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CIMAESP
Câmara Intercontinental de
Mediação e Arbitragem de São Paulo
CÓDIGO DE ÉTICA
TÍTULO I
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 1º. A CIMAESP – Câmara Intercontinental de Mediação e Arbitragem de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.404.532/0001-04, estabelecida na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, número 300, 3º andar, conjunto 32, Bela Vista, São Paulo/SP, CEP 01318-903, por seu Presidente e com fundamento no seu regimento interno, institui o presente CÓDIGO DE ÉTICA DOS ÁRBITROS.
Art. 2º. O presente código é parte integrante do regimento interno e vinculará os membros que integram ou não do corpo de árbitros da CIMAESP.
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TÍTULO II
DOS DEVERES, DAS RELAÇÕES DE
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO E DAS SANÇÕES
Capítulo I
Dos deveres dos árbitros
Art. 3º. O árbitro é juiz de fato e de direito, pessoa de confiança das partes e assumirá os seguintes deveres:
I – atuar com imparcialidade, independência e discrição na condução do procedimento que lhe for atribuído;
II – revelar, após a indicação, qualquer fato que possa gerar dúvidas quanto à imparcialidade ou à independência;
III – possuir conhecimentos técnicos de acordo com a respectiva área de atuação da CIMAESP;
IV – assegurar às partes igualdade de tratamento;
V – respeitar o horário das audiências, bem como evitar atrasos injustificados das mesmas;
VI – estimular a conciliação entre as partes em qualquer fase do procedimento; VII – esclarecer às partes acerca de questões referentes ao procedimento arbitral, bem como sanar eventuais dúvidas a respeito;
VIII – velar pela rápida solução do conflito;
IX – preservar o sigilo de todos os atos praticados no procedimento, salvo quando as partes autorizarem expressamente a publicidade dos mesmos;
X – tratar as partes, os respectivos procuradores e as testemunhas com urbanidade;
XI – abster-se de manter comunicação com apenas uma das partes, sem informar à outra o respectivo teor;
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XII – recusar dádivas ou benefícios de alguma das partes; XIII – redigir despachos e decisões em linguagem simples;
XIV – restituir autos de procedimento no prazo máximo de 10 (dez) dias.
Art. 4º. Constitui, ainda, dever do árbitro, observar os princípios da autonomia da vontade, da boa-fé e da não violação dos bons costumes.
Art. 5º. O árbitro apresentará declaração de idoneidade por escrito, bem como assinará termo de responsabilidade perante a CIMAESP, através do qual assumirá o compromisso de exercer suas funções até o final do procedimento, respeitando a Lei 9.307/96, o presente código de ética, o regimento da CIMAESP e seus respectivos regulamentos.
Capítulo II
Das relações de impedimento e suspeição
Art. 6º. Não poderão atuar como árbitro as pessoas que tenham com as partes relação de impedimento ou de suspeição.
§1º. Considera-se relação de impedimento quando o árbitro: I – for parte no procedimento de arbitragem;
II – for cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
III – atuar em procedimento no qual estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral, até o segundo grau;
IV – for membro de órgão de direção e gerência de pessoa jurídica, parte no procedimento.
§2º. Considera-se relação de suspeição quando:
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II – uma ou ambas as partes forem credoras ou devedoras do árbitro, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III – o árbitro for herdeiro, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV – o árbitro tiver interesse na solução do conflito em favor de uma das partes;
V – o árbitro aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio. Art. 7º. A parte que pretender arguir questões relativas ao descumprimento de deveres previstos neste código deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se manifestar após a instituição da arbitragem, sob pena de preclusão.
Parágrafo Primeiro. A arguição prevista neste artigo será feita por escrito, mediante protocolo na secretaria de negociação, mediação e arbitragem, ou verbalmente em audiência, devendo, nesse último caso, ser reduzida a termo.
Parágrafo Segundo. Acolhida a arguição pelo árbitro, este será substituído pelos respectivos suplentes nomeados na Convenção de Arbitragem ou, na ausência desta nomeação, pelo árbitro indicado pela CIMAESP.
Parágrafo Terceiro. Não acolhida a arguição, as questões nela suscitadas serão apreciadas pelo Conselho de Ética da CIMAESP, órgão que solicitará ao árbitro que preste esclarecimentos em 48 (quarenta e oito) horas e que decidirá em 5 (cinco) dias.
Capítulo III
Do Conselho de Ética
Art. 8º. O Conselho de Ética da CIMAESP é órgão competente para apreciar e decidir sobre todas as questões relativas aos deveres, à suspeição e ao
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impedimento do árbitro, bem como para aplicar as sanções previstas no art. 12 deste código.
Art. 9º. O Conselho de Ética será composto de 3 (três) árbitros, indicados pela CIMAESP, que não tenham cometido infrações éticas ou disciplinares.
Art. 10. Se necessário, o Conselho de Ética poderá inquirir as partes, secretários da CIMAESP e demais funcionários, bem como promover outras diligências, para o fim de melhor elucidar os fatos.
Art. 11. As decisões proferidas pelo Conselho de Ética serão tomadas por maioria de votos e deverão ser fundamentadas.
Capítulo IV
Das Sanções
Art. 12. Acolhida a arguição, prevista no art. 7º, caput, deste código, o Conselho de Ética determinará a substituição do árbitro na forma do §2º daquele dispositivo.
Art. 13. Além da substituição do árbitro, o Conselho de Ética aplicará as seguintes sanções:
I – advertência;
II – suspensão para exercer as atividades de árbitro por até 30 (trinta) dias; III – exclusão definitiva do corpo de árbitros.
§1º. A pena prevista no inciso I será aplicada, por escrito, sempre que houver violação de um dos deveres dispostos no Título II, Capítulo I deste código.
§2º. A pena prevista no inciso II será aplicada quando se verificar novamente o descumprimento de um dos deveres constantes no Título II, Capítulo I deste código, bem como quando o árbitro for declarado impedido ou suspeito pelo Conselho de Ética.
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§3º. A pena prevista no inciso III será aplicada quando o árbitro descumprir, pela terceira vez, um dos deveres constantes no Título II, Capítulo I deste código, ou quando a conduta acarretar considerável prejuízo a uma ou ambas as partes. Art. 14. O árbitro responderá civil e penalmente pelos atos que praticar, nos termos da Lei
Capítulo V
Das disposições finais
Art. 15. Os pontos omissos neste código serão supridos pelo Presidente da CIMAESP.
Art. 16. O presente Código tem vigência por prazo indeterminado, passando a vigorar a partir da data de sua aprovação.
São Paulo, 01 de janeiro de 2014.