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Controle multivariavel de sistemas a eventos discretos em dioides

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(1)

Departamento de Engenharia de Computaçãoe Automação Industrial

Controle Multivariável de Sistemas a Eventos Discretos

em Dióides

Ricardo Lüders

TeseapresentadaàPós-graduaçãodaFaculdade

de Engenharia Elétrica e de Computação da

Universidade Estadual de Campinas como

requisitoparcialàobtenção dograu de Doutor

em Engenharia Elétrica (Automação).

Bancaexaminadora: Rafael Santos Mendes (orientador)

Faculdade deEngenharia Elétricae de Computação,UNICAMP

JoséEduardo RibeiroCury

Departamento de Automaçãoe Sistemas, UFSC

StéphaneJulia

Departamento de Ciência da Computação,UFU

PauloAugusto Valente Ferreira

Faculdade deEngenharia Elétricae de Computação,UNICAMP

PedroLuis DiasPeres

Faculdade deEngenharia Elétricae de Computação,UNICAMP

WagnerCaradori do Amaral

Faculdade deEngenharia Elétricae de Computação,UNICAMP

(2)

BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

L965c

Lüders, Ricardo

Controle multivariável de sistemas a eventos discretos

em dióides / Ricardo Lüders. --Campinas, SP: [s.n.], 2001.

Orientador: Rafael Santos Mendes.

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de

Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de

Computação.

1. Redes de petri. 2. Controle automático. 3. Álgebra

abstrata. I. Mendes, Rafael Santos. II. Universidade

Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Elétrica e

de Computação. III. Título.

(3)

Sistemas a eventos discretosocorremem processosde manufatura e em aplicaçõesde tráfego e

compartilhamentoderecursos,entreoutros. Ossistemasconsideradosnessatesesãografosaeventos

temporizados quecorrespondem a umaclasse de redesde Petri que modelam apenas sincronização

de eventos. Embora não-lineares na álgebra convencional, esses sistemas podem ser descritos por

modeloslineares numaestruturaalgébrica genericamentedenominadadióide. Essesmodelos

possu-emrepresentaçãotanto noespaçodeestadoquantonaformadefunção detransferência. Oobjetivo

dessateseéproporumametodologiadeprojetodecontrole pormodelodereferência,ondeo

contro-ladoréobtidoporummatching entreduasfunçõesde transferência: ado sistemacontrolado com

a da função desejada. A estrutura de controle proposta possuiforte analogia com a realimentação

deestado dateoriaconvencional desistemas. Sob certascondições, a solução máximado problema

dematching existeeocontroladorótimopodesercalculadoanaliticamentetantopara acesso

com-pleto quanto parcial ao estado. Em outros casos, o controlador ótimo é obtido apenas paraacesso

parcial,emboraduassoluçõessub-ótimas semprepossamserobtidas.

Abstract

Discreteeventsystemstypicallyoccurinmanufacturingprocesses,tracapplicationsand

resour-cesharing amongothers. Thesystemsconsideredinthisthesisaretimedeventgraphs, aparticular

class of Petri nets that can model only synchronization phenomena. Although these systems are

nonlinear in conventional algebra, they can be described by linear models in a generic algebraic

structurenamed dioids. These models have both state spaceand transferfunction representations.

This thesis proposes a control synthesis methodology by using a model reference approach, where

the controller is obtained by a matching between the transfer function of controlled systemand a

given transferfunction. Theproposedcontrol structure hasstrong analogywiththestate feedback

control inconventional systemtheory. Under certainconditions, themaximal solution to the

mat-chingproblemexists,withcompleteorpartialaccessto systemstate,andtheoptimalcontroller can

be calculated. In other cases, the optimal controller is only obtained for the problem with partial

(4)
(5)

...não meconsidere desrespeitososeme

dirijo aosenhor chamando-o por seu

nomepróprio, sem referir-meàsvestes

queenverga. Entenda-o como umatode

homenagem ede prudência. De

homenagem, pois sempreme

impressionou omodo comoosfranceses,

quandoentrevistam umescritor,um

artista,umapersonalidade política,

evitam usarapelativosredutivos, como

professor,eminência,ou ministro. Há

pessoascujo capitalintelectual é dado

pelonome comqueassinam aspróprias

idéias...

(6)
(7)

Diferentemente da maioria dosagradecimentos em geral,nosquaisdestaca-se a ajuda recebida,

usoesseespaçoparadefatodividircomaspessoasaquimencionadasarealizaçãodessatese. Tenho

plenacertezade quesem elasnada dissoexistiria.

AoRafaelSantosMendes,amigodelongadataque,mesmoemmomentosdeincerteza,nuncadeixou

deacenar comapoioe amizade,sempre embuscade umasolução.

Umagradecimento especialaosmeus pais,Cecília eIrineu, eà minha irmã Valéria pelo imenso

su-porteeestruturaprontamentecolocadosànossadisposiçãonesseúltimoanodeteseecujoincômodo

causadonunca sabereiquanticar.

Aosamigosqueemmomentosdiversosdemonstraramseuapoioincondicional. Orgulho-medetê-los

aomeu lado: Armando Delgado Myriam Delgado Luiz Gonzaga PedroPeres Wagner Amaral Beatriz Daltrini LuizNacamura IvanilBonatti

A BertrandCottenceau, várias vezes citado nessa tese e que, mesmo sem me conhecer,se dispôs a

enviarsuaversão dasmacrosde autoria de Guy Cohenparaa geração dossímbolos de residuação.

Finalmente,ao CentroFederalde EducaçãoTecnológica doParaná(CEFET-PR) emCuritiba pelo

(8)
(9)

Introdução 1

1 Base Algébrica 7

1.1 Introdução. . . 7

1.2 Reticulados . . . 8

1.2.1 Noçõesbásicas . . . 9

1.2.2 Elementos de teoriadaresiduação . . . 11

1.2.3 Equaçõesde ponto xo. . . 13

1.3 Dióides. . . 15

1.3.1 Matrizes . . . 18

1.3.2 Séries depotência e polinômios . . . 20

1.4 Conclusão . . . 21

2 Modelos Lineares de GETs em Dióides 23 2.1 Introdução. . . 23

2.2 Grafo a eventostemporizado (GET) . . . 24

2.2.1 Dinâmica . . . 25

2.2.2 Datadores . . . 25

2.2.3 Contadores . . . 31

2.3 Descriçãono dióide bidimensional . . . 34

2.4 Função detransferência . . . 38

2.5 Racionalidade, realizabilidade eperiodicidade . . . 38

2.5.1 Representaçõesracionais erealizabilidade . . . 39

2.5.2 Séries periódicas . . . 41

(10)

3.2 Controle ótimo . . . 46

3.3 Controle supervisório . . . 47

3.4 Controle preditivo . . . 49

3.5 Controle por modelode referência. . . 50

3.6 Estabilidade . . . 53

3.7 Conclusão . . . 54

4 Controle Multivariável 57 4.1 Introdução. . . 57

4.2 Realimentaçãode estado . . . 58

4.3 Controladores sub-ótimos . . . 64

4.4 Conclusão . . . 65

5 Controle Multivariável Restrito 67 5.1 Introdução. . . 67

5.2 Realimentaçãode estado restrita . . . 68

5.3 Casosparticulares . . . 70

5.3.1 Realimentaçãode saída . . . 71

5.3.2 Realimentaçãode estado sobrea entrada . . . 73

5.3.3 Realimentaçãode saída sobreo estado . . . 75

5.4 Conclusão . . . 77 6 Projeto do controlador 79 6.1 Introdução. . . 79 6.2 Metodologia de projeto. . . 79 6.3 Exemplos . . . 82 6.3.1 Controle multivariável . . . 84 6.3.2 Realimentaçãode saída . . . 87

6.3.3 Controle multivariável restrito . . . 88

6.4 Implementação . . . 90

6.5 Conclusão . . . 96

Conclusão 99

(11)
(12)
(13)

1 Classicação geralde sistemas. . . 1

2 Grafo a eventostemporizado. . . 2

3 Conjuntosparcialmenteordenados. . . 10

4 Isotonia. . . 12

5 Semicontinuidade inferior. . . 12

6 Exemplo de umGET. . . 24

7 Dinâmica de umGET. . . 25

8 Respostatemporalde umGET. . . 31

9 Regras de simplicação. . . 35

10 Elemento dodióide bidimensional. . . 36

11 Representação multivariável de umGET. . . 37

12 Exemplo comestado aumentado. . . 40

13 Respostatípicade umsistemaracional. . . 41

14 Pré-compensação.. . . 51

15 Realimentação desaída. . . 52

16 Realimentação deestado sobrea entrada. . . 53

17 Realimentação desaída sobreo estado. . . 53

18 Estrutura geral decontrole. . . 57

19 Estrutura emrealimentaçãode estado. . . 59

20 Estrutura emrealimentaçãode estado restrita. . . 68

21 Estrutura emrealimentaçãode estado comP =B eQ=C. . . 71

22 Estrutura emrealimentaçãode saída. . . 71

23 Estrutura emrealimentaçãode estado comP =B eQ=e. . . 73

24 Estrutura emrealimentaçãode estado sobre aentrada. . . 74

25 Estrutura emrealimentaçãode estado comP =ee Q=C. . . 75

26 Estrutura emrealimentaçãode saída sobre oestado. . . 76

(14)

30 Resposta impulsivado sistemade embalagem. . . 84

31 Modicaçãoda respostadosistema deembalagem. . . 85

32 Exemplo 6.2- sistemacontrolado bloqueado. . . 92

33 Exemplo 6.2- controlador emrealimentação deestado. . . 92

34 Exemplo 6.4- sistemacomF a+ .. . . 93

35 Exemplo 6.4- sistemacomF b+ . . . 93

36 Exemplo 6.6- controlador ótimoemrealimentação desaída. . . 94

37 Exemplo 6.8- controlador ótimoemrealimentação desaída. . . 95

38 Exemplo 6.9- controlador ótimoemrealimentação desaída. . . 96

39 Exemplo 6.12- controladorótimoemrealimentação de estadorestrito. . . 96

40 Possíveis relaçõesentreespecicações. . . 101

(15)

Æ

= divisãoà direita; resíduodo produto àdireita - pág. 17

Æ

n divisãoà esquerda; resíduodo produto àesquerda - pág. 17

F controlador parao casoirrestrito - pág. 58

GET grafoaeventos temporizado - pág. 1

G

mf

(F) função detransferência dosistemacom controladorF - pág. 58

G

ref

função detransferência especicada - pág. 58

H=CA 

B função detransferência dosistema- pág. 38

e elemento identidade do dióide - pág. 16

^ ínmo- pág. 10

a 

operação estrela -pág. 17

L controlador parao casorestrito - pág. 67

M ax in J ;ÆK dióide bidimensional - pág. 35 A=[a ij

] matrizcom elementosa

ij - pág. 18 Z max álgebra max-plus- pág. 26  relaçãode ordem- pág. 9 Z min álgebra min-plus - pág. 32

 elemento neutro daadição enulodo produto emdióides - pág. 15

(16)

produto em dióides;normalmente adiçãousual - pág. 15

Q matriz de acessoparaobservação dastransiçõesinternas do sistema - pág. 67

SED sistemaa eventosdiscretos -pág. 1

DJx

1 ;:::;x

m

K dióide dasséries de potência emm variáveis com coecientes emD - pág. 20

a=(a

k

) série depotência comcoecientesa

k

- pág. 20

 soma emdióides; signicado depende dodióide -pág. 15

_ supremo -pág. 10

(17)

Essa tese abordao controle de sistemas a eventos discretos representados por uma classe

parti-cular de redes de Petri denominados Grafos a Eventos Temporizados (GETs), os quais podem ser

descritosporummodelomultivariávelnumaálgebra particular denominadaálgebra dedióides.

As-sim,a tese está fundamentadaem três áreas: sistemas a eventosdiscretos, redes de Petri eálgebra

dedióides.

A gura abaixo mostra uma classicação geral de sistemas segundo Cassandras e Lafortune

(1999). A fronteira tracejada dene um Sistema a Eventos Discretos (SED) ou Discrete Event

System (DES). Esses sistemas ocorrem tipicamente em processos de manufatura e em aplicações

de tráfego,com compartilhamento de recursos e/ou tarefas sujeitasà sincronização de eventos. Os

termos em negrito caracterizam o sistema a ser considerado: um sistema dinâmico, invariante no

tempo,não linear, aestado discreto,dirigido aevento, determinístico e atempodiscreto.

SISTEMA

ESTÁTICO

VARIANTE NO TEMPO

LINEAR

ESTADO CONTÍNUO

DIRIGIDO A TEMPO

ESTOCÁSTICO

TEMPO CONTÍNUO

DINÂMICO

INVARIANTE NO TEMPO

NÃO LINEAR

ESTADO DISCRETO

DIRIGIDO A EVENTO

DETERMINÍSTICO

TEMPO DISCRETO

SISTEMA A EVENTOS DISCRETOS

Figura1: Classicação geral de sistemas.

Adotandoamesma nomenclatura usadaemHo(1989), Cassandras eLafortune (1999), otermo

sistema contínuo é usado aqui para designar Continuous-Variable Dynamic System ou CVDS.

Pertencem aessa classeossistemas dinâmicos descritospor equaçõesdiferenciais (tempo contínuo)

ou a diferenças (tempo discreto) da teoria usual de sistemas. Comparando-se sistemas contínuos

(18)

sistema contínuo:

 osestadossãovariáveiscontínuas;

 o mecanismode transiçãode estado édirigido portempo outime-driven.

sistema a eventos discretos:

 osestadossãovariáveisdiscretas;

 o mecanismode transiçãode estado édirigido poreventos ou event-driven.

Um grafo a eventos é uma rede de Petri onde cada lugar tem exatamente uma transição de

chegada e uma transição de partida. Assim, grafos a eventos sãoredes de Petri que não modelam

concorrência, restringindo-se apenas à sincronização de eventos. Para uma denição formal,

pro-priedades edinâmica deredes de Petri emgeral pode-se consultar Peterson(1981). Uma boa visão

geral sobre oassunto comvárias aplicaçõesé encontradaem Murata(1989).

Quandoexisteumtempodeesperaassociadoacada lugar,ografoédenominadografoaeventos

temporizado. Assim,umachaaoentrarnumlugardevecumprirotempode esperaaeleassociado

antes que possa contribuir para a habilitação da transição de partida desse lugar. A gura abaixo

representaumGET,ondeoslugaressãorepresentadosporcírculoseastransiçõesporlinhasverticais

conectadas por arcos direcionados. Aschas ou tokens são representadas dentro dos lugares por

pontos eostemposde espera(em unidadesde tempo)por barras verticais.

u1 u2 y1 y2 x1 x2

Figura2: Grafo a eventos temporizado.

Nessa gura,u

1 e u

2

sãoastransiçõesde entrada, y

1 e y 2 astransiçõesde saída ex 1 ,x 2 sãoas

transiçõesinternas ouestadosdosistema. Seavariávelx(k) associadaàtransiçãox correspondeao

(19)

sãoderivadas: x 1 (k) =maxf1+x 1 (k 2);1+x 2 (k 1);1+u 1 (k)g x 2 (k) =maxf1+x 1 (k);2+u 2 (k)g y 1 (k) =x 1 (k) y 2 (k) =x 2 (k)

Essasequaçõessãorecursivasemk,cujasoluçãoétratadanocapítulo2. Aoperaçãode

maximi-zaçãoéumaconsequênciadiretadasincronização. Umatransiçãox

i

disparanotempomáximoentre

osinstantesde tempo dedisparo dastransiçõesx

j

conectadasax

i

somadosao respectivo tempo de

permanênciado lugarqueconectax

j ax

i

. Amarcaçãoinicialapenasintroduzumdeslocamento na

numeração doseventosde cadatransição. Assim,anumeraçãodoseventosemx

1

estáadiantadade

umaunidade emrelaçãoànumeraçãodoseventosemx

2

devidoà cha inicial nolugar queconecta

x

2 a x

1 .

Essasequaçõessãonãolineares quandoescritasna álgebraconvencional. Entretanto,

denindo-seasoperaçõesdemaximização e soma usualcomo asoperaçõese ,respectivamente, obtêm-se

asseguintes equaçõesde estado:

x 1 (k)=1x 1 (k 2)1x 2 (k 1)1u 1 (k) x 2 (k)=1x 1 (k)2u 2 (k) y 1 (k)=x 1 (k) y 2 (k)=x 2 (k)

Essasequaçõessão lineares numaálgebra não convencional genericamente denominadaálgebra

de dióides, cuja propriedade a ser destacada é a idempotência da operação de adição (aa=a).

Essapropriedadetemcomoconsequênciaainexistênciadaoperaçãoinversadaadição,sendomotivo

devários artigossobre oassunto (Gunawardena, 1998).

Umpequeno histórico sobre oestabelecimento dessasestruturas algébricas e suasaplicações na

descrição de SEDs pode ser encontrado em Gaubert e Max-Plus (1997). Entre os marcos

impor-tantes estão o trabalho de Cuninghame-Green (1979) e posteriormente Cohen et al. (1989). Este

último, revisado e ampliado em Baccelliet al. (1992), deu um tratamento de teoria de sistemas ao

assunto,tornando-sereferênciaobrigatória nadescriçãodeSEDsqueapresentamapenasfenômenos

desincronizaçãodeeventos. Exemplosde aplicaçõespodemserencontradosemCohenetal. (1985)

e Cuninghame-Green (1991). Uma visão recente da área com perspectivas futuras é encontrada

(20)

de estado (capítulo2):

X=AXBU

Y =CX

OsvetoresU,XeY dedimensõesm,nepcorrespondemàsvariáveisassociadasàsmtransições

de entrada, ntransiçõesinternas e p transiçõesde saída do sistema, respectivamente. As matrizes

A nn , B nm ,C pn

possuemdescrições apropriadas. Essa representação possuiumaforte analogia

com asequações de estado contínuo da teoria convencional de sistemas. Além disso, uma relação

entrada-saída pode serobtida (funçãode transferência).

Oproblemadecontrole de GETs possuidiversosenfoques,resumidosnocapítulo3. Nessatese,

adota-se uma abordagem por modelo de referência, onde o controlador é obtido de forma que a

função detransferênciadosistemacontrolado satisfaçaumadeterminada especicação. Aestrutura

de controle proposta introduz uma nova entrada de controle X

c

= FX que usa informação dos

estadosparaatuar diretamente sobreeles, ouseja:

X =(AF)XBU

Y =CX

Essaleidecontrole, ondeF éo controlador aserobtido, corresponde àrealimentaçãodeestado

na sua forma mais geral, quando se tem acesso completo aos estados, e a uma realimentação de

estado restrita,quando o acessoaos estadoséparcial.

Ateseestáorganizadadaseguinteforma. Oscapítulos1e2contêmapenasmaterialencontrado

na bibliograa, particularmente em Baccelli et al. (1992). Os leitoresfamiliarizados comconceitos

dematemáticadiscretataiscomoconjuntos, relaçõesdeordemeestruturasalgébricasabstratasnão

encontrarão diculdades. Além disso, umconhecimento básico sobre redes dePetri édesejável.

Osleitores habituadoscom a bibliograa sobre redes de Petri encontrarão, ao longo desta tese,

conceitos e abordagens pouco comuns, mas amplamente consolidados na bibliograa sobre

mode-lagem de GETs emdióides. Assim,poderãosurgir alguns conitos conceituais que esta tese não é

capazde minimizar,devido basicamenteaosdiferentes enfoquesadotados porcada comunidade.

O capítulo 1 introduz de maneira geral a teoria algébrica utilizada nesta tese para modelar e

controlar umGET: a álgebra de dióides. Como dióidescompartilham propriedades de reticulados,

resultados dateoriadereticuladosqueseaplicama dióidessãotratados nessecapítulo. Nessecaso,

aênfaseé dadaemmapeamentosentrereticulados,abordandoateoria daresiduação eequaçõesde

ponto xo. Por m, alguns dióidesparticulares sãoformalmente denidos.

O capítulo 2 estabelece modelos de GETs descritos em dióides. Dene o modelo do sistema

(21)

O capítulo 3 é um levantamento bibliográco sobre abordagens de controle de GETs que

utili-zamuma descrição baseada emdióides. Numprimeiro momento sualeitura pode ser omitida, não

comprometendoacompreensãogeraldatese,emborasejaútilparasituá-laemrelaçãoaoutras

abor-dagensde controle. Porém, nesse capítulo são apresentados os principaisresultados da abordagem

decontrole utilizada emCottenceau et al. (2001), coma qualessa tese estárelacionada.

Ascontribuiçõesda tese encontram-se noscapítulos 4, 5e 6. No capítulo4 é proposta uma

es-truturadecontrole por realimentaçãodeestado comacessocompleto aosestadosdosistema. Nesse

caso,ocontroleéobtidoapartirdarepresentaçãodeestadodosistemasegundoaespecicaçãodeum

modelode referência a ser atendido pelo sistemacontrolado. Essaabordagem foi denominada

con-trolemultivariávelporanalogiaàestruturadecontrolemultivariáveldateoriadesistemascontínuos,

embora com outro objetivo. O capítulo 5, com desenvolvimento semelhante ao anterior, considera

acessoparcial aos estados. Por isso, foi denominado controle multivariável restrito. Os resultados

dessescapítulos estabelecemcondiçõespara asquaiso controladorpode seranaliticamenteobtido.

Ocapítulo6organizaentãoessesresultadoseestabeleceumametodologiadeprojetodocontrolador

paradiversas condições. Através de alguns exemplosilustrativos, a metodologia proposta pode ser

vericada. Por m, a conclusão da tese ressalta asprincipais contribuições desse trabalho e avalia

(22)
(23)

Base Algébrica

1.1 Introdução

O estudo de estruturas algébricas abstratas pode ser encontrado na literatura de matemática

discreta (Ross e Wright, 1985; Rosen, 1998) ou álgebra moderna (Durbin, 1992). Essasestruturas

sãocaracterizadasporduasoperaçõesbinárias 1

. Esse capítuloreúneosprincipaisresultados sobre

estruturas algébricas genericamente denominadas dióides que constituem a base algébrica da tese.

Adenição de dióides não difere muito da denição de estruturas algébricas bemconhecidas como

oanel (compareasdenições eosexemplos1.1 e1.2 aseguir).

Umanel ouring éumconjunto S fechadosobduas operaçõesbinárias+e tal que:

1. (S;+) éumgrupo comutativo;

2. (S;) éumsemigrupo;

3.  édistributiva àdireita eà esquerdaem relaçãoa+.

Exemplo 1.1. O conjunto das matrizes quadradas deordem ncomas operações usuaisde somae

adiçãode matrizesé um anel.

Umdióide é umconjunto S fechado sobduasoperaçõesbinárias e talque:

1. (S;) éummonóide comutativo idempotente(8a2S;aa=a);

2. (S;) éummonóide;

3. édistributiva àdireita eà esquerdaem relaçãoa.

1

Um conjunto S com uma operação binária associativa  é um semigrupo sob . Um semigrupo com uma

identidadeé chamadoummonóide(ae=ea=a)eummonóideonde qualquerelementopossuiinversaé um

grupo(aa 1

=e=a 1

(24)

Exemplo 1.2. OconjuntoZ[f 1gassociadoàsoperações demaximizaçãocomo adiçãoe adição

usual como multiplicação é um dióide denotado Z

max .

Claramente,aorigemdadenominaçãodióidevemdofatodequeessaestruturaalgébricaé

forma-dapor doismonóides. Devido àsemelhança entreasdenições,espera-sequedióidescompartilhem

grandepartedaspropriedadesdaálgebra convencional. Defatoissoocorre,masadenição deuma

operação de adição idempotente introduz uma relação de ordem parcial e faz com que a operação

inversa da adiçãoinexista.

Dióides sãoportanto estruturas que sesituam entrea álgebra convencional e osconjuntos

par-cialmenteordenados dotados deumaoperação internageralmentedenominadamultiplicação.

Dessaforma, muitos dosresultados obtidos em dióides têm suaorigem na teoriados conjuntos

ordenados. Para facilitar a separação desses resultados, esse capítulo é organizado de forma quea

teoriadeconjuntosordenados,oumaisespecicamentedereticulados,sejaapresentadanaseção1.2

de formatotalmente independente dateoriade dióidesna seção 1.3.

Apósalgumasnoçõesgeraissobrereticuladosem1.2.1,aênfasedaseção1.2residenasaplicações

denidassobrereticulados. Naseção1.2.2discute-seasoluçãodaequaçãof(x)=bsegundoateoria

da residuação, que está relacionada ao conceito de `inversão' de uma aplicação. Já na seção 1.2.3

discute-sea solução de equaçõesdepontoxo f(x)=x.

Aseção1.3forneceumadeniçãoaxiomáticadedióideseestabeleceosprincipaisresultadosdessa

teoria. Nessa seção, os resultados da seção 1.2 obtidos para reticulados são aplicados no contexto

de dióides. Finalmente, dois dióidesparticulares sãodenidos: o dióide dasmatrizesna seção1.3.1

e odióide dospolinômiosnaseção 1.3.2. Essesdióidesserão utilizadosnoscapítulos seguintes para

modelarecontrolarGETs. AsprovasdosteoremasdessecapítulopodemserencontradasemBaccelli

et al. (1992),excetoquandohouverumareferência explícitaa outrafonte.

1.2 Reticulados

Um reticulado é um conjunto sobre o qual é denida uma relação de ordem parcial entre seus

elementos. Esses conjuntos apresentam como principal característica a possibilidade de existência

deelementosnão comparáveis,ouseja, umelemento podenãoserigual,nemmaior enemmenordo

que outro. Esse conceito, apesar de pouco estudado, é frequentemente encontrado na Engenharia.

Por exemplo, o conjunto dos números complexos é um conjunto parcialmente ordenado. Pode-se

dizer que um número complexo z

1

qualquer tem módulo maior ou menor do que outro z

2

. Mais

ainda, pode-se dizer quese omódulode z

1

não é maior do queo módulo de z

2

,entãocom certeza

é menor ou igual. Essa relaçãode ordem entre módulos de números complexosé total, mas não se

(25)

aseremcomparados. EmDaveyePriestley(1990), Birkho(1967)encontra-sevastomaterialsobre

ateoriade reticulados. Umaboa introdução relacionada comsistemas a eventos discretospode ser

encontradaemKumare Garg (1995).

1.2.1 Noções básicas

Denição1.3 (Relação de ordem). Umarelação binária reexiva, transitiva e anti-simétrica é

uma relaçãode ordem, denotada .

Uma relação bináriaR sobre umconjunto D é umsub-conjunto de DD. Dados a;b;c 2 D,

R é reexiva se (a;a) 2 R ; transitiva se (a;b) 2 R e (b;c) 2 R , então (a;c) 2 R ; anti-simétrica

se (a;b) 2 R e (b;a) 2 R , então a = b. Portanto, numa relação de ordem, se dois elementos a e

b são comparáveis (pertencem a R ), então a  b ou b  a. Entretanto, existe a possibilidade de

doiselementosaeb seremnãocomparáveis,ouseja, nãopertencerem aR . Nessecaso,não sepode

armar queab nemqueba, pois nãoexiste relaçãode ordem entre ae b.

Nota 1.4. O símbolo é usado para diferenciá-lo da relação deordem numérica . Porexemplo,

numa relaçãodeordemparcial decontinência, dados dois conjuntosA e B,AB se e somentese

AB. Como usual, ab e ba são equivalentes.

Denição1.5 (Conjunto parcialmente ordenado). O par (D;), onde D é um conjunto e 

é uma relação deordemsobre D, é chamado conjunto parcialmente ordenado, denotado D.

Conjuntosparcialmenteordenados podemsergracamenterepresentadospordiagramasde

Has-se. EssediagramaéumgrafocujosvérticessãoelementosdoconjuntoDearcosconectamelementos

comparáveis (o maiorelemento acima do menorno diagrama). Onúmeromínimo de arcos é

repre-sentadode formaqueoutras possíveis comparaçõessãoderivadaspor transitividade.

A Fig.3mostra doisexemplosdesses conjuntos, a partir da qualsepodearmar que:

 edbae f d ca; a 0 b 0 d 0 e 0 e a 0 c 0 d 0 f 0 ;  (b;c), (e;f),(b 0 ;c 0 ) e(e 0 ;f 0

) sãonão comparáveis;

 U =fa;b;c;dgé o conjunto dosmajorantes ouupper-bounds de X,ou seja, o conjunto dos

elementos maiores que qualquer elemento de X. O elemento d é o supremo ou least upper

bound deX. Notequedéoelementomínimode U ecasopertençaaX,entãodéo máximo

(26)

 L =fa 0 ;b 0 ;c 0 ;d 0

g é o conjunto dos minorantes ou lower-bounds de X (denição análoga) e

d 0

é oínmo ou greatest lower bound de X. Note qued 0

é o elemento máximo de L e caso

pertença aX,entãod 0 é omínimo de X. a b c d e f a 0 b 0 c 0 d 0 e 0 f 0 U L (D;) (D;) (D;) X X

Figura3: Conjuntos parcialmenteordenados.

Nota 1.6. A nomenclatura utilizada emreticulados pode diferir. Na literatura, onde se encontra o

termo majorante para upper-bound, o termo upper-bound é usado comoleast upper-bound.

Quando todos os elementos são comparáveis, o ordenamento é total e o diagrama de Hasse é

umareta.

Notação 1.7 (Supremo). Dadosdois elementos ae b de umconjuntoordenadoD, osupremo de

fa;bg é denotado supfa;bg oua_b.

Notação 1.8 (Ínmo). Dadosdoiselementosae bdeumconjuntoordenadoD,oínmodefa;bg

é denotado inffa;bg ou a^b.

Denição 1.9 (Semireticulado superior). Um conjunto ordenado Dé um semireticulado sup

e-rior quando existe o supremo dequalquer sub-conjunto nito de D.

Esse é o caso do conjunto à esquerda na Fig. 3. Denição análoga existe para semireticulado

inferior, que éo casodo conjunto àdireita naFig. 3.

Denição 1.10 (Reticulado). Um conjunto ordenado D onde existe um supremo e um ínmo

para qualquer sub-conjunto nito deD é chamado reticulado ou lattice.

Quandoossub-conjuntosconsiderados podemserinnitos, têm-seasdeniçõesde

semireticula-dossuperior e inferiorcompletos, assimcomo ade reticulado completo.

Denição 1.11 (Topo e fundo). O supremo deum conjunto ordenado, quandoexiste, é

(27)

1.2.2 Elementos de teoria da residuação

Nessaseçãoconsideram-semapeamentosentrereticuladoscompletosnosquaisarelaçãodeordem

entreelementosdodomínioépreservadanaimagem. Ointeressenoestudodessesmapeamentosestá

na`solução' deequaçõesdo tipof(x)=b. Asolução dessa equação requeralgum tipode`inversão'

queétratada pelateoriada residuação(Blyth e Janowitz, 1972).

Por exemplo,sef fornão-sobrejetora,essaequaçãonãoterásoluçãoparaalgunsvaloresdebese

f fornão-injetorapoderátervárias soluções. Umaalternativaéconsideraroconjuntodaschamadas

subsoluções,ouseja,osvaloresdexquesatisfazemadesigualdade f(x)betomaromáximo desse

conjunto, caso exista. Outra possibilidade é considerar o conjunto das chamadas supersoluções, ou

seja,osvaloresdex quesatisfazem adesigualdade f(x)b etomar omínimo desse conjunto,caso

exista.

Demaneirageral,dadaumaaplicaçãof :D!C,ondeDeCsãoreticuladoscompletos,deseja-se

responderàsseguintes questões. Paratodob2C:

 existe solução máxima paraf(x)b?

 existe solução mínima paraf(x)b?

Asrespostasàsquestõesacimaestãobaseadasempropriedadesdecontinuidadedomapeamento

f. Issoé discutido aseguir.

Denição1.12 (Mapeamento isotônico e antitônico). Ummapeamentof deumconjunto

or-denadoD em um conjunto ordenado Cé isotônico (antitônico) se 8a;b 2D então ab)f(a)

f(b)(f(a)f(b)).

Um mapeamento isotônico preserva a ordem entre elementos do domínio e da imagem da

apli-cação,enquanto umantitônico inverte a ordem.

Denição1.13 (Semicontinuidade inferior). Um mapeamento f de umreticulado completo D

em um reticulado completo C é semicontínuo inferior ou lower-semicontinuous se, para qualquer

subconjunto X (nitoou innito)de D,

f _ x2X x  = _ x2X f(x)

Aparentemente, semicontinuidade inferiordecorre de isotonia,mas issonão é verdade. A Fig.4

mostraummapeamento isotônico,masnão-semicontínuo inferior. Nessagura,X =fxjf(x)bg

eY é aimagemde X emC. Nessecaso,o supremodeX não ésolução def(x)beportanto, não

(28)

D D C X Y y=f(x) y=f(x) b Figura4: Isotonia.

Já naFig. 5,a propriedadede semicontinuidade inferiorgarante queo supremode X é solução

de f(x)  b e portanto, pertence a X. Logo, o supremo de X é a solução máxima do problema e

suaimagem é oelemento máximo de Y.

D D C X X Y Y y=f(x) b

Figura5: Semicontinuidade inferior.

Teorema 1.14 (Mapeamento residuado). Seja f um mapeamento isotônico de um reticulado

completo D em um reticulado completo C. Existe uma subsolução máxima x

max = f

]

(b) para a

equação f(x)=bse e somentese f()=e f é semicontínuoinferior. O mapeamento f é dito ser

residuado e f ]

é seuresíduo.

Oteorema1.14éfundamentalnadeniçãodoresíduodoprodutoemdióides,quecorrespondeà

operaçãodedivisão,introduzidapelanotação1.36. Porsuavez,oresíduodoprodutoéextensamente

utilizado noscapítulos 3,4,5 e6 sobrecontrole de GETs.

Ao considerarasolução daequação f(x)=b,pode-setambémmodicaro problemadeformaa

obter o conjunto dassupersoluções, ou seja, valoresde x que satisfazem a desigualdade f(x)be

(29)

Denição1.15 (Semicontinuidade superior). Ummapeamentof deumreticuladocompletoD

emum reticulado completo Cé semicontínuo superior ou upper-semicontinuous se, para qualquer

subconjunto X (nitoou innito)de D,

f ^ x2X x  = ^ x2X f(x)

Teorema 1.16 (Mapeamento dualmente residuado). Sejaf ummapeamentoisotônicodeum

dióide completo D emum dióide completo C. Existe uma supersolução mínima x

min =f

[

(b) para a

equação f(x)=b se e somentese f(>) => e f é semicontínuo superior. O mapeamento f é dito

serdualmente residuado e f [

é seu resíduo dual.

Embora desnecessário parao desenvolvimento da tese, o teorema1.16 é enunciado aqui apenas

comoumresultado dualdoteorema 1.14.

Nota 1.17 (Continuidade). Um mapeamentoé contínuosefor tantosemicontínuoinferior

quan-to semicontínuo superior. Nesse caso, o resíduo e o resíduo dual existem, assim como a melhor

aproximação de b por f(x) tantoinferiormente quanto superiormente.

Asseguintespropriedades severicam para o resíduoeo resíduodualde ummapeamento f:

x max =f ] (b)e x min =f [

(b), quandoexistem, sãoúnicos (1.1a)

f(x max )be f(x min )b (1.1b) f(f ] (x))x ef(f [ (x))x (1.1c) f ] (f(x))x ef [ (f(x))x (1.1d) f ] (f(x))=x,f injetora,f ]

sobrejetora(o mesmo para f [ ) (1.1e) f(f ] (x))=x,f ]

injetora,f sobrejetora(o mesmo para f [

) (1.1f)

Aspropriedades (1.1a) -(1.1d) decorremimediatamentedasdeniçõesde resíduoe resíduodual.

A propriedade (1.1e) estabelece que x

max

= b é a solução máxima de f(x)  f(b) e a

proprieda-de (1.1f) estabelece que a solução máxima de f(x)b é solução (máxima) da igualdadef(x) =b

(analogamente parasolução mínimade f(x)b).

1.2.3 Equações de ponto xo

Na seção 1.2.2, discutiu-se a `solução' da equação f(x)= b através da denição dos conjuntos

desubsoluçõesesupersoluções. Nesta seção,discute-seasolução da equação f(x)=x denominada

(30)

 isotonia éuma condição suciente paraexistênciade pontos xosde f;

 sef forsemicontínuainferiorousuperior,entãoépossívelobtersoluçõesextremasdef(x)=x

(máximaou mínima).

Paraisso, considereosseguintes conjuntos:

D \ f =fxjf(x)=xg D [ f =fxjf(x)xg D ] f =fxjf(x)xg Obviamente, D \ f =D [ f \D ] f

. O teorema 1.18 abaixo garante a existência de pontos xos para

ummapeamento isotônico (Tarski,1955).

Teorema 1.18 (Teorema de ponto-xo de Tarski). Se f é isotônica, então D \ f é não-vazio. Logo, D [ f e D ] f são não-vazios.

Denição 1.19 (Mapeamento de fecho e fecho dual). Seja D um conjunto ordenado e f :

D ! D um mapeamento isotônico tal que f(x) = f(f(x))  x. Então, f é chamado um

ma-peamento fechamento ou closure mapping. Se f(x) = f(f(x))  x, então f é um mapeamento

fechamentodual oudual closure mapping.

Lema 1.20. Seja f um mapeamento de um reticulado completo D em D. Se f é semicontínua

inferior,entãof 

éomenormapeamentofechamentomaiordoque f. Sef é semicontínuosuperior,

então f



é o maiormapeamento fechamento dual menor doque f,onde

f  = +1 _ k=0 f k f  = +1 ^ k=0 f k f k =fÆÆf | {z } kvezes e f 0 (x)=x.

Finalmente,osteoremas 1.21e 1.22a seguirestabelecemassoluçõesextremasde f(x)=x.

Teorema 1.21. Sef é semicontínuoinferior,entãoD [ f =f  (D). Oelemento mínimo éf  (), que pertence também a D \ f

e, portanto, é o elemento mínimodesse subconjunto.

Teorema 1.22. Se f é semicontínuo superior, então D ] f = f  (D). O elemento máximo é f  (>),

que pertence tambéma D \

f

e, portanto,é o elemento máximo desse subconjunto.

Estes teoremas são necessários para a demonstração dos teoremas 1.40 e 1.41 da seção 1.3, os

(31)

1.3 Dióides

O conceito de dióide foi introduzido na seção 1.1 pela denição das operações binárias 

(so-maou adição) e (produto ou multiplicação). Essasestruturas algébricas sãocaracterizadas pela

idempotência da operação de adição. Isso permite denir uma relação de ordem parcial em

diói-des. Portanto, dióides compartilham tanto aspectos da álgebra convencional como dos conjuntos

parcialmente ordenados.

Essasestruturas sãotambém denominadas semianéisidempotentes, umavez que aoperação de

adição dene um semigrupo comutativo idempotente, ou lattice-ordered semigroups, na teoria de

reticulados.

Essaseçãoforneceumadeniçãoaxiomáticadedióidessegundo Baccellietal.(1992)eestabelece

osprincipais resultados dessa teoria. Muitos deles já foram desenvolvidos na seção anterior, sendo

agoraaplicadosno contextode dióides.

Denição1.23 (Dióide). Um dióide é um conjunto Ddotado das operações  (soma ou adição)

e (produtoou multiplicação)que satisfaz osseguintesaxiomas:

Axioma 1.24 (Associatividade da adição).

8a;b;c2D (ab)c=a(bc)

Axioma 1.25 (Comutatividade da adição).

8a;b2D ab=ba

Axioma 1.26 (Associatividade da multiplicação).

8a;b;c2D (ab)c=a(bc)

Axioma 1.27 (Distributividade da multiplicação em relação à adição).

8a;b;c2D

(ab)c=(ac)(bc)

c(ab)=(ca)(cb)

Axioma 1.28 (Elemento neutro).

92D:8a2D a=a

Axioma 1.29 (Absorção pelo elemento nulo).

(32)

Axioma 1.30 (Elemento identidade).

9e2D:8a2D ae=ea=a

Axioma 1.31 (Idempotência da adição).

8a2D aa=a

Nota 1.32. Comousual, osímbolodemultiplicaçãoéfrequentemente omitido. Assim,ab=ab.

Oteorema1.33 abaixo estabelece formalmente arelação entre dióides econjuntos parcialmente

ordenados.

Teorema 1.33 (Relação de ordem em dióides). Em umdióide D,tem-seaseguinte

equivalên-cia:

8a;b:a=ab,9c:a=bc

Essas armativasdenem uma relação deordem (parcial)denotada  como:

ba,a=ab

Essarelação deordem é compatível coma adição,

ba)f8c; bcacg

e com a multiplicação,

ba)f8c; bcacg

(omesmopara oprodutoàesquerda). DoiselementosaebemDsempretêm umsupremo,dado

por ab, sendo o elemento defundo deD.

Associando-seosupremoàoperaçãodeadiçãoemdióides,dene-seumaestruturade

semireticu-ladosuperior. Alémdisso,oelementoneutrodaadiçãoemdióidesgaranteaexistênciadoelemento

de fundo. Como um semireticulado superior com umelemento de fundo é um reticulado (Baccelli

et al.,1992, Teo. 4.27),dióides sãoportanto reticulados.

Denição 1.34 (Subdióide). Um subconjunto C de um dióide D é denominado um subdióide de

D se fe;g2C e C é fechadopara as operações  e .

(33)

Num dióide completo, o elemento de topo do dióide existe e é igual à soma de todos os seus

elementos. Umdióide completo é umreticulado completo cujos elementos de topo e de fundo são

denotados> e, respectivamente.

A seguir, a operação de divisão é denida como o resíduo do produto. Pode-se mostrar que

L

a

(x)=axe R

a

(x)=xasãoaplicaçõessemicontínuasinferioresdevido à distributividade da

multiplicaçãoemrelaçãoàadição. Segundoadenição1.13,acondiçãodesemicontinuidadeinferior

emdióidesé obtidapelasubstituição dosupremo pelasoma:

f M x2X x  = M x2X f(x) (1.2) ComoL a ()=R a

()=,devidoaoteorema1.14, essasaplicaçõessãoambasresiduadaseaseguinte

notaçãoseaplica.

Notação 1.36 (Divisão). Sejam L

a

(x) = ax e R

a

(x) = xa mapeamentos semicontínuos

inferiores. Esses mapeamentossão ambos residuados e seus resíduos são denotados:

L ] a (x)= aÆ nx= x a

(`divisãoà esquerda'por a)

R ] a (x)=x Æ =a= x a

(`divisãoà direita'por a)

Anotação c=a Æ

n bdenida numdióide Dpossuio seguintesignicado: c éo maior elemento de

Dque multiplicado por aà esquerda é menor do que b. Em outras palavras, x

max

=c é a solução

máxima de axb. Analogamente paraa divisão à direita. A partir danotação 1.36 acima, várias

relaçõesenvolvendo divisão podemser derivadas. Algumas delasestão reunidasno apêndice A.

Denição1.37 (Estrela de Kleene). Dado a num dióide D qualquer, dene-se a operação 

ouKleene star como a  =eaa 2 :::, onde a k =aaa (k vezes).

A partir dessa operação, dene-se a aplicação estrela de Kleene como K

s

(x) = x 

. Embora

essa aplicação não seja em geral residuada, como discutido em Cottenceau (1999), existe solução

máxima paraK

s

(x)bquando serestringe bà imagem deK

s

,conforme olema 1.38 aseguir.

Lema 1.38. (Cottenceauetal.,2001,Cor. 16)Ainequaçãox 

b 

temsoluçãomáximax

max =b  . Além disso, x max satisfaz a igualdade.

Umamaneira simplesde vericarsea=a 

édada pelo lema 1.39a seguir.

Lema 1.39. Dado anum dióide D qualquer, a  =a see somentese a 2 =ae. Demonstração. ) Se a  = a, então e  a pois e  a  e, portanto, a  a 2 devido à isotonia do produto. Porém,a 2 apoisa 2 a  . Logo,aa 2 aeportanto,a 2 =a. (Sea 2 =ae, então  2 2

(34)

Os teoremas 1.40 e 1.41 a seguir estabelecem assoluções mínimas e máximas das equações de

ponto xox=axbe x= aÆ

n x^b,respectivamente, denidas numdióide completo.

Teorema 1.40. Dados ae bnum dióide completo De f(x)=axb, então

1. a 

b é a menor solução def(x)x e f(x)=x.

2. qualquer solução def(x)x e f(x)=x satisfaz x=a 

x.

Ademonstração doteorema1.40acima usaoteorema1.21. Paraf(x)=axb,pode-semostrar

quef  (x)=a  (xb). Logo,f  ()=a 

béasolução mínimadexaxb. Essasolução étambém

solução da igualdadex=axb. Esta equaçãoocorre nomodelo lineardeumGET, conformeserá

discutido nocapítulo 2.

Teorema 1.41. Dados ae bnum dióide completo De f(x)= aÆ n x^b, então 1. a  Æ nb é a maior solução def(x)x e f(x)=x.

2. qualquer solução def(x)x e f(x)=x satisfaz x=a 

Æ

nx.

A demonstração desse teorema usa o teorema 1.22. Para f(x) =a Æ

n x^b, pode-se mostar que

f  (x)=a  Æ n (x^b). Logo, f  (>)=a  Æ nb éa soluçãomáxima dex  aÆ

nx^b. Essasolução é também

solução da igualdadex=a Æ

n x^b. Embora esteteoremanão sejautilizado natese,juntamente com

o teorema1.40, está entre osprincipaisresultados dateoria dedióides.

1.3.1 Matrizes

Apartirde umdióide Dqualquer,pode-se denir oconjunto dasmatrizesquadradas deordem

ncom elementosem D. Sobreesse conjunto,asseguintes operaçõessãodenidas.

Denição 1.42 (Soma de matrizes). Sejam A e B duas matrizes quadradas de ordem n com

elementos em D. A somade A e B é denida por:

AB =[a

ij b

ij ]

Denição 1.43 (Produto de matrizes). Sejam Ae B duasmatrizesquadradas de ordemncom

elementos em D. O produtode A por B é denidopor:

AB =  n M k=1 (a ik b kj ) 

Notequeasomaeoproduto dematrizessãodenidosdamaneiraconvencional, substituindo-se

(35)

Lema 1.44 (Dióide de matrizes). O conjunto das matrizes quadradas de ordem n com

elemen-tos num dióide D qualquer, dotado das operações de soma e multiplicação dadas pelas

deni-ções 1.42 e 1.43 é um dióide denotado D nn

. O elemento identidade de D nn

é denotado

sim-plesmente e, correspondendo à matriz identidade formada por elementos e na diagonal e  fora

da diagonal. O elemento nulo é denotado , correspondendo à matriz nula formada somente por

elementos .

Note queo produto de matrizesquadradas é uma matrizquadrada e portanto, a multiplicação

permaneceumaoperaçãointerna. IssodáaD nn

umaestruturadedióide. Problemascommatrizes

não-quadradaspodemserreduzidosaocasoquadrado,completandolinhasecolunascomdeforma

atorná-las quadradas.

Denição1.45 (Relação de ordem em matrizes). DadosA e B2D nn tem-se AB ,a ij b ij i;j=1;:::;n

Lema 1.46 (Divisão de matrizes). Dadas duas matrizes A 2 D mn

e B 2 D mp

, a divisão à

esquerda deB por A é uma matriznp dada por:

A Æ nB=  m ^ k=1 (a ki Æ nb kj ) 

Adivisão à direita é denidaanalogamente.

Note que a divisão à esquerda corresponde a uma espécie de produto à esquerda de B pela

transposta de A,onde a multiplicação de escalaresé substituída pela divisão à esquerdae a adição

peloínmo. Denição análogapode serobtida para a divisãoà direita.

Nota 1.47. Isso não signica que a divisão possa ser obtida pela multiplicação de uma matriz à

esquerda (ouà direita),poisnesse caso ter-se-ia a matrizinversa.

Finalmente, paraseobterA 

a partir deuma matrizA dada,o seguinte lemaé usado.

Lema 1.48. SejaA2D nn

uma matriz particionada em quatro blocos, ou seja,

A= a 11 a 12 a 21 a 22 ! Nesse caso, A  = a  11 a  11 a 12 (a 21 a  11 a 12 a 22 )  a 21 a  11 a  11 a 12 (a 21 a  11 a 12 a 22 )  (a 21 a  a 12 a 22 )  a 21 a  (a 21 a  a 12 a 22 )  !

(36)

1.3.2 Séries de potência e polinômios

A partir de um dióide completo D, pode-se denir o conjunto das séries de potência em m

variáveiscom coecientes emD.

Denição 1.49 (Série de potência). Umasérieformaldepotênciaaemmvariáveiscomutativas

x i (i=1:::m)comcoecientes a k emD, k=(k 1 ;:::;k m )2Z m ,é denidapor: a= M k2Z m a k x k1 1 :::x k m m Notação: a=(a k ).

Denição 1.50 (Soma de sériesde potência). Sejam ae bduassériesdepotência. Asomade

a e b é denidapor: ab=(a k b k )

Denição 1.51 (Produto de séries de potência). Sejam ae b duas séries depotência. O

pro-duto dea por b é denido por:

ab= M i+j=k a i b j 

Lema 1.52 (Dióide das séries de potência). Oconjuntodas sériesdepotênciaem mvariáveis

com coecientes num dióide completo D, dotado das operações de soma e multiplicação denidas

em 1.50 e 1.51 é um dióide denotado DJx 1 ;:::;x m K. O elemento identidade de DJx 1 ;:::;x m K é

denotado simplesmente e, correspondendo à série com coecientes a

0

= e, a

k

=  para k 6= 0. O

elemento nulo é denotado , correspondendo à série comcoecientes iguais a .

Denição 1.53 (Relação de ordemem séries). Dados ae b2DJx

1 ;:::;x m Ktem-se ab,a k b k 8k

Lema 1.54 (Divisão de séries de potência). Dadas duas séries de potência a e b, a divisão à

esquerdade b por a é uma série de potência dada por:

a Æ n b= ^ i j=k a j Æ nb i 

A divisão à direita é denida analogamente.

Denição 1.55 (Suporte, graue valoração). Dado a2DJx

1 ;:::;x m Kdene-se 1. suporte: supo(a)=fk2Z m ja 6=g

(37)

2. grau: grau(a)=supfsupo(a)g

3. valoração: val(a)=inffsupo(a)g

Exemplo 1.56. a=a 1 x 2 y 5 a 2 x 4

y é um polinômioem duasvariáveis (x;y) comcoecientes a

1 e

a

2

, supo(a)=f(2;5);(4;1)g, grau(a)=(4;5) e val(a)=(2;1).

Denição1.57 (Polinômio). Um polinômioé uma série de potência nita com expoentes em N.

Portanto, polinômios possuem suportenito. Quandoreduzido a umúnico elemento é

denomi-nado monômio. Pode-se mostrar que o conjunto dospolinômios é um subdióide de DJx

1 ;:::;x m K denotadoD[x 1 ;:::;x m ].

Nota 1.58. A divisão de séries de potência pode gerar coecientes negativos. Nesse caso, têm-se

as chamadas séries de Laurent. Dados dois polinômios a e b, tem-se que V i j=k a j Æ nb i =  para k

negativo se os expoentes estão restritos a N, caso contrário a divisão de polinômios nãoproduz um

polinômio.

Essaobservaçãopodeser feitaparaoutros subconjuntos dassériesde potência. Por exemplo,a

divisão deséries ditas racionais, extensamente utilizada a partir do capítulo4, pode resultar numa

sérienão-racional. Isso édiscutido na seção2.5.2.

1.4 Conclusão

Osprincipaisresultadosdestecapítulosãoresumidosaseguir. Umdióideéumconjunto dotado

deduasoperações(somaouadição)e(produtooumultiplicação),associativasecomelementos

neutroseerespectivamente,tais que: é comutativa eidempotente(aa=a), édistributiva

emrelaçãoaeéoelemento nulodamultiplicação(a=a=). Aidempotência daadição

deneumarelaçãodeordemparcialqueconfereaosdióidespropriedadesdeconjuntosparcialmente

ordenados.

Noestudo dosmapeamentossobredióides,apropriedade desemicontinuidade (superior ou

infe-rior)permiteobterdiversosresultados. Notadamente,aobtençãodoresíduodoproduto(àesquerda

eàdireita)dene aoperaçãodedivisão(à esquerdaeàdireita). Assim,c=a Æ

nbéo maiorelemento

quemultiplicadopor aà esquerdaé menordo queb ec= bÆ

= aé omaior elemento quemultiplicado

por aà direitaé menordo queb.

Outro resultado importante é dado pelo teorema 1.40. Dados a e b num dióide completo e

f(x)=axb,entãoa 

béasoluçãomínimadef(x)xef(x)=x. Comoserávistonocapítulo2,

umGET podeser descritopelaseguinteequação de estado:

(38)

Peloteorema1.40,essaequaçãotemsolução mínimaX=(A 

B)U. Nocapítulo2mostra-seque

(39)

Modelos Lineares de GETs em Dióides

2.1 Introdução

UmsistemaaeventosdiscretosouSED ocorre,porexemplo,emprocessosde manufatura, onde

existemrecursos aseremcompartilhados e/ou tarefassujeitasàsincronizaçãode eventos. Umgrafo

aeventostemporizado ouGET éumaclasseparticular deredesde Petri capazdemodelarumSED

queapresenta apenas aspectosde sincronização deeventos.

O equacionamento da dinâmica de um GET baseado na operação de maximização conduz a

modelosnão-linearesnaálgebraconvencional. Nestecapítulo,mostra-sequemodeloslinearesdesses

sistemaspodemser obtidos naálgebra de dióides, formalmenteintroduzida nocapítulo 1.

Omodeloobtidonestecapítulocorrespondeaummodelonoespaçodeestadoanálogoaoobtido

na teoria de sistemas lineares. Neste caso, obtém-se uma representação entrada-saída do sistema

denominada função de transferência.

A ênfasedeste capítulose dána modelagemde GETs atravésde estruturas algébricas similares

às transformadas na teoria convencional de sistemas. Entretanto, a denição formal dessas

estru-turas requer uma fundamentação algébrica que recorre a isomorsmos, quocientes de dióides por

congruênciase teoriadaresiduação. Issocontribuipouco paraacompreensão geral datese,motivo

pelo qual seoptou por umaapresentação mais operacional do que formaldo assunto. Em Baccelli

et al. (1992) encontra-se material detalhado sobre o assunto, incluindo as denições formais das

estruturas algébricas utilizadasnessa tese.

Este capítuloestá organizadoda seguinte forma. Aseção 2.2 dene umgrafoa eventos

tempo-rizado e estabelece asregras de disparo das transições que determinam suadinâmica. Nessaseção

sãointroduzidas asvariáveisutilizadas noequacionamento dessessistemas: datadores econtadores

- seções 2.2.2 e2.2.3, respectivamente. Apartir dessasseções, o modelolinear deum GET é

(40)

bidimensional da seção 2.3. Essa representação corresponde ao modelo linear no espaço de estado

que seráutilizado no restante datese paraprojetar o controle de umGET. Esse modelodá origem

na seção2.4 àfunção de transferênciado sistema,cujas propriedadessão estudadasnaseção 2.5.

2.2 Grafo a eventos temporizado (GET)

Denição 2.1 (GET). Uma rede de Petri é denominada um grafo a eventos se cada lugar tem

exatamente uma transição de chegada e uma transição de partida. Um grafoa eventos é dito

tem-porizado(GET)se existe umtempo de espera associado a cadalugar dografo.

Nessecaso,umachaaoentrarnumlugardevecumprirotempodeesperaassociadoaestelugar

antesquepossacontribuirparaahabilitaçãodatransiçãodepartidadesselugar. EmRamamoorthy

e Ho (1980),diversaspropriedades de GETs sãodemonstradas.

Nota 2.2. A temporização de um GET pode estar associada ao tempo de disparo das transições.

Entretanto, nesta teseconsidera-se que o disparo de uma transição é instantâneo, ou seja, o tempo

decorrido entre o início e a conclusão dodisparo é nulo. Essa escolha porém, não representa perda

de generalidade (Baccelli etal., 1992).

AFig.6abaixorepresentaumGET,ondeoslugaressãorepresentadosporcírculoseastransições

porlinhasverticaisconectadasporarcosdirecionados. ComonumarededePetriqualquer,transições

seconectamapenasalugaresevice-versa. Aschasoutokens sãorepresentadasdentrodoslugares

por pontose ostemposde espera(em unidades detempo) por barras verticais.

u1 u2 y1 y2 x1 x2

Figura6: Exemplo de umGET.

Nota 2.3. Embora a modelagem de GETs na álgebra de dióides permita tempos de espera

perten-centes aoconjunto dos números reais e possivelmente variantes no tempo (Baccelli et al., 1992), os

GETs considerados nestatese apresentamapenastempos deespera constantes, inteiros e positivos.

(41)

denominadasinternas. NoGETdaFig.6,u

1 eu

2

sãoastransiçõesdeentrada,y

1 ey 2 astransições desaída e x 1 ,x 2

sãoastransições internas ouestadosdo sistema.

2.2.1 Dinâmica

A dinâmica de um GET á dada pelas mesmas regras de habilitação e disparo de umarede de

Petri,acrescida daregrade temporizaçãodaschas. Ummecanismode temporizaçãoglobal possui

valor inicial t = 0 e a numeração dos disparos de cada transição atribui valor k = 0 ao primeiro

disparo da transição que ocorre em t  0, por convenção. Assume-se que as chas da marcação

inicial já cumpriram seu tempo de espera (estando disponíveis desde t= 1) e que as transições

internas e de saída disparam assim que habilitadas (solução mínima). Em Baccelli et al. (1992),

encontra-seumadiscussão completa sobreessascondiçõescanônicas.

UmexemplodadinâmicadoGET daFig.6é mostradonaFig.7. Suponhaqueemt=0ocorre

um disparo em cada transição de entrada. Instantaneamente uma cha é depositada no lugar de

partida decada transição. Nessecaso, o disparo datransição x

1

,quedeveria ocorrer numarede de

Petri convencional, não ocorre devido à temporização do lugar de partida de u

1 . Omesmo ocorre comx 2 . O disparo dex 1

se daráapenas emt=1,quando acha proveniente de u

1

terácumprido

seutempodeesperade umaunidadedetempo. Logo, atransiçãox

1

setornahabilitada emt=1e

dispara, removendo umacha de seus lugares de chegada e depositandouma cha em cada um de

seuslugaresde partida. A transição x

2

será habilitada apenas emt=2.

u1 u1 u2 u2 y1 y1 y2 y2 x1 x1 x2 x2 t=0 t=1

Figura7: Dinâmica de umGET.

2.2.2 Datadores

Nesta seção equaciona-se a dinâmica de umGET de forma que sepossa descrevera sequência

temporaldedisparodasdiversastransiçõesparaumadadasequênciatemporaldedisparodaentrada.

Assume-sequea sequência dedisparo da entradaé livre edeve ser fornecida externamente.

(42)

Denição 2.4 (Datadores). Um datadoré umavariável x(k) associada a umatransição que

cor-responde aoinstantede tempo no qual ocorre o evento de número k dessa transição.

Uma denição formal e precisa é dada em Baccelli et al. (1992, Def. 5.5), onde datadores

são denidos como mapeamentos não-decrescentes. Entretanto, a denição 2.4 é suciente paraa

compreensão da maioriados conceitosapresentados nessecapítulo.

Nota 2.5. Datadores são sequências temporais não-decrescentes, pois os eventos se sucedem um

após o outro no tempo e aos quais são atribuídos números de sequência em ordem crescente de

ocorrência. No entanto,vários eventospodem ocorrer na mesmadata.

Assim,paraosistemada Fig.6,podem-se escreverasseguintesequações:

x 1 (k)=max f1+x 1 (k 2);1+x 2 (k 1);1+u 1 (k)g (2.1a) x 2 (k)=max f1+x 1 (k);2+u 2 (k)g (2.1b) y 1 (k)=x 1 (k) (2.1c) y 2 (k)=x 2 (k) (2.1d)

A operação de maximização é uma consequência direta da sincronização. Uma transição x

i

dispara notempo máximoentreosinstantesde tempo dedisparo dastransiçõesx

j

conectadasax

i

somadosaorespectivotempodepermanênciadolugarqueconectax

j ax

i

. Amarcaçãoinicialapenas

introduz umdeslocamento nanumeraçãodoseventos de cada transição. Issoestá representadonas

equações(2.1) acima.

Conforme o exemplo da Fig. 7, o primeiro evento (k =0) de cada transição de entrada ocorre

em t=0. Logo,u 1 (0)=u 2 (0)=0 eo primeiro evento de x 1 e y 1

ocorre emt=1 assimcomo ode

x 2 e y 2 emt=2,segundo asequações: x 1 (0)=max f1+x 1 ( 2);1+x 2 ( 1);1+u 1 (0)g=1 poisx 1 ( 2)=x 2 ( 1)= 1 (2.2a) x 2 (0)=max f1+x 1 (0);2+u 2 (0)g=2 (2.2b) y 1 (0)=x 1 (0)=1 (2.2c) y 2 (0)=x 2 (0)=2 (2.2d)

Estasequaçõessãonão-linearesquandoescritasnaálgebra convencional. Entretanto,

denindo-se as operações de maximização e soma usual como as operações  e , respectivamente, de um

dióide apropriado, obtêm-se equações lineares.

Denição 2.6 (Álgebra Max-plus). OconjuntoZ[f+1; 1gdotadodasoperações maxcomo

 e adição usual como com elementos e e  correspondendo a zero e 1, respectivamente, é

denominado álgebra Max-plus, também denotada Z

max

(43)

EstaálgebraéapropriadapararepresentarumGET descritopormeiodedatadores. Nessecaso,

asequações(2.1) podemserescritascomo:

x 1 (k)=1x 1 (k 2)1x 2 (k 1)1u 1 (k) (2.3a) x 2 (k)=1x 1 (k)2u 2 (k) (2.3b) y 1 (k)=x 1 (k) (2.3c) y 2 (k)=x 2 (k) (2.3d)

Paraseobterequaçõesrecursivasemapenasumavariáveldeestado,substitui-sex

2 (k)naequação dex 1 (k). Logo, x 1 (k)=1x 1 (k 2)1x 2 (k 1)1u 1 (k) =1x 1 (k 2)1[1x 1 (k 1)2u 2 (k 1)]1u 1 (k) =2x 1 (k 1)1x 1 (k 2)1u 1 (k)3u 2 (k 1) =(21)x 1 (k 1)1x 1 (k 2)1u 1 (k)3u 2 (k 1) =2x 1 (k 1)1x 1 (k 1)1x 1 (k 2)1u 1 (k)3u 2 (k 1) =2x 1 (k 1)1[x 1 (k 1)x 1 (k 2)]1u 1 (k)3u 2 (k 1) =2x 1 (k 1)1x 1 (k 1)1u 1 (k)3u 2 (k 1) =(21)x 1 (k 1)1u 1 (k)3u 2 (k 1) =2x 1 (k 1)1u 1 (k)3u 2 (k 1) (2.4)

Nasequaçõesacimaforamusadasduasregrasdesimplicação. Aprimeiraéóbvia,pois2=21

nodióideZ

max

. Já asegunda, dadapor x

1 (k 1)=x 1 (k 1)x 1 (k 2),éválidapoisx 1 (k 1) x 1

(k 2). Istoocorreporquex

1

(k) é umdatador, eportanto umafunção não-decrescente de k.

Analogamente, substituindo-se x 1 (k) na equação emx 2 (k) tem-se x 2 (k)=1x 1 (k)2u 2 (k) =1[2x 1 (k 1)1u 1 (k)3u 2 (k 1)]2u 2 (k) =3x 1 (k 1)4u 2 (k 1)2u 1 (k)2u 2 (k) =2[1x 1 (k 1)2u 2 (k 1)]2u 1 (k)2u 2 (k) =2x 2 (k 1)2u 1 (k)2u 2 (k) (2.5) Como y 1 (k) =x 1 (k) e y 2 (k)=x 2

(k), obtém-se uma relação entrada-saída de primeira ordem para

osistema, conforme asequações(2.6) abaixo.

y 1 (k)=2y 1 (k 1)1u 1 (k)3u 2 (k 1) (2.6a) y (k)=2y (k 1)2u (k)2u (k) (2.6b)

(44)

De forma semelhante à transformada z na teoria de sistemas, onde z 1

pode ser interpretado

como ooperadoratraso, dene-se ooperador atraso emcontagem como x(k)=x(k 1).

Logo,asequações(2.6) podemser escritasemtermosdeste operadorcomo:

y 1 =(2 )y 1 1u 1 (3 )u 2 (2.7) y 2 =(2 )y 2 2u 1 2u 2 (2.8)

Peloteorema 1.40, asequaçõesacima têmsolução mínima

y 1 =1(2 )  u 1 3 (2 )  u 2 (2.9a) y 2 =2(2 )  u 1 2(2 )  u 2 (2.9b)

Naforma matricial paraY =(

y 1 y 2 ) 0 e U =( u 1 u 2 ) 0 ,tem-se: Y = 1 3 2 2 ! (2 )  U (2.10)

Aequação acima é facilmente reconhecidacomo uma relação entrada-saída na formaY =HU,

ondeHéafunçãodetransferênciaem dosistema. Essarepresentaçãoédenominadatransformada

.

Uma interpretação física pode ser dada aos elementos de H a partir do grafo da Fig. 6. O

caminho simplesentre u

1 e y

1

introduz um atraso de 1 unidade de tempo (h

11 ) e entre u 2 e y 1 de

3 unidades de tempo e 1 cha (h

12

). Já os caminhos simples entre u

1 e y 2 (h 21 ) e u 2 e y 2 (h 22 )

introduzemumatrasode2unidades detempocada um. Otermo(2 ) 

introduzumaperiodicidade

no sistemade umevento acada 2 unidades detempo,como serávistona seção 2.5.2.

Os resultados acima mostram que é possível obter um modelo linear para um GET tanto na

forma deequaçõesrecursivas(2.9) ,quanto naforma de equações algébricas (2.10) .

Aplicando-seagorao operador diretamente nasequações(2.3) tem-se:

x 1 =(1 2 )x 1 (1 )x 2 1u 1 (2.11a) x 2 =1x 1 2u 2 (2.11b) Substituindo-se x 2 em x 1 ey 1 =x 1

na equação (2.11a) acima obtém-se

y 1 =(1 2 )y 1 (1 )[1y 1 2u 2 ]1u 1 =(2 1 2 )y 1 1u 1 (3 )u 2 (2.12)

Peloteorema 1.40, aequação (2.12) têm solução mínima

y =1(2 1 2 )  u 3 (2 )  u (2.13)

(45)

Comparando-se asequações(2.9a) e (2.13) nota-se umaequivalência entre 2 e (2 1 2

). De

fato,esseselementos sãoiguaisna álgebra datransformada :

2 1 2 =(21) 1 2 =2 1 1 2 =2 1(  2 ) =2 1 =(21) =2 (2.14) A simplicação =(  2

) pode serdescrita como:

t l t m =t min(l ;m) (2.15)

Essa simplicação é possíveldevido à consideração de trajetóriasnão-decrescentes. Portanto, a

álgebra queenvolve a transformada deveser denidade formaa considerar aregra de

simplica-ção (2.15) . Essa discussãoentretanto, seráadiada atéaseção 2.3, quandose estabelece a

represen-taçãode umGET no dióide bidimensional queserá utilizado na tese. Por enquanto, formalizam-se

osresultados mostradosacima.

Demaneirageral, qualquer GET podeser descritopelas seguintes equações:

x(k) = M M i=0 (A i x(k i)B i

u(k i)) (2.16a)

y(k)= M M i=0 C i x(k i) (2.16b)

Nasequaçõesacima,u, xe y sãovetoresde datadorescujasdimensõessãoiguaisao número de

transições de entrada, de transições internas e de saída do sistema, respectivamente. As matrizes

A i , B i e C i

possuem dimensões apropriadas com elementos em Z

max

e M é o número máximo de

chasexistentes namarcação inicial decada lugar.

A forma canônica da equação (2.16) acima é obtida quando aparece somente x(k 1) no lado

direitodasequações. Paraobtê-laé necessárioresolveraparte implícita A

0

x(k),casoexista.

Pelo teorema1.40, asolução mínimax

min daequação implícita x=axbé x min =a  bsempre que a 

puder ser denida. Pode-se mostrar que se um GET é vivo (não-bloqueado), então A 

0 é

nita(Baccelli etal., 1992,Teo. 2.66)e x(k) podeser escrito como:

x(k)= M M i=1 (A  0 A i x(k i)A  0 B i u(k i)) (2.17)

O próximo passo é clássico na teoria de sistemas e consiste em aumentar a dimensão do vetor

(46)

pode serdescrito pelasseguintes equaçõescanônicas:

x(k)=Ax(k 1)Bu(k) (2.18a)

y(k)=Cx(k) (2.18b)

Nessas equações, astransições disparam assim que habilitadas e x(k) = para k <0, ou seja,

aschasda marcaçãoinicial estão disponíveisdesde t= 1.

Aplicando-seentão ooperador nas equações(2.18) , obtém-se:

X=( A)XBU (2.19a)

Y =CX (2.19b)

A solução mínima das equações (2.19) é dada pelo teorema 1.40. Logo, Y = C( A) 

BU e a

função de transferênciado sistemaé por denição H=C( A) 

B.

Para o exemplo dado, obtêm-se as equações na forma (2.16) diretamente a partir das

equa-ções(2.3) escritasna formamatricial,ou seja,

x(k)=   1  ! x(k)  1   ! x(k 1) 1    ! x(k 2) 1   2 ! u(k) (2.20a) y(k)= e   e ! x(k) (2.20b) Nestasequações,x=( x 1 x 2 ) 0 ,y=( y 1 y 2 ) 0 e u=( u 1 u 2 ) 0 .

Após as manipulações dadas pela equação (2.17) e a introdução de um novo estado x

3 (k) =

x

1

(k 1) obtém-se aseguinte forma canônica:

x(k)= 0 B B @  1 1  2 2 1   1 C C A x(k 1) 0 B B @ 1  2 2   1 C C A u(k) (2.21a) y(k)= e    e  ! x(k) (2.21b)

Logo,a função detransferência dosistemaH =C( A)  B é dada por: H= e    e  ! 0 B B @  1 1  2 2 1   1 C C A  0 B B @ 1  2 2   1 C C A = 1 3 2 2 ! (2 )  (2.22)

Aequação(2.22) acimaé obtidacomoauxíliodolema 1.48deformasemelhanteàmostradano

(47)

Para exemplicar a resposta temporal do GET descrito pela equação (2.22) , suponha que em

t = 0 ocorrem innitos disparos das transições u

1 e u

2

de entrada. Essa abstração corresponde

a obter a saída do sistema sem impor restrição alguma sobre as entradas. Logo, esta resposta é

devidaapenasàestruturaetemporizaçõesinternasdoGETecorresponde àsuarespostaimpulsiva,

como será visto na seção 2.4. As contribuições dasduas entradas sobre as duas saídas podem ser

visualizadas separadamente na Fig. 8. Estas contribuições correspondem aos elementos da matriz

H. Assim,tomando-searelaçãou

1 !y

1

,tem-sequeoprimeirodisparo(k=0)deu

1

contribuipara

o disparo de y

1

apenas após decorrido uma unidade de tempo. Posteriormente, esta contribuição

atinge um comportamento em regime a uma taxa de um evento a cada duas unidades de tempo.

Analogamente paraacontribuição de u

2

sobre y

1

. A sequência dedisparo da saíday

1

éentãodada

pelamaximização (soma nodióideZ

max

) destasduascontribuições eanalogamenteparaasaíday

2 . tempo evento taxa=1/2 u1!y1 e tempo evento taxa=1/2 u2!y1 e tempo evento taxa=1/2 u1!y2 e tempo evento taxa=1/2 u2!y2 e

Figura8: Resposta temporal deumGET.

2.2.3 Contadores

Naseção 2.2.2foram usadasvariáveis dotipodatadoresparadescrever adinâmica deumGET.

(48)

o desenvolvimento é análogo ao da seçãoanterior, muitas passagens foram omitidas, destacando-se

apenasosresultados principais.

Denição 2.7 (Contadores). Um contador é uma variável x(t) associada a uma transição, que

corresponde aonúmero doúltimo evento ocorridoantes doou no instante t.

Nota 2.8. Damesma forma que datadores, contadores são sequências não-decrescentes.

OsistemadaFig. 6pode serdescrito emtermos decontadores como:

x 1 (t)=minf2+x 1 (t 1);1+x 2 (t 1);1+u 1 (t)g (2.23a) x 2 (t)=minfx 1 (t 1);u 2 (t 2)g (2.23b) y 1 (t)=x 1 (t) (2.23c) y 2 (t)=x 2 (t) (2.23d)

Onúmero de disparos de umatransição x

i

até uminstante de tempo t corresponde ao mínimo

dos números de disparo dastransições x

j

conectadas a x

i

somados ao respectivo número de chas

da marcação inicial do lugar que conecta x

j a x

i

. A temporização dos lugares apenas introduz

umdeslocamento temporal naocorrência doseventos de cada transição. Issoestá representadonas

equações(2.23) acima.

Denindo-se asoperações de minimização e soma usual como as operações  e ,

respectiva-mente, de umdióide apropriado, obtêm-seequaçõeslineares.

Denição 2.9 (Álgebra Min-plus). O conjunto Z[f+1; 1g dotadodas operações mincomo

 e adição usual como , com elementos e e  correspondendo a zero e +1, respectivamente, é

denominado álgebra Min-plus, também denotada Z

min

. O elemento 1 é o elemento de topo do

conjuntodenotado >.

EssaálgebraéadequadapararepresentarumGETdescrito pormeio decontadores. Nessecaso,

asequações(2.23) podemser escritascomo:

x 1 (t)=2x 1 (t 1)1x 2 (t 1)u 1 (t 1) (2.24a) x 2 (t)=x 1 (t 1)u 2 (t 2) (2.24b) y 1 (t)=x 1 (t) (2.24c) y 2 (t)=x 2 (t) (2.24d)

(49)

Paraseobterequaçõesrecursivasemapenasumavariável,substitui-sex 2 (t)naequaçãodex 1 (t). x 1 (t)=2x 1 (t 1)1x 2 (t 1)u 1 (t 1) =2x 1 (t 1)1[x 1 (t 2)u 2 (t 3)]u 1 (t 1) =2x 1 (t 1)1x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =2x 1 (t 1)(21)x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =2x 1 (t 1)2x 1 (t 2)1x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =2[x 1 (t 1)x 1 (t 2)]1x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =2x 1 (t 2)1x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =(21)x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) =1x 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) (2.25)

Nessecaso, 1=21nodióide Z

min ex 1 (t 2)=x 1 (t 1)x 1 (t 2)poisx 1 (t 2)x 1 (t 1).

Notequea relaçãode ordemno dióide Z

min

é invertida emrelaçãoà usual,pois12.

Apósalgumasmanipulações, a relação entrada-saída parao sistemaédada por:

y 1 (t)=1y 1 (t 2)u 1 (t 1)1u 2 (t 3) (2.26a) y 2 (t)=1y 2 (t 2)u 1 (t 2)u 2 (t 2) (2.26b)

Denindo-se o operador atraso emdatação Æ comoÆx(t)=x(t 1), tem-se

y 1 =(1Æ 2 )y 1 Æu 1 (1Æ 3 )u 2 (2.27a) y 2 =(1Æ 2 )y 2 Æ 2 u 1 Æ 2 u 2 (2.27b)

Na formamatricial obtém-se:

Y = Æ 1Æ 3 Æ 2 Æ 2 ! (1Æ 2 )  U (2.28)

Neste caso Y = HU, e H é a função de transferência em Æ do sistema. Essa representação é

denominada transformada Æ.

Os resultados acima mostram que também para contadores é possível obter um modelo linear

paraumGET,tanto na formade equaçõesrecursivas(2.26) ,quanto naforma de equações

algébri-cas(2.28) .

Aplicando-seagora ooperadorÆ diretamente nasequações(2.24) tem-se:

x 1 =(2Æ)x 1 (1Æ)x 2 Æu 1 (2.29) x =Æx Æ 2 u (2.30)

(50)

Arelaçãoentrada-saída paray 1 ca y 1 =Æ(1Æ 2 2Æ)  u 1 1Æ 3 (1Æ 2 )  u 2 (2.31)

Comparando-se as equações (2.27a) e (2.31) nota-se uma equivalência entre 1Æ 2 e (1Æ 2 2Æ 1 ).

Defato, esseselementos sãoiguaisna álgebra datransformada Æ:

1Æ 2 2Æ 1 =(12)Æ 2 2Æ 1 =1Æ 2 2Æ 2 2Æ 1 =1Æ 2 2(Æ 2 Æ 1 ) =1Æ 2 2Æ 2 =(12)Æ 2 =1Æ 2 (2.32) Asimplicação Æ 2 =Æ 2 Æ 1

podeser descritacomo:

kÆ  kÆ  =t max(;) (2.33)

Essa simplicação é possível devido à consideração de trajetórias não-decrescentes. Logo, a

álgebra que envolve a transformada Æ deve ser denidade forma aconsiderar a regrade

simplica-ção (2.15) . Issoédiscutido na seção2.3. Por enquanto,formalizam-se osresultados anteriores.

Demaneira geral,todo GET podeserdescrito pelas seguintes equaçõescanônicasemtermosde

contadores:

x(t)=Ax(t 1)Bu(t) (2.34a)

y(t)=Cx(t) (2.34b)

Nessasequaçõesastransiçõesdisparamassimquehabilitadasex(t)=>parat<0.

Aplicando-seo operador Æ nasequações(2.34),obtém-se:

X=(ÆA)X BU (2.35a)

Y =CX (2.35b)

Nessecaso, a função de transferênciaé dadapor H=C(ÆA) 

B.

Nota 2.10. Os resultadosobtidosparacontadores podemserdiretamente obtidosdedatadores,

bas-tando para isso trocar coecientes de datadores por argumentos de contadores associados a uma

mesma transição (e vice-versa). Nas representações transformadas, coecientes em passam a

expoentes em Æ e vice-versa.

2.3 Descrição no dióide bidimensional

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