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OS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ESTUDANTES DO NONO ANO: UMA INVESTIGAÇÃO A PARTIR DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

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Academic year: 2021

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OS HÁBITOS ALIMENTARES DOS ESTUDANTES DO NONO ANO: UMA INVESTIGAÇÃO A PARTIR DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Modalidade: (X) Ensino (X) Pesquisa ( ) Extensão Nível: ( ) Médio (X) Superior ( ) Pós-graduação

Área: ( ) Química ( ) Informática ( ) Ciências Agrárias ( ) Educação (X) Multidisciplinar Thassiana CAMARGO; Anelise G. DE LUCA; Vanessa Neves HOPNER.

Acadêmica do Curso de Licenciatura em Química, Professoras orientadoras do Estágio

Introdução

O ato de cozinhar traz a possibilidade de conhecer, manipular e até mesmo degustar várias moléculas, isso porque os alimentos que ingerimos são formados por átomos que agrupados formam moléculas. Segundo Barros (2010):

A Química circula pelos mais diversos setores da nossa vida: higiene e cosméticos, meio ambiente, combustíveis, polímeros e seus derivados (usados em roupas e trajes espaciais), materiais avançados (para a eletrônica e a nanotecnologia), solventes, tintas, aditivos alimentares e muito mais. Do que conhecemos na natureza e até mesmo em nossos organismos, muito está ligado aos estudos da Química ou de sua “irmã”: a Bioquímica. Pode parecer exagero, mas em nossa casa temos verdadeiros laboratórios de reações químicas acontecendo bem ao nosso lado: o banheiro e a cozinha. (BARROS, 2010, p.16)

Portanto, podemos refletir sobre a abordagem da Química no cotidiano, buscando um novo olhar sobre aquilo que nos parece tão familiar e que pode ser problematizado, na intenção de contextualizar o ensino de Química.

Ao se tratar de contextualização, um tema que merece destaque é a obesidade. De acordo com Brasil (2012), a obesidade é uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial e resulta de balanço energético positivo; seu desenvolvimento ocorre principalmente pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A prevenção da obesidade na infância é a maneira mais segura de controlar essa doença, que pode se iniciar desde a vida intrauterina até a adolescência.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2009), apresentam que o excesso de peso e a obesidade surgem a partir dos 5 anos de idade em todo o território brasileiro, sem fazer distinção de classe social. Ainda, Brasil (2012), apresenta que:

Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O número de crianças acima do peso mais que dobrou entre 1989 e 2009, passando de 15% para 34,8%. O número de obesos aumentou mais de 300% nesse mesmo grupo etário, indo de 4,1%

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em 1989 para 16,6% em 2008-2009. Entre as meninas, esta variação foi ainda maior, de 11,9% para 32%. (BRASIL, 2012)

Outros resultados disponibilizados pelo IBGE (2009) demonstram uma pesquisa que avaliou 618.500 alunos de escolas públicas e privadas de todo país que frequentam o nono ano do ensino fundamental entre 13 a 15 anos de idade. Os resultados apresentados indicam que 57% dos estudantes são inativos ou insuficientemente ativos em termos de prática física, fazendo com que o índice de obesidade e excesso de peso se eleve.

As informações apresentadas anteriormente justificam que o desenvolvimento de atividades pedagógicas podem auxiliar na diminuição dos índices de obesidade e excesso de peso. Para isso, o estudo dos alimentos em sala de aula tem como objetivo favorecer a tomada de decisões, de modo que o estudante possa fazer suas escolhas visando uma alimentação mais saudável.

O professor deve mostrar ao aluno que os conceitos de Química estão presentes em seu cotidiano e permeiam sua vida a todo o momento. Em tudo o que fazemos ou tocamos essa Ciência está presente. Trabalhar com conteúdos relacionados a fenômenos que ocorrem na vida diária dos estudantes pode acarretar na apropriação dos conhecimentos científicos.

Neste texto, serão expostos alguns resultados das atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado III, que tem como questão-problema: Como os estudantes dos 9º ano podem se apropriar dos conceitos químicos através de uma sequência didática intitulada – Conhecemos os alimentos que ingerimos?

O objetivo do trabalho apresentado neste texto é diagnosticar através da análise de um questionário e da elaboração de um diário alimentar, a importância de hábitos alimentares saudáveis.

Caminhos percorridos

Este trabalho contempla as atividades desenvolvidas na intervenção pedagógica para o Estágio supervisionado III, numa escola pública localizada em São Francisco do Sul. Inicialmente foi aplicado um questionário para identificar os hábitos alimentares dos alunos do 9º ano. As perguntas contidas no questionário foram baseadas no trabalho de Bertoldi e Vasconcellos (2006), perfazendo oito questões. Com o intuito de coletar dados mais precisos sobre a alimentação dos estudantes foi proposta a elaboração de um diário alimentar e posteriormente, foram ministradas aulas com uma abordagem experimental investigativa.

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O Quadro 1 refere-se ao questionário respondido pelos alunos, a partir dos questionamentos de Bertoldi e Vasconcellos (2006).

Quadro 1: Questões respondidas pelos alunos

Questões A B C

Faço: Uma refeição

adequada por dia;

Duas ou três refeições adequadas por dia;

Mais de três refeições adequadas por dia; Como frituras (batata frita, pastéis,

bolinhos...):

Praticamente todos os dias;

De duas a três vezes por semana;

Menos de duas vezes por semana;

Tomo refrigerantes: Diariamente Raramente De duas a três vezes por

semana; Como verduras e frutas; Quase todos os dias; Duas vezes por dia ou

mais;

Raramente Como biscoitos, salgadinhos, balas,

chocolates:

Sempre entre as refeições;

Raramente; Uma ou duas vezes por

dia; Como cereais integrais (pão integral,

granola, aveia, farelo...):

Pelo menos uma vez por dia;

Menos de três vezes por dia;

Nunca

Bebo: Um copo de leite por

dia;

De dois a três copos de leite por dia;

Não bebo leite; Como carnes, ovos e derivados do leite

(queijo, manteiga, ricota):

Raramente; De duas a três vezes por semana;

Pelo menos duas vezes por dia;

O Quadro 2 representa os valores atribuídos para análise dos resultados conforme Bertoldi e Vasconcellos (2006).

Quadro 2: Valores atribuído pelos autores para cada alternativa.

Questões 1 2 3 4 5 6 7 8

A 1 2 2 1 2 0 1 2

B 0 1 0 0 0 1 0 1

C 2 0 1 2 1 2 2 0

Resultados e Discussões

Verificou-se, através dos dados obtidos nos questionários, considerando análise de Bertoldi e Vasconcellos (2006) que a alimentação dos estudantes em geral é boa e que os mesmos não cometem muitos erros alimentares, já que a maioria dos alunos atingiram os valores de 4 a 9 pontos. O Gráfico 1 a seguir apresenta os dados de modo geral.

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Gráfico 1: Dados obtidos através dos questionários

As análises dos dados foram feitas com base em Bertoldi e Vasconcellos (2006). O valor total das alternativas respondidas poderiam atingir até 16 pontos, diagnosticando uma má alimentação, verificou-se que nenhum aluno atingiu essa pontuação. Entretanto, na pontuação de 10 a 15 pontos cerca de 15 alunos atingiram essa categoria, evidenciando um risco de obesidade.

Dessa forma, os alunos nessa categoria estão ingerindo calorias em excesso e não estão consumindo os nutrientes importantes para sua saúde. Já a parcela de estudantes que marcou de 4 a 9 pontos foram um total de 40 alunos, demonstrando que não cometem tantos erros, contudo, podem melhorar. Na próxima categoria de 2 a 3 pontos, foram diagnosticados 3 alunos que estão seguindo uma boa alimentação, mas que ainda não está perfeita. Ainda na última categoria analisada, apenas 1 aluno atingiu um ponto na somatória das alternativas. Esse estudante deve se alimentar corretamente, mas necessita tomar cuidados para não pode atingir o outro extremo.

Através da análise dos diários alimentares é possível afirmar que os hábitos alimentares dos alunos que estudam no período matutino são semelhantes aos que estudam no período vespertino. No período matutino foi diagnosticado que 2 estudantes se alimentam 5 vezes ou mais por dia. Enquanto que 25 estudantes se alimentam 4 a 3 refeições e ainda, 5 estudantes se alimentam de 2 a 1 vez por dia.

No período vespertino, cerca de 4 estudantes se alimentam de 5 vezes ou mais por dia. Na categoria de 4 a 3 refeições diárias, 14 se alimentam com essa frequência e ainda, 6 estudantes de alimentam de 2 a 1 vez por dia.

Ainda foi identificado um hábito alimentar diferente entre os períodos: o de tomar café pela manhã. No período matutino 22 estudantes se alimentam antes de ir para a rotina escolar e 10 estudantes não tomam café da manhã, perfazendo 31,25% do total de estudantes. Já no período vespertino verificou-se que 13 estudantes se alimentam pela manhã e 11 não fazem essa refeição, apresentando uma porcentagem de 45,83% dos estudantes. Através de conversa

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com os estudantes, foi possível identificar que isso se deve ao fato de ficarem acordados até tarde e se levantam próximo ao horário do almoço.

Algumas considerações

Os dados apresentados mostram o quão importante é realizar atividades na escola que estejam relacionadas diretamente com o cotidiano dos alunos. Através destes resultados, é possível perceber como acontece a alimentação dos alunos e a forma como o professor pode abordar e discutir questões pontuais quanto aos cuidados que se deve ter com o corpo. Com esse trabalho foi possível diagnosticar os hábitos alimentares dos alunos através dos questionários e dos diários alimentares, além de demonstrar a importância de se possuir hábitos saudáveis.

Ainda são necessários outros dados da intervenção pedagógica relacionados com os conteúdos apresentados e desenvolvidos nas aulas. E estes poderão afirmar se realmente esta proposta foi efetivada em termos de ensino e aprendizagem dos conceitos químicos.

Referências

BARROS, Augusto Aragão de; BARROS, Elisabete Barbosa de Paula. A química dos alimentos: produtos fermentados e corantes. São Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 2010. (v. 4)

Bertoldi, Odete Gasperello; Vasconcellos, Jaqueline Rauter de. Ciência & Sociedade do 6º ao 9º ano. 2ª ed. São Paulo: Scipione, 2006. CRUZ, Daniel. 42p.

BRASIL. Departamento Científico de Nutrologia Sociedade Brasileira de Pediatria. Obesidade na infância e adolescência: Manual de Orientação. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/pdfs/14297c1-Man_Nutrologia_COMPLETO.pdf>. Acesso em: 20 SET. 2015.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do

Escolar, 2009. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822011000400024>. Acesso em: 20 OUT 2015.

Referências

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