BRAINS® - BRAIN RESCUE IN ACUTE ISCHEMIC NEUROLOGIC SYNDROMES
São Paulo, Brasil 2017 Prime Neurologia®
Autores: José Luciano Cunha, Bruno Minelli Editoração: Main Creative Solutions LTDA.
Editor: Raoni Imada Tibiriçá
Direitos reservados à Prime Neurologia - São Paulo, Brasil
A PRIME Neurologia é uma empresa médica criada com um único objetivo: mudar o conceito de atendimento em Neurologia.
Contando uma visão empresarial inovadora, uma equipe de profissionais altamente qualifica-da, motivada e lançando mão de novas tecnologias reinventamos o atendimento ao paciente neurológico dentro das instituições com as quais trabalhamos, tornando a especialidade mais rentável e custo-efetiva além de fornecer assistência de excelência à saúde dos pacientes. Neste contexto, encontramos diferentes formas de ação que revolucionaram o atendimento e tratamento dos pacientes; desde a introdução e gerenciamento do protocolo de atendimento ao AVC (BRAINS®) à teleneurologia - que permite mobilidade e fácil acesso através de dife-rentes plataformas - incluindo a criação de centros de sub-especialidades, como o Núcleo de atendimento à Esclerose Múltipla (NATEM), e estamos continuamente trabalhando para apri-morar e garantir o melhor atendimento aos pacientes neurológicos.
Desta forma, com compromisso e dedicação, oferecemos qualidade na assistência de forma eficaz e lucrativa além de garantir segurança e eficiência no atendimento ao paciente neuroló-gico.
MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA
MEMBRO DA ACADEMIA AMERICANA DE NEUROLOGIA DIRETOR TÉCNICO DA PRIME NEUROLOGIA
DR. JOSÉ LUCIANO CUNHA
MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA
DR. BRUNO G. MINIELLO FELLOWSHIP EM
NEUROINTERVENÇÃO – HOSPITAL PAULISTANO
DIRETOR EXECUTIVO DA PRIME NEUROLOGIA
A PRIME Neurologia trabalha para mudar o conceito do serviço de neurologia hospitalar, garan-tindo segurança, qualidade e eficiência nos seriços realizados.
Para isso, criamos um sistema de treinamento chamado BRAINS®(BRAIN RESCUE IN ACUTE
ISCHEMIC NEUROLOGIC SYNDROMES). Este protocolo, inédito no Brasil, é baseado em aulas teórico/práticas e simulações realísticas que permitem ao aluno tornar-se capacitado na con-dução de pacientes com sinais e sintomas de AVC na fase aguda, do diagnósitico à indicação de trombólise química endovenosa e/ou trombectomia mecânica.
Além disso, realizamos em conjunto com os enfermeiros responsáveis, a coleta de dados para gestão e manutenção do protocolo ao longo período de contrato.
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DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
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PROtOCOLO BRAINS®
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido por uma lesão tecidual secundária à vascu-larização insuficiente, levando, por sua vez, a um infarto neuronal e/ou de suas estruturas adjacentes como a micróglia e os astrócitos. Atualmente, a noção de que a presença de infarto tecidual é necessária para que seja confirmado o diagnóstico de AVC, ajuda no diagnóstico diferencial com o Acidente Is-quêmico Transitório (AIT). Os novos critérios para definição de AIT revelam que os exames de imagem devem ser negativos para áreas de necrose tecidual aguda, o que pode redu-zir consideravelmente os casos de AIT no futuro, já que alguns pacientes sofrem lesão
cerebral com evidência de infarto tecidual, mesmo após melhora completa dos sinto-mas em menos de 24 h.
O AVC pode ser do tipo isquêmico, onde ocor-re uma oclusão arterial aguda, levando a um déficit no suprimento sanguíneo focal no encéfalo, ou hemorrágico, que acontece por uma ruptura arterial intracraniana, levando a compressão de estruturas, além da deficien-te vascularização no local afetado. Aproxi-madamente 80-85% dos casos de AVC são isquêmicos e 10-15% se caracterizam como hemorrágicos.
AVC Isquêmico
AVC Hemorrágico
No AVC Hemorrágico ocorre o rompimento de um vaso, aneurisma ou mal formação venosa dentro do cérebro; podendo comprometer o fluxo local.
DEFINIÃO DO AVC E SUA CLASSIFICAÇÃO
Capítulo 1
No AVC Isquêmico ocorre interrrupção do fluxo arterial para o Cérebro devido à obstrução por um coágulo ou placa ateromatosa.
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EPIDEMIOLOGIA
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PROtOCOLO BRAINS®
Atualmente, o AVC é a segunda causa de morte em todo o mundo, sendo a primeira causa em mulheres, e a primeira causa de incapacidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Aproximadamente 15 milhões de pessoas são afetadas em todo o mundo e 500.000 morrem todo ano. Das sobreviventes, 5 milhões podem permanecer inteiramente incapacitadas para o trabalho e atividades diárias mais básicas.
Existe uma grande elevação da mortalidade por AVC, em função do aumento da idade, em todos os grupos étnicos e raças. Em indi-víduos jovens, da raça negra, a mortalidade é
substancialmente maior.
Nos Estados Unidos da América, os custos diretos e indiretos, estimados em 2006, eram de $57 bilhões de dólares, e o gasto médio de vida nos quadros de AVC estavam na ordem de $140 mil dólares, o que inclui cuidados com reabilitação, home care, medicações e longo seguimento devido a complicações clínicas e neurológicas. Apesar de ser uma doença extremamente grave, e com afecção de boa parte da população mundial, os pro-gramas educacionais para a população em geral e para os profissionais de saúde, ainda é muito deficiente.
100 MIL BRASILEIROS SÃO MORTOS
POR AVC A CADA ANO
1 A CADA 6 BRASILEIROS
SOFRERÁ UM AVC AO LONGO DA VIDA
MAIS DE US$ 57 MILHÕES
GASTOS DIRETOS E INDIRETOS/ANUAIS
SEGUNDA CAUSA DE MORTE
EM TODO O MUNDO
2º
>15 BILHÕES DE PESSOAS
AFETADAS EM TODO O MUNDO
PRIMEIRA CAUSA DE MORTE
ENTRE AS MULHERES
1º
EPIDEMIOLOGIA
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FISIOPAtOLOGIA
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PROtOCOLO BRAINS®
O processo de morte neuronal através da is-quemia ocorre, em geral, quando o fluxo san-guíneo em determinada região do cérebro alcança níveis críticos, levando a desestabi-lização dos processos de homeostase inter-celulares e consequente lesão irreversível do neurônio.
A formação do trombo é uma etapa crucial na fase de obstrução do fluxo sanguíneo ar-terial. A trombina, uma serina protease, cliva o fibrinogênio em fibrina que, por sua vez, se agrupa com as plaquetas e forma um ar-cabouço estrutural para a estabilização do trombo. Além disso, a própria fibrina pode le-var a ativação de alguns receptores plaquetá-rios importantes para a agregação e ativação das plaquetas.
Contudo, se houvesse apenas o sistema de formação de trombos, seriamos constante-mente expostos a risco de trombose micro-vascular disseminada, pois a cascata que gera fibrina e ativa as plaquetas poderia se autoperpetuar. Existe, no nosso organismo, um sistema fibrinolítico endógeno, que é res-ponsável pela lise dos trombos formados, através da quebra da fibrina, gerando produ-tos de degradação da fibrina. Os principais
fi-brinolíticos naturais são o u-PA e o t-PA. Esse balanço permite ao nosso organismo contro-lar as reações da micro e macrovasculatura a traumas, e eventuais lesões críticas inflama-tórias.
Todavia, algumas vezes o sistema fibrinolíti-co endógeno não funciona de forma eficaz, e o fluxo sanguíneo não retorna aos seus va-lores basais. Em um período curto, de apro-ximadamente 5 minutos, os neurônios já começam a sofrer processo de isquemia e disfunção celular. Na parte central da lesão isquêmica, geralmente os neurônios morrem primeiro, levando a uma área de infarto ce-rebral. A área mais periférica, chamada área de penumbra, é a região onde se localizam os neurônios com disfunção celular, devido a ausência de fluxo sanguíneo adequado, mas que ainda possuem viabilidade, e podem se recuperar plenamente se houver restauração das condições basais da vasculatura. É essa área de penumbra que se torna o verdadeiro alvo da terapia trombolítica, seja ela mecânica ou química, pois nela se encontram as chan-ces do paciente retornar ás suas atividades diárias, sem maiores sequelas neurológicas. Quanto maior a área de penumbra, melhor a capacidade de recuperação do paciente. G E N - D A E
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FISIOPAtOLOGIA DO AVC ISQUÊMICO
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EtIOLOGIA
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PROtOCOLO BRAINS®
O AVC pode ter diversas etiologias. Entre elas, existem as doenças de pequenos vasos, do-enças de grandes artérias, cardiopatias, ar-ritmias e outras causas que envolvem desde patologias inflamatórias autoimunes como as vasculites, até mesmo causas infeccio-sas e genéticas como Sifilis e CADASIL, por exemplo.
A principal causa de AVC no mundo conti-nua sendo a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), com doença de pequenos e grandes vasos. A doença das grandes artérias, como carótidas, artéria cerebral media e basilar,
po-dem aparecer nos exames de imagem como estenose significativa, ou placa ulcerada que, por sua vez, envia êmbolos para a circulação encefálica, podendo causar obstrução proxi-mal das grandes artérias ou infartos lacuna-res.
A doença das pequenas artérias geralmente se manifestam nas artérias lenticulo estria-das, artérias perfurantes pontinas (ramos da basilar), e outras artérias que irrigam o tálamo posterior e medial. As manifestações clínicas dependem basicamente do local acometido.
O AVC pode ter diversas causas que devem ser investigadas paralelamente ao tratamento porém a investigação etiológica não deve postergar o tratamento, exceto em situações em que a provável etiologia tenha tratamento específico, como no caso de algumas infeccções
INFECCIOSA VASCULAR CARDIOVASCULAR CRIPTOGÊNICA HIPERTENSÃO