Conceitos Introdutórios - Anhembi Morumbi
Conceitos Introdutórios
Fábio Fernandes
Introdução
Com o advento da tecnologia e o maior acesso do público em geral a Internet, o aprendizado on-line (e-Learning) tem sido cada vez mais procurado por profissionais e empresas como a forma de atualização profissional (profissional independente) e de diminuir o custo de treinamento de funcionário (empresas) e ao mesmo tempo, manter a produtividade do trabalho da equipe.
O quadro abaixo apresenta atuais dados de uso da Internet no mundo inteiro:
Nota:
(1) Uso da Internet e estatística da população foram atualizados em fevereiro de 2005 (2) População foi baseada em dados encontrados no web site gazetteer.de
(3) Informação do uso da Internet foi retirado de dados publicados por Nielsen/Net Ratings, by International Telecommunication Union
Junto com o aumento do número de pessoas com acesso a Internet, nota-se também uma mudança no perfil do usuário, que por sua vez tem se familiarizado com a tecnologia. Agora, esse usuário tem mais expectativas ao acessar a Internet, seja para pesquisa, jogos, pagamento de faturas, ou até mesmo para aprendizado on-line.
Determinadas ações, requisitadas ao usuário de Internet, que foram novidade ou obstáculos, hoje já fazem parte natural da experiência do acesso com o mundo virtual. Com isso, deve-se levar em consideração o fato de que hoje em dia, o público que acessa a Internet com freqüência tem ajudado, de certa forma, a moldar os caminhos futuros que compõem a evolução de técnicas de design interativo (experiência do usuário) e no caso do aprendizado on-line, a evolução da aplicação de tecnologia instrucional.
No que se refere às técnicas instrucionais, aplicadas na elaboração de treinamento por meio de computador (CBT-Computer Based Training), ainda seguimos muitos conceitos tradicionais de tecnologia instructional, baseados em psicologia comportamentalista (behaviouristia, Watson e Skinner), que incluem:
•
análise de tarefa;•
avanço em passos de aprendizagem pequenos;•
participação ativa do estudante;•
velocidade de aprendizagem individual;•
realimentação imediata e reforço.No entanto, com o avanço da teoria de aprendizagem cognitiva a ênfase voltou-se para relações de compreensão e para habilidades genéricas de aplicação como estratégias de aprendizagem. Simultânea a esse conceito, segue a explicação de qual é a real contribuição da teoria de design instrucional no desenvolvimento de sites de e-Learning.
A figura abaixo representa o modelo básico de design instrucional utilizado como esqueleto para vários projetos de ensino que envolvem o uso de multimídia e/ou ensino on-line.
Conceitos Introdutórios - Anhembi Morumbi
Esse é apenas um dentre vários outros modelos disponíveis. Os modelos de design instrucional, no entanto, não têm como propósito principal servir de receita ou modelo fixo a ser seguido, mas sim servir como base ao designer instrucional para que o mesmo desenvolva os próprios procedimentos de acordo com a sua condição específica de ensino.
A forma mais recomendável de se adaptar o modelo básico de design instrucional é com a formação de uma equipe composta por vários profissionais das seguintes áreas: um expert no assunto, um designer instrucional, um professor experiente, um design de interface, um especialista em arquitetura de informação e um programador.
O modelo até então apresentado é descrito por muitos como a primeira geração de design instrucional, a qual baseou-se bastante na psicologia comportamentalista. No entanto, há uma segunda geração de design instrucional, cujos conceitos básicos são tirados da psicologia cognitiva, em que a aprendizagem é o foco de interesse.
Os objetivos de aprendizagem enfatizam o domínio do conhecimento de procedimentos (saber como) e do conhecimento contextual (saber o porquê, quando e onde) ao invés do conhecimento declarativo (saber que). (Tennyson, 1992).
Com esse fundamento, a psicologia cognitiva moderna recomenda a aprendizagem interativa individualizada, o que a torna um fator crítico no desenvolvimento de bons programas de ensino on-line. No entanto, há um vasto leque de possibilidades para engajar o aluno no processo de aprendizagem. Hammond (1993) apresenta três dimensões: controle,
envolvimento e síntese.
Degree of learner control, synthesis and engagement in computer-based learning (Hammond, 1993)
Controle: define o grau em que o aluno ou o sistema de ensino controla a exposição
aos materiais e atividades de aprendizagem. Pode-se apresentar um esquema mais controlado, como por exemplo, um ensino passo a passo (tutorial) ou um esquema de navegação não linear em que o aluno tem total liberdade para navegar.
Envolvimento: define a extensão do envolvimento do aluno no processo de
aprendizagem.
Refere-se ao nível de envolvimento ativo do estudante comparado ao passivo. Por exemplo, resolver problemas, executar simulações etc..
Síntese: define a natureza da atividade de aprendizagem. Refere-se ao nível de
permissão de interatividade do aluno com o sistema. O aluno pode ser motivado a fazer anotações, ou até mesmo criar a própria apresentação.
Baseado nas três dimensões apresentadas por Hammond, o profissional responsável pelo desenvolvimento do curso on-line começa, então, a tomar decisões que irão definir o método a ser adotado na criação do curso.
O campo de e-Learning continua evoluindo, mudanças e avanços da tecnologia continuarão ditando uma boa parte das novas tendências de interatividade no que diz respeito à criação de cursos on-line. Simultaneamente, contínuos estudos e pesquisas vêm sendo desenvolvidos para refinarmos ainda mais a forma como web sites de e-Learning são criados.
Tudo isso para que o aprendizado e a experiência interativa do usuário seja otimizado através da criação de interfaces de máxima usabilidade.
Tendências!
Geração Wireless...
- 44% de usuários de Internet nos Estados Unidos tem acesso sem fio.
- Acesso a Internet através do telefone celular contribuiu para o aumento de 29% do número de usuários de wireless, no mundo.
- O aumento mais significativo foi nos Estados Unidos e Japão, que juntos somam 69% de aumento no número de usuários. - Outros países: - 28% Coréa do Sul. - 4% Índia. - 3% Brasil. - 2% Rússia. Fonte: Ipsos-Insight www.itfacts.biz/index.php?id=CO_19_1
Conceitos Introdutórios - Anhembi Morumbi Programa Instrucional: material auto-didático, elaborado segundo os princípios de tecnologia
instrucional.
Behaviorismo: escola de psicologia que explica e procura promover a aprendizagem como uma
seqüência de modificações incrementais no comportamento do organismo sob controle dos estímulos (stimulus) e reforços (reinforcer) que atuam em seu ambiente. Foi a base teórica inicial para métodos de auto-instrução programada (programmed instruction) nos anos 60 e, portanto, foi incorporada a muitos sistemas de EAD.
Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância h t t p : / / w w w. a b e d . o r g . b r / p u b l i q u e / c g i / c g i l u a . e x e / s y s / start.htm?tpl=home&UserActiveTemplate=1por Tecnologia Instrucional. Design Instrucional. e-Learning. Ensino a Distância. Internet.
Anglin, G.J. (2004). Instructional Technology. Past, Present, Future. Englewood Cliffs N.J
Fischetti, E. und Gisolfi, A. (1990). From Computer- Aided Instruction to Intelligent Tutoring Systems. Educational Technology
Robert A. Reiser, John V. Dempsey (2001). Trends and Issues in Instructional Design and Technology. Prentice Hall
ZDNet.com – IT Facts http://www.zdnet.com/