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ANGOLA EM 30 DIAS. Sumário Executivo. Junho de 2016

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ANGOLA

EM 30 DIAS

Junho de 2016

 A tendência decrescente das taxas de juro dos Bilhetes de Tesouro e do

mercado interbancário, a partir da terceira semana de Maio, apesar do aumento das taxas de juro diretoras em Março e Abril, levaram o BNA a reforçar a contração da política monetária na sua reunião de 30 de Junho para conter o aumento da taxa de inflação.

 Depois dos elevados níveis de incerteza à volta da economia mundial e do mercado petrolífero, em Maio confirmou-se a expectativa de uma ligeira recuperação do preço do petróleo.

 O aumento do preço do petróleo, entre Abril e Junho, levou à recuperação das receitas petrolíferas nacionais em cerca de 30% entre Março e Maio. O aumento das receitas tem levado a melhoria da percepção de risco das emissões do Tesouro, levando as taxas de juro para uma rota de redução.

 A tendência decrescente das taxas de juro acontece apesar da taxa de

inflação ter atingido o nível mais elevado dos últimos 10 anos.

 O aumento da taxa de inflação homóloga para 29,23% está relacionado ao

crescimento contínuo da massa monetária, 26,9% em Maio, e à redução da venda de divisas mensal em 12% de Abril a Maio e em 54% em termos anuais.

 A redução da venda de divisas tem como objectivo a protecção dos níveis de reservas internacionais líquidas (RIL) cuja meta é que se mantenha em seis meses de importação. Por isso, as reservas internacionais reduziram apenas cerca de 4,7% face a Maio de 2015, cifrando-se em 24,4 mil milhões em Maio.

 A manutenção das RIL em níveis robustos é uma consequência da gestão

directa das divisas pelo Banco Nacional de Angola e do processo de desvalorização cambial em curso, cerca de 22,59% de Dezembro a Maio de 2016, que já conduziu à redução das importações em cerca de 29,41% em 2015, prevendo-se níveis de queda mais elevados ao longo do primeiro trimestre de 2016.

 As dificuldades de importação, a redução das encomendas do Governo e a

dificuldade de obtenção de crédito têm sido as principais causas apontadas pelos empresários como fundamento para a redução das suas expectativas sobre o crescimento dos sectores do Comércio, Construção e a Indústria Transformadora. As expectativas dos empresários estão de acordo com às revisões para baixo dos níveis de crescimento económico, o Banco Mundial estima uma taxa de 0,9%. As expectativas de baixos níveis de crescimento económico foram confirmadas pelo discurso do Presidente durante a visita no Moxico, no dia 22 de Junho.

 Estas dificuldades, obtenção de crédito e redução das encomendas, poderão aprofundar-se nos próximos meses devido ao aumento da taxa de Facilidade de Cedência de Liquidez para 20% e de Absorção para 7,25%.

 .

(2)

 O mercado cambial continua a ser marcado pela redução da venda de divisas, pela desvalorização suave do kwanza e pela relativa redução das RIL.

 A venda mensal de divisas reduziu 12,9% em Maio para 597 milhões USD, após estabelecer-se em 686 milhões USD no mês anterior, enquanto na variação homóloga reduziu 54%. A venda de euros representou 66% do total, e manteve-se direccionada a sectores estratégicos da economia como a cobertura de necessidades das empresas prestadoras de serviço ao sector petrolífero com 14,3% e dos sectores da agricultura, indústria e pescas com 11% do total.

 Entre Abril e Maio as Reservas Internacionais Líquidas (RIL)

reduziram 1,48%, enquanto em termos homólogos já houve uma quebra de 4,7%, fixando-se em 24,4 mil milhões USD. Apesar da

redução das RIL em termos absolutos, em termos de meses de

importação, devido a redução das importações, as RIL mantém-se acima da meta de seis meses.

 O processo de desvalorização cambial continua a ser tratado de forma muito cuidadosa pelo Banco Central, dado o impacto que estas variações têm sobre a estabilidade económica. Em Maio a desvalorização mensal foi inferior a 0,1%, perfazendo um nível de desvalorização anual 50,33% para USD e 52,9% para EUR, fixando-se em 165,88 Kz/USD e 185 Kz/EUR.

 A expectativa é que o Banco Central encontre um meio termo entre a necessidade de protecção das RIL e a desvalorização cambial. Pois,

segundo o press release da missão do FMI deste mês, o Governo

deve continuar a desvalorizar a moeda, mas deve também usar mais as RIL. Pressupondo maiores níveis de venda de divisas no futuro.

 O forte aumento das taxas de juro da dívida pública interna

registado nos últimos meses está a inverter-se. A reversão da tendência ascendente começou na terceira semana do mês de Maio, quando a taxa a 365 dias reduziu de 19,88% para 18,29% na segunda semana de Junho.

 A tendência decrescente das taxas de juro resulta da melhoria na percepção de risco económico de Angola, em função do aumento do preço do petróleo, entre Abril e Junho, atingindo 52,51 USD/barril no dia 8 de Junho, o máximo do ano, e do consequente aumento das receitas em Abril em cerca de 43%. Esta tendência poderá ser reforçada quando o Tesouro voltar a receber receitas da Sonangol.

 Todavia, em Maio, as receitas petrolíferas reduziram cerca de 5,7%, face a Abril e o preço do petróleo voltou a reduzir para níveis inferiores a 50 USD ao longo do mês de Junho. Por isso, o Tesouro aumentou a velocidade de emissão da dívida interna em finais de Maio e Junho. Como consequência, a dívida pública interna atingiu cerca de 65% do programado no OGE 2016 e a estrutura de emissão alterou substancialmente. Até Maio, o montante emitido em BT’s supera em 117% o valor programado, enquanto as OT’s estão mais baixas do que o previsto.

 A nível de financiamento externo contabilizamos mais de 1,2 mil milhões de USD contratados nos primeiros 5 meses do ano. Estes pacotes de financiamento são de fontes diversas: 118 milhões de EUR do Banco VTB Austria AG; 35 milhões de USD do Commerzbank; 500 milhões de USD do KFW-BANK GMBH, 192 milhões de USD de do HSBC Bank Plc (para a TAAG - Linhas aéreas de Angola); Garantia Soberana para o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pelo financiamento de 325 milhões de USD ao BPC e o financiamento de 90 milhões de USD do BAD (para a Ciência e Tecnologia). Este nível de financiamento está abaixo dos 7 mil milhões de USD previstos no OGE 2016.

Taxas de Câmbio

Reservas Internacionais Líquidas

1,00 1,09 1,18 1,27 1,36 1,45 1,54 70,00 90,00 110,00 130,00 150,00 170,00 190,00 210,00

mai/1 4 set/14 ja n/15 mai/15 set/15 jan/16 mai/1 6

Fonte: Bloomberg; BNA

AOA /E UR (esq.) AOA /U SD (esq.) EUR/USD (dir.)

Taxas de Bilhetes do Tesouro (%)

Emissão de Dívida Pública Titulada (bn Kz)

21.000 22.000 23.000 24.000 25.000 26.000 27.000 28.000

fev/15 mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16

Fonte: BNA milhões USD

Finanças Públicas

Mercado Cambial

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0

Jan Fev Mar Abr Mai

Fonte: BNA 2016 2015 2014 14,0 14,2 14,4 14,6 14,8 15,0 15,2 14,0 15,0 16,0 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0

18-mar-16 08-abr-16 29-abr-16 20-mai-16 10-jun-16 01-jul-16

Fonte: BNA

(3)

Taxas de Juro Luibor Taxas de Juro do BNA 0,5%

1,3% 2,0% 2,8% 3,5%

mai/15 ago/15 nov/15 fev/16 mai/16

Fonte: INE

 Para responder ao aumento da inflação e a evolução persistente dos

agregados monetários resultante da perda do mecanismo de

exterilização ex-ante, da desvalorização cambial, da fraca

efectividade dos instrumentos da política monetária, o Banco Central reforçou a postura restritiva da política monetária.

 O Comité de Política Monetária (CPM) do BNA no último dia do mês de Junho decidiu aumentar a taxa básica do BNA em 2 p.p., de 14% para 16%, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FPCL) de 16% para 20% e a de Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez (FPAL) de 2,25% para 7,25%. O aumento da taxa de juro da FPAL vem reduzir o spread entre esta e a taxa de FPCL, factor relevante para o aumento da efectividade da política monetária.

 De acordo com o FMI, a pouca profundidade do sistema financeiro nacional, o nível elevado de concentração do sistema financeiro e o elevado spread entre as taxas de juro activas e passivas são os principais entraves à efectividade da política monetária.

 No Mercado Monetário Interbancário as transacções aumentaram

em 28,07% em Maio, nível superior a variação de 12,8% registada em Abril. Porém, a estrutura das transações poderá sofrer alterações

face à implementação da taxa de contribuição especial das

operações bancárias, 0,1% sobre os débitos, reduzindo a

rentabilidade das operaçõesovernight.

 O crescimento das transacções entre os bancos comerciais poderá reflectir a redução dos depósitos livres e das Operações de Mercado Aberto (OMA) em 1,5% e 23% em Maio.

 Como consequência, as taxas Luibor médias apuradas aumentaram, com destaque para as taxas a 9 e 12 meses que evoluíram em 1,50p.p. e 1,62p.p. para 17,29% e 18,16%, respectivamente.

 A inflação homóloga atingiu 29,23% em Maio, sendo este o nível mais elevado desde Janeiro de 2005 quando a taxa atingiu 29,6%. A principal diferença entre estes dois períodos é que, naquela fase, a inflação estava com tendência decrescente, devido a implementação do programa de esterilizaçãoex-ante.

 O aumento da taxa de inflação continua dependente do controlo da variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos bens alimentares que atingiu cerca de 29,06% em Maio, na variação homóloga , contribuindo com cerca de 12,77 p.p. para o total do mês de Maio. A nível mensal, depois da redução em Abril, a inflação voltou a aumentar de 3,14% para 3,46% em Maio. Caso o ritmo de inflação mensal se mantenha ao nível médio dos primeiros 5 meses do ano, em Junho a inflação homóloga poderá atingir níveis superiores a 30%.

 A classe de bebidas Alcoólicas é a que mais variou, cerca de 4,72% no mês de Maio e uma variação anual homóloga de 39,5%, contribuindo com cerca de 1,34 p.p. para a Inflação do mês.

 A correlação entre a taxa de inflação e a variação homóloga da massa monetária (M3) continua forte. Em Maio, o crescimento de 23% da massa monetária (M3) foi praticamente replicado pela inflação, cerca de 23,63%, em Abril deu-se o mesmo processo, o crescimento de 26% da massa monetária gerou um crescimento da inflação de 26,43%.

 Este contexto de alto nível de inflação ocorre num período de

desvalorização suave da taxa de câmbio, pressupondo a existência de um certo desfasamento do efeito da taxa de câmbio sobre o nível de preços e da redução da venda de divisas. Este último afecta a

massa monetária, na medida em que se perde o mecanismo de

esterilização ex-ante,baseado na redução de moeda doméstica via venda de divisas na economia.

Inflação Mensal Inflação Homóloga -2% 2% 6% 10% 14% 18%

jan/15 mar/15 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Fonte: BNA

Taxa BNA Taxa BNA Cedência O/N Absorção O/N Absorção 7 dias

10,0 11,5 13,0 14,5 16,0 17,5 19,0

Overnight 30 dias 90 dias 180 dias 270 dias 360 dias Fonte: BNA abr/16 mai/16

%

Mercado Monetário

Inflação

4% 9% 14% 19% 24% 29%

jan mar mai jul set nov

(4)

 África do Sul: A taxa de inflação homóloga reduziu pelo terceiro mês consecutivo, de 6,2% para 6,1%, de Abril para Maio, reflexo da redução do crescimento do nível de preços dos bens alimentares, dando ao, South African Reserve Bank, Banco Central da África do Sul espaço para manter inalterada a taxa de juro directora em 7%, dando suporte a economia para enfrentar o risco de recessão.

 Nigéria: Em Maio a taxa de inflação atingiu 15,6%, nível mais elevado desde Fevereiro de 2010, que representa o quarto aumento mensal consecutivo. O aumento contínuo dos níveis de inflação resultam da pressão sobre o Naira no mercado cambial, cuja taxa de câmbio até a metade do mês de junho situava-se 40% abaixo da taxa no mercado paralelo, o que obrigou à desvalorização de 42,36% no dia 20 de

junho, para 283,50 NGN/USD, em conformidade com as

recomendações do FMI, permitindo ao Banco Central manter a taxa de juro de referência em 12%.

 Moçambique: O Banco Central de Moçambique aumentou a taxa de

juro em 150 p.b. que fixou-se em 14,25% em Maio, o terceiro

incremento em 2016. A decisão visa contrapor a inflação que

cresceu de 17,29% para 18,27%, de Abril a Maio. A queda dos preços das commodities agravou a dívida pública. A nação deve 11,6 mil milhões USD aos seus credores e já falhou o pagamento de 178 milhões USD de juros, referente ao empréstimo avaliado em 535 milhões USD, no dia 23 de Maio.

 Zâmbia: A taxa de inflação mantém a tendência e reduz pelo

terceiro mês consecutivo, com uma variação de -50 p.b. face ao mês de Abril, situando-se em 21,30%. A tendência de redução é fruto da postura restritiva que o Banco Central adoptou em Novembro de 2015, com o aumento da taxa de juro directora para 15,5% em Novembro. Apesar do actual contexto, o país continua a ser o segundo maior produtor de cobre do continente.

 A redução das importações, o aumento das taxas de juro e o

crescimento do sector petrolífero abaixo do nível previsto no OGE 2016, marcaram a actividade económica no primeiro e segundo trimestre ano corrente.

 As baixas expectativas em relação ao crescimento económico em

2016, foram confirmadas pela publicação do indicador de clima económico do primeiro trimestre, que se situou em -29 pontos como resultado das performances negativas de todos sectores analisados, com realce para o sector da construção e turismo com o registo de -74 e -55 pontos.

 Este clima é também confirmado pela redução de 1,2% no Índice de Produção Industrial no quarto trimestre de 2015. Apesar disto, a evolução anual foi positiva, 6,7%.

 Como consequência, várias instituições estão a rever as suas

projecções para o crescimento económico em 2016. O Banco Mundial reduziu a previsão de 3,3% para 0,9% e o FMI de 3,5% para 2,5%. Todavia, o Governo ainda não reviu as suas previsões, mas na recente visita ao Moxico o Presidente da República enfatizou o facto da taxa de crescimento poder fixar-se em níveis inferiores a 2%.

 Apesar disto, as perspectivas para o crescimento em 2017 e 2018 mantêm-se positivas, associadas a agenda económica do Governo, divulgadas nas Linhas Mestras para a Saída da Crise, cuja principal abordagem dá ênfase ao desenvolvimento do sector privado e ao financiamento de actividades com fundos provenientes de dívida pública já contratada, no valor de 5,7 mil milhões. Para além deste facto o Governo tem em marcha um ambicioso programa de promoção de exportações que poderá alavancar o crescimento no médio prazo.

Taxa de Inflação (%)

Taxas de Juro de Referência (%)

Clima Económico Exportação de Petróleo 14 7 6 26 13 7 12 16 14,00 7,00 6,00 26,00 14,25 7,00 12,00 15,50 0 5 10 15 20 25 30

Angola África do Sul Botswana Gana Moçambique Namíbia Nigéria Zâmbia Fonte: Bancos centrais

Abril de 2016 Maio de 2016 % 26,4 6,2 18,7 17,3 13,7 21,3 6,10 18,90 18,27 15,60 21 3 6 9 12 15 18 21 24 27

Angola África do Sul Gana Moçambique Nigéria Zâmbia

Fonte: Bloomberg Abril de 2016 Maio de 2016

Economia Real

Economia Regional

-60 -40 -20 0 20 40 60

set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15

Fonte: INE Comércio Construção Turismo Clima Económico

Pontos 20 30 40 50 60 70 80 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

mar/15 mai/15 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Fonte: Minfin

(5)

 A balança comercial manteve-se superavitária em 2015. A balança comercial apresentou um superávite de 1.942 mil milhões AKZ em 2015, inferior em 33,9% aos 2.942 mil milhões AKZ registados no ano anterior. A contracção do indicador resulta da redução das exportações em 31,75%, tendo atingido 3.932 mil milhões AKZ, que superou a queda das importações para 1.989 mil milhões AKZ, uma diminuição de 29,41% . A China e a Índia mantiveram-se como os principais destinos das exportações, sendo que, como principal origem das importações a China superou Portugal.

 O Índice de Preços Grossista (IPG) apresentou a segunda redução consecutiva em Maio. A variação homóloga do IPG estabeleceu-se em 14,33% em Maio face ao período homólogo, inferior em 0,87p.p. e 1,71p.p aos registos de 15,20% e 16,04% referentes a Abril e Março, respectivamente. O resultado de Maio representa a evolução mensal de 1,20%, após estabelecer-se em 1,17% no mês anterior, reflectindo uma contribuição de 80% dos produtos importados e o restante de produtos nacionais.

 A inflação está em alta em vários países do continente africano. A alta de inflação no continente africano está a ser liderada pelo Sudão do Sul com 266,40% em Abril, seguido por Angola 26,41% em Abril, a República Centro Africana com 25,58% em Junho e a Zâmbia 21,30% Maio vêm logo a seguir. Estes países estão a ser afectados pela redução do preço das matérias primas.

 O número deOil Rigs (plataformas petrolíferas de perfuração) activas em África caiu cerca de 33% e em Angola cerca de 40%, desde Abril de 2015. A agência de prestação de serviços ao sector petrolífero, Baker Hughes, divulgou uma contracção do número de Oil Rigs activas (plataformas de perfuração petrolífera activas) em África, de 120 para 91, e em Angola, de 15 para 9, entre Abril de 2015 e Abril de

2016. Em Maio o número manteve-se próximo aos dados de Abril, 91 e 9, para Africa e Angola,

respectivamente. Desde a crise no sector que se assiste a uma queda significativa do número de plataformas petrolíferas activas no mundo, prejudicadas principalmente pelos custos de produção face ao actual nível de preços.

 O Governo criou uma comissão interministerial para analisar os efeitos da desvalorização do kwanza sobre os contratos públicos. O Governo criou, por meio do despacho nº 216/16 de 27 de Maio, uma comissão interministerial que visa analisar e propor medidas sustentáveis de correcção dos efeitos derivados da desvalorização da moeda sobre a execução contratual das obras públicas em curso. A equipa é composta por quadros do Ministério das Finanças, do Planeamento e Desenvolvimento Territorial e do Ministério da Construção. A mesma será coordenada pelo Director do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, e deverá propor no prazo de 30 dias

medidas sustentáveis de correcção aos constrangimentos financeiros enfrentados por alguns

empreiteiros de obras públicas.

 Ostockde dívida pública titulada de curto prazo cresceu 41,96% de Janeiro a Abril do ano corrente. O

stockde dívida pública titulada de curto prazo aumentou de aproximadamente 386,32 mil milhões AKZ

para 548,43 mil milhões AKZ, de Janeiro a Abril de 2016, uma variação de 41,96%. Estes níveis só se

comparam os registados em Dezembro de 2008, período de crise económica mundial, em que ostock

de dívida titulada de curto prazo, Bilhetes do Tesouro, atingiram 585,48 mil milhões AKZ.

 Angola pretende reduzir o custo de produção do barril de petróleo de 14 para 8 USD. O custo de produção de petróleo em Angola é de 14 USD/barril, segundo a nova Administração da Sonangol. A empresa divulgou esta informação numa reunião com as petrolíferas internacionais a operar no pais, onde lhes foi pedido que ajudassem a aumentar a eficiência do sector para reduzir o custo de produção para 10-8 USD. O custo de produção actual, divulgado pela petrolífera, é superior ao nível divulgado pelo FMI no relatório World Economic Outlook de Abril de 2015, 11,70 USD. Porém, o custo actual é inferior ao da Nigéria, 14,10 USD, mas aquém da Arábia Saudita com 5 USD/barril.

 A inflação homóloga atingiu 29,3% em Maio, nível superior ao de Fevereiro de 2005, 28,46%. A taxa de inflação atingiu 29,3%, sendo este o nível mais elevado desde Janeiro de 2005 período em que se estava a implementar um processo de desinflação, tendo a mesma se fixado em 29,6%. O aumento da taxa de inflação continua a ser determinado pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos bens alimentares que atingiu em Maio cerca de 29,06%, contribuindo com cerca de 12,77 p.p. para o total do mês. Em termos mensais, depois da redução em Abril, a inflação voltou a aumentar de 3,14% para 3,46% em Maio. A classe de bebidas Alcoólicas teve a maior varação mensal, com cerca de 4,72% e uma variação anual de 39,5%, mas apenas contribuiu cerca de 1,34 p.p. para a variação homóloga. Depois da classe de Alimentação a que mais contribuiu para o aumento da inflação geral é a categoria de Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis com cerca de 3,70 p.p. em Maio.

(6)

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015 A n gol a 25,1 4,8 3,0 126,8 103,0 5.199,3 4.100,3 35,3 24,8 41,9 28,9 40,7 62,3 -2,9 -8,5 7,49 14,27 Á fri ca do Su l 54,0 1,5 1,3 350,1 313,0 6.483,8 5.694,6 28,2 29,7 32,0 33,7 47,1 50,1 -5,4 -4,4 5,78 4,89 B otswan a 2,1 3,2 -0,3 15,9 12,9 7.548,2 6.041,0 38,3 38,2 35,8 39,7 17,9 17,8 15,7 9,3 3,73 3,10 Camarõe s 23,1 9,2 7,7 35,9 38,9 452,9 475,9 14,6 16,1 13,3 14,2 16,8 18,8 -9,6 -12,2 1,20 0,89 Con go 4,4 3,4 2,5 2,2 2,0 1.151,7 1.051,6 60,6 59,4 59,9 59,3 49,5 60,0 -7,9 -2,6 2,92 5,49 R e p. D e m. Con go 81,7 3,3 3,0 10,7 9,7 452,8 401,8 12,4 11,8 14,7 15,5 34,7 35,6 -0,3 -2,2 6,03 7,56 G an a 26,9 5,7 3,0 6,1 6,4 344,0 354,3 25,0 24,7 29,8 30,7 100,4 83,4 -8,2 -8,9 24,15 24,86 M au rí ci a 1,3 3,6 3,4 12,6 11,6 10.032,6 9.218,4 20,6 22,5 23,8 25,9 56,1 58,1 -5,6 -5,1 0,19 1,33 M oçambi qu e 27,1 7,4 6,3 16,9 15,0 619,3 534,9 31,8 29,4 42,5 35,4 57,0 74,8 -34,4 -41,3 1,10 11,10 N amí bi a 2,2 4,5 4,5 13,2 12,8 5.988,1 5.776,9 35,4 33,7 39,4 39,6 25,0 27,2 -8,5 -9,8 4,63 3,50 N i gé ri a 178,7 3,3 4,4 1,3 1,4 14.769,9 14.940,7 37,3 34,3 33,6 32,3 68,6 68,1 -22,2 -14,2 0,52 3,16 Tan zân i a 47,7 2,5 1,7 4,4 4,0 3.483,6 3.139,7 30,1 27,6 31,3 33,1 13,7 17,4 3,3 0,5 6,19 4,93 Qu é n i a 44,1 7,0 7,0 48,1 44,9 1.028,8 941,8 14,9 15,1 18,0 18,8 35,2 40,5 -9,5 -8,7 4,75 6,84 Z âmbi a 15,5 5,6 3,6 27,1 21,9 1.726,0 1.350,2 18,9 17,5 24,9 25,6 35,1 52,9 2,1 -3,5 7,86 21,11 Z i mbabwe 13,4 3,3 1,5 14,2 14,3 1.070,6 1.064,4 26,6 27,3 28,1 28,5 51,1 53,0 -18,6 -17,3 -0,80 -2,35 Fonte: FMI

População PIB per capita (USD) Dívida Pública (%PIB) Inflação (%)

Balança corrente (%PIB)

Receitas (%PIB) Despesas (%PIB)

PIB nominal (USD ) PIB (t v, %)

Indicadores Económicos de Países da África Subsariana

Mercado Monetário e Mercado Cambial

Tabelas de Indicadores Económicos

2 015 2 016

dez/13 dez/14 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai

Taxa de câmbio (média)

USD/AOA 97,619 103,069 109,3 110,3 122,2 125,8 125,8 135,3 135,4 135,3 135,3 155,6 158,9 160,7 165,9 165,9 EUR/AOA 134,387 125,27 122,1 121,2 136,9 137,9 140,8 151,3 149,0 143,0 147,1 169,9 177,6 179,5 185,4 185,4 Taxa de ju ro cré dito ( 181 d a 1 an o, %) Empresas Moeda Nacional 13,86 13,88 13,29 13,45 13,42 13,88 14,02 15,22 15,2 15,2 15,11 15,22 15,18 15,21 15,24 15,27 Moeda Estrangeira 12,07 10,64 12,00 12,00 12,00 12,00 12,00 12,94 12 12 12,97 12 - - - -Particulares Moeda Nacional 13,64 13,59 14,02 12,36 11,98 13,01 12,79 15,34 15,32 15,36 10,14 15,35 15,17 17,19 16,29 17,82 Moeda Estrangeira 8,15 6,43 1,05 3,19 2,73 3,18 3,18 4,08 3,51 3,51 2,65 6,03 4,65 13,61 10,91 9,69 Taxa de de pósitos ( 181 d a 1 an o, %) Moeda Nacional 3,87 4,31 4,38 4,45 3,94 4,20 4,65 3,87 3,87 3,85 4,21 3,84 3,86 3,83 3,85 3,99 Moeda Estrangeira 2,25 2,28 2,44 1,84 2,16 2,33 2,56 3,39 3,3 3,45 2,62 2,98 3,07 3,13 2,74 2,68

A gre gados M on e tários ( USD )

M1 2.584,6 3.096,9 3.050,0 3.193,7 3.082,7 3.288,2 3.230,2 3.210,5 3.229,9 3.291,4 3.412,4 3.645,4 3.788,0 3.872,1 3.849,5 4.060,9

M2 4.394,7 5.103,5 5.049,2 5.142,1 5.235,0 5.346,8 5.383,2 5.739,7 5.435,6 5.435,3 5.703,7 6.001,2 6.042,8 6.304,5 6.350,7 6.523,4

M3 4.396,7 5.110,1 5.056,1 5.149,1 5.242,7 5.350,0 5.385,8 5.742,7 5.443,5 5.470,5 5.711,8 6.011,0 6.052,3 6.314,0 6.359,1 6.532,2

Taxa L u ibor ( fim de pe riodo, %)

O/N 4,71 6,14 6,25 6,25 11,29 12,27 13,26 11,81 11,66 11,53 11,31 11.30 11,3 11,01 14,00 13,92 30 dias 6,99 7,45 7,77 7,77 9,01 10,64 11,4 11,33 11,39 11,32 11,44 11,47 11,67 12,27 13,49 14,2 90 dias 7,5 8,02 8,41 8,39 9,33 10,87 11,45 11,50 11,55 11,56 11,88 12,1 12,87 13,31 14,4 15,42 180 dias 8,12 8,5 8,98 8,99 9,9 10,93 11,37 11,60 11,68 11,73 12,21 12,55 13,44 14,01 15,18 16,43 270 dias 8,82 8,93 9,53 9,5 10,06 10,83 11,19 11,56 11,78 11,89 12,56 12,92 13,87 14,61 15,79 17,29 360 dias 9,34 9,55 9,99 10,00 10,28 11,14 11,27 11,65 11,89 12 12,84 13,31 14,43 15,26 16,54 18,16

Taxa Básica ( fim-de -pe riodo, %) 9,75 9 9,25 9,25 9,75 10,25 10,50 10,50 10,50 10,50 11,00 12 12 14 14 16

Taxa In flação ( fim-de -pe riodo, y / y , %) 7,69 7,48 8,23 8,86 9,61 10,41 11,01 11,66 12,4 13,29 14,27 17,34 20,26 23,60 26,41 29,23

Re se rvas in te rn acion ais ( USD ) 31.154 27.276 25.537 25.600 24.948 24.205 24.464 23.842 23.479 24.890 24.572 24.534 23.888 24.297 24.774 24.311

Produ ção de pe tróle o ( mb/ d) 1,73 1,62 1,68 1,73 1,87 1,81 1,75 1,77 1,81 1,84 1,85 1,73 1,75 1,77 1,79 1,77

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