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Seminário de Iniciação Científica CENTRO DE NEGÓCIOS FSG HOLDING FAMILIAR E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

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HOLDING FAMILIAR E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

Maira Eloísa dos Reisa, Thainara Bassob, Itacir Alves da Silva c

a Acadêmica no Curso de Administração do Centro Universitário da Serra Gaúcha. b Acadêmica no Curso de Administração do Centro Universitário da Serra Gaúcha. c Mestre em Administração, professor do Centro de Negócios da FSG.

Resumo

O país está passando por uma das piores crises da história, tanto econômica quanto política. Junto com a crise, muitas empresas estão tendo problemas para manter-se no mercado, tendo em vista que é preciso pensar nas pessoas que as compõem, bem como nos bens que as integram. Com tantos problemas, as empresas familiares enfrentam ainda mais desafios, pois é necessário ter uma boa gerência, tanto dos bens da família quanto dos negócios, pensando sempre no futuro. Diante deste contexto o objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do planejamento sucessório, bem como explanar sobre a opção de criar uma holding e demonstrar suas vantagens e desvantagens, afim de proteger a organização familiar. O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas e estudo de caso. Os resultados demonstram que empresas em geral devem ter um bom planejamento, e se tratando daquelas que são formadas por pessoas da mesma família, o cuidado deve ser maior, pois é necessário pensar no futuro do patrimônio da organização.

Palavras-chave: Holding Familiar. Planejamento Sucessório.

Proteção Patrimonial.

1 INTRODUÇÃO

A conquista de um patrimônio sólido não se dá da noite para o dia, além da aquisição, os empresários têm hoje a preocupação com a sobrevivência desse patrimônio nas mãos de seus herdeiros.

Pensando nisso o presente artigo tem como tema a holding familiar onde o objetivo é pesquisar quais os aspectos que devem ser analisados para a sua constituição visando o planejamento sucessório.

Seminário de Iniciação Científica CENTRO DE NEGÓCIOS– FSG

ISSN Online: 2318-8006 V. 6, N. 1 (2017)

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É um tema atual, porém, pouco comentado, que auxilia as empresas com seus sucessores a realizarem um planejamento sucessório bem estruturado. A mesma tem por finalidade a concentração e proteção do patrimônio familiar através de pessoa jurídica, permitindo a sucessão patrimonial inter vivos, evitando desgastes com o processo de inventário e amenizando os custos tributários.

Com base nisso, esse estudo buscou explicar o conceito de empresa familiar e sucessão, a importância do planejamento sucessório para a continuidade da empresa, e qual o papel na holding nesse contexto, mostrando desde a sua constituição, como suas vantagens e desvantagens.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho será uma pesquisa bibliográfica e documental, por meio de estudos em livros, artigos de internet e leis. Abordando de forma qualitativa para análise e interpretação dos dados, foi realizado também um estudo de caso em uma holding familiar, situada na cidade de Caxias do Sul/RS.

2 HOLDING E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

Nos tempos atuais, tem-se ouvido falar muito sobre holding, no que tange a segurança e controle do patrimônio. Diversas empresas familiares passam por grandes desafios, como a proteção patrimonial e a futura gestão empresarial. O presente trabalho foi desenvolvido tendo esses fatores como base, buscando esclarecer alguns pontos à cerca dos dilemas enfrentados diariamente numa organização que planeja o processo sucessório.

O embasamento teórico está alicerçado principalmente nos conceitos de Empresa Familiar, utilizando como referência Lodi (1993) e Werner (2004),descrição de Holding através dos autores Mamede e Mamede (2014), bem como Planejamento Sucessório, por Oliveira (2006) e Mamede (2013), e as Vantagens e Desvantagens, descritas por Mamede e Mamede (2013) e Oliveira (2003).

2.1 Empresa

Empresa é descrito por Maximiano (2012, p. 330) como algo que “tem o objetivo de fornecer produtos e serviços para atender a necessidades de pessoas, ou de

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empresa deve haver um interesse em captar recursos, bem como “estruturar um sistema de operações e assumir um compromisso com a satisfação do cliente e outras partes interessadas” (MAXIMIANO, 2012, p. 330). Ainda neste contexto, Chiavenato (2012, p. 54) descreve:

Empresa é um conjunto de pessoas que trabalham juntas, no sentido de alcançar objetivos por meio da gestão de recursos humanos, materiais e financeiros. Geralmente, as empresas são compostas por várias pessoas, embora existam empresas formadas por um só indivíduo. Nelas as pessoas juntam-se para atingir objetivos que isoladamente jamais conseguiriam alcançar, graças à colaboração e à cooperação. Colaboração e cooperação entre as pessoas são aspectos fundamentais para o sucesso do negócio. Dirigir uma empresa é basicamente construir redes de colaboração e cooperação entre as pessoas que as constituem.

As organizações estão inseridas em um ambiente que se modifica constantemente, o que significa que se faz necessário um esforço muito grande por parte do empreendedor para manter sua ativa no mercado. Dentre os tipos de empresa, o presente trabalho tem como base a familiar. Sendo assim, é imprescindível entender como funciona uma organização formada por pessoas da mesma família.

2.1.1 Empresa Familiar

Pode-se dizer que uma empresa é familiar quando quem controla o negócio é a família ou que foi criada por um ou mais membros de uma mesma família e que mantem membros da família na administração por uma ou mais gerações. Na maioria das vezes se iniciam com ideias de parentes, seja de irmãos que aprendem com os pais sobre os negócios, ou casais que juntam economias e administram em conjunto. Também é descrita por Lodi (1993) como algo que resulta normalmente da administração composta pela segunda geração da família.

Pensando nas obrigações por parte das pessoas, suas prioridades são a família e o trabalho. Sendo assim, uma organização familiar engloba os dois assuntos, afetando quem está ligado a ela, gerando consequências positivas e negativas.

O controle da instituição no âmbito familiar está ligado ao controle acionário, pois um gestor familiar tem maior poder na administração. Werner (2004) explica que nas gestões familiares as decisões são influenciadas por aspectos emocionais e afetivos. Por conseguinte, um dos maiores tabus que existe em torno da empresa familiar é a questão da profissionalização, pois existe um certo preconceito de que um profissional da família possui menos competência do que uma pessoa contratada.

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Fato é que, tendo terceiros treinados para comandar uma organização ou familiares comandando, pode ser positivo ou negativo para o ambiente de negócios. Não se pode simplesmente desqualificar o membro da família por um eventual fracasso à frente dos negócios. Existem diversos casos em que empresas comandadas por outros profissionais não sobreviveram devido a conflitos de interesses de seus gestores.

Por outro lado, a intimidade parental, de acordo com Werner (2004) pode ir contra o profissionalismo do comportamento empresarial. Exercer autoridade com os parentes pode ser muito difícil e os papéis entre família e empresa podem se tornar confusos.

Facilmente pode-se confundir o desempenho ruim de um familiar em cargo de responsabilidade com a relação familiar em si. Isso quer dizer que relações familiares podem se desfazer rapidamente, bem como os negócios podem fracassar, caso não trabalhem em conjunto para dirimir os problemas.

Indiscutivelmente a influência da família no controle da sociedade familiar é parte fundamental de sua sustentação, pois determina os valores da organização e sua continuidade (WERNER, 2004). Embora o gestor precise sacrificar seu convívio familiar pelo bem da empresa, os demais membros da família devem apoiá-lo, para que possa ser cumprida sua tarefa de manter os negócios em dia, cumprindo com sua responsabilidade.

De acordo com o texto acima, observa-se que, uma das opções para garantir que a organização tenha futuro e que permaneça competitiva no mercado, é com a constituição de uma holding, tipo de empresa que normalmente possui a finalidade de preservar os bens e de manter gestores familiares no controle do negócio.

2.2 Definição de Holding

O conceito vem do verbo inglês “to hold” que quer dizer deter, segurar, controlar. Assim, Mamede e Mamede (2014, p. 9), definem “holding ou holding

company da seguinte forma:

(...) serve para designar pessoas jurídicas (sociedades) que atuam como titulares de bens e direitos, o que pode incluir bens imóveis, bens móveis, participações societárias, propriedade industrial (patente, marca etc.), investimentos financeiros etc.

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Ou seja, tem como objetivo agregar patrimônios, bens, em torno dela. Sendo assim, é uma empresa que detém participações de outras empresas.

Ainda de acordo com Mamede e Mamede (2014), também pode ser uma empresa individual, ou seja, sem atuar em outras sociedades, tendo como objetivo controlar os bens dos sócios, com o intuito de proteger e administrar o patrimônio, além do aproveitamento dos incentivos fiscais, tributários e o planejamento sucessório.

No Brasil o conceito holding surgiu com a Lei Nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Segundo o Art. 2º, § 3º “A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais”.

2.2.1 Tipos de Holding

Segundo Oliveira (2015), depois de identificar a necessidade de criar uma

holding, e definir os objetivos específicos e suas necessidades, deve-se buscar o tipo

mais adequado, que atenda seus objetivos e traga melhores benefícios para o empreendimento. É importante ressaltar que as holdings devem delimitar os objetivos separadamente das suas empresas, por se tratar de uma organização que exige uma visão mais ampla do grupo e tem como prioridade a proteção e o crescimento, não participando das operações comerciais.

Existem vários tipos, porém, algumas são mais utilizadas, como a pura e a mista. A holdingpura é a sociedade que tem por objetivo apenas a participação no capital de outras sociedades, na qualidade de quotista ou acionista, sendo apenas uma controladora, tendo seus resultados com base nos lucros e dividendos recebidos, podendo ser utilizada para fins de planejamento tributário e sucessório. A outra modalidade é a mista, que além da participação em outras sociedades, pode exercer outras atividades empresariais, além de contribuir com bens e serviços.

Além da pura e da mista, são referidas outras classificações como: holding de controle, administrativa, de participação, familiar, dentre outras.

Conforme Mamede (2011), os diversos tipos se diferenciam conforme seus objetivos. “A constituição de uma sociedade holding pode realizar-se dentro de contextos diversos e para atender a objetivos variados. (MAMEDE, 2011, p. 3)”.

Já a familiar tem como elemento principal a exigência de que os membros que compõem a sociedade sejam da mesma família.

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O objetivo deste artigo está ligado ao último tipo apresentado, ou seja, holding familiar, que é muito similar à patrimonial, já que apresentam objetivos semelhantes.

Não é um tipo específico, mas uma contextualização específica. Pode ser pura ou mista, de administração, de organização ou patrimonial, pois isso é indiferente. Sua marca característica é o fato de se encartar no âmbito de determinada família e, assim, servir ao planejamento desenvolvido por seus membros, considerando desafios como organização do patrimônio, administração de bens, otimização fiscal, sucessão hereditária (MAMEDE, 2011, p. 5).

Nos últimos anos as empresas vêm aderindo à ideia da criação de uma holding, que tem como objetivo, além da sucessão dos negócios familiares, a proteção patrimonial, benefícios fiscais como diminuição de impostos federais e imposto de transmissão “causa mortis”, evitando assim conflitos familiares.

No tratamento jurídico, há a seguinte descrição no Artigo 243, § 2º, da Lei das S/A:

Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.

Não há impedimento legal que uma holding seja constituída de acordo com as regras de uma S.A., e até mesmo de outros tipos societários, pois não é um tipo societário e sim, refere-se à administração da sociedade que possui predominância nas quotas ou ações de outra. O foco do presente trabalho é na holding familiar e, sendo assim, será tratado sobre sociedade limitada.

A empresa limitada é formada por duas ou mais pessoas, que formam uma sociedade a fim de explorar uma ou mais atividades. É regida por um contrato social, onde devem constar as cláusulas previstas na Lei Nº 10.406, de 10/01/2002, do Código Civil, que podem ser referentes à razão ou denominação social, forma de operação, e capital social, o qual é dividido em quotas de capital.

No Art. 1.052 do Código Civil (2002) é especificado que a responsabilidade de cada sócio, na sociedade limitada, é restrita ao valor de suas quotas, mas todos devem responder solidariamente pela integralização do capital. Ressalta-se assim, que o patrimônio da companhia não se confunde com o dos sócios, pois sua responsabilidade, como o próprio nome diz, é limitada. Corroborando com essa afirmação, o Artigo 795 do Código de Processo Civil explica:

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Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.

§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade,

tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. § 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da

sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.

§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do

mesmo processo.

Também pode haver a responsabilidade subsidiária, a qual deve constar em contrato quando os sócios podem ou não responder pelas obrigações sociais da empresa. A administração pode ser feita por uma ou mais pessoas, quando forem sócias ou não sócias, especificadas na cláusula de administração.

2.3 Planejamento Sucessório

A constituição de uma holding não é uma solução somente para a proteção patrimonial da empresa familiar, servindo também para o planejamento sucessório.

Segundo Macedo at.al (2006, p. 14), a sucessão tem o seguinte conceito:

Sucessão é a substituição do criador da empresa para que possa ser dado prosseguimento ao empreendimento criado pelo pioneiro, porém com estilos de liderança e formação teórica e práticas diferentes, uma vez que os modelos e ferramentas de gestão de uma geração para outra mudam muito rapidamente nos dias de hoje.

Conforme Mamede (2013), a falta do planejamento sucessório pode conduzir a organização à falência, podendo assim destruir o trabalho de uma vida inteira ou até de algumas gerações.

De acordo com Juste (2004, p. 04), o processo de sucessão na empresa familiar pode ocorrer de duas maneiras:

Por Sucessão: Tomando a iniciativa de iniciar o processo de sucessão, o sucedido poderá escolher um ou mais membros de sua família ou de sua equipe de trabalho, que serão preparados para assumir o comando dos negócios, podendo desta forma, conciliar os interesses da família e contribuir na formação do sucessor evitando possíveis erros, que poderão ser cometidos por falta de experiência.

Falecimento do Sucedido: Quando a sucessão ocorre desta forma, e o sucedido não tinha iniciado o processo antes de seu falecimento, é muito comum que as brigas familiares muitas vezes se iniciem no próprio velório, terminando nos tribunais com demoradas demandas judiciais, elevados prejuízos e, em muitos casos, com a falência ou venda das empresas.

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É normal que nas sociedades familiares exista a falta de preparação de um sucessor em caso de morte ou aposentadoria do fundador, fazendo com que a mesmas percam a eficiência na administração quando o herdeiro tem que exercer seu direito.

Ainda segundo Mamede (2013), além dos riscos e conflitos entre as disputas dos herdeiros, há também os procedimentos do inventário que demoram um longo período até serem concluídos, a distribuição dos bens e definição da nova administração.

Quando se deixa um testamento, podem-se evitar esses tipos de conflitos, porém, não resolve o problema, já que não permite definir a distribuição de funções e as participações na sociedade.

Com a constituição de uma holding e o planejamento sucessório, esses desafios podem ser simplificados, já que permitem o fundador fazê-lo em vida.

Para Barrueco, Perrotti e Lerner (2007), algumas medidas devem ser tomadas para que a sucessão seja organizada, planejada e conduzida da melhor forma possível, sendo que todos devem ter conhecimento do planejamento da sucessão familiar, tendo como princípio de gestão: a pessoa certa no lugar certo.

É neste momento que o fundador vai identificar entre os familiares àquele que apresenta o perfil ideal para assumir a liderança, e isso inclui avaliar o perfil do sucessor e suas habilidades administrativas.

Porém a sucessão não começa quando é decido fazer o planejamento sucessório, ela começa desde a infância dos prováveis sucessores, pois são os pais que ensinam as lições para seus filhos sobre as pessoas, a ética, o trabalho, a conduta, as atitudes, confiança e dinheiro.

Oliveira (2006) apresenta algumas vantagens e desvantagens quanto à sucessão familiar. As vantagens seriam a continuidade do comando familiar, possuir no comando uma pessoa interessada na otimização dos resultados atuais e futuros da instituição, possibilidade de o treinamento ser mais intenso e extenso, pelo fato do sucessor ter sido preparado desde a infância.

As desvantagens seriam uma possível disputa de poder entre membros da família e a existência de dificuldades em desempenhar diferentes papéis, uma vez que pode se tornar complicado diferenciar o ambiente familiar do ambiente do trabalho.

O planejamento sucessório realizado por intermédio da constituição de uma de

holding mostra-se como uma alternativa interessante, conforme exemplo de Mamede e

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A constituição de uma holding é uma alternativa interessante pois trabalha contra a fragmentação da participação societária na(s) sociedades(s) produtiva(s). Essa participação passa a ser detida pela pessoa jurídica (holding); os pais detêm participação na holding. Assim, com a sua morte, haverá sucessão nas quotas/ações da holding; essa fragmentação, contudo, não se reflete na(s) sociedade(s) produtiva(s), já que a holding mantém íntegra sua participação.

As empresas holdings na maioria dos casos facilitam o planejamento, organização e a direção das empresas controladas por ela, possibilitando a distribuição ainda em vida do patrimônio da família, evitando assim o desgaste de um longo processo de inventário.

A sucessão ocorre na holding, deixando as organizações operacionais “livres” para trabalhar e distante dos problemas familiares, que serão resolvidos todos nela. Seguindo este raciocínio é possível afirmar que a este tipo de empresa está diretamente ligada ao processo de sucessão nas empresas familiares.

2.4 Constituição de holding familiar

A holding familiar é a melhor forma de proteger o patrimônio, impedindo que estranhos à família participem da sociedade, tendo como objetivo facilitar a administração dos bens.

Para constituir a holding familiar limitada é necessário elaborar um contrato social, onde constarão as cláusulas obrigatórias e secundárias. No contrato deverá ser especificada a integralização dos bens que irão compor o capital social, a forma de distribuição, bem como o prazo de duração da sociedade, o endereço da sede e razão social. A razão social, conforme Anan Jr. e Marion (2015, p. 142), é o “nome escolhido para representar a empresa juridicamente perante os órgãos públicos e, que deve ser inscrito no cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ)”.

Também poderá ser atribuído poderes à apenas alguns participantes, o que facilitará no momento de tomar decisões, sendo que os demais também poderão ter acesso aos rendimentos oriundos das atividades do negócio.

O próximo passo após a elaboração do contrato social é o registro da holding, que deverá ser feito na Junta Comercial do Estado em que se localizar a empresa. Anan Jr. e Marion (2015, p. 151) descrevem que a “Junta Comercial é um órgão estadual que tem como função principal a efetivação dos Registros de Empresas Mercantis. Os seus membros são chamados de vogais, nomeados pelos governos estaduais”. Após o

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registro neste órgão, deverá ser requerido registro nos demais órgãos necessários para o bom funcionamento como, por exemplo, na Receita Federal e na Prefeitura.

O CNPJ obtido através do registro na Receita Federal serve para comprovar a existência da sociedade, podendo ser usado para abrir contas bancárias, obter financiamentos, e até mesmo elaborar contratos. Já o registro na Prefeitura deverá ser realizado para que a empresa obtenha seu Alvará de Licença para Estabelecimento. Este Alvará é a licença que a Prefeitura concede, permitindo o funcionamento no endereço indicado previamente no contrato. Permite “o funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais, agrícolas, prestadores de serviços, bem como de sociedades, instituições, e associações de qualquer natureza, vinculadas a pessoas físicas ou jurídicas (ANAN JR.; MARION, 2015, p. 180)”.

Analisar as vantagens e desvantagens de se constituir uma holding é o primeiro

passo antes da efetiva constituição. O que vai definir a real necessidade da constituição é a correta decisão que o executivo ou o responsável tomar em relação à sua criação. Abaixo constam algumas considerações acerca das vantagens e desvantagens.

2.5 Vantagens e Desvantagens da Holding Familiar

Segundo Teixeira (2011), com a holding é possível criar um planejamento fiscal, diminuindo a carga tributária tanto da empresa quanto dos sócios, principalmente quando se refere ao imposto sobre a herança. As vantagens tributárias começam desde a forma que os valores dos bens serão integralizados ao capital até a escolha do melhor regime tributário. Mamede e Mamede (2013, p. 85) afirmam que: “(...) o planejamento pode definir, de forma lícita e legítima, caminhos com menor oneração fiscal”.

De acordo com os autores, os benefícios podem existir de acordo com o caso, a estrutura societária e objetivo de cada empresa, portanto é importante a avaliação de um especialista para análise dos cenários fiscais.

Além dos benefícios tributários apresentados, existem outros benefícios que normalmente incidem no processo de sucessão utilizando o inventário ou testamento, podem ter incidências licitamente evitadas ou menor incidência com a constituição da

holding.

O Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI) é instituído pelos municípios sobre propriedades urbanas. Não há incidência desse imposto, quando a

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transmissão é feita mediante a integralização de capital com bens e direitos, obtendo uma grande vantagem pecuniária.

Já o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCMD) é o imposto sucessório, incidente na transmissão de qualquer bem ou direito, havido sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória em operações decorrentes de causa mortis e doação (SÃO PAULO, 2000, art. 2º). Este imposto serve para custear os Estados e o Distrito Federal, tendo cada estado sua lei específica. Percebe-se, portanto, que o ITCMD incidirá sobre a sucessão legal, decorrente do falecimento do sucedido, mas também incidirá na sucessão em vida, que ocorre por meio de doação do sucedido aos sucessores. Desta forma, não há como evitar a incidência deste tributo.

O Imposto de Renda sobre o ganho de capital, para a pessoa física, incide uma alíquota de 15%, se a transferência dos bens for processada pelo valor de mercado, ou seja, o valor da venda subtraído do valor que está informado na declaração de imposto de renda. (BRASIL, 1999, art. nº 119). Para Viscardi (2013), a carga tributária na venda de um imóvel na holding, terá um custo de tributário aproximadamente de 6,73%, sendo 5,93%, mais o adicional, sobre o valor total da alienação, e não sobre o ganho de capital, como no caso das pessoas físicas.

Referente aos alugueis auferidos pela holding, Teixeira (2007) aponta que a empresa pode optar pelo recolhimento do imposto de renda calculado com base em estimativa de lucro mensal ou pela apuração trimestral. Se a locação dos bens fizer parte do objeto social, será apurado 32% dos alugueis recebidos.

Porém, Donnini (2010) refere que para a empresa que fez opção pelo lucro presumido, e receba alugueis, a alíquota é 15%. Essa alíquota será aplicada na base de cálculo de 32% sobre a receita bruta apurada, sendo o custo tributário de 4,80%. Sobre a CSLL a alíquota é de 9% aplicada sobre a base de cálculo de 32%, o custo tributário final é de 2,88%. Considerando 3% de Cofins, 0,65% de PIS, 4,80% IRPJ, 2,88% de CSLL e adicional se houver de até 3,20%, a tributação é de 11,33%, enquanto uma pessoa física que receba um valor significativo decorrente de alugueis, será tributada em até 27,5% pelo Imposto de Renda sobre os valores recebidos, conforme a tabela progressiva mensal.

Mesmo tendo a incidência de CSLL, PIS e COFINS, a tributação das receitas pela pessoa jurídica é extremamente vantajosa em comparação com a tributação das receitas operadas pela pessoa física.

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Em contrapartida aos benefícios, a holding pode apresentar algumas desvantagens que devem ser analisadas antes da sua constituição, para que isso não ocasione o fracasso do grupo.

Uma das desvantagens é o risco que as empresas familiares podem correr ao centralizar sua administração em uma holding, pois pode haver disputa pelo poder e herança entre os membros da família, mistura de sentimentos familiares com decisões profissionais, podendo gerar sérios problemas para a organização.

Oliveira (2003) afirma ainda que há outras desvantagens, como ter maior carga tributária, caso não haja planejamento fiscal, tributação de ganho de capital, no caso de venda de participação de empresas afiliadas, além da perda de motivação na hierarquia da sociedade, visto que a centralização do processo decisório se concentra na holding.

Também é vedado que empresas que possuam outra pessoa jurídica como sócia sejam optantes pelo Simples, de acordo com a Lei Complementar nº 128/08. Existe ainda a dificuldade em se ambientar com os diversos tratamentos dos setores da economia, já que as legislações e economias são distintas, dependendo de cada região do país ou no exterior.

Os executivos devem fazer uma análise profunda antes da formação da holding, pois uma empresa planejada e bem administrada, tem grandes chances de obter sucesso tanto no presente momento, quanto para as futuras gerações, pois as vantagens se sobressaem muito mais que as desvantagens.

3 METODOLOGIA

A metodologia demonstra como os objetivos propostos foram alcançados. “A metodologia serve para explicar tudo o que foi feito durante um estudo. O objetivo é descrever o método, os participantes, o tipo de pesquisa, e os instrumentos utilizados (como entrevistas e questionários), entre outras coisas”. (MASCARENHAS, 2012, p. 35).

O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, definindo conceitos fundamentais para compreensão do tema abordado. Conforme Beuren (2009, p. 89) “a pesquisa bibliográfica utiliza-se principalmente das contribuições de vários autores sobre determinada temática de estudo”. Neste sentido, “é relevante levantar e selecionar conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoriais, internet, videotecas

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A metodologia deste trabalho deu-se também através de um estudo de caso, pois analisou-se uma empresa específica que constituiu uma holding, afim de identificar as vantagens e desvantagens para os sócios, bem como o planejamento sucessório acerca de sua constituição. Segundo Mascarenhas (2012, p. 50), “o estudo de caso, é uma pesquisa bem detalhada, sobre um ou poucos objetos. A ideia é refletir, sobre um conjunto de dados para descrever com profundidade o objeto de estudo – seja ele uma pessoa, uma família, uma empresa ou uma comunidade”.

A pesquisa deu-se de forma qualitativa, uma vez que se realizou o cálculo do custo de imposto de renda sobre os rendimentos de pessoa física e da holding, bem como a análise dos dados obtidos com maior precisão. A abordagem qualitativa, deve ser utilizada “quando queremos descrever nosso objeto de estudo com mais profundidade” (MASCARENHAS, 2012, p. 46).

Quanto a coleta dos dados, houve análise documental, pois as informações necessárias para o desenvolvimento desta pesquisa, foram obtidas de uma empresa da cidade de Caxias do Sul, através da análise do Contrato Social e do Balanço referente ao ano de 2016 da referida empresa. Pesquisa documental, de acordo com Santos (2000), é feita em fotografias, relatórios, diários, ofícios, testamentos, inventários, informativos, documentos arquivados em repartições públicas, entre outros. O uso de documentos traz informações valiosas, pois aproximam a compreensão do objeto de estudo, além de afirmar a credibilidade dos dados apresentados.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Com o objetivo de identificar as vantagens e desvantagens, o estudo de caso foi realizado em uma holding familiar constituída em 01/05/2012, situada na cidade de Caxias do Sul/RS, a qual é tributada pelo lucro presumido, exercendo atividade de locação de imóveis próprios e participação societária. A composição dos sócios é feita pelo fundador e seus dois filhos, os quais possuem outra empresa, de médio porte, do ramo de industrialização.

Sendo assim, este estudo teve como base de dados informações contidas no Contrato Social e no Balanço referente ao ano de 2016. As informações fornecidas pela empresa são verídicas, porém, a organização não permitiu sua identificação no artigo. Abaixo encontra-se a tabela com os valores retirados dos documentos mencionados acima.

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Tabela 1 - Valores dos Rendimentos Anuais

Rendimentos Tributáveis

Pró – Labore R$ 10.560,00

Receitas de Aluguel R$ 239.591,19

TOTAL R$ 251.151,19

Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados da holding participante do artigo.

4.1 Tributação

Como já mencionado, um dos benefícios tributários da holding familiar é em relação às receitas de alugueis de imóveis. A tributação na pessoa física pode chegar até 27,5% referente ao imposto de renda (IR), comparado à pessoa jurídica esse custo não ultrapassa os 14,53%.

Abaixo, fez-se um comparativo dos rendimentos tributados na pessoa física e na pessoa jurídica holding:

O empresário faz uma retirada anual de R$ 10.560,00, a título de Pró-Labore, e tem uma receita anual de aluguel no valor de R$ 239.591,19.

Tabela 2 - Cálculo do IRPF sobre os rendimentos

IRPF

Rendimento Valores

Pró – Labore (+) R$ 10.560,00

Aluguel (+) R$ 239.591,19

Total dos Rendimentos (=) R$ 250.151,19

INSS s/ Pro - Labore 11% (-) R$ 1.161,60

Base de Cálculo do IR (=) R$ 248.989,59

IRPF - 27,5% (=) R$ 68.472,14

Parcela Dedutível (-) R$ 10.432,32

TOTAL (=) R$ 58.039,82

Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados da holding participante do artigo.

Neste caso, os rendimentos recebidos na pessoa física sofreriam tributação de imposto de renda (IR), e seriam pagos anualmente R$ 58.039,82.

Os valores foram calculados com base na Tabela Progressiva para cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2016.

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Tabela 3 - Cálculo do IRPF sobre o Pró – Labore IRPF Rendimento Valores Pró – Labore (+) R$ 10.560,00 INSS - 11 % (-) R$ 1.161,60 Base de cálculo IR (=) R$ 9.398,40 TOTAL 0,00

Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados da holding participante do artigo.

Segundo o site da Receita Federal, (2017) a pessoa física que receber rendimento tributável no ano base 2016 inferior a R$ 28.559,70 fica isenta à obrigatoriedade da entrega da declaração.

Lembrando que o Imposto de Renda é uma despesa do empresário, e tributado na pessoa física. Diferente da receita de aluguel, que passa a ser recebida pela holding, e assim tributado por ela.

Na locação de imóveis, a carga tributária passa a ser de 11,33% referente aos impostos PIS, COFINS, IRPJ e CSLL, calculados pelo Lucro Presumido.

Tabela 4 - Cálculo dos alugueis tributados na Pessoa Jurídica

(holding) Receita de Aluguel: R$ 239.591,19 IRPJ 4,80% R$ 11.500,38 CSLL 2,88% R$ 6.900,23 PIS 0,65% R$ 1.557,34 COFINS 3% R$ 7.187,74 TOTAL 11,33% R$ 27.145,69

Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados da holding participante do artigo.

Neste caso, a carga tributária anual da holding é de R$ 27.145,69. Tabela 5 - Comparativo de Carga Tributária

Pessoa Física X Holding

Pessoa Física Com a holding

R$ 58.039,82 R$ 27.145,69

Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos dados da holding participante do artigo.

Assim, verifica-se uma vantagem, que seria a redução de R$ 30.894,13, em relação à tributação na Pessoa Física.

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4.2 Sucessão

Além da vantagem tributária, a holding proporciona a divisão dos bens em quotas, impedindo que os futuros herdeiros briguem pelos bens. Pensando nisso, a empresa já possui um planejamento sucessório, onde os herdeiros do fundador já atuam nas rotinas e decisões da empresa, pois ambos possuem as mesmas condições e direitos.

Outra vantagem é que, neste caso, não se faz necessário o processo de inventário, o qual, na Pessoa Física, poderia levar anos para sua conclusão e teria custos judiciários, honorários advocatícios e custos de escrituração, atribuindo a tributação de 15% sobre o montante dos ganhos de capital como mencionado anteriormente, referentes aos bens transmitidos, e ainda podendo levar a brigas judiciais entre os herdeiros.

Tudo isso é evitado com a holding, pois há somente transferência do capital social no processo de inventário, evitando ganho de capital e incidência do ITBI, visto que a transmissão estará sendo feita mediante a integralização de bens.

4.3 Proteção Patrimonial

Uma das formas de organizar o patrimônio é por meio da constituição da holding que, como explicado anteriormente, pode ter benefícios tributários, redução dos custos administrativos, facilidade para o planejamento sucessório e proteção patrimonial.

Para evitar o ingresso de eventuais sucessores, foi estabelecido no contrato social da empresa que o sócio que desejar ceder, total ou parcialmente, suas quotas de capital, deverá ofertá-las primeiramente aos demais sócios. Desta forma, o fundador tem protegido seu patrimônio de terceiros.

Porém, quando se inicia uma atividade empresarial através de uma sociedade limitada, coloca-se ali o capital que estará sujeito a riscos trabalhistas, fiscais, tributários, ambientais, societários e familiares, além de caso de falência do negócio. A

holding possui 10% das quotas da outra empresa da família, o que a torna responsável

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4.4 Proposta de intervenção

Por intermédio da análise dos documentos da empresa, verificou-se que embora ela possua a participação dos filhos nas atividades gerenciais e administrativas, ela necessita de um planejamento sucessório para que possa assegurar sua continuidade como também a expansão dos negócios.

Atualmente não foi definido qual dos filhos será o sucessor, o recomendável seria contratar uma empresa que possa fazer uma consultoria especializada, realizar a análise dos bens da família e preparar qual dos filhos irá assumir a organização. Isso deve ser feito com base nas suas habilidades e formação acadêmica, além do conhecimento sobre a organização e seu segmento de atuação. O sucessor deve ser preparado também para desenvolver competências comportamentais para a função de gestor, como liderança, tomada de decisões, gerenciamento de conflitos, entre outros.

Com base nos documentos, verificamos ainda que a holding possui diversas vantagens, porém não está cumprindo com seu papel principal, conforme explica o autor Mamede e Mamede (2014), que seria controlar os bens dos sócios, com o intuito de proteger e administrar o patrimônio, facilitando a gestão, centralizando a tomada de decisões e alinhando o objetivo dos sócios.

Para exercer plenamente seu papel, a holding deve conhecer as expectativas, perspectivas, crenças e visão de médio e longo prazo da empresa que detém participação, prestar serviços e apoiar aspectos de gestão, além de preservar os interesses dos acionistas, administrar os investimentos de modo a proteger o patrimônio, elaborar o planejamento estratégico do grupo e definir diretrizes que norteiem as outras empresas.

Atualmente ela não está atingindo esse objetivo, pois ela possui apenas 10% das quotas da outra empresa, sendo que esse percentual não é suficiente para centralizar a gestão na holding e a mesma ter o poder de decisão.

Sugere-se que a holding tenha no mínimo 51% das quotas, para poder analisar e fazer um planejamento gerencial, assumindo as definições estratégicas, podendo influir ou interferir nos negócios, pois caso aconteça algum problema, todas as decisões seriam tomadas nela.

Do momento em que a holding possui orientação estratégica, a controlada precisa se alinhar aos objetivos e estratégias definidos pela mesma, através da interação

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entre elas e, desta forma, estaria desempenhando seu papel de proteção e administração do patrimônio.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi explicar os aspectos que envolvem uma empresa familiar, e descrever as melhores alternativas para proteger os negócios e os bens familiares. Para alcançar tal objetivo, fez-se uso de referências bibliográficas e informações fornecidas por uma empresa do ramo de industrialização.

Com as informações coletadas e devidamente analisadas, notou-se que uma sociedade familiar possui muitos desafios, e talvez o que pese mais é pensar na sucessão, bem como ponderar sobre o planejamento como um todo, afim de tornar os impostos menos onerosos. Verificou-se a necessidade de a empresa rever a proteção patrimonial, pois a forma que a holding está participando do quadro societário da empresa industrial não visa a proteção, visto que possui apenas 10% do total do capital social. Em caso de acionamento judicial, esse percentual não protege os bens.

Com a análise dos cálculos desenvolvidos, é notável que o valor de imposto pago é bem menor, se considerar os recebimentos de alugueis através da holding, do que se os recebimentos fossem feitos em nome de pessoa física. Há ainda a questão da demora de um processo de inventário, que também não é um problema mais existente na organização, visto que os bens foram integralizados na holding.

Levando em consideração os dados analisados neste artigo, é possível concluir que as organizações devem, em primeira instância, buscar embasamento legal antes de tomar qualquer atitude em relação aos bens familiares pois, muitas vezes, o que parece estar correto, pode não estar beneficiando a sociedade.

Destaca-se que a constituição de uma holding, analisando suas vantagens e desvantagens, é a melhor forma, no cenário econômico atual, de planejar a sucessão de uma empresa, bem como buscar a redução de impostos e também, a proteção patrimonial, visto que deve-se pensar na organização de hoje e no legado que pretende-se deixar para as futuras gerações.

Durante a pesquisa sobre o trabalho em questão, houve dificuldade em encontrar materiais, especialmente livros, que explicassem sobre holding, pelo fato de ser um assunto que recentemente foi lançado a debate e, até então, pouco conhecido das

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Por fim, sugere-se inteirar-se mais a respeito do planejamento sucessório, pois mais que conquistar um patrimônio, é preciso buscar a blindagem ao longo das sucessões. O planejamento sucessório serve para que tudo o que foi adquirido durante a vida não seja liquidado junto ao líder da família, sendo preservado nas próximas gerações visto que, na maioria dos casos, os sucessores não possuem a competência necessária para administrar os negócios da família.

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Referências

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