado em heliógra~o
Campbell-S~okes; chuva,
em
mm. medida com pluviômetro3.1.2. Capacidade de armazenamento de água do solo
Dos cr i tér i os de di sponi bi 1 i dade de· água no.
solop foi adot.ado o da àgua fácilmant.a disponivel CAFD).
considerando-se que at.é o asgot.ament.o dest.a. a
evapot.ranspiraçâlo real CETr) é igual à ETm. e a part.ir
desse pont.o começaria a ocorrência de déf'icit.es.
Dado que a fraçâlo p depende da ETm. e est.a varia dia a dia, verificaram-se casos de periodos com alt.a
ETm precedidos de periodos de baixa ETm, com valores
negat.i vos de di sponi bi I i dade de água no solo. Por est.e
mot.ivo, foi adot.ado um valor const.ante de AFD igual a 60% da ,AO.
Ainda que conhecidos os dados de' solos
predominantes em cada regiâlo e a existencia de estimat.ivas
das profundidades de enraizamento Cit.ens 2.7.6. e 2.7.6.',
a gr ande vaI" i abi 1 i dade destes par ârhetr os, e a i nf I uenci a de
numerosos outros fatores na disponibilidade efetiva de água
para as plantas, foram considerados quatro niveis de
armazenamento. Cac:Ja um desses ni veis foi considerado nas
cinco localidades em estudo. Est.es foram obtidos por
diferentes combinaçeíes solo-prof'undidade de enraizamento,
sendo dificil associar cada combinaçâlo a um nivel de
armazenamento dado, pela variabilidade já citada. Os quatro
niveis fixados foram os de 30, 40. 50 e 76 mm de AFD. e
estimou-se que estes niveis são representativos de mais de 90% dos pomares existentes nas areas consideradas nest.e trabalho. Para a localidade de Pindorama. foi adicionado o
ni vel de 100 mm de AFD. devi do a exi stênci a de solos
eutr6ficos na sua área de influência.
Para. exemplificar. considerando um valor de AO de 10%. significa 160. 100 e 60 mm de água para as
profundidades de enraizamento de 160. 100 e 60 em,
respectivamente. Estes valores correspondema 76, 60 e 30 mm de AFD.
3.1.3. Equipamento de computaç~o
Os equipamentos de computação usados foram
um Monyda'la Nyda 200 PI us ex! s'len'le no Departamento de Fisica e Meteorologia da Escola Superior de Agricul 'lura "Luiz de ·Queiroz", e um Amdek System/ 286 A da Seção de Climatologia Agricola do Instituto Agron6mico de Campinas.
Para os cálculos e a elaboração dos quadros.
foi usada a :pl ani 1 ha eletrônica LOTUS 1-2-3. OS textos
foram preparados com processadores de texto Wordstar e Chi wri ter.
3.2. Matodos
3.2.1. Estimativa da evapotranspiração
A equação 6 é a or i gi nal . de PENMAN C 1948) •
ci tada por VI LLA NOVA Se OMETTO C 1981) .
onde: H
=
Ea=
Á = Y = Á yE
=
Á + y .H
+ Á + y . Ea ( 6 )energia radiante disponivel Cmm evaporaç~o
equivalente)
poder evaporante do ar (mm)
tangente à curva de tensão de saturaç~o. no ponto
o
de temperatura de ar considerado Cmm Hg/ C)
o
constante psicrométrica Cmm Hg/ C)
Nesta equaç~o, o primeiro termo representa a
evaporaç~o devida à radiação e o segundo. a devida ao poder
As equaç~es 6 e 7 são as de estimativa de H e Ea propostas por PENMAN (1948).
H
=
Qo(a + b.n)(l - R) - oT4 CO.66 - 0.092. Ved)(O.l +N
0.9n) (6)
Ea
=
0.36 (1 + 0.64 lO (as - ed) ( 7 )onde:
Qo
=
constante solar (mm ev. eq./dia (Tabela i, doApêndice
1.
OMETTO, 1981)a,b
=
constantes que dependem do localn
=
horas de brilho solar no dia consideradoN
=
máximo possivel de horas de brilho solar no diaconsi der ado (Tabel a 6, do Apêndi ce 1. LI ST 'o 1961)
R
=
albedoT
=
temperatura média do ar (oK)ed = t.ensão atual de vapor d'água atmosférico (mm Hg)
U
=
velocidade do vento a 2 m de altura (m/s)es
=
tensão de saturação do vapor d'água atmosférico àtemperatura média do ar (mm Hg)
o
=
constante de Stefan-BoltzmanComo já foi indicado no item 2.8.3., esta
apresenta dificultades de aplicação pela
inexistência mui tas vezes de um ou mais dos parâmetros
necesários. Portanto, nE?'ste tr~balho.; para estill!ar. a ETo,
foi usada'a equação de PENMAN modificada por VILLA NOVA
&
OMETTO (1981). devido à disponibilidade de dados·existente.
onde: ETo H A equação á do tipo: ETo
=
~ H + Q Epi (8)=
evapotranspiração potencial de (mm/decendi o)=
coeficiente de correção (tabela 2.1. VILLA
referencia
do Apêndice
NOVA. 1967)
=
termo energetico=
Qo (a' + b'. n/N) Cá e b'.tabela 3. do Apêndice 1. VILLA NOVA & OMETTO.
1981) .
(t.abel a 4. do Apêndi ce 1. VI LLA NOVA & OMETTO. 1981)
Epi evapor-aç~o do evaporimet.r-o (Piché) (mm/decendio)
r Par-a a adapt.ac;::i':lo da ETo para a cul t.ur-a e
oblenç~o da ETm. foram usados os valor-es de coeficient..e de
cul t.ur-a (Kc) adot.ados por- VIEIRA (1984). num tr-abalho relat..ivo ao Est..ado de São Paulo.
ir-rigados.
para pomares não
3.8.8. Balanço hidrico
A metodologia par-a a execução do balanço, foi a suger-ida pela FAO. com adaptação do met..odo de cálculo
da evapotranspiraç~o (f t.em 3.8.1.) e o ni vel de
armazenament.o (ft..em 3.1.2.).
O balanço foi feito sequencialmente para os 30 anos consider-ados. usando para cada decendio os valores r-eais,de çhuva e de ETm est.imada.
A per-iodicidade selecionada foi a decendial. que possibilit.a uma identificação adequada da disponibilidade hidrica. par-a o caso dos cit.r-os.
O r-oteir-o do balanço foi separado em duas par-t.es. sendo a pr-imeir-a a estimativa da ETm e a segunda o balanço pr-opr-iament..e dito.
ROTEIRO I Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna 1 - ano
a -
decendio3 - temper-atur-a média do ar- (
°c )
4 - coeficient.e de cor-r-eção ~ em função da t.emperatur-a média do ar- (tabela 2, Apêndice 1) 6 horas da. br-ilho solar- r-egist.r-adas Cn)
6 - hor-as de br-ilho solar- possiveis (t.abela 6. no Apêndice 1) (N)
7 - relaç~o n/N
B - const.ant.e a· dependent.e do local (tabela 3. no Apêndice 1)
Coluna 9 constante b" dependente do local Ctabela 3.
Apêndice 1 )
Coluna 10 Qo. dependente da latitude e epoca do ano
Ctabela 1. Apêndice 1)
Coluna 11 coe~iciente de correção
n
em ~unção .da epocado ano Ctabela 4. Apêndice 1)
Coluna 18
Coluna 13
evaporação do evaporimelro de Pichá
evapotranspiração potencial de referencia (ETo)
estimada com base aos dados das colunas 4. 7.
a.
9. 10. 11 e 12Coluna 14
Coluna 16
coe~iciente da cultura CKc)
evapotr anspi r ação potenci aI máxi ma C ETm)
ROTEIRO 11
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna 1 ano 8 decendio 3 precipitação pluvial4 evapotranspiração potencial máxima CETm)
6 armazenamenlo. obtido pelo resultado entre a
soma das colunas 3 do periodo e a 6 do periodo
anterior. menos a coluna 4 do periodo em
questão; quando a diferença da um valor
nega ti vo , ocor r e um def i ci te C ver col una 6) e
nesta coluna coloca-se o valor zero; quando o
valor obtido á maior ao de AFD, ocorre um
exceso Cver coluna 7) e nesta coluna á colocado
o valor de
AFD
6 - de~icites obtidos com os valores absolutos
dos valores negativos resultantes do
procesamenlo da coluna 5
7 - excedentes hídricos obtidos como a diferença
entre os valores superiores a AFD resul tantes
do procesamento da coluna 6 e a própria AFD
3.2.3. Análise estatistica
Na literatura. são citados diferentes
tipos de distribuiç5es para cada variável considerada. seja
chuva, ETm. água disponível no solo. de~icites e excessos
CYEVJEVICH. 197éD.
No . caso da chuva, par a al gumas local idades
(1980) e FRI ZZONE (1986) entre outr os. mostr am que par a
periodos de 10 dias. ~oi obtido um bom ajuste com a função
de distribuição gama. FRIZZONE (1986), ainda que para
apenas uma localidade. não encontrou ajuste aceitável
quando o periodo de trabalho se reduz a cinco dias.
CAMARGO et aI i i ( 1 986) , compar ar am a probabilidade de atendimento hidrico durante o ciclo do
trigo. para diferentes regiões paulistas. usando a
distribuição gama-reduzida.
ALFONSI et alii (1989b). usando a ~unção de
distribuição gama, calcularam os niveis de probabilidade de
ocorrências de decêndios secos. o ni vel de·' de~iciência
hidrica e de armazenamento" de água no solo para 21
localidades paulistas. Tambem ALFONSI et alii C1989à).
usando a mesma função de distribuição de probabilidade.
calcularam a probabilidade de atendimento hidrico em cada
fase das cul turas de soja, milho e arroz de sequeiro no
Estado de ~o Paulo.
Em testes. preliminares. a ETo apresentou
ajuste acei tAvel à distribuição normal. O uso da
distribuição gama em trabalhos a nivel local. mostrou ser
promissor nesse tipo de estudo. Entretanto, os outros
parâmetros s6 se ajustavam à distribuição gama quando
eliminados os valores de AFD máximos e os zeros. Em
todos OS casos de decêndi os com el evadas (quanti dades de
valores máximos e/ou zeros, torna-se di~icil o uso de uma
das distribuições te6ricas convencionais. Portanto,
optou-se pelo uso do concei to de "deci s" C SPI EGEL. 1978). Esta metodologia dispensa estudo prévio do grau de ajuste. por estar baseada na distribuição real. processada a nivel
de classes de 10~ de probabilidade acumulada. Nas tabelas
apresentadas. o valor minimo representa o limite inferior do primeiro decil. e o valor em cada coluna. o limite superior de cada decil ou "classe".