Mecânica Quântica:
uma abordagem (quase) conceitual
Carlos Eduardo Aguiar Carlos Eduardo Aguiar
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Instituto de Física - UFRJ
Sumário
1. Ensino e aprendizagem de mecânica quântica 2. Fenômenos quânticos
3. Princípios da mecânica quântica
4. Sistemas quânticos simples: aplicações 5. Emaranhamento
6. Realismo, contextualidade e não-localidade 7. Operadores, autovalores, autovetores
Ensino e aprendizagem de mecânica quântica
• Dificuldades conceituais • Dificuldades matemáticas • Literatura
• Literatura
Ensino e aprendizagem de mecânica quântica
• Dificuldades conceituais
– Superposição quântica
– Probabilidade subjetiva x objetiva – Complementaridade – O problema da medida – Realismo vs. localidade – ... – ... • Dificuldades matemáticas – Vetores – Números complexos
– Espaços vetoriais complexos
– Operadores, autovalores, autovetores
Ensino e aprendizagem de mecânica quântica
• Entre os alunos as dificuldades matemáticas ganham proeminência pela necessidade de adquirir um domínio operacional da teoria, essencial a aplicações.
• Como veremos, é possível expor a teoria quântica – sem descaracterizá-la – reduzindo as ferramentas matemáticas a descaracterizá-la – reduzindo as ferramentas matemáticas a vetores e um pouco de números complexos. Com isso, torna-se viável dar mais atenção aos aspectos conceituais. • Tal abordagem pode ser de interesse a alunos para os quais
o aspecto operacional não é o mais importante (licenciandos em física, por exemplo).
Sobre o ensino e aprendizagem de mecânica quântica
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Sobre o ensino e aprendizagem de mecânica quântica
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Sobre o ensino e aprendizagem de mecânica quântica
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Sobre o ensino e aprendizagem de mecânica quântica
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Livros
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(http://www.if.ufrgs.br/public/tapf/n13_2002_greca_herscovitz.pdf) • O. Pessoa Jr, Conceitos de Física Quântica, Livraria da Física, 2003.
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• B. Rosenblum , F. Kuttner , Quantum Enigma: Physics Encounters Consciousness, Oxford UP, 2006. • A. Rae, Quantum Physics: Illusion or Reality?, Cambridge UP, 2012.
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• D. McIntyre, C. A. Manogue, J. Tate, Quantum Mechanics: A Paradigms Approach, Addison-Wesley, 2012.
Simulações
• Interferômetro de Mach-Zehnder (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
http://www.if.ufrgs.br/~fernanda/
• Experiência de Stern-Gerlach (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
http://www.if.ufrgs.br/~betz/quantum/SGtexto.htm
• QuantumLab (Universität Erlangen-Nürnberg)
http://www.didaktik.physik.uni-erlangen.de/quantumlab/english/index.html
• PhET (University of Colorado)
http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/physics/quantum-phenomena
• SPINS (Oregon State University)
http://www.physics.orst.edu/~mcintyre/ph425/spins/index_SPINS_OSP.html
• Quantum physics (École Polytechnique)
Internet
• Quantum Physics (IoP)
http://quantumphysics.iop.org/
• Quantum Mechanics (Leonard Susskind)
http://theoreticalminimum.com/courses/quantum-mechanics/2012/winter
• Quantum Entanglement (Leonard Susskind) • Quantum Entanglement (Leonard Susskind)
http://theoreticalminimum.com/courses/quantum-entanglement/2006/fall
• Advanced Quantum Mechanics (Leonard Susskind)
Fenômenos Quânticos
Um experimento com a luz
espelho detectores de luz D1 D2 feixe luminoso pouco intenso semiespelho (50-50%) espelhoResultado do experimento
• Os detectores nunca disparam ao mesmo tempo:
apenas um, ou D1 ou D2, é ativado a cada vez.
D1 D1 D2 D2 ou 50% 50% probabilidade
Se a luz fosse uma onda
D1
D
... os detectores deveriam disparar ao mesmo tempo.
Se a luz é composta por partículas
D1 D2 D1 D2 ... ou D1 dispara, ou D2 dispara. ou D2 D2Conclusão
• A luz é composta por partículas: os fótons.
• O detector que dispara aponta “qual caminho”
o fóton tomou.
D caminho 2 caminho 1 D2 D1O experimento de Grangier, Roger & Aspect
• Experimento realizado pela primeira vez em 1986 por Philippe Grangier, Gérard Roger e Alain Aspect.
• A fonte luminosa de “pouco intensa” usada no experimento não é fácil de construir.
ν
1ν
2 átomo deO experimento de Grangier, Roger & Aspect
w = 9 ns
P. Grangier, G. Roger, A. Aspect, Experimental evidence for a photon anticorrelation effect on a
Sobre o ensino do conceito de fóton
• Os experimentos de anticoincidência fornecem evidência simples e direta da natureza corpuscular da luz.
• Mais fácil de discutir (principalmente no ensino médio) que o efeito fotoelétrico.
• Ao contrário do que se lê em muitos livros-texto, o fóton • Ao contrário do que se lê em muitos livros-texto, o fóton
não é necessário para explicar os efeitos fotoelétrico e Compton.
– G. Beck, Zeitschrift für Physik 41, 443 (1927)
Outro experimento com a luz
D2 D1 segundo interferômetro de Mach-Zehnder segundo semiespelho feixe luminoso “fóton a fóton”Preliminares: um feixe bloqueado
50% 25% 25% 1 2O outro feixe bloqueado
25% 25% 1 2 50%Resultado fácil de entender com partículas
50% 25% 25% = caminho do fóton 1 2De volta ao interferômetro
D1
Resultado do experimento:
0% 100% D1 D2 D2Difícil de entender se os fótons seguem caminhos
definidos
caminho 1 caminho 2 25% 25% 25% 25% 1 25% 2 25%Se o fóton segue o caminho 1 (2) não deve fazer diferença se o caminho 2 (1) está aberto ou fechado, e portanto vale o resultado do experimento preliminar.
) 2 ( ) 1 (
P
P
P
=
+
Proposição*
Cada fóton segue ou o caminho 1 ou o caminho 2
consequência: ) 2 ( D ) 1 ( D Dn
P
nP
nP
=
+
probabilidade dodetector Dn disparar apenas o caminho 1 aberto
apenas o caminho 2 aberto
Teste da Proposição
Experimentalmente:%
25
P
D(1) 1=
%
25
P
D(2) 1=
%
25
P
D(1) 2=
%
25
P
D(2) 2=
) 2 ( D ) 1 ( D DnP
nP
nP
≠
+
%
100
P
1 D=
P
D2=
0
%
a proposição é falsa!Repetindo:
A afirmativa
“o fóton segue ou pelo caminho 1 ou pelo caminho 2”
é falsa. é falsa.
“\ um fenômeno que é impossível, absolutamente impossível, de explicar em qualquer forma clássica, e que traz em si o coração da mecânica quântica.”
Por onde vai o fóton?
1 e 2
1 2
ou 1 ou 2
Por onde vai o fóton?
• Experimentalmente, a opção “ou 1 ou 2” é falsa. • Se os dois caminhos forem fechados, nenhum
fóton chega aos detectores. Logo, “nem 1 nem 2” também não é aceitável.
também não é aceitável.
• Parece restar apenas a opção “1 e 2”: o fóton segue os dois caminhos ao mesmo tempo.
Uma resposta melhor
• Não faz sentido falar sobre o caminho do fóton no interferômetro, pois a montagem experimental não permite distinguir os
caminhos 1 e 2.
• A pergunta “qual o caminho do fóton?” só faz sentido frente a um aparato capaz de produzir uma resposta.
Quando alguém deseja ser claro sobre o que quer dizer com as palavras “posição de um objeto”, por exemplo do elétron (em um sistema de referência), ele deve especificar experimentos determinados com os quais pretende medir tal posição; do contrário essas palavras não terão significado.
- W. Heisenberg,
The physical content of quantum kinematics and mechanics
Fácil de entender num modelo ondulatório
D1 D interferência construtiva D2 interferência destrutivaComprimentos variáveis
L2 PD2 PD1 L1 L1, L2 = comprimentos ajustáveisResultado experimental:
L
1– L
2 0 1P
D1L
1– L
2 1 0P
D2• Padrão de interferência: é possível definir um comprimento de onda. • Só há um fóton de cada vez no interferômetro: o fóton “interfere com
ele mesmo”.
• Se cada fóton seguisse um único caminho (ou 1 ou 2), o
comprimento do outro caminho não deveria influenciar o resultado.
(linha tracejada: “ou 1 ou 2” ↔ PD(1) + P D(2))
O experimento de Grangier, Roger & Aspect
P. Grangier, G. Roger, A. Aspect, Experimental evidence for a photon anticorrelation effect on a
O experimento de Grangier, Roger & Aspect
Interferência de nêutrons
interferômetro de nêutrons
Interferência de átomos
interferômetro de átomos
A. D. Cronin, J. Schmiedmayer, D. E. Pritchard, Optics and interferometry
Interferência de elétrons
A. Tonomura et al., Demonstration of single-electron build-up
E se os caminhos forem distinguíveis?
interferência desaparece !
P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer
at the quantum-classical boundary, Nature 411, 166 (2001)
E se os caminhos forem distinguíveis?
• Massa = 0 • caminho
identificado
• não há padrão de • Massa →• caminho não∞
P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer
at the quantum-classical boundary, Nature 411, 166 (2001)
N ↔ Massa
• não há padrão de
interferência • caminho nãoidentificado
• padrão de interferência
E se a informação sobre o caminho for apagada?
impossível determinar o caminho
P. Bertet et al., A complementarity experiment with an interferometer
Quando há interferência?
Resultado pode ser obtido de duas maneiras alternativas, indistinguíveis experimentalmente
interferência (“1 e 2”)
Resultado pode ser obtido de duas maneiras alternativas, distinguíveis experimentalmente
(“ou 1 ou 2”)
Princípios da Mecânica Quântica
• Vetores de estado e o princípio da superposição • A regra de Born
• Complementaridade e o princípio da incerteza • Colapso do vetor de estado
• Colapso do vetor de estado • Evolução unitária
Vetores de Estado
e o
Princípio da Superposição
Princípio da Superposição
Sistemas de dois estados
• esquerda / direita
• horizontal / vertical
• para cima / para baixo
• para cima / para baixo
• sim / não
Sistemas de dois estados
fóton refletido
cara coroa
Sistemas de dois estados
= 2 1 a a Agrandeza física observável:
a2 a1 A = ? a1 a2 a2 a1 medidor de “A” ou
Sistemas clássicos
• Sistema clássico de dois estados, A = a1 e A = a2.
• Representação dos estados: pontos no “eixo A”
A a1 a2 sistema tem A = a1 sistema tem A = a2
Sistemas quânticos: vetores de estado
• Sistema quântico de dois estados, A = a1 e A = a2.
• Representação dos estados: vetores ortogonais (e de comprimento unitário) em um espaço de duas dimensões a 1 a 2 a sistema tem A = a2 sistema tem A = a1
A notação de Dirac
vetor ↔ L identificação a a ↓ ↑ b ↔ 2 1 a a direita esquerda 1 0 exemplos:O que muda?
Passar de dois pontos em uma reta para dois vetores perpendiculares não parece ser mais do mudar o sistema de “etiquetagem” dos estados.
2 a
?
1 a A a1 a2O Princípio da Superposição
Qualquer combinação linear dos vetores |a1〉 e |a2〉
representa um estado físico do sistema.
2 2 1 1 a c a c + = ψ 1 a 2 a ψ
Significado de |ψ〉
• A = a
1e A = a
2?
• esquerda e direita?
• horizontal e vertical?
2 a ψ• horizontal e vertical?
• sim e não?
• 0 e 1?
1 aO espaço de estados é grande
• Um sistema quântico de dois estados tem muito mais que dois estados, tem infinitos estados.
• Os estados |a1〉 e |a2〉 formam uma “base” do
espaço de estados.
1
a
2
Princípio da Superposição: formulação geral
Se |ϕ〉 e |χ〉 são vetores de estado, qualquer combinação linear deles representa um estado físico do sistema.
χ β + ϕ α = ψ ϕ χ ψ
Um ‘detalhe técnico’
• As constantes c
1e c
2podem ser números
complexos (o espaço de estados é um
espaço vetorial complexo).
• Deve-se ter cuidado com figuras como
esta:
esta:
a 2 a ψ c2 cOutro ‘detalhe técnico’
• Qual o significado de “ortogonalidade”
num espaço vetorial complexo?
• Como se define “comprimento” de um
vetor nesse espaço?
1
a
2
a
A Regra de Born
2 2 1 1 a c a c + = ψ a 2 a ψ c2 c 1 a c1A probabilidade de uma medida da
grandeza física A resultar em A = an é
2 2 2 1 2 n n c c c ) a ( P + = (n = 1, 2)
A Regra de Born
2 2 1 1 a c a c + = ψ a2 a1 2 2 2 1 1 c c c ) a ( P + = ? a1 a2 a2 a1 medidor de “A” 2 2 2 1 c c + 2 2 2 1 2 2 2 c c c ) a ( P + =Probabilidade total
1 c c c c c c ) a ( P ) a ( P 2 2 2 1 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 = + + + = +Só há dois resultados possíveis, ou a1 ou a2.
A probabilidade da medida resultar
Normalização do vetor de estado
2 2 2 1 c c + = Ψ Norma de |Ψ〉: 2 a ψ c2 (tamanho do vetor |Ψ〉) 1 a a1 = 2 = 1 a c1 (tamanho do vetor |Ψ〉)Normalização do vetor de estado
Ψ Ψ λ = Φ 2 2 1 1 a c a c + λ λ = Φ 2 2 1 1 a c a c + = Ψ|Φ〉 e |Ψ〉 têm normas diferentes mas representam o mesmo estado físico!
) a ( P c c c c c c ) a ( P 2 n 2 2 1 2 n 2 2 2 1 2 n n Ψ Φ = + = λ + λ λ = Ψ × λ = Φ
Normalização do vetor de estado
Todos os vetores ao longo de uma dada direção representam o mesmo
estado físico.
Podemos trabalhar apenas Podemos trabalhar apenas com vetores “normalizados”:
1 = Ψ 1 c c , a c a c1 1 + 2 2 1 2 + 2 2 = = Ψ ou seja,
2 n n) c a ( P =
Vetores normalizados: a Regra de Born
2 2 1 1 a c a c + = Ψ a a P(a ) = c 2 (normalizado) ? a1 a2 a2 a1 a2 a1 medidor de “A” 1 1) c a ( P = 2 2 2) c a ( P =
Amplitude de probabilidade
c
n⇔
amplitude de probabilidade
probabilidade = |
amplitude de probabilidade
|
2x c x c + = Ψ n n) c x ( = Ψ “função de onda” 2 n n) (x ) x ( P = Ψ 2 2 1 1 x c x c + = Ψ
Frequência dos resultados de medidas
N medidas de A (N→ ∞) a2 a1 a2 a1 Ψ Ψ N1 ↔ a1 N2 ↔ a2 a c a c + = Ψ Ψ a2 a1 • • • podemos prever a frequência dos resultados: 2 1 1 1 P(a ) c N N = = 2 2 2 2 P(a ) c N N = = 2 2 1 1 a c a c + = ΨValor médio dos resultados
valor médio de A: N a N a N A = 1 1 + 2 2 a2 a1 a2 a1 Ψ Ψ Ψ a2 a1 • • • 2 2 1 1 a c a c + = Ψ 2 2 2 1 2 1 a c a c A = +Incerteza
2 2 1 1 a c a c + = Ψ a 2 a Ψ c2 c1, c2≠
0 impossível prever opossível prever o resultado (probabilidade = 100%): valor de A “bem definido”
1
a
c1
impossível prever o resultado de uma medida
0 c , 1 c a1 ↔ 1 = 2 = = Ψ ou Se 1 c , 0 c a2 ↔ 1 = 2 = = Ψ
Incerteza
2 2 1 1 a c a c + = Ψ ∆ A = incerteza de A no estado |Ψ〉(
)
2 2 2 2 A A A A ) A (∆ A) =(
A − A)
= A − A (∆ = − = − 1 a = Ψ ou 2 a = Ψ ∆ A = 0Complementaridade
e o
Princípio da Incerteza
Princípio da Incerteza
Complementaridade
a2 a1 A 1 a 2 a duas grandezas físicas: A e B B b2 b1 2 b 1 b físicas: A e BGrandezas compatíveis e incompatíveis
1 a 2 a 1 b 2 b A e B compatíveis 2 b 1 b 2 a 1 a A e B incompatíveisO Princípio da Incerteza
2 b 2 a Ψ A e B incertos (∆ A ≠ 0, ∆ B ≠ 0) A bem definido, B incerto(∆ A = 0, ∆ B ≠ 0)
B bem definido, A incerto
1
b
1
a
B bem definido, A incerto (∆ B = 0, ∆ A ≠ 0)
O Princípio da Incerteza
2 b 2 a Ψ A e B incompatíveis⇒
nenhum estado |Ψ〉 com ∆A = 0 e ∆B = 0
1
b
1
Exemplo: posição e momentum
X
x1 x2
duas posições: |x1〉, |x2〉 (“aqui”, “ali”)
dois estados de movimento: |p 〉, |p 〉 (“repouso”, “movimento”)
dois estados de movimento: |p1〉, |p2〉 (“repouso”, “movimento”)
2 p p1 2 x 1 x
impossível ter um estado com posição e momentum bem definidos
Resumo da “cinemática” quântica
estado físico vetor no espaço
de estados
grandeza física
sistema de eixos (uma “base”) no espaço de estados
Resumo da “cinemática” quântica
probabilidade de uma medida da grandeza A resultar em A = a1 ou A = a2 2 a a projeção do vetor de estado no eixo |an〉⇓
probabilidade da medida resultar em A = a grandezas físicas incompatíveis (complementares) diferentes sistemas de eixos no espaço de estados 1 a em A = an• “Colapso” durante uma medida
• Evolução unitária (equação de
Como o vetor de estado muda com o tempo?
• Evolução unitária (equação de
Schroedinger)
Colapso do vetor de estado
a2 a1 Ψ antes da medida a2 a1 a2 depois da medidaColapso do vetor de estado
2 a Ψ resultado A = a2 resultado A = a 1 a A = a1medida de A resulta em an
⇒
logo após aColapso do vetor de estado
• O colapso garante que a medida é repetível: se obtemos A = an e
imediatamente refazemos a medida, encontramos A = an novamente com 100% de probabilidade.
• O estado | an〉 é o único em que a nova medida resultará em A = an com 100% de probabilidade.
• |Ψ〉 → |an〉: a medida causa uma alteração imprevisível e incontrolável do estado quântico; versão moderna do “salto quântico”.
estado quântico; versão moderna do “salto quântico”.
• O colapso aplica-se a medidas “ideais” (medidas de von Neuman, ou
projetivas). Na prática, muitas vezes não faz sentido falar em colapso. Por exemplo:
– Um fóton geralmente é absorvido durante sua detecção; não há mais fóton após a primeira medida.
– Medidas de grandezas contínuas como posição e momentum não têm resultados absolutamente precisos; os detectores necessariamente possuem uma resolução finita.
Medidas simultâneas de duas grandezas
Ψ Φ a2 a1 b2 b1 (A, B) (∆ A ≠ 0, ∆B ≠ 0) (∆ A = 0, ∆B = 0) (A, B)Se A e B são incompatíveis (complementares), não
existe estado |Φ〉 com ∆ A
=
0 e ∆ B=
0.É impossível realizar um experimento no qual A e B são medidos simultaneamente (de forma reprodutível).
A equação de Schroedinger
• Evolução temporal do vetor de estado:
|Ψ
(0)〉 → |Ψ
(t)〉
• Dinâmica quântica: determinada pela
energia do sistema (o conceito de força
é pouco relevante).
A (solução da) equação de Schroedinger
2
E
1
E
Sistema de dois estados Dois níveis de energia: E1, E2
2 2 1 1 E c E c ) 0 t ( = = + Ψ 2 / t E i 2 1 / t E i 1e E c e E c ) t ( = − 1 h + − 2 h Ψ
• ћ = constante de Planck (÷ 2π) ≈ 1×10-34 Js
• Números complexos são inevitáveis. Mesmo que as componentes do vetor de estado sejam reais em t = 0,
para t
≠
0 elas serão complexas:A (solução da) equação de Schroedinger
• A evolução |Ψ(0)〉 → |Ψ(t)〉 ditada pela equação de Schroedinger é contínua (sem ‘saltos quânticos’) e determinista (sem elementos probabilísticos).
h / t E i n n n e c ) t ( c = −
Propriedades da equação de Schroedinger
• Linearidade: ) t ( ) 0 ( ) t ( ) 0 ( b b a a Ψ → Ψ Ψ → Ψ Ψ(0) = α Ψa(0) +β Ψb(0) ) t ( ) t ( ) t ( = α Ψa + β Ψb Ψ t = 0 t≠
0Propriedades da equação de Schroedinger
• Conserva a norma do vetor de estado:
) 0 ( ) t ( = Ψ Ψ Ψ(t) ) 0 ( Ψ
tamanho não muda
• Conserva o ortogonalidade entre vetores:
) 0 ( Ψ ) t ( Ψ ) 0 ( Φ ) t ( Φ
dois vetores perpendiculares continuam perpendiculares
Demonstração da linearidade 2 2 1 1 b 2 2 1 1 a E d E d ) 0 ( E c E c ) 0 ( + = Ψ + = Ψ b a E ) d c ( E ) d c ( ) 0 ( ) 0 ( ) 0 ( β + α + β + α = Ψ β + Ψ α = Ψ 2 2 2 1 1 1 d )E ( c d )E c (α +β + α +β =
(
) (
)
) t ( ) t ( E e c E e c E e c E e c E e ) d c ( E e ) d c ( ) t ( b a 2 / t E i 2 1 / t E i 1 2 / t E i 2 1 / t E i 1 2 / t E i 2 2 1 / t E i 1 1 2 1 2 1 2 1 Ψ β + Ψ α = + β + + α = β + α + β + α = Ψ − − − − − − h h h h h hDemonstração da conservação da norma 2 / t E i 2 1 / t E i 1 2 2 1 1 E e c E e c ) t ( E c E c ) 0 ( 2 1 h − h − + = Ψ + = Ψ 2 / t E i 2 2 / t E i 1 2 e c e c ) t ( = 1 + 2 Ψ − h − h 2 2 2 2 1 2 1 ) 0 ( c c e c e c ) t ( Ψ = + = + = Ψ
Demonstração da conservação da ortogonalidade ) 0 ( Ψ ) 0 ( Φ ) 0 ( Ω ) t ( Ψ ) t ( Φ Ω(t) 2 ) 0 ( ) 0 ( ) 0 ( = Φ − Ψ = Ω |Ψ(0)〉 e |Φ(0)〉 ortogonais 2 ) t ( ) t ( ) t ( = Φ − Ψ = Ω |Ψ(t)〉 e |Φ(t)〉 ortogonais
• Determinismo
• Continuidade
• Linearidade
Propriedades da equação de Schroedinger
“evolução unitária”
• Conservação da norma
Estados estacionários
n E ) 0 ( = Ψ iE t/ n E e ) t ( = − n h Ψmesma “direção” que |En〉
• Estado de energia bem definida En:
• |Ψ(t)〉 e |Ψ(0)〉 representam o mesmo estado físico. • Estados de energia bem definida são “estacionários”.
Conservação da energia
2 / t E i 2 1 / t E i 1e E c e E c ) t ( = − 1 h + − 2 h Ψ 2 n 2 / t E i n n,t) c e c E ( P = − n h = ) 0 ( ) t ( E E Ψ = Ψ ) 0 t , E ( P ) t , E ( P n = n =Eq. de Schroedinger x Processos de medida
• Equação de Schroedinger:
– contínua
– determinista
– válida enquanto não se faz uma medida
• Colapso do vetor de estado:
– descontínuo – probabilístico
Eq. de Schroedinger x Processos de medida
Dois tipos de evolução temporal?
• Equação de Schroedinger:
– interação do sistema quântico com outros sistemas quânticos.
– A = a e A = a
– A = a1 e A = a2
• Colapso do vetor de estado
:
– interação do sistema quântico com um aparato
clássico, o aparelho de medida (o “observador”).
O “problema da medida”
Por que o aparelho de medida não é regido pela eq. de Schroedinger?
a2
a1 a1 a2 a1 a2
Descrição quântica do aparelho de medida:
| 〉 |↑〉 | 〉 | 〉 |↑〉 | 〉 2 2 a a ↑ ⇒ 1 1 a a ↑ ⇒ 2 2 1 1 2 2 1 1 a c a c a c a c ↑ + ↑ ⇒ + equação de Schroedinger:
o ponteiro aponta em duas direções ao mesmo tempo ! aparelho de medida:
O “problema da medida”
• Porque as superposições quânticas não são encontradas
no mundo macroscópico?
– Jamais se observou um ponteiro macroscópico apontando em duas direções ao mesmo tempo.
– Um gato não pode estar simultaneamente vivo e morto.
• Como conciliar o espaço quântico de infinitos estados
com a observação de apenas alguns poucos estados
macroscópicos?
Uma descrição do processo de medida
baseada na equação de Schroedinger
deve dar respostas a essas questões.
Física quântica x física clássica
• Por medida, na mecânica quântica, nós entendemos qualquer processo de interação entre objetos clássicos e quânticos…
L. Landau & E. Lifshitz, Quantum Mechanics
• … os instrumentos de medida, para funcionarem como tal, não podem ser propriamente incluídos no domínio de não podem ser propriamente incluídos no domínio de aplicação da mecânica quântica.
N. Bohr, carta a Schroedinger, 26 de outubro de 1935
• …o ‘aparato’ não deveria ser separado do resto do mundo em uma caixa preta, como se não fosse feito de átomos e não fosse governado pela mecânica quântica.
Física quântica x física clássica
física quântica física
clássica
…a mecânica quântica ocupa um lugar muito incomum entre as teorias físicas: ela contém a mecânica clássica como um caso limite, mas ao mesmo tempo requer esse caso limite para sua própria formulação...
Sistemas de N Estados
Você está em todo lugar
Sistemas de 3 estados
2 a 1 a a1 a2 a3 Três valores possíveis para a grandeza A: 1 a 3 a 3 3 2 2 1 1 a c a c a c + + = Ψ 3 , 2 , 1 n , | c | ) a ( P n = n 2 =Sistemas de N estados
2 a 1 a N valores possíveis para a grandeza A: aN a1 a2...
3 a N a...
(impossível desenhar N eixos perpendiculares)∑
= = Ψ N 1 n n n a c N , 2 , 1 n , | c | ) a ( P n = n 2 = KSistemas de infinitos estados
• N pode ser infinito:
∑
∞ = = Ψ 1 n n n a c• N pode ser infinito, e a ter valores contínuos: • N pode ser infinito, e a ter valores contínuos:
∫
= Ψ da c(a) a∫
′′ ′ = ′′ ′ a a 2 | ) a ( c | da ) a , a ( P 2 | ) a ( c | ) a ( p = densidade de probabilidade: probabilidade:Exemplo: a = x = posição de uma partícula
Sistemas de infinitos estados
∫
Ψ = Ψ dx (x) x∫
Ψ = 2 1 x x 2 2 1,x ) dx | (x) | x ( P 2 | ) x ( | ) x ( p = Ψ densidade de probabilidade: probabilidade: função de onda: Ψ(x)Sistemas de infinitos estados
• A grandeza a pode ter valores discretos e contínuos:
∫
∑
+ = Ψ c a da c(a) a n n nExemplo: a = E = energia de uma partícula
∫
∑
+ = Ψ c E dE c(E) E n n nInterferômetro de Mach-Zehnder
• Interferência de uma partícula
• Descrição quântica do interferômetro • Interferência e indistinguibilidade
O interferômetro de Mach-Zehnder
0% 100% D1 interferência construtiva interferência destrutiva “ondas” D2O interferômetro de Mach-Zehnder
50%
25% 25%
D1 e D2 nunca disparam em coincidência “partículas” 1
Descrição quântica do interferômetro
1 (caminho 1)
Espaço de estados
2 c 1 c1 + 2 = Ψ 2 = = 2 2 2 2 1 1 c P c P probabilidades: 1Semiespelho
2 2 1 1 2 1 1 → + 1 1 2 2 evolução unitária 2 2 1 1 2 1 2 → − 1 2 2probabilidade de reflexão = probabilidade de transmissão = 1/2 unitária
Semiespelho
2 2 1 1 2 1 + 2 2 2 1 1 2 1 −1 sinal negativo: evolução unitária conserva a
Interferômetro
D1 D2 2 1 1Interferômetro
Primeiro semiespelho: 2 2 1 1 2 1 1 → + Estado inicial: 1 2 2Interferômetro
Segundo semiespelho: − + + → + 2 2 1 1 2 1 2 1 2 2 1 1 2 1 2 1 2 2 1 1 2 1ou seja, o estado final é
1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 1 = − + + interferência destrutiva interferência construtiva P1 = 100% P2 = 0%
O que interfere?
2 2 1 2 1 1 2 1 2 1 − + + (1-1-1) (1-2-1) (1-1-2) (1-2-2) 1 1 1 2 1 1 2 2soma das amplitudes de probabilidade associadas a caminhos alternativos indistinguíveis
Caminho bloqueado
D2
D1
1 2
Caminho bloqueado
Primeiro semiespelho: 2 2 1 1 2 1 1 → + Estado inicial: 1 2 2 Bloqueio: + → + ⊗ 2 1 1 2 1 2 2 1 1 2 1 fóton bloqueadoCaminho bloqueado
Segundo semiespelho: ⊗ + + → ⊗ + 2 1 2 2 1 1 2 1 2 1 2 1 1 2 1ou seja, o estado final é
⊗ + + 2 1 2 2 1 1 2 1 P1 = 25% P2 = 25% P⊗ = 50%
Por que não há interferência?
(1-1-1) (1-1-2) 1 ⊗ + + 2 1 2 2 1 1 2 1 (1-2-⊗) 2 2 ⊗não há caminhos alternativos para cada um dos estados finais ⇒ não há interferência
1
1 1 1
2
1
Caminhos alternativos distinguíveis
D1
D2
Caminhos alternativos distinguíveis
Estado inicial: 1R • 1, 2: caminho do fóton • R: espelho em repouso • M: espelho em movimento M 2 , M 1 , R 2 , R 1 Primeiro semiespelho: 2 M 2 1 R 1 2 1 R 1 → + Estado inicial: 1RCaminhos alternativos distinguíveis
Segundo semiespelho: − + + → + 2M 2 1 M 1 2 1 2 1 R 2 2 1 R 1 2 1 2 1 M 2 2 1 R 1 2 1ou seja, o estado final é
M 2 2 1 R 2 2 1 M 1 2 1 R 1 2 1 − + + P1 = P(1, R) + P(1, M) = 50% P2 = P(2, R) + P(2, M) = 50% soma de probabilidades, não de amplitudes
Apagando a informação sobre o caminho
D1 100%
D2 0%
mola mola
Apagando a informação sobre o caminho
Segundo semiespelho: − + + → + 2M 2 1 R 1 2 1 2 1 M 2 2 1 R 1 2 1 2 1 M 2 2 1 R 1 2 1ou seja, o estado final é
R 1
a informação sobre o caminho foi apagada e a interferência restabelecida
O palito de fósforo quântico
fóton
• fósforo “bom”
fóton
O palito de fósforo quântico
palitos bons e ruins misturados
Problema: como encher uma caixa de fósforos apenas com palitos bons?
Teste clássico
palito bom queimado
Teste quântico
D1
Palito ruim
D1 100%
D2 0%
transparente
Palito bom
D2 25% D1 25%
50%
palito bom ⇒ D2 dispara em 25% das vezes,
Teste quântico
• D
2→ fósforo bom intacto
• D
1→ fósforo bom intacto ou fósforo ruim
• Fósforo acende → fósforo bom queimado
Dos fósforos bons:
• 25% estão identificados e intactos • 50% foram queimados
• 25% em dúvida
Retestando os casos duvidosos é possível identificar 1/3 dos fósforos bons.
Mais aplicações a sistemas simples
• O problema de Deutsch
• Molécula de H
2+• Benzeno
• Oscilação de neutrinos
• Oscilação de neutrinos
• Polarização do fóton
• Spin ½
• Informação quântica
Emaranhamento
|Ψ〉 sistema I |Φ〉 sistema II |Ψ〉 subsistema I |Φ〉 subsistema II sistema compostoEmaranhamento
• Estados do sistema composto:
II I ,Φ ≡ Ψ Φ Ψ II I ,Ψ = Φ Ψ Φ
↔ sistema I no estado |Ψ〉, sistema II no estado |Φ〉
↔ sistema I no estado |Φ〉, sistema II no estado |Ψ〉
• Superposição ⇒ estado emaranhado: Ψ Φ + Φ Ψ , 2 1 , 2 1
Emaranhamento
• Não é possível associar vetores de estado aos subsistemas individuais.
• O emaranhamento pode ocorrer mesmo quando os
subsistemas estão separados por distâncias macroscópicas, • Um dos mais estranhos e surpreendentes aspectos da
mecânica quântica. mecânica quântica.
“O melhor conhecimento possível de um todo não inclui o melhor conhecimento possível de suas partes, nem mesmo quando essas estão completamente separadas umas das outras e no momento não influenciam umas às outras.”
- E. Schrödinger, The Present Situation in Quantum Mechanics (o artigo de 1935 onde apareceu o gato de Schroedinger)
Realismo, Contextualidade e Localidade
“Eu só gostaria de saber que diabos está acontecendo, é só! Eu gostaria de saber
Variáveis ocultas
)
(
A
λ
Medidas:
• revelam um valor preexistente? • criam o resultado encontrado?
)
(
A
λ
variável “oculta” que determina o valor de A grandeza medida
Experimentos com um sistema composto
I
II
AI = ±1 AII = ±1 incompatíveis BII = ±1 BI = ±1 incompatíveis compatíveisQuatro experimentos com um sistema composto
Quatro experimentos possíveis:
1) Medida de AI e AII
AI = +1 e AII = +1 ↔ encontrado algumas vezes
2) Medida de A e B 2) Medida de AI e BII AI = +1 e BII = +1 ↔ nunca encontrado 3) Medida de BI e AII BI = +1 e AII = +1 ↔ nunca encontrado 4) Medida de BI e BII BI = -1 e BII = -1 ↔ nunca encontrado
Quatro experimentos com um sistema composto
1) P(AI+, AII+) (em %)
A. G. White, D. F. V. James, P. H. Eberhard, P. G. Kwiat,
Nonmaximally Entangled States: Production, Characterization, and Utilization, Physical Review Letters 83, 3013 (1999)
grau de emaranhamento 2) P(AI+, BII+) = 0
3) P(BI+, AII+) = 0 4) P(BI−, BII−) = 0
Experimentos com um sistema composto
A
I= +1
A
II= +1
Se os valores de AI, AII, BI e BII já
existiam antes das medidas:
B
I= -1
B
II= -1
sempre
!!
Estados de Hardy
(
+ + + + − + − +)
= Ψ BI ,BII BI ,BII BI ,BII 3 1 estado emaranhado P(BI−, BII−) = 0 ⇐ experimento 4L. Hardy, Quantum Mechanics, Local Realistic Theories, and
Lorentz-Invariant Realistic Theories, Physical Review Letters 68, 2981 (1992).
L. Hardy, Nonlocality for two particles without inequalities for almost all
Estados de Hardy
(
+ + −)
= + 1 A A B B+ − B − A Experimentos 1, 2 e 3:(
)
(
− + + −)
= − − + + = + A A 2 1 B A A 2 1 B B+ + AEstados de Hardy
(
)
1(
+ − + − + + − −)
= Ψ 2 BI ,AII BI ,AII BI ,AII 6 1 Experimentos 1, 2 e 3: 3)(
− + + + − + − −)
= Ψ 2 AI ,BII AI ,BII AI ,BII 6 1(
− + + + + − + − + + − −)
= Ψ AI ,AII AI ,AII AI ,AII 3 AI ,AII 12 1 2) 1)Contextualidade
)
C
,
(
A
Iλ
IIo que está sendo medido em II (AII ou BII)
)
C
,
(
B
Iλ
II)
C
,
(
A
IIλ
Io que está sendo medido em I (AI ou BI)
)
C
,
(
B
IIλ
INão-localidade
AI AII I II AI AII BII BIO teorema de Bell
Qualquer teoria de variáveis ocultas
compatível com a mecânica quântica
é necessariamente não-local.
é necessariamente não-local.
Conexão com os operadores
• Produto escalar: 〈Φ|Ψ〉 • Projetores: |Ψ〉〈Ψ|
• Operador associado à grandeza A:
• Autovalores e autovetores de A: 2 2 2 1 1 1 a a a a a a A = + • Autovalores e autovetores de A: Ψ λ = Ψ A 2 2 1 1 a , a ou a , a = λ = Ψ = λ = Ψ
É mais fácil encontrar (postular) o operador A
Em seguida:
• Simetrias e grandezas conservadas • Posição e momentum
• Partícula em 1 dimensão: aplicações – Partícula livre
– Potenciais constantes por partes: estados ligados, – Potenciais constantes por partes: estados ligados,
tunelamento, etc.
E se houver tempo:
• Partículas idênticas
• Partícula em 3 dimensões; momento angular • Soma sobre caminhos
• Descoerência
• Muitos-mundos, de Broglie-Bohm • Muitos-mundos, de Broglie-Bohm
Concluindo
• É possível apresentar alguns dos princípios básicos da mecânica quântica utilizando apenas matemática acessível a professores (e alunos?) do ensino médio. • Essa abordagem permite descrever apropriadamente • Essa abordagem permite descrever apropriadamente
a mecânica quântica de sistemas simples.
• Aspectos pouco (ou nada) intuitivos da mecânica quântica podem ser discutidos sem interferência de dificuldades adicionais associadas à matemática.