ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO
R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O
TÂNIA ISABEL JESUS PEDRAS
RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIATURA EM GESTÃO
Ficha de identificação
Orientando:
Nome: Tânia Isabel Jesus Pedras
Morada: Rua do Picadeiro, 234 3500-170 Viseu Portugal
Correio electrónico:
taniapedras@hotmail.com
Nº aluna: 8818
Curso: Gestão
Estágio:
Duração: 3 meses
Inicio: 8 Junho de 2010
Fim: 9 de Setembro de 2010
Horário: 8h30 às 13h e 14h às 17h30
Local do estágio:
Empresa: SODECIA DA GUARDA, SA
Morada: Parque Industrial da Guarda, Freguesia de S. Vicente 6300 - 625 Guarda
Nº telefone: 271 220 830 Nº fax: 271 222 470
Correio electrónico:
geral@guarda.sodecia.com
Supervisor:
Nome: Julieta Veneranda Andrade Paredes Madeira
Agradecimentos
Ao longo dos três meses da frequência do meu estágio curricular e na elaboração
deste relatório tive oportunidade de contar com o apoio de algumas pessoas que directa
ou indirectamente me ajudaram a realizar o mesmo.
Deste modo, desejo agradecer a todos que com a sua sabedoria, o seu senso
crítico, a sua colaboração e a sua disponibilidade me ajudaram ao longo desta etapa da
minha vida. Quero destacar algumas dessas pessoas:
Um agradecimento especial ao meu orientador de estágio Dr. Victor Simões, à
minha supervisora Dra. Julieta Madeira, a todos os trabalhadores do Departamento
Financeiro da Sodecia, em especial à Dra. Isabel Morais que foi quem mais me
acompanhou, ao meu namorado e finalmente e a quem dedico este relatório: às minhas
mães.
Índice
Índice geral ... I
Índice de figuras ... IV
Índice de gráficos ... V
Glossário ... VI
I – Introdução ... 1
II - O Grupo Sodecia ... 5
II.1 - História ... 5
II.2 - Sodecia da Guarda ... 7
II.3 - Objectivos do Grupo ... 8
II.4 - Visão ... 9
II.5 - Missão do Grupo ... 9
II.6 - Missão de Recursos Humanos ... 9
II.7 - Guia de valores dos líderes da Sodecia ... 10
II.8 - Produtos fabricados ... 11
II.9 - Grupo Sodecia em números ... 12
II.9.1 - Evolução de vendas (M€) ... 12
II.9.2 - Evolução do activo (M€) ... 13
II.9.3 - Número de trabalhadores ... 13
III - O estágio ... 14
III.1 - Referencial de contabilidade ... 14
III.2 - Procedimentos adoptados pela empresa ... 12
III.2.1 - Correspondência ... 15
III.2.2 - Fax / correio electrónico geral ... 15
III.2.7 - Facturas de compras ... 17
III.2.8 - Tesouraria Previsional ... 19
III.2.9 - Pagamentos ... 19
III.2.10 - Recebimentos ... 20
III.2.11 - Caixa ... 20
III.2.12 - Reconciliação bancária ... 20
III.2.13 - Processamento de salários ... 21
III.3 – Alguns lançamentos contabilísticos mais comuns ... 23
III.3.1 - Compra efectuada no mercado nacional ... 23
III.3.2 - Venda para o mercado nacional ... 23
III.3.3 - Aquisição intracomunitária de bens ... 23
III.3.4 - Transmissão intracomunitária de bens ... 24
III.3.5 - Transporte de uma aquisição intracomunitária ... 24
III.3.6 - Transporte de uma transmissão intracomunitária ... 25
III.3.7 - Aquisição de um activo fixo tangível ... 25
III.3.8 - Deslocações e estadas ... 26
III.3.9 - Consumo de água ... 26
III.3.10 - Factura em recepção e conferência ... 27
III.3.11 - Mercadoria em trânsito ... 28
III.3.12 - Venda de Sucata ... 29
III.3.13 - Nota de débito de um mediador de seguros ... 29
III.4 - Lançamentos contabilísticos a adoptar no fecho do mês ... 30
III.4.1 - Movimento de contas de devedores/credores por acréscimos ... 30
III.4.2 - Diferimentos ... 30
III.4.3 - Matérias em trânsito ... 30
III.4.4 - Facturas em recepção e conferência ... 30
III.4.5 - Apuramento do IVA ... 31
III.4.6 - Regularização de inventários ... 32
III.4.7 - Cálculo de depreciações e amortizações ... 34
III.5 -Procedimentos contabilísticos a adoptar no fecho anual de contas ... 35
III.5.1 - Factos já conhecidos ainda não contabilizados ... 35
III.5.2 - Apuramento de resultados ... 37
III.5.3 – Cálculo do imposto ... 37
III6.2 - Demonstração de resultados ... 39
III.6.3 - Demonstração de alterações no capital próprio ... 40
III.6.4 - Demonstração de fluxos de caixa ... 40
III.6.5 - Anexo ... 40
III.7 - Obrigações fiscais ... 41
III.7.1 - Declaração periódica do IVA ... 41
III.7.2 - Declaração recapitulativa das transmissões de bens isentas ... 41
III.7.3 - Declaração anual de informação contabilística e fiscal – IES/DA ... 41
III.7.4 - Declaração periódica de rendimentos – Modelo 22 ... 41
III.7.5 - Declaração de rendimentos e retenções IRS/IRC – Modelo 10 ... 41
III.8 - Dossier Fiscal... 42
IV - Conclusão ... 43
V - Bibliografia ... 44
VI – Índice de Anexos ... 45
Índice de figuras
Figura 1: Sodecia da Guarda, S.A. ... 7
Figura 2: Produtos fabricados pelo Grupo Sodecia ... 11
Figura 3: Produtos fabricados pelo Grupo Sodecia ... 11
Figura 4: Estrutura do número de movimento contabilístico ... 16
Figura 5: Carimbo de requisição de compra ... 18
Índice de gráficos
Gráfico 1: Organograma do Grupo Sodecia ... 7
Gráfico 2: Evolução de vendas do Grupo Sodecia ... 12
Gráfico 3: Evolução do Activo do Grupo Sodecia ... ….13
Glossário
CIRC
Código do Imposto sobre as Pessoas Colectivas
CIRS
Código do Imposto sobre as Pessoas Singulares
CIVA
Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
CNC
Comissão de Normalização Contabilística
DA
Declaração anual
DGI
Direcção Geral dos Impostos
DR
Demonstração de Resultados
EPI
Equipamento de Protecção Individual
ESTG
Escola Superior de Tecnologia e Gestão
FSE
Fornecimento de Serviços Externos
HST
Higiene e Segurança no trabalho
IACM
Indústria de Acessórios e Componentes Metálicos
IAS
International Accounting Standards
IASB
International Accounting Standards Board
IASC
International Accounting Standards Committee
IES
Informação Empresarial Simplificada
IFRS
International Financial Reporting Standards
IMI
Imposto Municipal sobre Imóveis
IPG
Instituto Politécnico da Guarda
IRC
Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas
IRS
Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
IVA
Imposto sobre o Valor Acrescentado
NCRF
Normas Contabilísticas de Relato Financeiro
OEM
Original Equipment Manufacturer
OTOC
Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas
POC
Plano Oficial de Contabilidade
POPH
Programa Operacional de Potencial Humano
RH
Recursos Humanos
ROC
Revisor Oficial de Contas
RITI
Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias
SBI
Self Bill Invoice
I – Introdução
O relatório que se segue, é no âmbito da unidade curricular “Estágio Curricular”
enquadrada no último ano da Licenciatura em Gestão leccionada na Escola Superior de
Tecnologia e Gestão no Instituto Politécnico da Guarda.
A realização do estágio curricular permite ao aluno um contacto directo com o
mundo empresarial, sendo por isso uma ferramenta muito importante para uma melhor
aprendizagem prática e para a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos em toda a
formação.
O estágio realizado é ao abrigo dos protocolos com a OTOC (Ordem dos Técnicos
Oficiais de Contas), pelo que obedece aos requisitos mínimos previstos no artigo 6º do
Regulamento de Estágios da OTOC, compreendendo assim a área contabilística e fiscal,
como também aspectos a ter em conta na realização da tesouraria.
O relatório está dividido em duas partes, pelo que numa primeira fase será dada a
conhecer a empresa na qual o estágio foi realizado. Numa segunda fase serão relatadas
todas as actividades desenvolvidas, assim como a aprendizagem obtida.
Plano de Estágio
Programa
Acção
Data
Duração
(horas)
Formador
RH (Recursos
Humanos)
08/06/2010
1
Julieta Madeira
Higiene e Segurança
08/06/2010
1
Vítor Felgueiras
Melhoria Contínua
08/06/2010
1
Nuno Pereira
Contabilidade
De 08/06/2010 a
09/09/2010
477
Isabel Morais /
Ester Oliveira
Tesouraria
De 08/06/2010 a
09/09/2010
40
Sónia Perpétuo/
Isabel Morais
Secção de Pessoal
De 08/06/2010 a
09/09/2010
16
Sónia Perpétuo
Acção
RH
Duração:
1 Hora
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimento do Sistema de Gestão de Recursos
Humanos
Conteúdo
Programático
Dar a conhecer:
Manual de Acolhimento;
Guia de Valores;
Missão RH;
Jornal Interno;
Quadro de Avisos;
Reunião de Salto Nível;
Reunião de Metas Futuras e Resultados;
Programa Mentor;
Comissão de Comunicação RH;
Formação;
Pesquisa de Satisfação de Colaborador;
Apresentação da Equipa;
Acção
Higiene e Segurança
Duração:
1 Hora
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimento do Sistema de Gestão de H.S.T
Conteúdo
Programático
Dar a conhecer:
Plano Director HST;
Procedimentos HST;
Cartão Amarelo;
Auditoria de Segurança;
Segurança no Trabalho de Terceiros e prestadores;
Investigação e análise de acidentes;
Utilização e controle de EPI’S;
Permissão de Trabalho Seguro;
Campanha de Acidentes zero
Acção
Melhoria Contínua
Duração:
1 Hora
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimento da área da melhoria contínua
Conteúdo
Programático
Dar a conhecer:
Conceito 5S;
Vantagens dos 5S;
Principais objectivos do 5S;
As várias fases dos 5S;
Exemplos de 5S;
Conceito de Kaizen;
Principais fases do Kaizen
Acção
Contabilidade/Fiscalidade
Duração:
477 Horas
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimento na área da contabilidade
Conteúdo
Programático
Forma como se organiza a contabilidade de acordo com a legislação
aplicável;
Dar a conhecer as práticas de controlo interno na área da contabilidade;
Recepção, classificação, registo e arquivo de toda a documentação
contabilística;
Abordagem sobre a elaboração das demonstrações financeiras (balanço,
DR, anexo, etc.);
Elaboração do dossier fiscal de acordo com o estipulado na legislação;
Preparação da informação contabilística para os relatórios de análise de
gestão;
Acompanhamento relativo à resolução de questões relacionadas com o
desempenho da profissão (contactos com clientes, fornecedores, bancos);
Apuramento de contribuições e impostos e preenchimento das
respectivas declarações fiscais
Acção
Tesouraria
Duração:
40 Horas
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimentos na área da tesouraria
Conteúdo
Programático
Dar a conhecer os métodos e técnicas na elaboração da tesouraria;
Preparação de pagamentos a fornecedores;
Controlo dos recebimentos de clientes
Acção
Secção de Pessoal
Duração:
16 Horas
Objectivo:
Dotar o colaborador de conhecimentos na área da Secção de Pessoal
Conteúdo
Programático
Dar a conhecer os métodos e técnicas na preparação do processamento
salarial, bem como o seu lançamento no programa de salários;
II - O Grupo Sodecia
II.1 - História
Decorria o ano de 1980, quando foi fundada a IACM (Industria de Acessórios e
Componentes Metálicos) na cidade de Matosinhos - Porto.
A constante aposta em novos desafios levou á criação da SIMG (Sociedade
Industrial de Metalurgia da Guarda) em 1988 sendo esta direccionada para o sector de
estruturas e bancos de automóveis.
A sua actuação no mercado de componentes automóveis consolidou a sua
experiencia de produção levando assim, à criação da Sodecia da Guarda, em 2001, com
a fusão destas duas empresas.
A pesquisa de novos caminhos, conceitos alternativos e soluções inovadoras levou
à criação de um centro tecnológico no Porto em 2005, permitindo que esta empresa
trabalhe em parceria com a maioria das OEM”S.
Houve deste modo a necessidade de instalar fábricas na Europa e América do Sul
facilitando assim a exportação para vários países nomeadamente, EUA, Argentina,
Alemanha, Espanha e França.
Em 2006, foi fundada uma unidade fabril na Argentina - Buenos Aires, reforçando
a sua capacidade de resposta aos clientes.
O Grupo Sodecia, foi muito criterioso na escolha dos locais das suas unidades
fabris definindo como a sua principal estratégia a proximidade geográfica dos países
para os quais vende os seus produtos.
Nesse mesmo ano, fez a aquisição da “A Rigorosa”, uma empresa líder no
mercado das ferramentas permitindo o desenvolvimento de “know-how” interno e
desenvolvendo assim novas tecnologias na área da estampagem. Os protótipos passaram
a ser mais funcionais passando a haver uma resposta mais rápida ao cliente.
Dando continuidade ao seu projecto de expansão na América do Sul a o Grupo
Sodecia adquiriu em 2008 a SCM, sendo um dos maiores fornecedores de produtos
estampados, localizada em Sete Lagoas - Minas Gerais – Brasil, formando a Sodecia
Minas Gerais - indústria de componentes automotivos, Lda.
Continuando com a estratégia de melhorar a sua actuação no mercado, a nível de
engenharia, desenvolveu parcerias com as empresas Progress-Werk Oberkirch AG -
Alemanha, VOLKE - Alemanha, MULTIMATIC - Canadá e L&W – EUA.
No decorrer do ano de 2009, foi adquirido 50% do capital social do Grupo FSG
Automotive, na Alemanha. Este Grupo faz a produção de componentes de elevada
precisão para sistemas de transmissões e sistemas de travões, nomeadamente, alavancas
de velocidades, garfos de selecção e calços para travões. A tecnologia de produção
aplicada vai desde corte fino a soldadura a laser, montagem e testes funcionais em linha.
A empresa é um fornecedor de referência do Grupo VW, Daimler e BMW, com
unidades de negócio em todo o mundo, tais como:
- Uma unidade industrial em Oelsnitz (Alemanha);
- Uma unidade industrial em Wuhan (China);
- Um centro tecnológico em Hannover (Alemanha).
A aquisição mais recente do Grupo Sodecia, realizou-se no corrente ano,
adquirindo 70% do capital social da empresa americana AZ Automotive, empresa com
experiência comprovada na produção de componentes metálicos na área de body in
white, módulos complexos e conjuntos, tais como eixos dianteiros e traseiros.
Formou-se assim, o Grupo Sodecia com uma grande diversidade de países,
abrangendo um maior leque de clientes, de fornecedores e de recursos humanos,
conforme fica demonstrado no gráfico a seguir descrito:
Fonte: Adaptado do site da empresa www.sodecia.com, Agosto de 2010
SODECIA SGPS SODECIA Europa SODECIA Guarda Grupo FSG Automotivos Unidade Industrial em Oelsnitz (Alemnaha) Unidade Industrial em Hannover (Alemanha) Unidade Industrial em Wuhan (China) Div. Ferramentaria A Rigorosa SODECIA Centro Tecnologico SODECIA América do Sul SODECIA Serviços SODECIA da Bahia SODECIA da Amazônia SODECIA da Argentina SODECIA Minas Gerais IMBE Ind. Auto Peças Jardim AZ Automotive
II.2 - Sodecia da Guarda
Designação
Social:
SODECIA
– Sociedade
Industrial de Metalurgia da Guarda, SA
Sede: Parque Industrial da Guarda, Freguesia de S.
Vicente 6300 Guarda
Actividade principal: Produção de componentes estampados metálicos para os
principais construtores automóveis
CAE: 29320
Gráfico 1: Organograma do Grupo Sodecia Fonte: Sodecia da Guarda, S.A
Fig.1: Sodecia da Guarda, S.A.
Órgãos Sociais:
Assembleia Geral Miguel Nuno de Avelar Lopes Cardoso
Conselho de Administração:
Presidente Carlos António Sousa Monteiro
Vogais Maria da Conceição Pereira Lemos Monteiro
Rui de Lemos Monteiro
Conselho Fiscal:
Fiscal Único Carlos Teixeira Noé Gomes & Associados, SROC, Lda.
representada por Noé Gonçalves Gomes (ROC – Revisor Oficial de Contas)
Fonte: Sodecia da Guarda, S.A.
II.3 - Objectivos do Grupo
Conhecer os produtos utilizados pelos clientes, conhecer as suas necessidades
presentes e futuras;
Contribuir para o sucesso dos clientes, através de soluções que permitem a redução
de peso e melhoria de segurança nos veículos;
Redução de tempo e custos de desenvolvimento e produção;
Assegurar que os novos investimentos do grupo estão a ser feitos em consonância,
tanto com as necessidades actuais assim como com as tendências futuras dos processos
industriais.
II.4 - Visão
“Ser parceiro eleito pelos consumidores da Indústria Automóvel para concepção
de produtos e serviços”
Fonte: Site da empresa www.sodecia.com, Agosto de 2010
II.5 - Missão do Grupo
Demonstrar:
Competência nas soluções;
Capacidade de Inovação;
Rigor nos prazos;
Optimização dos Custos;
Melhorias na Segurança activa e passiva dos veículos para onde fornecem
soluções;
Capacidade de acompanhar os Clientes nas suas implementações.
Fonte: Site da empresa www.sodecia.com, Agosto de 2010
II.6 - Missão de Recursos Humanos
“A nossa missão é criar e manter um clima saudável, desenvolver e motivar os
nossos colaboradores, identificando, atraindo e captando talentos, para que possam
contribuir para aumentar ainda mais o sucesso e excelência das nossas actividades.”
II.7 - Guia de valores dos líderes da Sodecia
Têm paixão pela Excelência.... Odeiam a burocracia;
Têm uma Visão Clara, simples, baseada na realidade e capacidade de a transmitir a
todos os participantes;
São Criativos e abertos a novas ideias e estão sempre comprometidos em
implementar as melhores práticas;
Vivem e respiram Qualidade, buscam insistentemente a melhoria contínua;
Dirigem o Custo e a Velocidade para obter sempre uma vantagem competitiva;
Estão sempre Motivados e Disponíveis, assegurando a flexibilidade que os Clientes
tanto valorizam;
Têm Autoconfiança para envolver todos os Colaboradores e portam-se de modo a
tentar sempre superar seus limites;
Têm um enorme Vigor e a capacidade de transmitir aos outros Colaboradores;
Vêem a Mudança como Oportunidade e não como Ameaça;
Sentem e gerem como se fosse o seu próprio negócio e não como meros
Colaboradores.
II.8 - Produtos fabricados
Fig.2 - Produtos fabricados pelo Grupo Sodecia
Fonte: Site da empresa www.sodecia.com, Agosto de 2010
Fig.3- Produtos fabricados pelo Grupo Sodecia
II.9 - Grupo Sodecia em números
Conforme se pode verificar nos gráficos seguintes, o Grupo Sodecia de forma
geral tem vindo a aumentar positivamente os seus resultados. Embora em 2006 tenha
sofrido uma ligeira quebra no seu volume de vendas, no ano seguinte a empresa
conseguiu recuperar, inclusive ultrapassar o valor obtido em 2005. O seu crescimento
também se pode constatar pela variação do seu activo que em 6 anos aumentou 421%, o
que é bastante significativo para o grupo económico. Conforme será lógico verificar,
dado o aumento do volume de negócios, a empresa necessitou de contratar mais
funcionários como se detecta no gráfico do número de trabalhadores.
Fonte: Elaboração Própria
II.9.1 - Evolução de vendas (M€)
Gráfico 2: Evolução de vendas do Grupo Sodecia
II.9.2 - Evolução do activo (M€)
Gráfico 3: Evolução do Activo do Grupo Sodecia
Fonte: Site da empresa www.sodecia.com, Agosto de 2010
II.9.3 - Número de trabalhadores
Gráfico 4: Número de trabalhadores do Grupo Sodecia
III - O estágio
III.1 - Referencial de contabilidade
Antes do corrente ano a contabilidade das empresas em Portugal era baseada no
POC (Plano Oficial de Contabilidade). Devido à necessidade de existir um referencial
contabilístico português em conformidade com as Directivas e Regulamentos da União
Europeia, a CNC (Comissão de Normalização Contabilística) apresentou ao Governo
um “Projecto de Linhas de Orientação para um Novo Modelo de Normalização
Contabilística”. O novo sistema compreende as NCRF (Normas Contabilísticas de
Relato Financeiro) que foram elaboradas com base nas IAS /IFRS (Internacional
Accounting Standards/ International Financial Reporting Standards) emitidas pelo
IASB (International Accounting Standards Board) sendo que sempre que a norma do
SNC (Sistema de Normalização Contabilística) seja omissa deve recorrer-se à norma
que lhe serviu de base.
Este projecto foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho,
substituindo assim o POC a partir de 1 de Janeiro de 2010, pelo que as entidades
empresariais que anteriormente adoptavam o antigo sistema, a essa data já teriam que
apresentar as suas contas com base no SNC.
No entanto, segundo o nº2 do artigo 4º do mesmo decreto-lei, as entidades
obrigadas a aplicar o SNC,
“…podem optar por elaborar as respectivas contas
consolidadas em conformidade com as normas internacionais de contabilidade
adoptadas nos termos do artigo 3.º do Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, desde que as suas demonstrações financeiras
sejam objecto de certificação legal das contas”, como também, segundo o nº4 do
Sendo assim, o Grupo Sodecia que anteriormente adoptava o POC, uma vez que
não actua apenas no território nacional, e já que teria que efectuar a transição de
modelos contabilísticos, optou por utilizar, a partir de 1 de Janeiro de 2010,como seu
referencial de contabilidade as IAS / IFRS ao invés do SNC, proporcionando-lhe uma
maior facilidade na consolidação de contas como também caso venha a optar por ser
uma entidade cotada, evitar mais uma transição de modelo.
Fonte: Elaboração Própria
III.2 - Procedimentos adoptados pela empresa
III.2.1 - Correspondência
Quando a correspondência dá entrada na empresa, é entregue directamente ao
departamento financeiro, onde um dos colaboradores responsáveis pela contabilidade
selecciona as cartas a registar e procede ao seu registo através de um número sequencial
anual. No documento é colocado um carimbo com o número que lhe foi atribuído, a
data de recepção e o nome da pessoa que procedeu ao seu registo. Apenas os
documentos tais como facturas, notas de crédito, e outros que se considerem relevantes
são registados. Posteriormente uns colocam-se em pastas próprias e outros são
remetidos para os respectivos destinatários.
III.2.2 - Fax / correio electrónico geral
Todos os faxes recebidos vão directamente para o e-mail geral da empresa que é
consultado com regularidade pela mesma pessoa que recebe a correspondência, e que
posteriormente os reencaminha para as devidas pessoas. Relativamente aos faxes
enviados, ficam arquivados numa pasta própria.
III.2.3 - Organização dos lançamentos contabilísticos
A todos os lançamentos contabilísticos e de modo a facilitar a consulta dos
documentos, é atribuído um número de movimento onde é incluído o diário a que
corresponde, o respectivo mês, seguido de um número sequencial mensal como se pode
verificar no exemplo a seguir:
Relativamente ao número de diário, existem cinco e os movimentos
contabilísticos distribuem-se da seguinte forma:
1 – Operações diversas, onde são incluídas as notas de crédito, notas de débito e
notas de lançamentos;
2 – Caixa, onde se efectua o registo de todos os pagamentos/recebimentos
efectuados através do caixa;
3 – Vendas, onde se podem encontrar as facturas de vendas;
4 – Compras, que contém todas as facturas de compras e notas de despesa;
5 – Bancos, onde são registados todos os movimentos bancários.
III.2.4 - Recibos
A generalidade dos recibos recebidos pela Sodecia da Guarda, são apenas para
Fig.4 – Estrutura do número de movimento contabilístico
III.2.5 - Notas de crédito
Todas as notas de crédito recebidas, após a sua confirmação, são carimbadas e
assinadas pela empresa e remetidas ao respectivo emitente, de modo a cumprir o que se
encontra regulado pelo nº5 do artigo 78º do CIVA (Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado).
III.2.6 - Notas de despesa
Sempre que um funcionário apresente despesas, faz parte dos procedimentos da
Sodecia, elaborar uma folha de rosto para esta, onde é indicado o nome do funcionário,
respectiva assinatura, motivo da despesa e anexada às respectivas facturas. Esta
operação está sujeita a circuito de aprovação, sendo que só depois de aprovada é que
pode ser lançada na contabilidade.
III.2.7 - Facturas de compras
A Sodecia tem sistemas de controlo diferentes adoptados na compra de
matéria-prima e na compra de mercadoria.
As compras de mercadorias estão sujeitas a um circuito de aprovação que difere
conforme o departamento. O funcionário antes de efectuar a compra cria uma requisição
no sistema informático e lança uma rota, e só depois de aprovada é que efectua a nota de
encomenda. Posteriormente aquando a recepção da factura, o responsável pelo
lançamento na contabilidade faz a comparação desta com a requisição inserida no
sistema e verifica se a rota foi aprovada, uma vez que só depois de aprovada se pode
proceder ao lançamento contabilístico. Caso esta não coincida com os montantes da
requisição, o funcionário que efectuou a compra terá que assinar em como confirma
aquele valor.
Quanto à compra de matéria – prima, estas não são sujeitas a circuito de
aprovação, dado que existem contratos de compra com os fornecedores. Aquando a
recepção da matéria-prima, o responsável pela entrada em armazém confirma a guia de
remessa, atribuindo-lhe um número e lança-a no sistema. Depois de assinada e conferida
é remetida à contabilidade, que por sua vez as anexa às respectivas facturas. Só após
este procedimento é que estas são lançadas na contabilidade.
Em ambas as situações, caso as facturas não coincidam com o acordado com a
empresa, comunica-se imediatamente ao fornecedor para se proceder à sua rectificação.
As figuras seguintes mostram os carimbos utilizados nas duas situações
diferentes:
Conforme se pode verificar na figura nº 6, existem quatro opções diferentes para
identificar as guias de entrada de material:
1) V/guia de remessa – Quando a matéria-prima faz parte dos contratos com os
fornecedores.
2) V/ Guia de Remessa Simples – Quando a matéria-prima comprada não
pertence ao contrato feito com o fornecedor.
3) Subcontratação – Corresponde a uma prestação de serviços de um contrato
feito com um fornecedor.
Fig.5: Carimbo de requisição de compra
Fonte: Sodecia da Guarda, S.A.
Fig.6:Carimbo de identificação de guias
4) V/GR Consignação – Quando a matéria-prima é comprada à consignação
1III.2.8 - Tesouraria Previsional
Ao dia 20 de cada mês é elaborada a tesouraria previsional para o mês seguinte.
A elaboração da tesouraria previsional é um elemento fulcral para uma melhor gestão
dos pagamentos / recebimentos. Assim, permite ao gestor uma melhor noção da
realidade da empresa em temos de meios líquidos financeiros prevendo assim se a
empresa no mês seguinte irá passar por dificuldades de tesouraria, ou caso contrário
tenha meios líquidos financeiros em excesso. Em ambas as situações permite uma maior
facilidade para o caso de ter de recorrer a soluções como resgate de aplicações
financeiras, ou caso contrário a sua aplicação de forma a rentabilizar mais a empresa.
A dificuldade que se depara é o facto de grande parte das facturas só chegarem à
empresa na última semana do mês, não transmitindo deste modo uma informação muito
fidedigna, havendo sempre a necessidade de justificar desvios aquando a elaboração da
tesouraria real (que é feita semanalmente).
III.2.9 - Pagamentos
A maioria dos pagamentos efectuados pela Sodecia é feita através de
transferência bancária, uma pequena parte é feita por débito directo, e ocasionalmente
através do caixa. Os pagamentos são efectuados pelo responsável da tesouraria que
1
Mercadoria à consignação - Este processo consiste em o fornecedor enviar ao cliente uma certa quantidade
de mercadoria mas sem que haja a transferência de propriedade, sendo posteriormente emitida factura apenas pela quantidade consumida. Para este tipo de compra é necessária a realização de um contrato que pode ter uma duração variável conforme o que ficar estipulado, sendo que passado um ano a mercadoria que não for devolvida, o fornecedor pode proceder à sua facturação, visto que após essa data passa a ser considerado uma transmissão de bens de acordo com a alínea d) do nº 3 do artigo 3º, a alínea b) do nº1 do artigo 29º e do nº6 do artigo 7º do CIVA. Este processo permite à Sodecia uma menor necessidade de fundo maneio, visto que não precisa de financiar uma parte dos stocks de matéria-prima, nem corre o risco com a sua desvalorização. Nesta situação a Sodecia auto-factura-se, remete o SBI (Self Bill Invoice) para as instalações do seu fornecedor, para que esta proceda à emissão da factura.
mensalmente retira do programa uma listagem com as facturas pendentes de pagamento.
É de salientar que podem ocorrer pagamentos ao longo do mês, mas a maioria
verifica-se no último dia útil do mês. Posteriormente o tesoureiro verifica as condições de
pagamento acordadas com o fornecedor. As que se vencem nesse mês são remetidas ao
director financeiro e ao director geral para que este as possa assinar em como conferiu a
factura. Só após este procedimento se pode realizar a transferência bancária que é
efectuada através do serviço e – banking. No entanto, esta fica pendente no banco até
que o director financeiro e o director geral as autorize. Posteriormente, e tal como já foi
referido anteriormente é emitido o documento a comprovar o pagamento e é lançado na
contabilidade.
III.2.10 - Recebimentos
Também cabe ao responsável pela tesouraria verificar os recebimentos. Caso estes
não estejam em consonância com a empresa, comunica imediatamente ao cliente para
averiguar a situação. Se tudo estiver correcto procede à emissão do recibo e ao
respectivo lançamento contabilístico.
III.2.11 - Caixa
O caixa é uma das rubricas do activo com maior liquidez, pelo que deve
apresentar no seu saldo apenas formas imediatas de pagamento. A Sodecia utiliza esta
rubrica apenas para pagamentos de reduzido valor. Existe um fundo fixo de caixa que é
reembolsado por cheque contra a apresentação dos documentos respectivos.
III.2.12 - Reconciliação bancária (Anexos 1,2 e 3)
Faz parte do controlo interno da Sodecia a elaboração de reconciliações
bancárias com regularidade mensal. A reconciliação bancária consiste em fazer a
encontrar eventuais diferenças para que possam ser analisadas e regularizadas, obtendo
assim um saldo reconciliado igual.
III.2.13 - Processamento de salários (Anexo 4)
Antes de se iniciar o processo salarial do mês, há que ter em conta vários
aspectos, tal como admissões/demissões, alteração de números de conta, sindicalização,
entre outros. As fichas de funcionários devem ser sempre actualizadas, pelo que as
alterações são o primeiro procedimento a fazer.
Depois de se actualizar os dados no programa informático, é verificado no relógio
de ponto as faltas dos colaboradores e colocadas as respectivas justificações, horas extra
e troca de horas efectuadas. Apenas o pessoal fabril, recebe horas extra, que são pagas
proporcionalmente, a primeira a 50%, a segunda a 75%, as restantes a 100% e sábados,
domingos e feriados a 200%. Estas ficam arquivadas numa pasta quer por mês, quer por
funcionário.
Também é pago 25% de subsídio nocturno que é acrescido às horas feitas em
horário nocturno, que para os trabalhadores na empresa antes de 2009, era das 20H00 às
7H00 e após essa data, com a entrada em vigor da Lei 7/2009 de 12 de Fevereiro,
passou a ser das 22H00 às 7H00.
Relativamente ao serviço de refeições, a Sodecia contratou uma empresa externa
que serve diariamente as refeições ao pessoal, pelo que só em casos excepcionais como
por exemplo o encerramento da cantina é que o subsídio de refeição é atribuído ao
funcionário.
Sobre as remunerações a pagar, a empresa está obrigada a fazer retenções na
fonte, devendo posteriormente entregá-las ao Estado, até ao dia 20 do mês seguinte
àquele em que foram deduzidas, segundo o artigo nº 98 do CIRS (Código do Imposto
sobre as Pessoas Singulares).
Após retirada a folha de encargos da entidade patronal no mês de Junho do
programa informático de pessoal, efectuou-se o seguinte lançamento contabilístico:
Conta
Valor
Débito
6321 – Remunerações – Pessoal – Férias
92.049,01€
6326 – Remunerações – Pessoal – Subsidio de Trabalho Nocturno
1.149,5€
6325 – Remunerações – Pessoal – Subsidio de Alimentação
10,47€
6327 – Remunerações – Pessoal – Horas Extra
4.462,78€
6351 – Encargos sobre remunerações – Pessoal
22.995,48€
27222 – Credores por acréscimo de gastos - Remunerações a liquidar
1.051,05€
27222 – Credores por acréscimo de gastos – Remunerações a liquidar
4.425,49€
63814201 – Outros gastos com pessoal (indemnização)
18.980,47€
Crédito
245 – Contribuições para a Segurança Social
35.183,80€
2421 – Retenções de impostos sobre o trabalho dependente
11.821,00€
2312 – Remunerações a pagar ao pessoal
98.038,10€
2787 – Sindicato
81,35€
No momento do pagamento:
Conta
Valor
Débito
245 – Contribuições para a Segurança Social
35.183,80€
2421 – Retenções de impostos sobre o trabalho dependente
11.821,00€
2312 – Remunerações a pagar ao pessoal
98.038,10€
2787 – Sindicato
81,35€
Crédito
12 – Depósitos à ordem
145.124,25€
III.3 – Alguns lançamentos contabilísticos mais comuns
III.3.1 - Compra efectuada no mercado nacional (Anexo 5)
A factura verificada no anexo A3.1 trata-se da aquisição de matéria-prima, em
território nacional, debitando-se deste modo a conta de compras de matéria-prima.
Nesta situação a empresa pode deduzir o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado),
alínea a) nº1 artigo 19º CIVA, daí resultante o débito da conta de IVA dedutível.
Conta
Valor
Débito
31611301 – Compra de M.P. no M.N à taxa de 20%
21.632,12€
2432131 – IVA dedutível a 20%
4.326,42€
Crédito
221100415 – Fornecedor F 379
25.958,54€
III.3.2 - Venda para o mercado nacional (Anexo 6)
A Sodecia ao efectuar uma venda para o território nacional, é obrigada a liquidar
imposto segundo a alínea a) nº1 artigo 2º CIVA, ou seja em termos contabilísticos deve
creditar a conta de IVA liquidado pelo valor correspondente.
Valor
Débito
211101000 – Cliente C19
2.976,76€
Crédito
71211301000 – Vendas P.A. no M.N. à taxa de 20%
2.480,63€
2433131 – IVA liquidado a 20%
496,13€
III.3.3 - Aquisição intracomunitária de bens (Anexo 7)
A factura relativa à aquisição intracomunitária de bens, trata-se da compra de um
equipamento de conservação e reparação, pelo que deve ser contabilizado numa conta
específica de fornecimento e serviços externos. Neste caso o sujeito passivo da operação
é o adquirente, conforme se constata na alínea a) nº1 do artigo 2º RITI (Regime do IVA
nas Transacções Intracomunitárias), pelo que ao contrário de uma aquisição feita em
território nacional, a Sodecia terá a obrigação de liquidar IVA (alínea a) nº1 artigo 23º
RITI), podendo no entanto deduzi-lo (nº1 do artigo 19ª RITI), justificando assim o
crédito da conta de IVA liquidado e o débito na conta de IVA dedutível
respectivamente.
Valor
Débito
6226232 – Conservação e Reparação – Equipamento Básico
108,73€
2432332 – IVA dedutível à taxa de 20%
21,75€
Crédito
221200778 – Fornecedor F1137
108,73€
2433143 – IVA liquidado à taxa de 20%
21,75€
III.3.4 - Transmissão intracomunitária de bens (Anexo 8)
Na transmissão de bens efectuada pela Sodecia da Guarda para o cliente da União
Europeia, presente na factura, há isenção de imposto (alínea a) nº14º RITI). Assim, o
movimento contabilístico deve incluir apenas as contas de vendas e respectivo cliente.
Valor
Débito
211201420 – Cliente C122
330,00€
Crédito
71221301420 – Vendas P.A. no M.I. isentas de IVA
330,00€
III.3.5 - Transporte de uma aquisição intracomunitária (Anexo 9)
matéria-prima. Esta operação confere o direito à dedução do IVA pago ao fornecedor,
de acordo com a alínea a) do nº1 do artigo 20º CIVA.
Valor
Débito
316513 – Transporte de M.P. no M.N.
800,00€
2432131 – IVA dedutível a 20%
160,00€
Crédito
221100753 – Fornecedor F656
960,00€
III.3.6 - Transporte de uma transmissão intracomunitária (Anexo 10)
O transporte facturado, é um transporte com uma venda pelo que é considerado
um gasto, sendo o valor debitado numa conta específica da classe 6. O transporte de
transmissões intracomunitárias está isento ao abrigo da alínea q) do nº1 do artigo 14º
CIVA.
Valor
Débito
625314 – Transporte de mercadorias isento
187,71€
Crédito
221100753 – Fornecedor F656
187,71€
III.3.7 - Aquisição de um activo fixo tangível (Anexo 11)
A factura que se apresenta no anexo A3.7, trata-se da aquisição de uma bateria
para um empilhador, ou seja, este tipo de equipamento é considerado um equipamento
de transporte, pelo que se debita uma conta da classe 4 – activos fixos tangíveis. A
Sodecia pode deduzir o IVA (alínea a) nº1 do artigo 19º CIVA), movimentando também
a débito a conta de IVA dedutível de outros bens e serviços.
Valor
Débito
4341301 – Activo Fixo Tangível - Equipamento de transporte
350,00€
2432231 – IVA dedutível a 20%
70,00€
Crédito
2711 – Fornecedor de Investimento
420,00€
III.3.8 - Deslocações e estadas (Anexo 12)
O anexo A3.8 refere-se à estadia de um colaborador suportada pela empresa,
logo debita-se uma conta da classe 6 específica para o efeito. Esta operação não confere
o direito à dedução de IVA, de acordo com o estabelecido na alínea d) do nº1 do artigo
21º CIVA.
Valor
Débito
62511403 – Outras deslocações e estadas
31,50€
Crédito
221100714 – Fornecedor F623
31,50€
III.3.9 - Consumo de água (Anexo 13)
Uma vez que a factura do consumo de água não é recebida pela Sodecia no
próprio mês, é acrescido ao mês correspondente um gasto, que é calculado com base nas
contagens feitas diariamente por um colaborador da manutenção. Assim, aquando o
recebimento da factura deve-se anular esse montante acrescido, efectuando o seguinte
movimento:
Valor
Conforme se pode verificar o gasto é distribuído por duas contas diferentes, uma
vez que existem contas distintas para o consumo e para as taxas. Esta operação permite
à Sodecia deduzir o valor do IVA de acordo com a alínea a) nº1 do artigo 19º CIVA
através do débito da conta de IVA dedutível. É de salientar que os valores não
coincidem com os valores das contas 624314 – FSE – Água – Isenta e 6813 – Taxas do
balancete, pois foram trocados aquando o lançamento contabilístico.
Pelo lançamento da factura:
Valor
Débito
624311 - FSE – Água – IVA 5%
614,32€
6813 – Impostos – Taxas
894,21€
2432311 – IVA dedutível a 5%
30,72€
Crédito
221100658 – Fornecedor F578
1.539,25€
III.3.10 - Factura em recepção e conferência (Anexo 14)
Normalmente quando chega a data do fecho do mês, existem sempre facturas
ainda não recebidas, mas cuja mercadoria já se encontra em armazém. No entanto a
empresa não pode proceder ao lançamento da factura enquanto não a tiver em sua posse,
contabilizando deste modo numa conta de facturas em conferência e recepção. Quando
recebe a factura lança-a definitivamente, anulando o lançamento anterior. Esta operação
é um fornecimento e serviço externo que também confere o direito à dedução (alínea a)
nº1 do artigo 19º CIVA).
Anulação do lançamento provisório:
Valor
Débito
225104013 – Facturas em recepção e conferencia F1025
343,23€
Lançamento da factura:
Valor
Débito
6211302 – FSE – Subcontratos à taxa normal
343,23€
24323311 – IVA dedutível a 20%
68,65€
Crédito
221104013 – Fornecedor F1025
411,88€
III.3.11 - Mercadoria em trânsito (Anexo 15)
Uma outra situação que acontece com regularidade é a factura chegar à Sodecia
sem que tenha sido recebida a mercadoria. Neste caso a empresa deve proceder à
contabilização da factura fazendo o seguinte lançamento:
Valor
Débito
31612301 – Compra M.P. no M.I. à taxa normal
8.283,63€
2432132 – IVA dedutível a 20%
1.656,73€
Crédito
225200482 – Fornecedor F1085
8.283,63€
2433143 – IVA liquidado a 20%
1.656,73€
Esta movimentação procede-se da mesma forma da aquisição intracomunitária,
já explicada anteriormente. No entanto a empresa além deste lançamento deve efectuar
o seguinte para que fique representado na contabilidade em matéria-prima em trânsito e
não entre nos consumos do mês:
Valor
III.3.12 - Venda de Sucata (Anexo 16)
Na venda de sucata o IVA é devido no adquirente (alínea i) do nº1 do artigo 2º
CIVA). Perante esta situação a empresa tem a obrigação de emitir factura, mas não
liquida o IVA – Oficio 30098, daí apenas resultar o movimento contabilístico na conta
de cliente em contrapartida da conta de vendas de desperdícios.
Valor
Débito
211101009 – Cliente C23
4.905,60€
Crédito
7131201 – Venda de sucata
4.905,60€
III.3.13 - Nota de débito de um mediador de seguros (Anexo 17)
Relativamente à nota de débito, uma vez que o seguro é correspondente a um
período de um ano, deve-se distribuir este gasto pelos meses seguintes, de forma a
melhor traduzir os resultados obtidos mensalmente, uma vez que a Sodecia efectua
fecho mensal. Assim o valor da nota de débito vai para uma conta de gastos a
reconhecer em contrapartida da conta do fornecedor. Esta operação está isenta de IVA
de acordo com o nº28 do artigo 9º CIVA.
Valor
Débito
2812 – Gastos a reconhecer – Seguros
1.528,02€
Crédito
221100589 – Fornecedor F526
1.528,02€
O lançamento a efectuar nos meses seguintes será:
Valor
Débito 62631401 – Seguros – Isento - Automóvel
127,34€
Crédito
2812 – Gastos a reconhecer – Seguros
127,34€
III.4 - Lançamentos contabilísticos a adoptar no fecho do mês
A Sodecia opta por efectuar encerramento de contas mensal. Este processo
permite-lhe ir acompanhando a situação financeira / económica da empresa ao longo do
ano. Existem vários processos a ter em conta, entre eles:
III.4.1 - Movimento de contas de devedores/credores por acréscimos – A
empresa deve reconhecer nestas contas todos os rendimentos e gastos que correspondem
a esse período, mesmo que a receita ou despesa só venha a ocorrer nos meses seguintes.
Assim que se justifique deve proceder à sua anulação.
III.4.2 - Diferimentos – Tal como na situação anterior a empresa não deve
reconhecer os rendimentos / gastos no mês à qual não correspondem, como tal, ainda
que a receita ou despesa ocorra nesse período, deverá ir para uma conta que permita o
seu reconhecimento nos meses seguintes.
III.4.3 - Matérias em trânsito – A empresa deverá registar provisoriamente
numa conta de matérias em transito, todas as facturas recebidas, mas à qual ainda não
foram recepcionados os bens. Quando estes chegarem à empresa deve-se proceder à sua
anulação. Este movimento é feito por débito da conta 335 – Matérias em trânsito, em
contrapartida da conta 61 - Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas. Se
este movimento não fosse executado o valor em questão era considerado consumo do
mês, não reflectindo assim a realidade da empresa.
proceder à sua contabilização numa conta própria para o efeito, Conta 225 - Facturas em
recepção e conferência.
III.4.5 - Apuramento do IVA – Consiste em saldar as contas de 2432 - IVA
dedutível, 2433 - IVA liquidado e 2434 - IVA regularizações para a conta 2435 - IVA
apuramento. Se a empresa tiver IVA a recuperar do período anterior e não tenha
solicitado o reembolso também deve transferir para esta conta o saldo da conta 2437 –
IVA a recuperar. Vejamos o apuramento relativo ao mês de Junho (Calculado com base
nos anexos 18 e 19):
2432 – IVA Dedutível
2433 – IVA Liquidado
95.750,90€
113.466,78€
2437 – IVA a recuperar
3497,04€
24341 – IVA Reg.
A favor da Empresa
24342 – IVA Reg.
A favor do Estado
32,45€
2435 – IVA Apuramento
1.976,34€
95.750,90€
113.466,78€
3497,04€
1.976,34€
32,45€
Saldo Credor = 16.162,73€
Posteriormente e conforme o seu saldo, natureza devedora / credora este será
transferido para a conta 2437 - IVA a recuperar ou 2436 - IVA a pagar,
respectivamente:
2435 – IVA apuramento
2436 – IVA a pagar
16162,73€
16162,73€
III.4.6 - Regularização de inventários (Anexo 20)
III.4.6.1 - Stock de matéria-prima- Uma vez que a empresa utiliza sistema de
inventário intermitente, o primeiro passo a fazer é saldar as contas 31 – Compras e
passá-las para a conta 331 – Matérias-primas. Continuando com os dados do balancete
do mês de Junho o lançamento procede-se da seguinte forma:
316 – Compras Mat.
Primas
412.494,71€
317 – Dev. de compras
331 – Matérias-primas
5.679,06€
412.494,71€ 5.679,06€
4475,08€
318 – Desc. e abat. em
compras
S. Devedor = 402.340,57€
4475,08€
Agora será necessário determinar o custo de matéria-prima consumida. O
apuramento da matéria consumida tem por base a seguinte formula:
Matéria Consumida = Existência inicial + compras +/-regularizações – Existência final
A Sodecia no seu plano de contas tem contas específicas para cada um dos valores
da fórmula. Assim debitam-se as contas:
61211 – Stock inicial de matéria-prima, pelo valor da existência inicial,
61212 – Compra de matéria-prima, pelo valor das compras,
61213 – Stock final da matéria-prima, pelo valor da existência final,
em contrapartida dos créditos nas contas:
61214 – Transporte de matéria-prima, pelo valor do transporte,
331 – Matéria-Prima, pelo valor do consumo.
Assim temos:
Valor
Débito
61211 -
Stock inicial de matéria-prima
95474,06€
61212 -
Compra de matéria-prima
399794,04€
61214 -
Transporte de matéria-prima
2546,53€
Crédito
61213 -
Stock final da matéria-prima
105197,70€
331 -
Matéria-Prima
392616,93€
III.4.6.2 - Stock de produto semi-acabado – Para ter informação na
contabilidade acerca das existências em armazém dos produtos semi-acabados, será
necessário, retirar as existências iniciais da conta 361 – Produtos e trabalhos em curso, e
colocar as existências finais. Estes movimentos são feitos em contrapartida da conta 731
-Variações nos inventários da produção.
Valor
Débito
361 – Produtos e trabalhos em curso
96119,10€
731101 – Variação da produção
125774,46€
Crédito
361 – Produtos e trabalhos em curso
125774,46€
731102 – Variação da produção
96119,10€
Nota: As existências, inicial e final, apresentadas foram retiradas de inventários à data
.
III.4.6.3 - Stock de Produto Acabado – O procedimento anterior repete-se para
o stock de produto acabado, no entanto em vez de se utilizar a conta 361 - Produtos e
trabalhos em curso, será movimentada a conta 341 – Produtos acabados e intermédios.
Valor
Débito
341 – Produtos acabados e intermédios
48045,54€
731201 – Variação da produção
48287,31€
Crédito
341 - Produtos acabados e intermédios
48287,31€
731202 - Variação da produção
48045,54€
Nota: As existências, inicial e final, apresentadas foram retiradas de inventários à data
.
III.4.7 - Cálculo de depreciações e amortizações – Uma vez que a Sodecia
aplica o método das quotas constantes por duodécimos
2para a depreciação dos seus
activos fixos tangíveis, também deve proceder à contabilização como gasto do mês,
debitando a conta 642 – Gastos de depreciação e amortização de activos fixos tangíveis,
em contrapartida da 438 – Depreciações acumuladas.
As taxas que a empresa utiliza para o cálculo das depreciações, são as que
constam no Decreto Regulamentar 25/2009 de 14 de Setembro, que atribuí taxas
máximas para cada tipo de activo que corresponde ao período mínimo de vida útil de
um bem. As quotas de depreciação calculadas com base neste método são aceites como
gasto do período de acordo com o estabelecido no nº1 artigo 30º e nº1 do artigo 31º
CIRC (Código do Imposto sobre as Pessoas Colectivas).
Fonte: Elaboração Própria
III.5 -Procedimentos contabilísticos a adoptar no fecho anual de contas
Uma vez que a Sodecia adoptou pela primeira vez as normas internacionais de
contabilidade em 2010, de forma a não trabalhar com dados desactualizados em termos
contabilísticos, optou-se durante o estágio elaborar o fecho anual de contas e
documentos fiscais com base no primeiro semestre de actividade da empresa. Por este
motivo é de salientar que grande parte dos documentos fiscais apresentados foi
elaborada por mim.
Além dos procedimentos que se realizam aquando o fecho do mês, existem várias
situações a serem averiguadas. Como tal deverão ser feitas regularizações, que se
destinem a obter um resultado anual mais verdadeiro. Só após este passo se procederá
ao apuramento de resultados. Vejamos os procedimentos a tomar:
III.5.1 - Factos já conhecidos ainda não contabilizados
- A empresa deve lançar
no mês 13, factos ainda não contabilizados, mas que já tem conhecimento do valor que
vai receber/pagar no ano seguinte, ou que tenha dados que lhe permita fazer uma
previsão desse valor. Por exemplo, deve-se verificar se existem clientes de cobrança
duvidosa, se há processos judiciais em curso, garantias a clientes, reavaliações
efectuadas, entre outros factos.
No balancete de regularizações, (Anexo 32), pode verificar-se os lançamentos de
regularização efectuados pela Sodecia:
1 - Até à data a Sodecia ainda não tinha feito nenhuma estimativa de IMI
(Imposto Municipal sobre Imóveis) a pagar no ano seguinte mas que corresponde ao
exercício corrente, pelo que foi lançado no sistema informático debitando a conta 68111
– Impostos Indirectos em contrapartida da conta 27229 – Outros acréscimos de gastos;
2 - A empresa também já tinha conhecimento do valor de incentivo à formação a
receber do Estado que respeita ao POPH (Programa Operacional de Potencial Humano),
pelo que também é objecto de lançamento contabilístico. Neste caso debita-se a conta
27219 – Outros acréscimos de rendimentos em contrapartida da conta 7511- Subsídios à
exploração;
3 – Outro valor já conhecido e não contabilizado, é o montante de juros a receber
respeitante a um contrato de suprimentos. Esta regularização foi feita através do débito
na conta 27211 – Juros a receber e do crédito na conta 7914 – Juros obtidos de
financiamentos obtidos a subsidiárias.
4 – Também deve fazer o lançamento contabilístico da tributação autónoma
calculada, debitando esse valor na conta 8121 – Imposto estimado para o período em
contrapartida da conta 2414 – Imposto sobre o rendimento (Tributação Autónoma).
5 – O mesmo acontece com a taxa de derrama, movimentando a débito a conta
8121 – Imposto estimado para o período, pelo valor calculado, e a crédito as contas,
2412 - Imposto sobre o rendimento (Retenções na fonte), de modo a ficar saldada, e
2413 - Imposto sobre o rendimento (Imposto Estimado) pelo restante.
6 – Finalmente, a empresa deve lançar contabilisticamente o montante de SIFIDE
(Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial)
deduzido, através do débito na conta 8122 – Imposto diferido e do crédito na conta 2741
– Activos por Impostos Diferidos, uma vez que este corresponde ao ano de 2010, mas
só será utilizado no ano seguinte.
III.5.2 - Apuramento de resultados – O apuramento de resultados consiste em
saldar todas as contas da classe 6 – Gastos e todas as contas da classe 7 – Rendimentos,
em contrapartida da conta 811 – Resultados antes de imposto (valores calculados com
base no anexo 30)
6 – Gastos
7 – Rendimentos
4125363,31€
4536525,19€
811 – RAI
4125363,31€ 4536525,19€
S. Credor = 411161,88€
Após esse procedimento se esta conta apresentar um saldo devedor, significa que
a empresa nesse período obteve mais gastos que rendimentos, dando origem a um
resultado negativo. Caso se constate o contrário a empresa conseguiu obter lucro,
devendo então calcular o imposto de IRC (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Colectivas), e saldar a conta 811 – Resultados antes de imposto, em contrapartida da
conta 812 – Imposto sobre o rendimento do período e 818 – Resultado líquido.
III.5.3 – Cálculo do imposto
Em seguimento ao acima descrito, o montante de IRC a pagar, caso a empresa
obtenha lucro, é calculado com base nas taxas em vigor.
A Sodecia uma vez que é uma empresa sita na Guarda, beneficia de um incentivo
fiscal à interioridade que lhe permite a redução da taxa de IRC para 15%. Esta
percentagem incide sobre a matéria colectável (Valor retirado da Modelo 22- Anexo
27):
Ao IRC também pode acrescer a taxa de derrama, imposto municipal que varia
conforme a localidade. A taxa aplicável na Guarda é de 0,75%. Este já incide sobre o
lucro tributável:
445.916,68 * 0,75% = 3.344.38€
A empresa uma vez que usufrui alguns benefícios fiscais, SIFIDE e dispõe de
pagamentos especiais por conta para utilizar, o montante de IRC a pagar reduz
substancialmente, conforme se pode constatar no Modelo 22, (Anexo 27)
Fonte: Elaboração Própria