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GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

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Academic year: 2021

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GESTÃO DO CURRÍCULO:

ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS

RELATÓRIO

Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal Distrito de Viseu

Concelho de Carregal do Sal

Data da intervenção: de 14-11-2016 a 18-11-2016 Área Territorial de Inspeção Centro

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ENQUADRAMENTO DA AÇÃO

De acordo com os resultados do PISA (Programme for International Student Assessment) de 2009, Portugal foi o segundo país que mais progrediu em ciências, passando de 474 pontos de literacia científica (em 2006) para 493, em 2009. Contudo, em 2012, observa-se que os resultados médios no domínio das ciências representam uma desaceleração da tendência ascendente de resultados, que se consubstancia quer na redução das pontuações absolutas obtidas quer na sua comparação com a média da OCDE. Note-se ainda que, da análise dos relatórios da atividade Avaliação Externa de Escolas, conclui-se que a promoção de atividades práticas emerge frequentemente como área de melhoria nos agrupamentos e escolas não agrupadas.

A literatura específica sobre o ensino das ciências enfatiza a importância da promoção de atividades práticas, essencial para a construção de uma cultura científica das crianças e dos alunos. Acresce que, quer as orientações curriculares para a educação pré-escolar, quer os distintos programas de ciências do ensino básico e ainda as metas já definidas destacam a necessidade de se potenciar atividades de indagação e pequenas investigações, incluindo preferencialmente, a utilização de atividades laboratoriais e de campo, que favoreçam a explicitação das conceções prévias dos alunos, a formulação e confrontação de hipóteses, a eventual planificação e realização de atividades laboratoriais e respetivo registo de dados. Atribuem uma especial ênfase à introdução de novos conceitos e à sua integração e estruturação nas representações mentais dos alunos e ainda ao desenvolvimento de uma atitude científica perante os problemas. Neste sentido, resulta inequívoco que educação científica de base assume um papel fundamental na promoção da literacia científica, potenciando o desenvolvimento de competências necessárias ao exercício de uma cidadania interveniente e informada e à inserção numa vida profissional qualificada.

O acesso aos conhecimentos científicos não só surge como um direito que todas as crianças e alunos têm, como também um dever dos responsáveis e decisores para com as gerações vindouras. A este propósito é de recordar a Declaração final da Conferência Mundial sobre “Ciência para o século XXI: um novo compromisso”, realizada pela UNESCO (1999) onde se refere que “o acesso ao conhecimento científico, a partir de uma idade muito precoce, faz parte do direito à educação de todos os homens e mulheres, e que a educação científica é de importância essencial para o desenvolvimento humano, para a criação de capacidade científica endógena e para que tenhamos cidadãos participantes e informados.” (In UNESCO Brasil, 2003, p.29).

Com esta atividade a IGEC não só procura, mediante o diagnóstico existente, estar alinhada com as principais tendências relativamente ao ensino das ciências como também conhecer e acompanhar o desenvolvimento do ensino das ciências de base experimental, em contexto de sala de aula, promovendo a melhoria das práticas educativas e, consequentemente, os níveis de literacia científica.

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Tem como objetivos operacionais:

• Conhecer as práticas de ensino de base experimental existentes na educação pré-escolar e no ensino básico.

• Analisar e refletir sobre o planeamento, a implementação e avaliação de atividades práticas, laboratoriais e experimentais no ensino das ciências.

• Fomentar metodologias ativas, investigativas e experimentais.

• Contribuir para uma gestão do currículo mais eficaz ao nível do ensino das ciências, com impacto positivo nos resultados dos alunos.

O presente relatório apresenta os aspetos mais positivos e os aspetos a melhorar relativamente à gestão curricular do ensino das ciências naturais, nomeadamente ao nível do planeamento pedagógico, da implementação de práticas de ensino com base experimental, em sala de aula, e da avaliação das aprendizagens, bem como na monitorização e avaliação dos resultados. As considerações finais decorrem da análise documental, da observação dos contextos educativos/aulas e da realização de entrevistas. Espera-se que este relatório constitua um instrumento de reflexão e debate da comunidade educativa e contribua para a melhoria e desenvolvimento da literacia científica dos jovens.

A equipa regista a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da intervenção.

Decorrente da metodologia utilizada a equipa de inspetores formula as seguintes considerações:

MÓDULO A - CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS

A.1. Material e equipamento

Aspetos positivos

- Afetação de todas as turmas do 2.º ciclo do ensino básico a salas específicas para a lecionação da disciplina de Ciências Naturais nas duas escolas do Agrupamento onde é ministrado este nível de ensino;

- Existência de material e equipamento apropriados para o ensino das ciências nas escolas onde é desenvolvida a educação pré-escolar, o 1.º ciclo e o 2.º ciclo do ensino básico.

Aspetos a melhorar

- Equipar os laboratórios de ciências, designadamente as salas S.12 e S.13 da Escola Básica de Carregal do Sal, com manta corta-fogo e unidade de lava-olhos e chuveiro;

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- Providenciar para que os armários das salas de ciências, onde se encontram guardados reagentes e outros materiais potencialmente perigosos, fiquem fechados à chave.

A.2. Formação contínua no âmbito do ensino experimental das ciências

Aspeto positivo

- Número significativo de docentes (da educação pré-escolar e do 1.º ciclo) que participaram, ao longo da sua carreira, em ações de formação no âmbito das ciências experimentais.

Aspetos a melhorar

- Rentabilizar os recursos humanos do Agrupamento na promoção de ações de formação/sensibilização/atualização interna, no âmbito da didática das ciências;

- Promover a partilha de conhecimentos, no âmbito da lecionação na área das ciências, através de reuniões de articulação entre os docentes de diferentes ciclos e níveis de escolaridade;

- Fomentar a participação dos docentes em ações de formação na área das ciências experimentais com vista a estimular a realização de trabalho prático, de base laboratorial, experimental e de campo, na educação pré-escolar e no ensino básico.

MÓDULO B - PLANEAMENTO CURRICULAR NO ÂMBITO DAS

CIÊNCIAS

B.1. Documentos orientadores

Aspetos positivos

- Referência no Projeto Educativo do Agrupamento, nas suas "Metas Orientadoras", à intenção de "Proporcionar no processo ensino-aprendizagem das Ciências, em geral, metodologias e recursos adequados às circunstâncias de ensino, para auxiliar os alunos a atingir níveis de desempenho definidos nas metas curriculares";

- Atividades planeadas no âmbito do Projeto "ViVer Ciência" no sentido de despertar nos alunos do 1.º ciclo o gosto pelas ciências experimentais.

Aspetos a melhorar

- Incluir, no Projeto Educativo, objetivos, metas e estratégias com vista ao desenvolvimento da literacia científica, nos diferentes níveis de educação e ensino;

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- Incrementar no plano anual, as atividades que contribuem para o desenvolvimento da literacia científica, em todos os níveis de educação e ensino.

B.2. Planeamento pedagógico

Aspeto positivo

- Projetos específicos que promovem o interesse pela ciência, de que é exemplo o "Clube MatLab 2016-2018", a funcionar com docentes do grupo 230, elegendo as atividades experimentais como "meio privilegiado para o desenvolvimento pessoal e interpessoal".

Aspetos a melhorar

- Inserir no planeamento pedagógico estratégias de ensino que envolvam o trabalho de base laboratorial, experimental e de campo e os respetivos instrumentos de avaliação; - Considerar no planeamento da educação pré escolar e dos 1.º e 2.º ciclos, a interligação dos conteúdos com o quotidiano/meio e a aquisição dos saberes curriculares/científicos contextualizados em Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente – CTSA;

- Planear, para os mesmos conteúdos/temas, ao longo dos diferentes níveis de educação e ensino, de forma coerente e articulada, atividades práticas de base experimental, que promovam as aprendizagens e conhecimentos científicos de nível crescente de complexidade.

MÓDULO C – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM CIÊNCIAS

Aspetos positivos

- Ambiente de tranquilidade, propício às aprendizagens, verificado na maioria das aulas observadas;

- Distribuição de forma equilibrada ao longo do ano letivo, em Estudo do Meio, dos conteúdos de Ciências, História e Geografia.

Aspetos a melhorar

- Promover uma maior frequência de atividades práticas, de base experimental, laboratorial e de campo, em todos os níveis de educação e ensino, em detrimento das aulas de carácter expositivo/demonstrativo;

- Utilizar e fomentar uma linguagem mais rigorosa em termos científicos, com utilização de termos e conceitos próprios da literacia científica;

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- Envolver ativamente as crianças e alunos em processos de reflexão sobre as suas ações no relacionamento dos conteúdos abordados com aprendizagens anteriores e na colocação de questões ou dúvidas sobre a matéria;

- Registar, nos sumários, a tipologia do trabalho realizado nas aulas, explicitando claramente a atividade prática, laboratorial, experimental e de campo, em coerência com o currículo planeado.

MÓDULO D – AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DAS CIÊNCIAS

Aspetos a melhorar

- Definir critérios de avaliação que considerem descritores de desempenho, em todos os níveis de educação e ensino, tendo em conta os conhecimentos e atitudes científicas e as capacidades investigativas, no âmbito do desenvolvimento da literacia científica;

- Construir instrumentos que permitam avaliar os progressos das aprendizagens de complexidade crescente, envolvendo as capacidades de seleção, análise e síntese e contrariando a predominância das que envolvem a simples memorização e compreensão, com especial enfoque para o 1.º e 2.º ciclos;

- Promover a aferição, entre docentes, para a avaliação dos progressos das aprendizagens das crianças da educação pré-escolar e das ponderações a incluir nos critérios de avaliação dos 1.º e 2.º ciclos, tendo em conta as aprendizagens adquiridas, em cada uma das tipologias de trabalho prático.

MÓDULO E – SUPERVISÃO DA PRÁTICA LETIVA E AVALIAÇÃO

DOS RESULTADOS EM CIÊNCIAS

Aspetos a melhorar

- Instituir práticas de reflexão inter-pares enquanto estratégia de melhoria das práticas pedagógicas e das aprendizagens na área das ciências;

- Aprofundar a supervisão, por parte das estruturas de gestão intermédia, nomeadamente dos coordenadores de departamento curricular, da planificação, do desenvolvimento e registo dos conteúdos curriculares lecionados e da avaliação no domínio das ciências experimentais;

- Elaborar planos de ação para ultrapassar dificuldades detetadas, nomeadamente as que resultam dos constrangimentos do meio sociocultural;

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- Criar mecanismos que permitam avaliar o impacto da formação profissional nas práticas pedagógicas.

Data: 18-11-2016

A Equipa Inspetiva: Beatriz Amaral Fernando E. Rêgo

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

O Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Centro

Marcial Mota 2017-02-17

Homologo

O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência

Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 5942/2016, de 26 de abril, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 86, de 4 de

maio de 2016

Augusto Patrício

Lima Rocha

Digitally signed by Augusto Patrício Lima Rocha

DN: c=PT, o=Ministério da Educação e Ciência, ou=Inspeção-Geral da Educação e Ciência, cn=Augusto Patrício Lima Rocha

Referências

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