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...que na lógica operacional do Sistema Único de Saúde SUS, o Município é o principal responsável pela saúde pública de sua população...

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Academic year: 2021

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SINDICATO DOS MÉDICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

 R Cel Lopes Vieira, 90  Fpolis  SC  CEP: 88015-260  CNPJ 83.863.787/0001-42  Fone (048) 32231060  Fax 32229279 Ofício nº 119/11

Florianópolis, 16 de novembro de 2011

Dra. Promotora de Justiça

SIMESC – SINDICATO DOS MÉDICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA,

entidade classista, estabelecida na Rua Coronel Lopes Vieira nº 90, centro, em Florianópolis, SC, vem à presença de Vossa Excelência, através de seu presidente infra-assinado, com fundamento na Lei Complementar nº 197/2000, que estabeleceu a Lei Orgânica do Ministério Público, solicitar as devidas providências, face aos fatos seguintes:

OS FATOS DENUNCIADOS

Como é de conhecimento de Vossa Senhoria, em meados do ano de 2009, esta promotoria de justiça firmou TAC com a Prefeitura de São Francisco do Sul para que esta interviesse na administração do Hospital de Caridade desta cidade, a fim de geri-lo a contento para manter seus relevantes serviços públicos de saúde a toda a população francisquense e microrregião que abarca.

Entre as razões apontadas à época pela promotoria como sendo determinantes para a necessidade da citada intervenção, destacam-se:

“...que na lógica operacional do Sistema Único de Saúde – SUS, o Município é o principal responsável pela saúde pública de sua população...”;

“...que, na inexistência de outros hospitais para atender a microrregião de São Francisco do Sul (abarcando os Municípios de Araquari e Barra do Sul, dentre outros), o Município de São Francisco do Sul, através da Secretaria Municipal de Saúde/Fundo Municipal de Saúde, celebrou Convênio com o Hospital de Caridade,

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SINDICATO DOS MÉDICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

 R Cel Lopes Vieira, 90  Fpolis  SC  CEP: 88015-260  CNPJ 83.863.787/0001-42  Fone (048) 32231060  Fax 32229279 objetivando o precípuo atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde na microrregião de São Francisco do Sul e a notória impossibilidade de tamanha demanda ser atendida pelo pólo próximo (Joinville).”

“...que, embora seja o Hospital de Caridade uma entidade privada, a necessidade de sua manutenção e funcionamento, por ser serviço de relevância pública e essencial, é medida que se impõe;”

“...que fica evidente que o fechamento do Hospital, pelos motivos elencados anteriormente, somente agravariam as infrações ao direito público subjetivo que cada cidadão tem à saúde;”

Na data de 21 de setembro pp., este douto representante do parquet, após receber as informações e justificativas do interventor municipal, entendeu por bem revogar o TAC outrora firmado, autorizando a devolução da administração do Hospital de Caridade à Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência de São Francisco do Sul, tendo em vista que, segundo o alcaide municipal, todas as necessidades do hospital haviam sido supridas e todas as medidas necessárias para manutenção da saúde da população da microrregião atendida estariam asseguradas durante o período de transição da administração do nosocômio em tela.

Ocorre que tal premissa estava baseada em três aspectos, a saber: o primeiro seria a fixação de convênio com o gestor municipal de Joinville para encaminhamento de pacientes graves à rede de saúde daquele município, o segundo seria a manutenção das atividades do próprio Hospital de Caridade, agora sob nova gestão da citada entidade religiosa, e o terceiro seria a readequação do Pronto Socorro municipal com a adaptação de um ambulatório para permitir partos.

Infelizmente, até a presente data, apenas o primeiro destes parâmetros foi atendido, o que traz uma série de consequências alarmantes. Isto porque, ante a cessação de maneira abrupta do aporte mensal dos necessários recursos financeiros advindos da Secretaria de Saúde municipal, sem que houvesse tempo suficiente para a busca de novos convênios e fontes de financiamento pela direção do hospital, esta não pôde adotar outra medida senão o fechamento imediato dessa importante unidade de saúde, sob pena de gerar um passivo financeiro, tributário e salarial insuperáveis.

Sendo assim, o Hospital de Caridade se encontra desativado desde 30 de setembro do corrente.

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 R Cel Lopes Vieira, 90  Fpolis  SC  CEP: 88015-260  CNPJ 83.863.787/0001-42  Fone (048) 32231060  Fax 32229279 De outro lado, a readequação do posto de Pronto Atendimento Central, prometida pela municipalidade quando da revogação do TAC, não foi levada a cabo e aquela unidade ainda não conta com serviço de sobreaviso médico, por não apresentar uma estrutura adequada para o suporte à vida da maneira que se faz necessário. É bom que se diga que tal unidade de saúde não conta nem com banco de sangue para emergenciais transfusões, o que seria o básico para o suporte a urgências e emergências médicas.

Ainda, o convênio firmado com a rede hospitalar de Joinville, apesar de importante, não soluciona a contento inúmeras situações de saúde, mormente os casos de urgência e emergência médicas aos quais a população francisquense inevitavelmente se encontra exposta.

Não carece de maiores explicações o evidente risco á saúde da população local que representa o fechamento da única instituição hospitalar do município. Contudo, é mister esclarecer a este douto representante do parquet o conceito de urgência e emergência médicas, segundo a Resolução CFM nº 1451/95, a saber:

“.Art. 1° (...)

Parágrafo Primeiro - Define-se por URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.

Parágrafo Segundo - Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato....”

Não é necessário ser gestor de saúde para saber que um município do porte de São Francisco do Sul, com mais de 42 mil habitantes, não pode prescindir de uma unidade hospitalar como o Hospital de Caridade, que até recentemente dava vazão – e a contento – a todas as necessidades e agravos à saúde de sua população.

Como agravante da situação posta, bem se sabe que a única via de acesso ao município a partir da BR 101 já é deveras congestionada, fato que se agravará sobremaneira com a temporada de verão que se inicia. Os constantes e necessários deslocamentos de pacientes graves ao município de Joinville restarão praticamente inviabilizados, ao menos no espaço de tempo considerado útil para

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 R Cel Lopes Vieira, 90  Fpolis  SC  CEP: 88015-260  CNPJ 83.863.787/0001-42  Fone (048) 32231060  Fax 32229279 atendimento de urgência e emergência médicas. Por óbvio a população francisquense e o iminente contingente turístico estarão em risco.

Pois bem, as relevantes razões que levaram a destituição do TAC outrora firmado e a consequente devolução à ordem religiosa da administração do Hospital de Caridade pela municipalidade são conhecidas dos interlocutores, e não cabe a esta entidade de classe discuti-las. Porém está em jogo uma vertente maior e mais importante e que não pode ser desconsiderada: a saúde e a vida de um contingente populacional importante e que está sob a responsabilidade direta do gestor municipal, segundo os artigos 196 e 197 da CRFB/1988.

Como agravante, a nova Instituição Hospitalar construída pela municipalidade tem a previsão para ser inaugurada somente em março do ano próximo. Seu pleno funcionamento, todavia, ainda não conta com data definida. Até lá todo o contingente populacional da microrregião considerada, já inflacionado pela temporada de verão, correrá iminente risco de não contar com o adequado atendimento médico de urgência.

Por outro lado, informa este Sindicato que, em recente inspeção na Instituição Hospitalar em tela, verificou que suas instalações continuam mantidas em ordem e em plenas condições de funcionamento pelos aguerridos funcionários que não o abandonaram. Outrossim, o contingente médico continua disposto e à disposição para lá manter e prestar seus relevantes serviços.

Assim, não há razão para não se buscar a reativação do Hospital de Caridade de forma ampla e segura. Tal medida se faz absolutamente necessária para assegurar o atendimento médico de qualidade à população francisquense e ao iminente aporte de pessoas que a região absorverá no verão que se inicia.

Frise-se que medidas para a imediata reativação daquela unidade de saúde são possíveis e viáveis, desde que o município seja instado a fazê-lo. Outrossim, esta ingerência municipal deve ser mantida ao menos até que o novo Hospital municipal seja totalmente inaugurado e estabelecido seu pleno funcionamento.

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 R Cel Lopes Vieira, 90  Fpolis  SC  CEP: 88015-260  CNPJ 83.863.787/0001-42  Fone (048) 32231060  Fax 32229279

O REQUERIMENTO

Ante todo o exposto, roga esta entidade classista para que este representante do parquet, com tão elevada responsabilidade e possuidor de argutos atributos, venha a manejar os instrumentos hábeis e cabíveis para que a situação de risco em que se encontra atualmente a população francisquense seja debelada.

Ademais, e por fim, busca este Sindicato a regularização do atendimento médico-hospitalar de qualidade prestado a São Francisco do Sul e microrregião, promovendo a imediata reabertura do Hospital de Caridade.

Sendo o que tínhamos para o momento, reiteramos votos de estima e apreço e aguardamos seu urgente posicionamento.

Cyro Veiga Soncini CREMESC 1.645

PRESIDENTE SIMESC

Rodrigo J. Machado Leal OAB/SC 20.705 Assessor Jurídico SIMESC

Ilustríssima Sra. Dra. Luciana Schaefer Filomeno

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