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Afeganistão 01. Aspectos Geográficos terra dos afegãos km² de área República Islâmica do Afeganistão vegetação xerófita .

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Afeganistão

01. Aspectos Geográficos

Afeganistão significa "terra dos afegãos". É um país de 652.864 km² de área, seu nome oficial é República Islâmica do Afeganistão. Situado no sudoeste da Ásia, sem saída para o mar. Quase ¾ do território são ocupados por montanhas. O sul há uma planície desértica e, no norte, vales de origem fluvial. O Hindu Kush, com altitudes superiores a 7 mil metros, é o principal sistema montanhoso. Os rios mais importantes para o país são o Helmand, o mais extenso, o Hari, o Amudária e o Cabul, sendo este último afluente do rio Indo.

A vegetação é formada por pinheiros, carvalhos e Zimbros nas encostas e por vegetação

xerófita nas estepes. Tem um clima – continental - muito rigoroso com variações térmicas bruscas

em um mesmo dia. Chuvas escassas e, na região dos desertos, tempestades de areia são muito frequentes. Os verões são quentes e os invernos frios.

No país mora uma população de 30,6 milhões de habitantes, sendo muito heterogênea onde podemos citar:

 patanes (ou pashtuns): 38%;  tadjiques: 25%;

 hazarás 19% e;  uzbeques 6%.

O país é frequentemente abalado por sismos. Além da capital, Cabul, as maiores cidades do país são Herat, Jalalabad, Mazar-e Sharif e Kandahar.

A religião islâmica é praticada por 99,8% da população. Suas línguas oficiais são dari e

pashtun.

02. Aspectos Econômicos

Devido aos diversos conflitos internos e invasões sofridas pelo país a economia ficou

arrasada. A principal fonte de renda é a agropecuária. Na parte da agricultura podemos destacar o

cultivo de hortaliças, cereais, tabaco, frutas e algodão. Na pecuária a criação de ovinos e caprinos, destaque para a produção do carneiro caracul, de onde se obtêm o astacã (grosso tecido de lã que imita pele de cordeiro). O produto mais importante da economia do país é a papoula - matéria-prima do ópio e da heroína – responsável por um terço do PIB, que no total é de US$ 18 bilhões. Na verdade o Afeganistão é responsável por 90% da oferta mundial de ópio. Podemos citar em sua economia também reservas pouco exploradas de ouro, prata, cobre, lápis-lazúli, ferro, cromo, zinco e gás natural. Sua indústria no entanto é muito precária. Dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia. A taxa de mortalidade infantil é de 160.23 por 1000 nascimentos.

03. Aspectos Históricos:

Desde a antiguidade, a guerra é uma constante na região onde hoje fica o Afeganistão, local já ocupado no século VI a.C pela civilização bactriana, formada por um povo que incorporava elementos das culturas hindu, grega e persa. Depois disso, o território foi atacado por sucessivos invasores.

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O Afeganistão foi invadido e ocupado pela União Soviética em 1979. Mesmo que nos anos seguintes as forças governamentais e os 118.000 soldados soviéticos tomam o controle das principais cidades e vias de comunicação, as operações militares realizadas revelam-se insuficientes para derrotar os rebeldes mujahidin nas montanhas, permitindo que os

fundamentalistas do Talibã se apropriassem da maior parte do país. Em 1997, as forças talibãs

mudaram o nome do país de Estado Islâmico do Afeganistão para Emirado Islâmico do

Afeganistão. Os sovieticos foram forçados a retirar-se dez anos mais tarde (a 15 de fevereiro de

1989) devido a um exército desmoralizado e falta de sustentação logística. As forças anti-comunistas dos mujahidin foram supridas e treinadas pelos Estados Unidos, Arábia Saudita, Paquistão e outros países da região. Lutas subsequentes entre as várias facções do mujahadin, permitiram que os fundamentalistas dos Taliban pudessem se apropriar da maioria do país. Além da rivalidade civil continuada, o país sofre de enorme pobreza, de uma infraestrutura devastada, e da exaustão de recursos naturais.

A fase mais recente da guerra civil afegane - que já dura duas décadas - tem início em 1992, quando uma aliança de movimentos guerrilheiros derruba o regime pró-comunista de

Mohammad Najibullah. As negociações para a formação de um governo de coalizão degeneram

em confrontos, e, em 1996, o Taliban (milícia sunita de etnia patane, a mais numerosa do país) assume o poder e implanta um regime fundamentalista islâmico. Cerca de 1 milhão de pessoas morrem na guerra. Outros 2,5 milhões estão refugiados em países vizinhos.

Em meados de 1999, fracassam as negociações de paz - patrocinadas pela Arábia Saudita - entre o governo fundamentalista islâmico do Taliban e a Frente Islâmica Unida de Salvação do

Afeganistão (Fiusa), agrupamento de facções étnicas e tribais de oposição sob a liderança do

ex-ministro da Defesa Ahmed Shah Massud.

No decorrer da história, o Afeganistão converte-se em ponto de encontro de culturas e etnias. Os principais grupos são os pashtuns (etnia do presidente Hamid Karzai), tadjiques, hazarás e uzbeques. O restante da população é formado por tribos nômades que vivem na região há séculos, atraídas pelo comércio ao longo da Rota da Seda, que ligava a China ao Ocidente.

Estima-se que haja no Afeganistão 1,2 mil facções étnico-tribais armadas, comandadas por chefes militares regionais. A atual Constituição estabelece o pashtun e o dari (persa) como línguas do Estado, mas apoia o uso do uzbeque, do turcomano e de outros idiomas falados no país.

04. Atualidades

Em resposta aos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 nas Torres Gêmeas (World

Trade Center) em Nova York, e no Pentágono, cuja autoria foi reivindicada por Osama bin Laden,

líder da Al Qaeda, reconhecido como herói pelos Talibãs. Os EUA exigem a entrega do saudita para não atacar o Afeganistão. O mulá Mohammed Omar, líder do Taliban e sogro de Bin Laden, não op expulsa. No dia 7 de Outubro de 2001, os Estados Unidos e forças aliadas lançaram uma campanha militar que levou à derrota dos Talibã e à formação da Autoridade Afegã Interina (AAI) resultante do acordo de Bona de Dezembro de 2001. No entanto os EUA não conseguiram capturar Osama Bin Laden.

Em 2003, intensificam-se os combates entre forças dos EUA e os rebeldes Taliban, que se reorganiza. No mesmo ano a OTAN assume o comando da Isaf. Em 2004 é aprovada a nova

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estabelece igualdade entre os grupos étnicos e tribais. Karzai é eleito presidente. Em 2005 o governo de Karzai administra com dificuldade, a capital e algumas outras regiões. A maior parte do país continua dominada por milícias locais e os combates contra grupos rebeldes permanecem. Em 2007, aumentam os confrontos, a luta é particularmente sangrenta no sul, região na qual o Taliban tem mais força, estima-se um total de 5, 7 mil mortos no ano.

A ONU impõe sanções econômicas ao país com a exigência de que Bin Laden seja entregue a um tribunal internacional.

Depois do ataque da coligação liderada pelos EUA, os esforços internacionais para reconstruir o Afeganistão foram o tema da “Conferência de Doadores de Tóquio” para a

Reconstrução do Afeganistão em Janeiro de 2002, onde foram atribuídos 4,5 bilhões de dólares a

um fundo a ser administrado pelo Banco Mundial. As áreas prioritárias de reconstrução são: a construção de instalações de educação, saúde e saneamento, o aumento das capacidades de administração, o desenvolvimento de setores agrícolas e o de reconstrução das ligações rodoviárias, energéticas e de telecomunicações.

a) Guerrilha Islâmica

O Taliban ressurge com força a partir de 2005. De acordo com o Instituto Internacional de

Pesquisas da Paz em Estocolmo (Sipri), o número de ações da insurgência aumenta de 2.388 em

2005 para 13 mil em 2009 (de janeiro a agosto). O grupo é favorecido pela proximidade com áreas tribais do norte do Paquistão - uma enorme região fora do controle efetivo do governo paquistanês, que serve de abrigo para as operações da guerrilha afegane e para a AI Qaeda. A renda conseguida com o tráfico de drogas também é essencial. Em 2007, a produção local do

ópio, obtido com o cultivo da papoula, corresponde a 93% da oferta mundial, e há evidências de

que tanto o governo quanto o Taliban lucram com o negócio. Em 2011, há um aumento de 61% na produção em relação à de 2010.

b) Governo Enfraquecido

Em 2009, Karzai conquista um novo mandato, em eleição considerada fraudulenta por observadores internacionais e pela oposição. De acordo com a organização Transparência Internacional, o Afeganistão é o segundo país mais corrupto do mundo. As eleições parlamentares, em setembro de 2010, também são marcadas por fraude e pela intimidação do

Taliban.

A escalada do conflito leva o presidente dos EUA, Barack Obama, a alterar os rumos da ofensiva contra o terrorismo, definindo o Afeganistão como prioridade. No fim de 2009, Obama

autoriza o envio de mais 33 mil soldados para o Afeganistão. O incremento é utilizado pela Isaf

para uma ofensiva nas províncias de Helmand e Qandahar - sul e leste do território -, onde fica o coração da insurgência. No fim de 2010, o comando militar dos EUA anuncia que o Taliban foi

desalojado de vilas e cidades, incluindo importantes bastiões. 05. FATOS MAIS RECENTES

a) Morte de Bin Laden

Além da guerra convencional, os EUA intensificam os bombardeios por aviões não tripulados, os drones, no Afeganistão e no norte paquistanês - solução encontrada para derrotar a guerrilha do outro lado da fronteira. Os ataques - mais de 100 em 2010, contra 25 em 2008 -

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enfraquecem o Taliban e reduzem o efetivo da Al Qaeda. Também cresce o emprego de forças

especiais - grupos de elite das Forças Armadas designados para missões militares complexas, pontuais e secretas. Em 2010, acredita-se que tenham ocorrido de 3 mil a 4 mil operações especiais, a maioria durante a noite. Uma delas mata Bin Laden em 1° de maio de 2011, na cidade paquistanesa de Abbottabad.

A ofensiva da Otan causa um crescente sentimento antiocidental porque atinge com frequência a população civil - em um único ataque, em fevereiro de 2011, 62 pessoas morrem na província de Kunar.

b) Violência

Diante do cerco militar no sul, o Taliban deflagra uma campanha de ataques de grande repercussão. Em setembro, um atentado suicida mata o ex-presidente Burhanuddin Rabbani, que mantinha conversações de paz com a ala moderada do Taliban. Karzai responsabiliza a rede Haqqani – grupo próximo ao Taliban baseado no Paquistão – pela morte de Rabbani e pelo ataque à embaixada norte-americana, ocorrido no mesmo mês. Com os EUA, Karzai acusa o serviço de inteligência paquistanês de apoiar a rede Haqqani, o que abre uma crise com o governo vizinho. Em outubro, Karzai assina com a Índia, tradicional rival do Paquistão, um acordo de cooperação estratégica em segurança e desenvolvimento. De acordo com a ONU, 2011 foi o ano mais letal da guerra, com a morte de 3.021 civis.

c) Repúdio:

No início de 2012, vários incidentes que envolvem as tropas norte-americanas recebem amplo repúdio no Afeganistão e motivam protestos. Em janeiro, é divulgado um vídeo no qual soldados dos EUA aparecem urinando sobre três corpos afeganes. No mês seguinte, militares dos EUA da base de Bagram mandam incinerar, aparentemente por engano, cópias do Alcorão. Em março, no mais grave episódio isolado de violência desde o início da ocupação, um sargento norte-americano assassina 17 pessoas (entre as quais nove crianças), na província de Qandahar. O caso leva Karzai a elevar as críticas à manutenção da Otan em território afegane. Em abril de 2012, o Taliban desencadeia uma série de ataques mortíferos pelo país.

d) Parceria e ataques

Em visita ao Afeganistão, em maio, Obama assina com Karzai um acordo de parceria estratégica de dez anos, estabelecendo bases para as relações entre os dois países após 2014.

A ofensiva do Taliban continua em 2013. Um dos piores atentados ocorre em abril, contra um tribunal na província de Farah, causando a morte de 54 pessoas. Os ataques da Otan também persistem, provocando críticas de Karzai pela morte de civis.

e) Retirada

Em junho, a Otan passa o controle das operações de segurança às forças do Afeganistão, um marco importante no processo de retirada das tropas estrangeiras. Em outubro, o Conselho de Segurança da ONU aprova o encerramento da missão até dezembro de 2014. Em novembro, o governo norte-americano e Karzai divergem sobre os termos do Acordo Bilateral de Segurança, que visa a estabelecer os termos da presença de uma força residual norte-americana após o fim da missão, em 2014. Entre os temas pendentes está a imunidade das tropas estrangeiras e os limites da atuação dos soldados. Até novembro, 52 mil militares norte-americanos ainda permaneciam no Afeganistão.

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Nos anos 1990, o Afeganistão se tornara o maior produtor mundial de ópio – droga extraída da papoula, com a qual se produz também heroína. Em 2013, a produção de ópio no país atinge 5,5 mil toneladas, equivalentes a 75% da produção potencial no mundo. Há evidências de que tanto o Taliban quanto autoridades governamentais lucram com o negócio, que tem peso expressivo na economia afegane.

* Compilação feita a partir de:

Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.

Arruda, J. e Piletti, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. Atlas National Geografic: Ásia. São Paulo: Ed. Abril, 2008.

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