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Organização do programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) na construção de um empreendimento imobiliário em Balneáro Camboriú - SC

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EDUARDO RANGEL TEDESCO

ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) NA CONSTRUÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO EM

BALNEÁRIO CABORIÚ - SC

Florianópolis 2019

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EDUARDO RANGEL TEDESCO

ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) NA CONSTRUÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO EM

BALNEÁRIO CABORIÚ - SC

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança e Saúde do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Humberto Dias de Toledo.

Florianópolis / SC 2019

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EDUARDO RANGEL TEDESCO

ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) NA CONSTRUÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO EM

BALNEÁRIO CABORIÚ - SC

Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Especialista em Engenharia e Segurança e Saúde do Trabalho e aprovada em sua forma final pelo Curso de Especialização em Engenharia de Segurança e Saúde do Trabalho da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, (dia) de (mês) de (ano da defesa).

______________________________________________________ Professor e Orientador Prof. Dr. Humberto Dias de Toledo.

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Dedico a Minha família, filhas e companheira que me apoiou integralmente a obtenção deste título.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Humberto Dias de Toledo pela orientação e análise deste trabalho. Aos meus colegas pela amizade e companheirismo, durante o período da especialização. À empresa na qual tive a oportunidade de desenvolver essa pesquisa. À minha família pelo apoio e paciência ao longo desta jornada de estudo. À minha companheira Lenise, por todo suporte e apoio recebido.

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“A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento” (FREDERICK HERZBERG,1970).

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RESUMO

Segundo o Ministério do Trabalho, em torno de 23 mil acidentes são registrados por ano na construção civil, em nosso país. O setor é um dos que mais geram ocorrências, apesar dos inúmeros esforços de empresas e organizações que atuam para mudar esta realidade. Este estudo baseia-se em detectar riscos de natureza física, química e biológica, em um canteiro de obras de uma empresa do setor da Construção Civil, na cidade de Balneário Camboriú / SC; a fim de fornecer informações para que seja elaborado de acordo com a NR-9, um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. Durante os estudos, foram detectados riscos ambientais decorrentes de agentes físicos, como: calor / frio e ruídos provenientes de equipamentos para serragem, e equipamento para mistura de concreto; e de agentes químicos, como: pó de cimento e pó de serragem. Foram observadas em algumas medições, níveis de pressão sonora acima dos limites estabelecidos pelo Anexo I da NR-15 da Portaria 3.214 de 08/06/1978, e pelo Anexo IV do Decreto nº 3.048 de 06 de maio de 1999 - Regulamento da Previdência Social. Para todos os riscos encontrados, foram estabelecidas propostas de neutralização, através de implantação / treinamento e verificação das rotinas e Medidas de Controle. Como finalização das atividades, foi elaborado um cronograma de implementação e um Mapa de Riscos do canteiro de obras. Também foram recomendadas ações / sugestões de melhorias para convivo dos trabalhadores, em um ambiente laboral saudável, de acordo com as melhores práticas de segurança e medicina do trabalho.

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ABSTRACT OU RÉSUMÉ OU RESUMEN

According to the Ministry of Labor, around 23 thousand accidents are registered per year in construction, in our country. The sector is one of the most frequent occurrences, despite the innumerable efforts of companies and organizations that act to change this reality. This study is based on the detection of physical, chemical and biological risks at a construction site of a construction company in the city of Balneário Camboriú / SC; in order to provide information to be developed in accordance with NR-9, an Environmental Risk Prevention Program (PPRA). During the studies, environmental risks were detected due to physical agents, such as: heat / cold and noise from sawing equipment, and equipment for mixing concrete; and chemical agents such as: cement powder and sawdust powder. Sound pressure levels above the limits established by Annex I of NR-15 of Ordinance 3,214 dated 06/08/1978 and by Annex IV of Decree No. 3,048 of May 6, 1999 - Social Security Regulations. For all the risks found, neutralization proposals were established, through implementation / training and verification of routines and Control Measures. As a finalization of the activities, an implementation schedule and a Risk Map of the construction site were prepared. Actions / suggestions for improving workers' living conditions in a healthy work environment were also recommended, in accordance with best practices in occupational health and safety.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa do Perigo... 15

Figura 2 – Cavaletes de Madeira... 46

Figura 3 – EPI's Em desuso... 46

Figura 4 – Organização... 47

Figura 5 – Pontos de energia... 47

Figura 6 – Uniforme... 47

Figura 7 – Corredor para trânsito de pessoas... 48

Figura 8 – Fiação elétrica... 48

Figura 9 – Dosímetro Instrutherm DOS-600... 51

Figura 10 – Luxímetro Digital Hikari HLX-881... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tipos de Risco ... 35

Tabela 2 – Matrix Modelo de Risco... 37

Tabela 3 – Metodologia e Equipamentos para Avaliação... 37

Tabela 4 – Limites de Tolerância para Ruídos Contínuo ou Intermitente... 41

Tabela 5 – Avaliação Ambiente e Fontes Geradoras de Riscos... 50

Tabela 6 – Função / Avaliação - Pedreiro de Edificações... 53

Tabela 7 – Função / Avaliação – Servente de Obras... 54

Tabela 8 – Função / Avaliação – Meio Oficial Carpinteiro... 55

Tabela 9 – Função / Avaliação – Eletricista de Instalações... 57

Tabela 10 – Função / Avaliação – Sócio (a) Administrador (a)... 58

Tabela 11 – Medição nos Equipamentos... 59

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO ... 16 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ... 17 1.3 JUSTIFICATIVA ... 17 1.4 OBJETIVOS ... 18 1.4.1 Objetivo Geral ... 18 1.4.2 Objetivos Específicos ... 18 1.5 METODOLOGIA ... 18 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 20 1.6.1 Referencial Teórico ... 20 1.6.2 Método de Pesquisa ... 20 1.6.3 PPRA ... 20 1.6.4 PCMSO ... 20 1.6.5 Considerações Finais ... 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 22 2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO ... 22 2.1.1 História ... 22 2.1.2 Conceito ... 24 2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS ... 24

2.2.1 Norma Regulamentadora 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI ... 24

2.2.1..1 Fornecimento dos EPI’s ... 25

2.2.1..2 Responsabilidades ... 25

2.2.2 Norma Regulamentadora 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA ... 26 2.2.2..1 Agentes Físicos ... 26 2.2.2..2 Agentes Químicos ... 26 2.2.2..3 Agentes Biológicos ... 27 2.2.2..4 Estrutura do PPRA ... 27 2.2.2..5 Responsabilidades ... 27

2.2.3 Norma Regulamentadora 15 – Atividade e Operações Insalubres ... 28

2.3 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL ... 28

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2.3.2 NHO 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor ... 29

2.3.3 NHO 08 – Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no ar de Ambientes de Trabalho ... 29

2.3.4 NHO 10 – Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços .. 30

2.4 AGENTES NOCIVOS ... 30 2.4.1 Ruído ... 30 2.4.2 Calor ... 30 2.4.3 Vibração ... 31 2.4.4 Agentes Químicos ... 31 2.5 CANTEIRO DE OBRA ... 31 3 MÉTODO DA PESQUISA ... 34

3.1 ANTECIPAÇÃO DOS RISCOS ... 34

3.2 RECONHECIMENTO DOS RISCOS ... 34

3.3 AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NO LOCAL DE TRABALHO. ... 36

3.3.1 Avaliação Quantitativa ... 36

3.3.2 Medidas de Controle ... 36

3.3.3 Ruído (NR-15, Anexo I e II - Ruído Continuo e Intermitente). ... 42

3.3.4 Calor (NR-15, Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor). ... 44

3.3.5 Radiações Ionizantes (NR-15, Anexo V - Radiações Ionizantes). ... 44

3.3.6 Condições Hiperbáricas (NR-15, Anexo VI - Trabalho sob Condições Hiperbáricas). ... 44

3.3.7 Radiações Não Ionizantes (NR-15, Anexo VII - Radiações Não Ionizantes). ... 45

3.3.8 Vibrações (NR-15, Anexo VIII - Vibrações). ... 45

3.3.9 Frio (NR-15, Anexo IX - Frio). ... 45

3.3.10 Umidade (NR-15, Anexo X – Umidade). ... 45

3.3.11 Agentes Químicos (NR-15, Anexo XI - Agentes Químicos). ... 45

3.3.12 (NR-15, Anexo XII - Limites de tolerância para poeiras minerais). ... 46

3.3.13 (NR-15, Anexo XIII - Agentes Químicos). ... 46

3.3.14 Agentes Biológicos (NR-15, Anexo XIV - Agentes Biológicos). ... 46

4 PPRA ... 47

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 47

4.1.1 Identificação da Empresa ... 47

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4.2.1 Imagens e comentários ... 48

4.3 AMBIENTE DE TRABALHO / FONTES GERADORAS DE RISCO ... 50

4.4 EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO UTILIZADOS ... 52

4.4.1 Dosímetro Instrutherm DOS-600 ... 52

4.4.1..1 Características Técnicas ... 53

4.4.2 Luxímetro Digital Hikari HLX-881 ... 54

4.4.2..1 Características Técnicas ... 54

4.5 DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES / AVALIAÇÃO QUANTO À EXPOSIÇÃO AOS RISCOS... 55

4.5.1 Pedreiro de Edificações ... 55

4.5.2 Servente de Obras ... 56

4.5.3 Meio Oficial Carpinteiro ... 57

4.5.4 Eletricista de Instalações ... 59

4.5.5 Sócio (a) Administrador (a) ... 60

4.6 RESULTADOS DAS MEDIÇÕES NOS EQUIPAMENTOS ... 61

4.6.1 Nível de Pressão Sonora ... 61

4.6.2 OBSERVAÇÕES ... 62

4.7 PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE ... 62

4.8 PLANEJAMENTO ANUAL – CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS AÇÕES ... 63

4.9 RECOMENDAÇÕES - SUGESTÕES DE MELHORIA ... 65

4.10 MAPA DE RISCOS ... 66

4.10.1 Canteiro de Obras – MAPA DE RISCOS... 66

5 PCMSO ... 68

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 70

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1 INTRODUÇÃO

Os últimos quatro anos não foram fáceis para o setor da Construção Civil no Brasil. Desde o 2º trimestre de 2013, a queda do PIB no setor vem somando 14,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o PIB total do país, segundo o IBGE, diminuiu 5,5% no mesmo período. Muitos foram os fatores que levaram a esta queda, entre elas: Obras do PAC interrompidas; Investigação de corrupção nas maiores empreiteiras do país; aumento do numero de imóveis disponíveis no mercado devido à alta da inflação e o aumento dos juros para aquisição de imóveis; paralisação de obras em todo o país; redução dos recursos disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor; investimentos apenas para o segmento de habitação popular pelo governo federal; mudanças das regras de financiamento da casa própria pela Caixa Econômica Federal (CEF); alterações nos acordos coletivos e fracionamento de férias devido lei de terceirização e reforma trabalhista, entre outros.

Apesar dos últimos anos não serem de um cenário positivo e de crescimento, as apostas e perspectivas para retomada de uma economia forte é uma realidade. De acordo com especialistas, a tendência é finalmente a volta dos investimentos, especialmente a partir do segundo trimestre de 2019. Ou seja, a tão aguardada retomada da construção civil no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas - IFV/IBRE, o Índice de Confiança da Construção (ICST) que estava e 80,3 em setembro de 2018, se elevou para 81,8 no mês seguinte e chegou a 84,7 em novembro do mesmo ano, sendo o maior nível atingido pelo índice desde janeiro de 2015.

Outro dado positivo levantado pelo IFV/IBRE foi à capacidade de produção da indústria da construção, que cresceu 3,5 pontos percentuais no segundo semestre de 2018. Segundo Ana Maria Castelo - Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE, “A atividade setorial ainda está muito aquém de sua média histórica, mas a direção é de retomada”. Já o mercado imobiliário registrou aumento do numero de lançamentos e incremento das vendas em 2018, comparado aos anos anteriores. Segundo a Economista Ieda Vasconcelos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, “Houve uma redução do estoque, o que dá uma perspectiva positiva, é o momento de reação do mercado de gerar mais empreendimentos”.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, os lançamentos residenciais cresceram 30,1% no terceiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período em

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2017. As vendas por sua vez chegaram a registrar aumento de 23,1%. Foram 118,4 mil unidades escoadas no acumulado dos 12 meses encerrando em setembro de 2018. Isso contra 93,5 mil unidades nos 12 meses anteriores a esse período. A expectativa é que em 2019 estes números sigam na crescente, e a crise da construção civil, finalmente fique para trás.

Segundo o Presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo – SindusConSP, José Romeu Ferraz Neto (2019), “A projeção leva em consideração o inicio de uma retomada, já iniciada no segundo semestre de 2018, pois a expectativa é uma politica econômica de reequilíbrio das contas públicas. Ou seja, uma retomada da previdência e desburocratização para empreender”. Caso esta expectativa se concretize, a geração de novos postos de trabalho será uma realidade, baixando os altos índices de desemprego que vem assombrando o país nos últimos anos.

Entretanto, toda esta euforia deve ser tratada com cautela quando analisamos os números relacionados aos acidentes decorrentes das atividades do setor da construção civil no Brasil. Pois, os números mostram que somos a quarta nação do mundo que mais registra acidentes durante as atividades laborais, atrás apenas da China, Índia e Indonésia, segundo dados levantados pela Previdência Social e Ministério do Trabalho (2012).

Segundo reportagem do Correio Brasiliense Economia, acidente de trabalho a cada ano, fonte: Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho e Anuário Estatístico da Previdência Social, postada em 05/06/2017, o setor da construção civil está entre os de maior risco, e que mais acidenta trabalhadores no país. No período entre 2012 a 2016, houve 3,5 milhões de casos, com 13,3 mil mortes no Brasil. De acordo com a “Figura. 1- Mapa do Perigo”, os setores de serviços e da indústria extrativa e da construção civil lideraram o ranking.

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Figura. 1- Mapa do Perigo

De forma a reduzir o numero de ocorrências de acidentes decorrentes das atividades laborais, o Ministério do Trabalho desenvolveu uma série de Normas Regulamentadoras (NR´s) criadas através da Portaria nº 3.214 no ano de 1978, com um único objetivo: Garantir a integridade física dos trabalhadores, evitando doenças e acidentes no ambiente laboral. Conceitualmente, é um conjunto de requisitos e procedimentos relativos à medicina e segurança do trabalho de observância obrigatória pelas empresas privadas, públicas e órgãos governamentais, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Atualmente, é composta por um conjunto de 37 (trinta e sete) normas ativas aos quais, 3 (três) destas normas, daremos um foco especial devido à importância para o desenvolvimento e elaboração deste trabalho. São elas a NR-06, que aborda sobre a obrigatoriedade das empresas fornecerem aos empregados, gratuitamente, os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados ao risco do trabalho, sendo que estes devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, a fim de resguardar a saúde, segurança e a integridade física dos trabalhadores. A NR-09 que determina a obrigatoriedade da elaboração e implementação por parte de todos os empregados, e instituições que admitam trabalhadores

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como empregados, do programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA). A mesma visa à prevenção da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente, e dos recursos naturais. E, a NR-15 que descreve as atividades, operações e agentes insalubres, em qualquer tipo de ambiente que possa vir a oferecer algum risco à saúde dos trabalhadores.

Para o desenvolvimento deste trabalho (PPRA no canteiro de obra de uma construtora) é de suma importância identificar os agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho, que possam ocasionar danos à saúde e integridade do empregado, com foco sempre na antecipação dos riscos, buscando meios de evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Para formatação deste documento, vamos seguir as seguintes etapas:

a) Antecipação e reconhecimentos dos riscos;

b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) Monitoramento da exposição aos riscos;

f) Registro e divulgação dos dados.

Cabe salientar que este é um programa dinâmico de ação contínua. Portanto, mesmo tendo validade de 1 (um) ano, é necessário realizar alterações sempre que ocorrerem mudanças no ambiente laboral, que possam vir a ocasionar novos riscos aos trabalhadores. Também salientar que, todos os dados coletados devem ser preservados por um período mínimo de 20 anos, de acordo com a legislação atual.

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO

O presente trabalho visa estabelecer um Plano de Análise e Controle de Riscos que possa estruturar o desenvolvimento de um PPRA na empresa. Todas as atividades serão verificadas no canteiro de obras de um residencial em construção, na cidade de Balneário Camboriú/ SC. Para construção das edificações, os trabalhadores expõem-se a diversos riscos de natureza física e química, como: ruídos, poeiras, operação com equipamentos e exposição ao calor e ao frio.

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1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Com base nas informações citadas no item anterior, observamos que há exposição a diversos agentes nocivos. Portanto, as indagações a serem feitas são: Os trabalhadores estão expostos a ruídos e vibrações acima do permitido na NR-15, devido à presença de fontes geradoras (equipamentos), como: betoneiras, maquinas-poli corte, serra circular, elevador tipo cremalheira, entre outros? Estes deveriam receber adicional de insalubridade de acordo com a NR-15? Deveriam também receber adicional de insalubridade, por estarem expostos à radiação solar e as intempéries do tempo (calor, frio e humidade), assim como pó de cimento e pó de serragem? Quais as medidas poderiam ser tomadas para reduzir ou extinguir os riscos? A distribuição de EPI’s e EPC’s está de acordo com o previsto na NR-6? Portanto, essa pesquisa tem como foco responder as dúvidas levantadas, através da estruturação de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), de acordo com o previsto na NR-9.

1.3 JUSTIFICATIVA

Justifica-se realizar este trabalho, uma vez que ele objetiva minimizar os riscos no ambiente laboral, e estabelecer uma linha de ação no tocante à Segurança do Trabalho, tendo sempre como meta o bem estar físico e mental dos trabalhadores.

Também para atender as Normas Regulamentadoras (NR’s) relativas à segurança e medicina do trabalho, devido estas serem de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas, e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como os órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do trabalho (CLT), segundo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); Também para atender as exigências previstas nos Decretos, Ordens de Serviço e Instruções Normativas oriundas do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Observar as instalações, maquinários e atividades desenvolvidas dentro do canteiro de obra do empreendimento objeto deste trabalho, a fim de identificar possíveis riscos à saúde dos trabalhadores em sua jornada de trabalho, tendo como foco o levantamento de dados para estruturar a elaboração de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), de acordo com a NR-09 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

1.4.2 Objetivos Específicos

 Descrever as recomendações da NR 9 para a elaboração do PPRA;

 Elencar os tipos de riscos existentes e suas especificidades;

 Elaborar o PPRA para o canteiro de obras em estudo.

1.5 METODOLOGIA

Essa pesquisa quanto à natureza é aplicada, pois segundo (VILAÇA, M. L. C. 2004), Pesquisa e Ensino: Considerações e Reflexões, a pesquisa aplicada tem como motivação a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de “contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema encontrado na realidade”. Appolinário (2004 p.152) salienta que pesquisas aplicadas tem o objetivo de resolver “problemas ou necessidades concretas e imediatas”.

Já quanto à abordagem do problema é quantitativa e qualitativa. Pois, segundo (DENZIN; LINCOLN, 2005; NEVES, 1996; HAYATI; KARAMI; SLEE, 2006), a pesquisa quantitativa permite a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes em um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente. Onde suas características principais são:

 Obedecer a um plano pré-estabelecido, com o intuito de enumerar ou medir eventos;

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 Utilizar a teoria para desenvolver as hipóteses e as variáveis da pesquisa, examinando as relações entre as variáveis por métodos experimentais ou semi-experimentais controlados com rigor;

 Empregar, geralmente, para a análise dos dados, instrumental estatístico;  Confirmar as hipóteses da pesquisa ou descobertas por dedução, ou seja,

realiza predições específicas de princípios, observações ou experiências;  Utilizar dados que representam uma população específica (amostra), a

partir da qual os resultados são generalizados, usando como instrumento para coleta de dados: questionários estruturados, elaborados com questões fechadas, testes e check-list aplicados a partir de entrevistas individuais, apoiadas por um questionário convencional (impresso) ou eletrônico.

Já na abordagem qualitativa, segundo (ALVES, 1991; GOLDENBERG, 1999; NEVES, 1996; PATTON, 2002), o pesquisador procura aprofundar-se na compreensão dos fenômenos que estuda – ações dos indivíduos, grupos ou organizações em seu ambiente e contexto social – interpretando-os segundo a perspectiva dos participantes da situação enfocada, sem se preocupar com representatividade numérica, generalizações estatísticas e relações lineares de causa e efeito. Assim sendo, a interpretação, a consideração do pesquisador como principal instrumento de investigação e a necessidade do pesquisador de estar em contato direto e prolongado com o campo, para captar os significados dos comportamentos observados, revelam-se como características da pesquisa qualitativa.

Quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva. Segundo (PEROVANO, 2014), o processo descritivo visa à identificação, registro e análise das características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou processo. Esse tipo de pesquisa pode ser entendido como um estudo de caso onde, após a coleta de dados, é realizada uma análise das relações entre as variáveis para uma posterior determinação dos efeitos resultantes em uma empresa, sistema de produção ou produto.

Quanto aos procedimentos é um estudo de caso. Segundo (CERVO E BERVIAN, 2002), estudo de caso é entendido por como uma pesquisa sobre um determinado indivíduo, família ou grupo ou comunidade que seja representativo do seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida.

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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

1.6.1 Referencial Teórico

Este capítulo contém a história da segurança do trabalho, desde seu surgimento na antiguidade, até os dias atuais. No Brasil, a criação das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, no ano de 1978, através da Portaria Nº 3.214, assim como a publicação em 1980 - pela FUNDACENTRO, das Normas de Higiene do Trabalho, que hoje são designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO. Também faz menção aos Agentes Nocivos, como: ruído, calor, vibração, agentes químicos; e de que forma estes agentes podem impactar no canteiro de obras das empresas do setor da construção civil no país.

1.6.2 Método de Pesquisa

Este capítulo referencia o método que será utilizado para as atividades de verificação / reconhecimento, medição e avaliação dos riscos ambientais, no ambiente laboral analisado – canteiro de obras.

1.6.3 PPRA

Este capítulo faz menção ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - objeto principal deste trabalho - tendo como objetivo a preservação da integridade e a saúde dos trabalhadores, no ambiente laboral. Através do planejamento anual, com estabelecimento de metas, cronograma de atividades, estratégia de ação, formas de registro e divulgação dos dados, identificação/ avaliação/ medição quanto à exposição aos riscos, será estabelecida proposta para extinção destes e/ou implementação de medidas para controla-los, com a finalidade de proteger os trabalhadores durante sua jornada de trabalho.

1.6.4 PCMSO

Este capítulo traz informações sobre Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, que deverá ser implementado pela empresa em paralelo com o PPRA, a fim de promover e preservar a saúde dos seus trabalhadores.

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1.6.5 Considerações Finais

Este capítulo resume o contexto de desenvolvimento das atividades deste trabalho, como: resultados obtidos - boas práticas, expectativas alcançadas, desenvolvimento de ações com o objetivo de melhorar as condições do ambiente de trabalho, assim como preservar a saúde e integridade dos trabalhadores.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

2.1.1 História

Segundo (CAMISASSA, 2016), a palavra “trabalho” surgiu a partir do vocábulo latino tripaliu – denominação de um instrumento de tortura formado por três (tri) paus (paliu). Desde a Antiguidade até a Idade Média, o trabalho sempre esteve aliado a um sentido negativo, de castigo e sofrimento. Segundo Aristóteles, o homem deveria ser livre para dedicar-se a própria perfeição, onde o trabalho o impedia. Somente a vida contemplativa, e não a vida ativa levaria o homem à dignidade. A ociosidade era o valor e o trabalho, o desvalor.

A partir do Renascimento, a noção negativa associada ao trabalho vai aos poucos tomando uma feição positiva, quando surgiram as ideias de valorização do trabalho como manifestação da cultura, e este começou timidamente a ser visto como um valor da sociedade e do próprio homem.

A relação existente entre trabalho-saúde-doença já era percebida desde a antiguidade (CAMISASSA, 2016). Porém, como somente os escravos trabalhavam - considerados não cidadãos - eram eles que estavam expostos aos riscos do trabalho. Por este motivo, não havia uma preocupação efetiva no sentido de se garantir proteção ao trabalho, já que a mão de obra era abundante. Na época se verificava alguns estudos isolados de investigação de doenças do trabalho, como do filósofo grego Hipócrates (460-375 a.C.), que descreveu um quadro de “intoxicação saturnina” em um mineiro na época. Plínio, O Velho, escritor e naturalista romano, que viveu no início da era Cristã (23-79 d.C.), descreveu, em seu tratado “De Historia Naturalis”, as condições de saúde dos trabalhadores com exposição ao chumbo e poeiras.

Em meados do século XVI, o pesquisador alemão George Bauer publicou um livro chamado “De Re Metallica”, no qual apresentava os problemas relacionados à extração de minerais e à fundição da prata e do ouro, com destaque para uma doença chamada “asma dos mineiros”, que sabemos hoje tratar-se da silicose.

Em 1700, um médico italiano chamado Bernardino Ramazzini, publicou um trabalho sobre doenças ocupacionais chamado De Morbis Artificum Diatriba (Doenças do

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Trabalho), no qual relacionou os riscos à saúde ocasionados por produtos químicos, poeira, metais e outros agentes encontrados nas atividades exercidas por trabalhadores em várias ocupações. Ao longo dos anos, vários médicos e higienistas se ocuparam da observação do trabalho, qualitativa, e não quantitativa ainda, devido às limitações tecnológicas da época em diversas atividades, conseguindo chegar a várias descobertas importantes.

Com a chegada da Revolução industrial (CAMISASSA, 2016), começou um processo de grandes transformações econômicas, tecnológicas e sociais, que se iniciou em meados do século XVIII na Europa Ocidental. Entretanto, os avanços tecnológicos dos meios de produção se contrastavam com o crescimento das doenças e mortes entre os trabalhadores assalariados, devido às precárias condições de trabalho na época. Com isso, surgiram os primeiros movimentos operários contra as péssimas condições de trabalho e ambientes insalubres.

Em 1802, foi aprovado pelo parlamento britânico, um dos marcos da legislação internacional relativa à proteção do trabalho, conhecido como Leis das Fábricas (do inglês, Factory Law ou Factory Acts) com o objetivo de proteção do trabalho de mulheres e crianças, tanto no que se refere ao ambiente de trabalho quanto às jornadas excessivas, comumente praticadas.

Com o passar dos anos foram elaboradas outras leis, entre elas a proibição do trabalho a menores de 9 anos, e o estabelecimento da jornada diária de trabalho de 8 horas. E em 1912, finalmente foi criado o Código de Leis Trabalhistas (CLT). A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu incialmente nos Estados Unidos, no início do século 20, sendo o Brasil um dos membros fundadores da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1919, (OLIVEIRA, 2016).

Já as Normas Regulamentadoras (NR’s) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, foram aprovadas no ano de 1978 por meio de uma Portaria de nº 3.214, que regulamentou o Capítulo V, Título II (Segurança e Medicina do Trabalho) da CLT. Em 1985, a Lei nº 7.410 criou a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, cabendo ao MTE à responsabilidade de seu registro.

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2.1.2 Conceito

Segurança do trabalho pode ser entendida como um conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador (ALBUQUERQUE, 2012).

A segurança do trabalho se faz presente no universo produtivo, seja de bens ou serviços, identificando riscos e perigos que estejam presentes de forma a eliminá-los ou, quando não seja possível, controla-los para que não resultem em acidentes ou doenças (PIZA, 2016).

2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS

No Brasil, as legislações correspondentes a Segurança e Saúde no trabalho, começaram a vigorar no ano de 1978 conforme portaria nº 3.214, que aprovou de inicio 28 Normas Regulamentadoras. Atualmente, são 37 Normas Regulamentadoras, de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas, e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (MTE, NR-1 – Disposições Gerais – 1.1).

Para melhor entendimento do trabalho que será realizado, abordaremos algumas Normas Regulamentadoras que são fundamentais para sequencia das atividades:

2.2.1 Norma Regulamentadora 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

Esta norma orienta sobre os tipos de equipamentos de proteção individual disponíveis no mercado. Dicas de manuseio, manutenção, utilização e conservação, assim como definição de responsabilidades por empregadores e empregados. Segundo a norma, item 6.1, entende-se como Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Quanto à comercialização, só poderá ser oferecido, segundo item 6.2, independente ser for de procedência nacional ou importada, se possuir Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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2.2.1..1 Fornecimento dos EPI’s

Quanto ao fornecimento , segundo item 6.3, fica de obrigatoriedade da empresa a distribuição gratuita dos EPI’s aos empregados, em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias:

 Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

 Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;  Para atender a situações de emergência.

2.2.1..2 Responsabilidades

Quanto às responsabilidades, segundo item 6.6.1, cabe ao empregador:  Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

 Exigir seu uso;

 Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho;

 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

 Substituir imediatamente quando, danificado ou extraviado;  Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;  Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

 Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

Cabe aos trabalhadores, segundo item 6.7:

 Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;  Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne improprio para o uso;

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A norma também orienta sobre os procedimentos que o fabricante, seja ele nacional ou importador, deverá cumprir, a fim de estar de acordo com a legislação pertinente. Também traz uma lista de EPI’s, inclusive com imagens ilustrativas, dos tipos de proteção disponíveis no mercado.

2.2.2 Norma Regulamentadora 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

Esta norma objetiva (Oliveira, 2016), a preservação da saúde e integridade do trabalhador, por meio da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao meio ambiente e recursos naturais, levando-se em conta os agentes físicos, químicos e biológicos.

Segundo itens 9.1.1 e 9.1.2, é obrigatório à elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA. As ações devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade, dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

Segundo item 9.1.3, o PPRA é parte integrante de um conjunto mais amplo de iniciativas da empresa, devendo estar articulado com as demais NR’s, em especial, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.

Para efeito desta norma, item 9.1.5, consideram-se riscos ambientais, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho, que em função da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar dano à saúde do trabalhador. Onde, serão considerados:

2.2.2..1 Agentes Físicos

Diversas formas de energia, a que possam estar expostos os trabalhadores (ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, infrassom e ultrassom);

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Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato, ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão;

2.2.2..3 Agentes Biológicos

Bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

2.2.2..4 Estrutura do PPRA

Segundo item 9.2 da norma, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, deverá conter pelo menos:

 Planejamento anual, com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;

 Estratégia e metodologia de ação;

 Formas de registro, manutenção e divulgação dos dados;

 Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Também está previsto que, sempre que necessário, e pelo menos uma vez ao ano, deverá ser realizado uma análise global do PPRA, para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários, assim como estabelecimento de novas metas e prioridades.

2.2.2..5 Responsabilidades

Com relação às responsabilidades, item 9.4.1, cabe ao empregador estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição. Quanto aos trabalhadores, item 9.4.2, cabe colaborar e participar na implementação e execução do PPRA, seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA e informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.

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2.2.3 Norma Regulamentadora 15 – Atividade e Operações Insalubres

A NR-15 descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definem as situações que, vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, demonstrem a caracterização do exercício insalubre e também os meios de protegê-los das exposições nocivas à saúde (PÉCORA, 2015).

Segundo item 15.1.5, entende-se por limite de tolerância, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral.

Portanto, segundo item 15.2, o exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salario mínimo da região, equivalente a:

 40% (quarenta por cento) para insalubridade de grau máximo;  20% (vinte por cento) para insalubridade de grau médio;  10% (dez por cento) para insalubridade de grau mínimo.

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, item 15.3, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

No caso da eliminação ou neutralização da insalubridade, item 15.4, determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo, quando:

 Ocorrer à adoção de medidas de ordem geral, que conserve o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

 Com a utilização de equipamentos de proteção individual.

2.3 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL

A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas anteriormente Normas de Higiene do Trabalho – NHT, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO.

Diante dos processos dinâmicos das técnicas de identificação, avaliação e controle dos riscos ambientais, e considerando o desenvolvimento tecnológico, a revisão técnica destas normas é de fundamental importância (FUNDACENTRO, 2001).

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Estas Normas Técnicas são de suma importância quando nos detemos a avaliar os agentes causadores dos riscos ambientais. Através de metodologia especifica, estas normas auxiliam nos critérios técnicos para avaliação dos riscos potenciais. Serão utilizadas 4 (quatro) normas especificamente neste trabalho:

2.3.1 NHO 01– Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído

O objetivo desta norma é estabelecer critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional. Aplica-se a avaliação de ruído contínuo ou intermitente, e a ruído de impacto, em quaisquer situações de trabalho. Entretanto, cabe salientar que não está voltada para a caracterização das condições de conforto acústico.

2.3.2 NHO 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor

O objetivo desta norma é estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor, que implique sobrecarga térmica ao trabalhador, resultado em risco potencial a sua saúde. Quanto a sua aplicabilidade, está voltada a avaliar a exposição ao calor, em ambientes internos e externos, com ou sem carga solar direta, em qualquer situação de trabalho que possam trazer danos à saúde dos trabalhadores. Não estando, no entanto voltada, para caracterização de conforto térmico.

2.3.3 NHO 08 – Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no ar de Ambientes de Trabalho

Esta norma estabelece um procedimento padronizado para coleta de material particulado sólido, em filtros de membrana, com a finalidade de obter amostras representativas, das partículas suspensas no ar de ambientes de trabalho. Este procedimento aplica-se a coleta de partículas de origem mineral, metálica, vegetal e animal, de negro de fumo, e de partículas insolúveis não especificadas de outra maneira. Entretanto, não se aplica para partículas em forma de fibras.

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2.3.4 NHO 10 – Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços

O objetivo desta norma é estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços, que implique risco a saúde do trabalhador, entre os quais, a ocorrência da síndrome da vibração em mãos e braços (SVMB).

Cabe salientar que, esta norma aplica-se a vibração ocupacional em mãos e braços em quaisquer situações de trabalho.

2.4 AGENTES NOCIVOS

2.4.1 Ruído

Entende-se por ruído um agente contaminante de tipo físico; é um som indesejável e, desta forma, incômodo. É definido como o som ou grupo de sons de tal amplitude que pode ocasionar adoecimentos ou interferência no processo de comunicação. Quanto à diferença entre som e ruído, sabe-se que o primeiro pode ser quantificado, enquanto que o segundo é considerado um fenômeno subjetivo (Ganime, JF., Almeida da Silva, L., Robazzi, ML do CC., Valenzuela Sauzo, S. Faleiro, SA, 2010).

De modo objetivo, é considerado todo sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as quais não apresentam relação entre si, de modo subjetivo é considerada toda sensação de desagrado, desconforto e/ou de intolerância decorrente de uma exposição sonora (Ganime, JF., Almeida da Silva, L., Robazzi, ML do CC., Valenzuela Sauzo, S. Faleiro, SA, 2010).

2.4.2 Calor

Calor é o termo associado à transferência de energia térmica de um sistema a outro - ou entre partes de um mesmo sistema - exclusivamente em virtude da diferença de temperaturas entre eles. Designa também a quantidade de energia térmica transferida em tal processo (WIKIPÉDIA, 2018).

O calor é uma das duas formas possíveis para se transferir energia de um sistema a outro; e expressa à quantidade de energia transferida através da fronteira comum aos sistemas. Dá-se, portanto sem a associação causal direta com eventuais variações nos volumes dos

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sistemas, mesmo considerado que, em alguns casos, variações de volume acabem por secundariamente levar à existência de calor, mediante a indução prévia de diferenças de temperaturas (WIKIPÉDIA, 2018).

2.4.3 Vibração

Qualquer movimento que se repete depois de um intervalo de tempo é chamado de vibração ou oscilação. A teoria das vibrações trata do estudo dos movimentos oscilatórios dos corpos e das forças associadas aos mesmos. A vibração de um sistema ocorre pela transformação da energia potencial em energia cinética e de energia cinética em potencial alternadamente. Se o sistema for amortecido, alguma energia é dissipada em cada ciclo de vibração e precisa ser reposta por uma fonte externa se o estado da vibração é para ser mantido (NABARRETE, 2017).

2.4.4 Agentes Químicos

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, nevoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão (FIOCRUZ, 2004).

2.5 CANTEIRO DE OBRA

Os riscos nos canteiros de obras das construtoras ainda são frequentes, apesar de todo esforço de conscientização em segurança do trabalho. A probabilidade de um trabalhador do setor da construção civil sofrer um acidente, ainda é alta, por mais medidas de segurança que sejam tomadas. Diálogos diários (DDS) e semanais (DSS) de segurança precisam ser praticados periodicamente, pois o dia a dia no ambiente de trabalho acaba sendo rotineiro, fazendo com que os cuidados caiam no esquecimento, e acabam não sendo praticados.

Um dos fatores mais importantes a serem considerados para gestão de uma obra é a gestão de riscos de todo o processo de construção. Desde a segurança dos trabalhadores contratados para a obra, até os impactos no espaço em que acontece a construção, são muitos

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os aspectos de uma obra que podem trazer graves riscos ao longo do processo (Vejaobra, 2018).

E para que seja possível garantir uma execução segura do projeto, é preciso analisar todos os riscos que a execução do projeto envolve para que seja possível criar medidas preventivas ainda na fase de planejamento. Por isso, é fundamental que a gestão da obra inclua também a gestão de riscos do projeto, não só para garantir um ambiente seguro e confiável de trabalho para os seus colaboradores de obras, mas também para evitar problemas jurídicos graves para a sua empresa ou escritório. Para tanto, é preciso analisar não só a atividade a ser executada, mas também os materiais que serão utilizados, e as máquinas, equipamentos e ferramentas que serão necessários para que seja possível realizá-la (Vejaobra, 2018).

Segundo (VENTURINI, 2011), recomenda-se a elaboração de pelo menos um mapa de riscos para cada fase de construção (escavação e fundação, estrutura, vedação e acabamento), no caso de obras comerciais e residenciais, ou frente de serviço, na construção pesada.

A indústria da construção civil (Vejaobra, 2018), é altamente dependente de mão de obra, o que por consequência torna os números de acidentes de trabalho no canteiro de obras bem expressivos. No entanto, alguns fatores contribuem de forma maior para a incidência de acidentes, e por isso vale a pena mencionar os imprevistos mais comumente encontrados:

 Queda em altura: Antes de dar início a trabalhos em altura, os profissionais contratados devem estar bem informados sobre as NR’s e compreender o uso dos equipamentos de segurança exigidos. Uma queda durante o trabalho pode trazer consequências negativas para toda a vida do colaborador, e é crucial que todos os envolvidos estejam conscientes dos riscos que esse tipo de trabalho envolve, tomando todas as providências necessárias para evitá-los.

 Queda de materiais: A queda de materiais durante o trabalho em altura pode causar acidentes gravíssimos. Todos os profissionais envolvidos na obra precisam estar conscientes das consequências de trabalhar nesse tipo de situação, executando as suas funções sempre de acordo com as NR’s.  Choques elétricos: A atenção deve ser redobrada em atividades que

envolvam energia elétrica. Além de ser fundamental que seja contratado um profissional experiente e qualificado, equipado com o que for

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necessário para garantir a sua segurança durante a sua presença no canteiro de obras.

 Falta de sinalização: A sinalização no canteiro de obras é fundamental para evitar acidentes. Indicar os possíveis riscos de cada espaço da construção com placas, fitas sinalizadoras e barreiras físicas garante que todos os profissionais envolvidos estejam sempre em alerta sobre a própria segurança durante o período de trabalho.

 Falta de conhecimento sobre materiais: Antes de atribuir uma tarefa a um dos membros da equipe do projeto, deve-se certificar de que ele saiba manusear corretamente as ferramentas que farão parte dessa etapa. Isso evita acidentes de trabalho e possíveis danos aos materiais utilizados.  A organização e atenção ao trabalho no canteiro também são aspectos que

podem trazer riscos à obra se não forem prioridade da equipe. Desde o armazenamento de ferramentas à circulação de pessoas no ambiente de trabalho; é preciso foco na execução do projeto, sempre de acordo com aquilo que foi planejado no Cronograma de Obras, a fim de evitar intercorrências ao longo da construção.

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3 MÉTODO DA PESQUISA

Tendo como objetivo principal a prevenção da saúde e integridade física dos trabalhadores, as atividades propostas serão desenvolvidas através das seguintes etapas:

3.1 ANTECIPAÇÃO DOS RISCOS

Buscar identificar o potencial de risco à saúde antes que um determinado processo seja implementado ou modificado e novos agentes sejam introduzidos no ambiente.

3.2 RECONHECIMENTO DOS RISCOS

Através da NR-09 – PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), que considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade, e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador, serão verificados os possíveis riscos de acordo com a seguinte sequência:

 A sua identificação;

 A determinação das possíveis fontes geradoras;

 A identificação dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho;  A identificação das funções e determinação do numero de colaboradores expostos;  A caracterização das atividades e o tipo de exposição;

 A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalhador;

 Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica;

 A descrição das medidas de controle já existentes.

Será utilizada a tabela “Tab. 1 - Tipos de Riscos”, a fim de auxiliar na identificação dos riscos ambientais:

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Tab.1 - Tipos de Riscos

Abaixo, seguem algumas definições e/ou tipos de agentes:

 Ruído – Todo barulho, incômodo, que seja contínuo, intermitente ou de impacto.  Vibrações – Exposição localizada ou de corpo inteiro, decorrente de atividades em

máquinas ou equipamentos, que venham a causar distúrbios fisiológicos.

 Radiações Ionizantes – São ondas eletromagnéticas que se propagam com alta velocidade, que ao interagir podem produzir variados efeitos sobre a matéria.

 Radiações Não Ionizantes – São radiações de baixa frequência gerada por campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, como: micro-ondas, ultravioleta e laser.  Frio – São atividades executadas no interior de câmaras frias, ou em locais que

apresentam condições similares (não naturais), que exponham o trabalhador a temperaturas abaixo de 5°C.

 Calor – Mecanismo de troca térmica, com o aumento da perda de energia calorífica, provocando distúrbios fisiológicos, avaliado conforme anexo III na NR-15.

 Umidade – Atividades executadas em locais alagados, com umidade excessiva, capaz de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

 Poeiras – São partículas sólidas obtidas por ruptura mecânica de sólidos, como: pó de serragem, de algodão, decorrente de movimentação de terra, asbesto, etc.

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 Fumos – São partículas sólidas em suspenção, de metal ou seus compostos, gerados por processo de condensação de vapores de substâncias que são sólidas nas condições ambientais de temperatura e pressão, como: atividades de soldas por eletrodo, etc.  Névoas – São partículas líquidas produzidas por ruptura mecânica, como: aplicação de

herbicidas, pintura com pistola, etc.

 Gases – Substancias que em condições ambientais de temperatura e pressão, encontram-se na forma de gás, como: cloro, metil mercaptana, monóxido de carbono, etc.

 Neblinas – São partículas líquidas produzidas por condensação de vapores de substancias que se encontram no estado liquido, nas condições normais de temperatura e pressão, como: descarga de digestores.

 Vapores – Fase gasosa de uma substância normalmente sólida ou liquida, em condições ambientais de temperatura e pressão, como: vapores de solventes, etc.  Substâncias Compostas ou Produtos Químicos em geral – Absorção cutânea pelo

contato com substâncias químicas que possam provocar danos a saúde, como: óleos, graxas, defensivos agrícolas, etc.

3.3 AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NO LOCAL DE TRABALHO.

3.3.1 Avaliação Quantitativa

Será realizada sempre que necessário para:

 Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de reconhecimento;

 Dimensionar a exposição dos trabalhadores;

 Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

3.3.2 Medidas de Controle

Serão adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais, sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações:

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 Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial a saúde;  Constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente a saúde;

 Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores de limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of Governmental Industrial Hygyenists – ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos que os critérios técnico-legais estabelecidos;

 Quando através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho ao qual eles ficarem expostos.

Os estudos, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva obedecerão à seguinte hierarquia:

 Medidas que eliminem ou reduzam à utilização de agentes prejudiciais a saúde;  Medidas que previnam a liberação destes agentes no ambiente de trabalho;  Medidas que reduzam os níveis destes agentes no ambiente de trabalho.

A implantação de medidas de caráter coletivo será acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que assegurem a sua eficiência, e de informações sobre as eventuais limitações de proteção que oferecem. Quando comprovado pelo empregador a inviabilidade técnica de adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrar-se em fase de estudos, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar, serão adotadas outras medidas, obedecendo a seguinte hierarquia:

 Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;  Utilização de equipamentos de proteção individual – EPI.

Com objetivo de levantar dados, para desenvolvimento do PPRA, será considerado nas análises, abrangência e profundidade gradual às características dos riscos e das necessidades de controle. Nos locais de não identificação de riscos, será limitado ao registro e divulgação dos dados coletados em campo.

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As medidas de controle envolverão a adoção de ações necessárias e suficientes para a eliminação ou redução dos riscos ambientais.

As medidas preventivas serão obrigatórias sempre que for atingido o nível de ação, incluindo o monitoramento periódico, informações aos trabalhadores e o controle médico ocupacional.

Através de inspeções pré-agendadas nas instalações, a fim de averiguar Máquinas / Equipamentos, Processos Produtivos – Agentes Ambientais (físicos, químicos e biológicos), Fontes Geradoras e suas Formas de Propagação, a abordagem deste trabalho levará em consideração análises de aspecto qualitativo e quantitativo no ambiente laboral.

Para inicio das atividades, a abordagem das verificações terá como foco, perigos de natureza qualitativa, levando-se em conta a probabilidade e a gravidade de ocorrer um evento de natureza acidental ou doença proveniente de atividade laboral.

Posteriormente, será realizada uma análise quantitativa dos riscos encontrados, verificando se os mesmos estão de acordo com as Normas Regulamentadoras - 09 e NR-15.

Antes das medições serem realizadas, serão verificadas as condições de todos os equipamentos de medição, quanto à correta calibração destes, atendendo as exigências legais e metodologias definidas pelas Normas de Higiene Ocupacional (NHO) da FUNDACENTRO. Será realizada a classificação do grau de risco, de acordo com a tabela “Tab. 2 – Matriz Modelo de Risco” (LAPA, 2018).

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Tab. 2 - Matriz Modelo de Risco

Quanto aos agentes, anexos, metodologia, equipamentos e técnicas que serão utilizadas, estão relacionados na tabela “Tab.3 – Metodologia e Equipamentos para Avaliação”.

Tab.3 – Metodologia e Equipamentos para Avaliação

AGENTE NR-15 METODOLOGIA EQUIPAMENTOS TÉCNICA

UTILIZADA

Ruído Anexos 1 e 2 NHO-1 Fundacentro - Medidor de Pressão sonora, ou - Dosímetro. - Leitura Instantânea; - Dosimetria. Calor Anexo 3 NHO-6 Fundacentro IBUTG – ISO 7.243 - Árvore de Termômetro ou Medidor de Stress Térmico Eletrônico - Avaliação de IBUTG. Radiação Ionizante Anexo 5 NHO-5 Fundacentro (Raio x) CNEN-NE - Dosímetro de bolso, filmes, canetas; ou - Amostragem passiva; - Leitura

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3.01/88 (demais casos) - Contador Geiger Muller, Cintiladores e Câmeras de Ionização Instantânea. Vibração Anexo 8 ISO 2.631 – Corpo Inteiro e ISO 5.349 – Mãos e Braços - Medidor de Vibração com Analisador de Frequência e Acelerômetros - Leitura Instantânea.

Frio Anexo 9 Art. 253 da C.L.T e ACGIH - Termômetro e Anemômetro - Leitura Instantânea. Agentes Químicos Gases e Vapores Anexo 11 NHO-2 Fundacentro NHO-3 Fundacentro NHO-4 Fundacentro NHO-7 Fundacentro Métodos da NIOSH - Tubos Passivos, tubos calorímetros, e Dosímetro Passivos ou - Bombas de Fole ou Pistão e Bombas de Amostragem com tubos de carvão e sílica, porta tubos e Impinges; ou - Instrumentos de Leitura Direta. - Amostragem Passiva - Aspiração Mecânica - Leitura Instantânea. Asbesto Anexo 12 NIOSH: 7.400, 7.402, 9.000 e 9.002 - Bombas de Amostragem com Cassete Condutivo e - Filtro Ester de Celulose com Calibrador. - Aspiração Mecânica

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Compostos Amostragem com Cassete, Filtro e Calibrador.

Mecânica

Sílica livre Anexo 12

MHA-1 D Fundacentro NIOSH: 7.500, 7.501, 7.601, 7.602 e 7.603. - Bombas de Amostragem com Cassete, Filtro de PVC, Ciclone e Calibrador. - Aspiração Mecânica

Benzeno Anexo 13-A

Instrução Normativa TEM nº 1 e 2 de 20.12.1995 - Bombas de Amostragem - Instrumentos de Leitura Direta. - Aspiração Mecânica - Leitura Instantânea. Poeiras Minerais ACGIH NHO-2 da Fundacentro NIOSH: 7.500 - Bombas de Amostragem com Cassete, Filtro Ciclone e Calibrador. - Aspiração Mecânica Fumos e partículas metálicas Anexos 11 e 12 NIOSH: 7.300 e OSHA ID - 125 - Bombas de Amostragem com Cassete, Filtro Ester de Celulose, Ciclone e Calibrador. - Aspiração Mecânica Agentes Biológicos Anexo 14 Portaria nº 3.523/98 GM-MS e Resolução nº 9/03 ANVISA - Qualitativa - Quantitativa - Inspeção no Local; - Sedimentação, Filtração, Borbulhação ou Impactação.

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3.3.3 Ruído (NR-15, Anexo I e II - Ruído Continuo e Intermitente).

Para avaliação dos limites de tolerância para ruído, segundo a NR15, será necessário verificar primeiramente se o ruído é contínuo ou intermitente, ou de impacto. Pois, segundo a norma (Anexo I, item. 1) entende-se por ruído continuo ou intermitente, todo ruído não considerado de impacto. Já ruído de impacto (Anexo II, item 1), é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.

As medições de níveis de ruído contínuos ou intermitentes serão verificadas em decibéis (dB), com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW); As medições serão realizadas nos locais de circulação e permanência de trabalhadores, com as leituras realizadas próximo ao ouvido dos mesmos, durante toda a jornada de trabalho. Pois, na prática, os trabalhadores estão expostos a diferentes níveis de ruído, durante suas atividades, no decorrer do período de exposição. Cabe evidenciar, que estes valores não poderão exceder os limites fixados no quadro do Anexo I da NR-15 (Limites de Tolerância para Ruído Continuo ou Intermitente) desta norma, tabela Tab.4 deste trabalho.

Importante também salientar que, não será permitido a exposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A), os trabalhadores que não estejam adequadamente protegidos. Pois, as atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis altos de ruído, continuo ou intermitente, superior a 115 dB (A), sem a proteção adequada, oferecerão RISCO GRAVE E IMINENTE.

A fim de melhorar a representação da situação real, será calculada a dose de ruído de acordo com o determinado pela NR15, Anexo 01, item 6, da portaria 3214 do MTE.

Em casos que, durante a jornada de trabalho ocorrer dois ou mais períodos de exposição a ruídos de diferentes níveis, serão considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações excederem a unidade (Dose > 1), a exposição será considerada acima do limite de tolerância; onde:

Cn – Tempo total em que o trabalhador ficará exposto ao ruído específico; Tn – A máxima exposição diária permissível a este nível.

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C1 C2 C3 Cn --- + ---- + ---- + ... + --- T1 T2 T3 Tn

Segue tabela Tab.4 – Limites de Tolerância para Ruídos Continuo ou Intermitente (NR-15, Anexo. 1), que relaciona o nível de ruído em dB (A), a máxima exposição diária permissível.

Tab.4 – Limites de Tolerância para Ruídos Contínuo ou Intermitente.

Fonte: Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego, NR-15, Anexo-I.

Cabem ressaltar algumas diferenças entre as NR’s 15 e 9 do MTE, e a NHO 01 da Fundacentro, sobre o tema ruído. Na NR-9, trata o assunto como nível de ação, que para o ruído equivale a 0,5 (dose superior a 50%). Se estabelecermos o critério utilizado na NR-15, (Anexo I, item 6), 50% da dose seria equivale a 80 dBs. Já a NHO 01, determina que a medição da dose de exposição ao ruído, deva ser realizada em um Grupo Homogêneo de Exposição (GHE), através de medidores integradores de uso pessoal (Dosímetro de ruído), utilizando equipamentos com a seguinte configuração:

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 Classificação Mínima do tipo 2;  Circuito de ponderação – “A”;  Circuito de resposta – lenta (SLOW);

 Critério de referência – 85 dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas;

 Nível limiar de integração – 80 dB(A);  Faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A);  Incremento de duplicação de dose = 3 (q=3);

 Indicação de ocorrência de níveis superiores a 115dB(A).

3.3.4 Calor (NR-15, Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor).

Se necessário, a exposição ao calor será avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido” - Termômetro de Globo (IBUTG). As medições de temperatura serão efetuadas no local de permanência dos trabalhadores, durante a atividade laboral, à altura da região do corpo de maior atingimento.

Serão considerados limites de tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente, com períodos de descanso no próprio local de prestação dos serviços.

3.3.5 Radiações Ionizantes (NR-15, Anexo V - Radiações Ionizantes).

No caso das atividades ou operações onde os trabalhadores poderão estar expostos a Radiações Ionizantes ou Limites de Tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do homem e de seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes na Norma CNEN-NE-3.01: Diretrizes Básicas de Radioproteção.

3.3.6 Condições Hiperbáricas (NR-15, Anexo VI - Trabalho sob Condições Hiperbáricas).

Este anexo trata dos trabalhadores sob ar comprimido e dos trabalhos submersos, não sendo objeto deste trabalho.

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