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Vista do Aspecto psicossomático em fibromialgia

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Academic year: 2021

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Gestão de salários e o foco

sócio-ambiental do negócio

Álvaro Múcio Leite da Silva

Aspecto psicossomático em

fibro-mialgia

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Graças ao dualismo cartesiano, que divide a mente e o corpo como unidades que funcionam separadamente, a medicina caminhou de acordo com esta dicotomia através dos anos. Mas sabe-se que não é assim que funciona este indivíduo que é um ser biopsicossocial, ou seja, um ser que inter-relaciona sua parte psíquica, sua parte física e o meio socioeconômico e cultural em que vive. Portanto, o paciente deve ser encarado em sua totalidade, levando-se em consideração o doente e não a doença.

Então se pode compreender a doença como a forma de comu-nicação que a pessoa utiliza para expressar seu desequilíbrio, sendo este de múltiplas causas, ou seja, devido a fatores biofísico-químicos e fatores de ordem psíquica e social. Este desequilíbrio pode-se ex-pressar simultaneamente nos níveis somático, mental e social, com predominância de um dos 3 (três) níveis, mas nunca com expressão em somente um nível.

Em nível físico pode-se expressar com modificações do sistema músculo-esquelético mediados pelo sistema neurovegetativo (sistema nervoso autônomo) através de alterações secretoras, motoras e de ir-rigação coordenadas pelo conjunto hipotálamo — hipófise — sistema límbido. O modo como a pessoa percebe uma situação de estresse,

Palavras-Chave

resumo

A relação homem-doença é diretamente afetada por alte-rações psicossomáticos, sendo a síndrome da fibromialgia uma doença sistemática, ge-neralizada e simétrica. Então, cuidamos do Homem e não da doença, através dos princípios globalizantes.

Fibromialgia - psicossomática - fisioterapia

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como se adapta a ela, como tenta resolvê-la, também pode ser deter-minante de doenças.

Todas as doenças são psicossomáticas. Por exemplo: · Distúrbios respiratórios: asma, rinite

· Distúrbios digestivos: ulcera, colite ulcerativa · Doenças cutâneas: urticária, eczema

· Reumatismos: fibrosite, artrite reumatóide, lupus · Endocrinopatias: diabetes

· Doenças cardiovasculares: hipertensão arterial, avc · Distúrbios do aparelho reprodutor feminino: amenorréia,

tensão pré-menstrual, perturbações da menopausa.

Semiologia Psicossomática

Com o estudo da medicina psicossomática fica evidente que, excetuando-se as doenças congênitas e as más condições ambien-tais (higiene, moradia, alimentação), todas as outras doenças têm início em um distúrbio emocional (mal pensar! mal sentir), ou seja, um indivíduo nasce com uma determinada predisposição genética e frente a um fator desencadeante (emocional, estresse, frustração), adoece.

Aspectos Psicossomáticos em Reumatologia

Conceito: Através da Antropologia sabe-se hoje que o primeiro ser vivo acometido de lesões articulares foi um dinossauro chamado Diplodocus (cerca de 60 milhões de anos atrás). Em relação ao seres humanos têm-se relatos de lesões nos homens de Java (500.000 anos atrás) e nas múmias egípcias de 800 a.C.

Porém somente com Hipócrates (460-380 a.C.) houve a descrição de “rheuma” e “cataschos”, com a explicação de que o reumatismo seria uma espécie de fluxo acometendo as articulações.

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Síndrome Fibromiálgica

A síndrome fibromiálgica (SFM) é caracterizada pela ocorrência de dor músculo-esquelético generalizada, crônica, e pontos dolorosos (tender points), na ausência de processos inflamatórios articulares ou musculares, geralmente associada à fadiga. Também chamada de fibro-site, neurose muscular, síndrome da coluna vertebral ou Reumatismo Psicogênico. Doença sistêmica, anormalidade na modulação da dor, afeta os músculos e outros tecidos, mais freqüente no sexo feminino, generalizada e simétrica; envolve pelo menos 3 (três) quadrantes: o inferior, o superior, o direito e/ou o esquerdo do corpo, sem limitação, primariamente. Dor à palpação difusa (também pode haver pontos gatilhos), ocorre também em tecidos não-musculares, como gordura e ossos. Há doentes com dor predominante em um hemicorpo, sem dor referida, dor nas pregas cutâneas geralmente presente. Exames labora-toriais, exame neurológico, exame osteo articular normal; fadiga, anor-malidade do sono, depressão e ansiedade, acentuação da dor durante o estresse, tensões emocionais e exercícios extenuantes, redução da dor com o calor no exercícios leves. Em relação às bases fisiopatológicas, há uma redução da produção de serotonina resultando em redução da tolerância à dor. A síndrome pode ser primária (quanto não há doenças ou causa demonstrável) ou secundária (quando acompanha doenças reumáticas ou ósseas, infecções ou outras deformidades crônicas).

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Segundo Knoplic, o seguinte esquema pode explicar o apareci-mento de Fibromialgia:

As articulações ou juntas são formadas por duas ou mais peças do esqueleto, que se mantêm em conexão graças a elementos fibrosos chamados de tendões, cápsula articular e ligamentos. Desempenham importante papel funcional no esqueleto, possibilitando o livre movi-mento de seus ossos, a partir da ação dos músculos, que atuam por fixação em acidentes anatômicos ósseos. Também favorecem o cresci-mento dos ossos e suportam o peso do corpo, os choques compressivos ou estiramentos.

Anatomia e Fisiologia

Simbologia das articulações

As articulações permitem a ação, o movimento, o trabalho, são um dos símbolos da comunicação, o caminho através do qual a vida se manifesta e passa. O braço é o símbolo de força, de poder, de proteção; o gesto de levantar os braços acima da cabeça exprime submissão,

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rendição. A mão exprime as idéias de atividade, de poder e de domi-nação. É como uma síntese, exclusivamente humana, do masculino e do feminino; ela é passiva naquilo que contém; ativa no que segura; serve de arma e utensílio.

Assim interpretando, os indivíduos que adoecem nas articulações estão privando-se do poder, de autoridade e comunicação, promovendo um isolamento paulatino em relação ao mundo que o cerca (através da imobilidade).

Análise de dor

Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (AIED), define-se dor “como uma sensação desagradável e uma experiência emocional associadas com uma lesão tissular atual ou potencial”, deixando claro que “a dor é sintoma psicológico com um componente sensorial, não devendo ser encarada coma uma mensagem sensorial (lesão tecidual), mas sim como o estado de necessidade do organismo e cuja função principal é promover a cura e não evitar a lesão ou sua progressão”.

Koupernik e Cols relatam que, ao lado da dor, da impotência e da percepção de uma decadência física e social e real, as deformações constituem o quarto fator de angústia destes pacientes.

Para Cailliet, a postura é uma espécie de somatização do psiquis-mo, é uma linguagem corporal que representa os sentimentos, como a mímica. O deprimido mostra uma postura arqueada, cifótica, com os ombros curvados, como se estivesse carregando um grande peso. Segundo Knoplic, esta postura facilita a fadiga muscular dorsal (devido ao estiramento há tensão muscular e ação sobre o periósteo) com dor local.

Weiss vê como base psicopatológica comum ao Reumatismo Psi-cogênico um “ressentimento que arde lentamente”. Estando inibida a via de saída da revolta cria-se um contínuo sentimento de hostilidade que impede o paciente de relaxar, ocorrendo uma tensão muscular constante, com dor, rigidez e fadiga.

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Resumidamente, Knoplic propôs que existe um ciclo vicioso no qual tensões emocionais e sexuais associadas a agressões posturais (postura errada, peso excessivo, torção da coluna, estiramento, trauma) causam dor. A dor causa tensão muscular ’! inflamação ’! reação fibrosa ’! dor. Portanto, a distonia muscular representa uma luta entre impulso motor e tendência a bloquear o movimento em questão.

É caracterizada por dor músculo-esquelética e nos tecidos fibrosos (ligamentos e tendões) e pontos dolorosos em certas regiões do corpo e dores generalizadas. Outras manifestações acompanham a fibromialgia: fadiga crônica, alterações do sono, rigidez muscular, dores de cabeça, colon irritável e pontas dos dedos arroxeados, além de problemas como ansiedade e depressão. Normalmente existe também a presença conjunta de vários outros sintomas que podem variar. Trata-se de uma condição crônica e debilitante.

Causa

É desconhecida, porém alguns fatores podem desencadear e agra-var a fibromialgia; são distúrbios hormonais, doenças auto-imunes, estresse emocional. A fibromialgia pode ser classificada como uma doença psicossomática.

Incidência

A fibromialgia é uma síndrome muito comum que afeta em torno de 5% da população. Atinge mais as mulheres do que os homens. A maior incidência ocorre entre as idades de 18-40 anos. De acordo com American College of Rheumatology, de cada 4 consultas ao especialista 1 é fibromialgia.

Avaliações feitas em crianças e adolescentes mostraram que 85% de afetados eram do sexo feminino, com predominância entre 13-15 anos nas meninas adolescentes. Os sintomas mais observados foram dores musculares (97%), rigidez muscular (70%), distúrbios do sono (80%) fadiga ao levantar (100%) e ansiedade (70%).

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Quais os critérios de diagnóstico?

Neste momento não existe nenhum exame ou teste específico que permite saber se se tem fibromialgia de fadiga crônica. Em 1990 o American College of Rheumatology estabeleceu os critérios oficiais de diagnóstico para a fibromialgia. Estes incluem: um histórico de presença de dor crônica, generalizada em todas as partes do corpo, por um um período superior a 3 meses; a presença de dor durante a apalpação de 11 dos 18 pontos dolorosos; a apalpação deve ser efetuada exercendo uma força de aproximadamente 4Kg.

Esquema Indicativo dos Pontos Dolorosos

1 e 2 - Ocipital 2 e 4 - Cervical baixa 5 e 6 - Trapézio 7 e 8 - Supraespinhoso 9 e 10 - Segunda Costela 11 e 12 - Epicôndilo lateral

13 e 14 - Glúteos 15 e 16 - Grande trocanter 17 e 18 - Joelho

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É possível que o estresse desempenhe papel relevante na mediação e perpetuação dos sintomas. Muitos doentes referem que os primeiros sintomas da síndrome surgiram após período de estresse crônico ou após traumatismo. Outros relatam que há agravamento dos sintomas após estresses físicos e emocionais de curta duração. A síndrome FM poderia estar relacionada a alterações nos receptores neuro-hormonais, para as quais a influência de fatores genéticos, ambientais e hormonais é necessária. Fatores psicológicos que influenciam os sistemas de per-cepção e modulação da dor também parecem estar relacionados. Apesar de a natureza desta relação ainda ter sido elucidada, admite-se que a condição psicossocial dos doentes influencie não apenas a magnitude dos sintomas como também a incapacidade funcional.

Como a fibromialgia acarreta modificações da funcionalidade sem alterações orgânicas específicas, alguns autores atribuíram a fatores psicológicos a sua origem. A maioria dos estudos revela ocorrência de anormalidades psicocomportamentais em doentes com SFM. Segundo a DSM-IV, a SFM é considerada anormalidade somato forme, especial-mente de somatização e de dor.

Payne (1982) avaliou doentes com SFM, artrite reumatóide e outras doenças reumáticas e verificou que doentes com SFM apresentaram mais anormalidades psicológicas que os demais.

Atra, Pollak e Martinez (1993) consideram que na maioria dos casos da SFM há transtornos psicossomáticos e que a SFM constitui sintoma de reação às tensões emocionais.

Macain (1994) constatou que 71% dos casos da SFM apresentaram depressão e 26% transtorno de ansiedade.

É provável que as anormalidades psicológicas sejam conseqüência da condição de dor crônica e que o achado de uma condição psicológica anormal não seja requisito para o desenvolvimento da SFM.

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Referências

AMAND et al. What you doctor may not tell you about fibromyalgia. Warner Books, 1999.

BESSON, Philippe-Gaston. J’ai mal partout!, Jouvence; (Trois fontai-nes), 2001.

ELROD, Joe. Reversing fibromyalgia, Woodland Publishing, 2002. FRANSEN et al. The Fibromyalgia help book, Smith House Press, 1996.

STARLANYL et al. Fibromyalgia and Chronic Myofascial Pain, New Harbinger Publication, 2001.

TEIXEIRA, Manoel Jacobsen. Dor, contexto interdisciplinar. Curitiba: Editora Maio, 2003.

THE MONOGRAPH, National Fibromyalgia Paternship, Inc, 2001. WELL-CONNECTED Report: Fibromyalgia, Well-connected ADAM, 2002.

AMERICAN College of Rheumatology. 1990 criteria for the

classifica-tion of fibromyalgia,

http://www.rheumatology.org/research/classifi-cation/fibro.html, 1990.

CHAITOW, Leon. Fibromyalgia: the muscle pain epidemic, http:// www.healthy.net, 1995.

SOBRE FIBROMIALGIA e Síndrome de Fadiga Crônica, http://www.fibro-site.no.sapo.pt/sobre.html, 2004.

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Abstract

Álvaro Múcio Leite da Silva é graduado em Fisioterapia pela Faculdade Clube Náutico Mogiano, especialização em Cardio-respiratório pela Unifec, RPGista, Osteopata e mestrando em Engenharia Biomecânica pela Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG-UNESP-SP).

The relation man-sichness is directly attached to the psychosomatic alterations, being the Fibromyalgic syndrome, generalized and symmetric sickness. then, we care for the Man and not for the sickness, through the Globality principles.

Referências

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