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Aluno: Professor: Leonardo Costa Componente Curricular: Atualidades Ano/Turma: 9 Ano Turno:. Data: / /18 Textos de atualidades

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Atualidades 2018

Aluno: __________________________________________________________ Professor: Leonardo Costa

Componente Curricular: Atualidades

Ano/Turma: 9° Ano___ Turno:____________________ . Data: ___/___/18

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Aula 01: Manifesto francês denuncia puritanismo da

campanha #MeToo

Uma carta assinada por uma centena de mulheres em França, incluindo a atriz Catherine Deneuve, denuncia o puritanismo da campanha americana contra o assédio sexual em Hollywood após o escândalo com Harvey Weinstein, explicando que o movimento é “puritano” e foi alimentado por “ódio aos homens”. “Defendemos o direito à liberdade de importunar, algo que é vital para a liberdade sexual”, diz a carta.

O episódio explodiu em outubro, após uma investigação do New York Times, com o produtor Harvey Weinstein a ser afastado da produção cinematográfica em Hollywood. Depois das primeiras denúncias, várias mulheres vieram a público contar as suas histórias, desencadeando um movimento denominado #MeToo (#Eutambém).

Agora, foi publicado no jornal Le Monde uma espécie de manifesto, coom o título "Defendemos o direito de importunar, indispensável à liberdade sexual", que se insurge contra o movimento que teve maior destaque nos Estados Unidos. O documento foi assinado por cem mulheres, num grupo em que se incluiu Catherine Deneuve, atriz francesa de 74 anos.

“Isto apenas encoraja a enviar os homens para um matadouro, ao invés de ajudar as mulheres a serem mais autónomas e ajuda os inimigos da liberdade sexual”, pode ler-se numa coluna do jornal francês. “Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo, que além de denunciar o abuso de poder assume um ódio aos homens e à sexualidade“, escrevem as cem mulheres, acrescentando que estão “suficientemente conscientes de que o desejo sexual é por sua natureza selvagem e agressivo”.

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De acordo com esta centena de mulheres a violação é um crime mas o direito de “importunar” uma mulher não é, afirmando que o mesmo é uma parte essencial da liberdade sexual dos homens, descrevendo os movimentos iniciados nos Estados Unidos como “puritanos”.

A centena de mulheres, onde se incluem jornalistas e escritoras, que assinou o manifesto acredita que os acontecimentos nos Estados Unidos foram longe de mais.

“Esta vigília em busca de justiça castigou os homens nos seus trabalhos, obrigou alguns a demitir-se, quando tudo o que fizeram foi tocar num joelho, tentar roubar um beijo, falar de assuntos íntimos num jantar de trabalho”.

“Defendemos o direito à liberdade de importunar, algo que é vital para a liberdade sexual”, conclui o manifesto.

Reações políticas em França

A opinião, que se insurge contra o movimento #MeToo, está a causar grande polémica em França com a ministra Marlen Schiappa a revelar que o impacto que o escândalo teve a nível mundial levou a repensar alguns hábitos no país gaulês.

A antiga ministra Ségolène Royal também falou sobre o sucedido, lamentando a participação de Deneuve no manifesto. “É uma pena que a nossa Catherine Deneuve se junte a este texto terrível”.

Fonte: https://www.rtp.pt/noticias/mundo/manifesto-frances-denuncia-puritanismo-da-campanha-metoo_n1050997

Aula 02: Projetos que flexibilizam Estatuto do

Desarmamento avançam no Congresso

CCJ do Senado deve analisar projeto que revoga o estatuto. Na Câmara, texto semelhante está pronto para ser votado. Propostas facilitam compra, posse e porte de armas de fogo.

Projetos de lei que tentam alterar e flexibilizar o Estatuto do Desarmamento, com regras menos rígidas para o porte de armas, têm avançado no Congresso Nacional nos últimos meses. Sancionado como lei federal em 2003, o estatuto limita a circulação e o porte de armas de fogo e munição.

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pode analisar um projeto que revoga o estatuto. O texto propõe a redução da idade mínima para compra e porte de armas, que passaria dos atuais 25 anos para 18 anos.

Na Câmara, duas semanas após a Comissão de Segurança Pública ter aprovado proposta que libera o porte de armas na área rural, deputados da chamada "bancada da bala" se mobilizam para incluir na pauta da Casa um texto que institui o “Estatuto do Armamento”, nos mesmos moldes do projeto em discussão atualmente no Senado.

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A proposta quase foi incluída no pacote de segurança pública que começou a ser votado na semana passada no plenário da Câmara, mas o grupo recuou diante do mal-estar gerado com os episódios recentes envolvendo armas de fogo em escolas.

No início de novembro, um estudante de 14 anos atirou dentro de uma escola particular em Goiânia. Na ocasião, dois alunos morreram e outros quatro ficaram feridos. A arma utilizada no crime era da mãe do adolescente, que é policial militar.

Em outro caso recente, uma estudante de 16 anos foi morta com 11 tiros dentro de um colégio estadual de Alexânia, no entorno do Distrito Federal.

A motivação teria sido uma rejeição amorosa. O suspeito do crime é um rapaz de 19 anos, que, segundo investigações, juntou R$ 2,3 mil para comprar o revólver e a munição.

“Achávamos que dava para colocar [o projeto] neste primeiro bloco de segurança pública. Mas aconteceu o caso em Alexânia e isso já causou um mal-estar para votar a liberação de porte de armas. Mas sempre vai ter um fato que venha a mudar o pensamento da coletividade e temos que passar por cima disso”, disse o deputado Laerte Bessa (PR-DF), integrante da Frente Parlamentar de Segurança Pública.

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Armas e munições apreendidas em Mato Grosso e destruídas pelo Exército (Foto: Otmar de Oliveira (F5))

Pelo projeto, o porte de armas fica liberado para maiores de 18 anos que preencham os seguintes requisitos, mediante laudos e certificados:

° bons antecedentes ° capacidade técnica ° aptidão psicológica

Projeto semelhante, que também revoga o Estatuto do Desarmamento, tramita na Câmara e pode ser incluído na fila de votações do plenário da Casa a qualquer momento. O texto, que cria o “Estatuto do Armamento”, também reduz a idade mínima para comprar armas, mas para 21 anos.

Para o deputado Laerte Bessa, o projeto estabelece critérios e, por eles, a liberação de arma não será “para qualquer um”.

“É um direito que a pessoa tem, principalmente, se o estado não tem condições de dar segurança. Mas [pelo projeto] não vai ser qualquer um que vai ter porte de arma. Não vai ser esculhambado, mas se a pessoa cumprir os requisitos, terá autorização”, enfatizou.

Há ainda outros projetos que tramitam na Câmara voltados ao tema do armamento. Um deles, por exemplo, concede porte para policiais aposentados e reformados. Há também outros dois que possibilitam que praças das Forças armadas e pilotos de aeronaves andem armados.

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Alerta

O avanço de propostas que afrouxam o Estatuto do Desarmamento acende um alerta entre entidades que acompanham o setor de segurança pública.

Coordenador do Instituto Sou da Paz, Felippe Angeli avalia que propostas para flexibilizar o estatuto, em vigor desde 2003, têm conseguido espaço porque são encampadas por grupos altamente mobilizados, especialmente nas redes sociais.

Angeli cita pesquisas recentes segundo as quais pautas pró-armamento não contam com o apoio majoritário da sociedade. No entanto, diz que as crises dos últimos anos no país, incluindo a da segurança pública, geram um sentimento de “desordem, caos e bagunça”. Nesse contexto, observa o especialista, o discurso de “pôr ordem” se torna atraente.

“Esse grupo [apoiadores do armamento] talvez nunca se sentiu tão à vontade para expressar seus sentimentos mais radicais com o advento das redes sociais”, declarou Felippe Angeli.

"A hora em que chega alguém falando de ordem, elas se apegam. Então, esses parlamentares surfam na onda de um grupo que é minoritário, mas barulhento e extremante engajado", disse.

Fonte:

https://g1.globo.com/politica/noticia/projetos-que-flexibilizam-estatuto-do-desarmamento-avancam-no-congresso.ghtml

Aula 03:

Cultura do estupro: Você sabe de que se trata?

Estupro. A palavra é forte. O crime, bárbaro. Pior, a violência sexual é um medo pelo qual praticamente toda mulher já passou em algum momento da sua vida.

E esse temor pode morar em situações corriqueiras, como ao entrar no ônibus de noite sozinha ou andar por uma rua mal iluminada e sem companhia. Agora, pense, será que esse medo deveria ser assim, algo quase naturalizado em nossa sociedade?

Na última semana, dois casos de estupro recolocaram esse tipo de violência na pauta. O assunto voltou com força nas redes sociais e fora delas.

Os crimes que ganharam as telas dos computadores e das TVs: uma adolescente de 16 anos foi violentada por um grupo (talvez mais de um grupo) de homens no Rio de Janeiro, e teve vídeos

disponibilizados na internet da agressão. No Piauí, uma outra adolescente, de 17 anos, foi violentada por quatro menores e um homem de 18 anos.

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O que espanta, nos dois casos, é uma reação de "normalidade", de "naturalidade" com que os agressores trataram seus crimes. No caso da adolescente fluminense, o vídeo começou a circular nas redes sociais como se fosse um troféu -- com a circulação do vídeo, centenas de denúncias começaram a chegar no MP (Ministério Pùblico) antes mesmo de a menina ir à polícia. O delegado responsável pelo caso do Piauí conta que os menores disseram julgar "normal" o sexo do colega com a menina desacordada.

O que caracteriza o estupro é ausência de consentimento. O crime de estupro está previsto no artigo 213 do Código Penal Brasileiro. A lei brasileira de 2009 considera estupro qualquer ato libidinoso contra a vontade da vítima ou contra alguém que, por qualquer motivo, não pode oferecer resistência. Ou seja, não importam as circunstâncias, se foi contra a vontade própria da pessoa ou ela está desacordada é crime. Antes, o ato só era caracterizado quando havia conjunção carnal com violência ou grave ameaça. Diante da perplexidade de todos, os movimentos feministas e pelos direitos humanos passaram a fazer campanhas contra a "cultura do estupro".

Mas, afinal, o que é cultura do estupro?

A expressão "cultura do estupro" surgiu nos anos 1970 e foi usada por feministas para indicar um ambiente cultural propício a esse tipo de crime por ter mecanismos culturais (normas, valores e

práticas) em que as pessoas acabam naturalizando e aceitando algumas violências em relação à mulher.

Segundo esse conceito, o princípio que norteia essa cultura é a desigualdade social existente entre homens e mulheres. As mulheres são vistas como indivíduos inferiores e, muitas vezes, como objeto de desejo e de propriedade do homem -- o que autoriza, banaliza ou alimenta diversos tipos de violência física e psicológica, entre as quais o estupro.

"Ela provocou”, “ela estava de saia curta”, “ela não deveria sair sozinha”, “ela não deveria estar na rua naquela hora”, “ela não deveria ter bebido” ou “ela é uma mulher fácil” -- quando surge esse tipo de

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comentário que coloca em dúvida a denúncia da vítima, estamos diante de um traço da famigerada cultura do estupro.

Nesse contexto, as mulheres acabam se sentindo responsáveis, culpadas pela violência que sofreram e ficam com vergonha de denunciar.

Outra situação recorrente é quando surge a argumentação de que o homem não consegue controlar seus instintos diante de uma mulher por quem sente atração e, por isso, ele não teria culpa pela sua falta de controle. É como se o ato brutal, a agressão, a violação fosse mera questão sexual como se a responsabilidade não fosse do agressor já que ele "não consegue se controlar".

A piada machista e depreciativa, o meme que compara uma mulher a um animal, o assédio no trabalho, a cantada na rua, o xingamento a uma mulher que se veste com roupas curtas, o silêncio e a omissão diante de um caso de agressão. Todos esses atos e exemplos reforçam e sustentam a violência contra a

mulher. São comportamentos e hábitos vistos como banais, mas que podem reforçar a ideia de que a mulher seja vista como um objeto ou como alguém que vale menos.

Em uma cultura de estupro, o que se naturaliza são as diversas formas de violência associadas à sexualidade da mulher e seu direito ao próprio corpo e a seus desejos.

Crime sem denúncias e falta de punição

Quando se fala em “estuprador”, é recorrente que a imagem seja de um sujeito doente, um psicopata, um “monstro” à espreita perseguindo mulheres na rua.

Mas a maioria dos casos de violência é praticada por homens considerados pessoas "comuns" pela sociedade e, em muitas situações, os abusadores são parentes ou amigos próximos da vítima.

O levantamento realizado pelo Ipea aponta que 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima.

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Dados de 2014 registraram a ocorrência de 47,6 mil episódios de violência sexual contra as mulheres. Isso significa que, a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no país. Em 2015, as delegacias registraram 51.090 ocorrências. Mas o número de vítimas pode ser ainda maior.

Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 527 mil pessoas sofrem algum tipo de violência sexual por ano no Brasil. A projeção foi feita em 2013 e tem como base dados do Ministério da Saúde, que fez o levantamento de vítimas em hospitais e postos de saúde da rede pública. A incerteza do número de casos de estupro se deve ao fato de ele ser um dos crimes mais subnotificados no mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 68% das ocorrências não são denunciadas pelas vítimas. No Brasil, o número é similar. Dados do Ministério da Justiça revelam que 64% das agressões sexuais não são notificadas na polícia para posterior investigação e punição.

Entre os motivos de a vítima não denunciar a violência estão a vergonha moral do ato, o medo do julgamento social, o sentimento de culpa e o medo de ser julgada e maltratada por autoridades e por aqueles de quem deveria receber apoio e ajuda – em casa, na delegacia ou no hospital. Existem ainda casos em que a vítima é menor de idade e convive com o agressor dentro de casa ou que o agressor é o próprio companheiro.

Além de subnotificado, esse é um crime conhecido pela impunidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, dados do Ministério Público mostram que apenas 6% dos casos de estupro chegam à Justiça.

Além disso, o exame de corpo delito é indispensável. No entanto, nem sempre o estupro deixa provas (como hematomas, material genético ou testemunhas) que possam provar se a relação sexual foi consentida ou não. Isso porque estupro pode ser realizado sem que haja outras violências físicas, basta uma ameaça. As provas mais comuns são o testemunho da vítima e as informações colhidas na unidade de Saúde que realizou o primeiro atendimento.

O drama da mulher que sofreu um estupro também não para depois da violência. Quando a vítima busca justiça, muitas vezes ela é desencorajada pelas pessoas ao seu redor. Ela vai sofrer críticas, e sua palavra será questionada em frases como “você tem certeza que não quis?”, "você vai denunciar mesmo, não quer voltar para casa e pensar melhor?". Quando uma pessoa é assaltada, por exemplo, quase nunca é questionada se ela foi vítima de um assalto ou roubo. Já no estupro é usual presumir que a vítima esteja mentindo. Tais fatores fazem com que a vítima se cale e sofra de maneira omissa por muito tempo, não denunciando o autor por medo ou por acreditar que ele não será punido.

O apoio do Estado no atendimento às vítimas também tem falhas. A conduta jurídica em muitos casos está impregnada de preconceitos e discriminações, especialmente em relação à mulher. Por exemplo, se uma prostituta afirmar que foi estuprada, a reputação sexual da vítima pode ser um motivo de preconceito em uma delegacia e o crime ser analisado a partir de uma questão moral, como se isso pudesse justificar a desqualificação da mulher que vive uma situação de violência.

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No caso da adolescente que denunciou ter sido estuprada no Rio, ela relata os constrangimentos a que foi inicialmente submetida na delegacia. Os policiais buscavam descaracterizar o crime, tentando retirar-lhe a condição de vítima, como se ela tivesse provocado a situação por livre e espontânea vontade.

Nas redes sociais, internautas questionaram a adolescente carioca por ela usar drogas, ser menor de idade e ter um filho, conhecer traficantes, mostrar fotos sensuais em perfis da rede ou frequentar bailes funk. A vítima, além de ter sido estuprada, foi vista como mentirosa e ainda recebeu ameaças de morte dos internautas. O delegado da investigação inicial foi afastado e a nova delegada que cuidou do caso pôde comprovar o crime com base em imagens de vídeo em que a jovem, desacordada, tem o corpo manipulado pelos agressores.

Uma construção histórica

O Brasil tem uma herança cultural patriarcal. No período colonial a mulher ficava submissa a regras que limitavam seu modo de agir e se comportar. Algumas dessas funções eram definidas pelo grau de posição social, raça e hierarquia familiar. Prevalecia a busca pela conservação dos padrões da moral cristã e da honra. No entanto, havia uma clara hierarquia social. Por exemplo, a sociedade escravagista tolerava o estupro de negras escravas e índias por senhores de engenho.

No século 19, homens considerados “de bem” saiam impunes de casos judiciais de estupro (sedução, rapto e defloramento). No Código Civil de 1916, o homem era o chefe da família e a mulher era

considerada “relativamente incapaz”. Até os anos 1970, a tese de “legítima defesa da honra” era admitida para inocentar quem assassinava a esposa. Nesse mesmo período, debatia-se no meio jurídico se o marido poderia ser sujeito ativo do crime de estupro contra sua esposa, uma vez que era dever dos cônjuges manter relações sexuais.

Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/discussao-o-brasil-vive-em-uma-cultura-do-estupro.htm

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Aqui tem mais um tema que continuará influenciando as bancas de concurso e o ENEM em 2018: a questão das minorias.

Tal qual o tema da violência, falar sobre minorias permite apontar para vários tópicos:

° Direito das mulheres

° Direito dos negros e indígenas ° Direitos de pessoas LGBT

° Direitos da criança e do adolescente ° Direitos do idoso

° Direito dos portadores de necessidades especiais

Uma minoria, de acordo com o sociólogo Mendes Chaves, pode ser definida assim:

“Um grupo de pessoas que de algum modo e em algum setor das relações sociais se encontra numa situação de dependência ou desvantagem em relação a um outro grupo, ‘maioritário’, ambos integrando uma sociedade mais ampla. As minorias recebem quase sempre um tratamento discriminatório por parte da maioria.”

Os casos de racismo, violência contra a mulher e falta de inclusão social no país fortalecem a atenção para esses temas.

O termo “minorias” é usado de forma genérica para fazer referência a grupos sociais específicos que são entendidos como integrantes de uma menor parte da população, sendo diferenciados por suas características étnicas, religiosas, cor de pele, país de origem, situação econômica, entre outros. As minorias estão geralmente associadas a condições sociais mais frágeis. Um exemplo claro disso são os indígenas, que permanecem em situações de risco no confronto com grileiros, madeireiros ilegais ou fazendeiros que desmatam florestas ilegalmente.

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O problema da mobilidade urbana para o grupo minoritário dos deficientes físicos fere o direito de ir e vir que todo cidadão deve ter assegurado

A precária representação institucional é o principal problema que afeta os grupos minoritários. O sistema representativo instituído em nosso país favorece os grandes grupos, que se organizam para conseguir dar poder a um representante político que atenda às suas necessidades imediatas. Diante desse sistema, as minorias acabam sendo representadas de forma secundária ou de forma alguma.

É pertinente, entretanto, ressaltarmos que não são todas as minorias que sofrem com o problema de representatividade. As minorias elitizadas, ou os grupos da elite organizada, como é o caso dos mais ricos, conseguem realizar articulações políticas para obter o que desejam por meio do poder monetário e da influência que possuem.

Diante de todo esse panorama, é de suma importância salientar que, no âmbito da democracia e do sistema representativo, não é correto pensar que apenas os grupos majoritários devam ter suas vontades e necessidades atendidas. Essa ideia de que a democracia configura-se como uma “tirania da maioria” deve ser prontamente corrigida. Uma sociedade, para ser verdadeiramente democrática, deve amparar a todos os cidadãos que fazem parte do meio social. Para tanto, é necessário que ferramentas institucionais sejam criadas para que a representatividade seja garantida aos grupos minoritários, de modo que assim consigam dar voz às suas necessidades.

Há ainda o problema da desigualdade social que está atrelado à realidade da grande maioria dos grupos minoritários, uma vez que possuem menor representabilidade e encontram-se em situações sociais precárias. Além disso, há ainda o grande preconceito por parte do senso comum, que passa a criminalizar os movimentos que surgem em busca de melhorias da qualidade de vida das minorias. Alguns exemplos são o Movimento dos Trabalhadores Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que lutam pela obtenção de moradia e pela reforma agrária, mas são hostilizados e criminalizados pela grande maioria da população.

Apesar do esforço governamental, ainda existem sérios problemas referentes ao atendimento das necessidades básicas dos grupos minoritários. Peguemos como exemplo os deficientes físicos, que sofrem com sérios problemas de mobilidade urbana em cidades sem calçadas e rampas ou com estrutura de locomoção precária. É partir disso que surgem os movimentos sociais, que se configuram como uma

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ferramenta daqueles que fazem parte de grupos minoritários e que não se sentem suficientemente representados no meio institucional.

Referência: BOBBIO, Norberto; MATEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 11ª edição. Trad. Carmen C. Varriale, Gaetano Lo Mônaco, João Ferreira, Luís Guerreiro Pinto Cacais e Renzo Dini). Editora UNB, 1998. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/minorias.htm

Exercícios

1. Qual sua opinião sobre o estatuto do desarmamento?

2. O que é a cultura do estupro?

3. Defina o conceito de minorias.

4. Por qual motivo a precária representação institucional é um problema que afeta os grupos minoritários?

5. Os novos movimentos sociais são diferentes das ações coletivas de antes por eles politizarem a esfera privada e tornarem públicas as problemáticas das minorias sociais. Assim, dentre esses movimentos, destacam-se aqueles que: ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA.

a) Envolvem negros, indígenas, sem-terra e sem-teto.

b) Determinam a opinião pública sobre as questões ecológicas.

c) Produzem discussões locais e regionais, não abarcando questões globais. d) Desenvolvem-se a partir do controle do Estado e dos partidos políticos.

e) Realizam pressão política, apoiando contestação da política econômica, e lutam por melhores salários.

6. Entre os problemas sociais que afetam um grupo minoritário, o que pode ser entendido como de maior gravidade, ao nos voltarmos para o foco institucional, é: ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA

CORRETA.

a) A precária representação política, o que ocasiona negligência de direitos básicos que deveriam ser assegurados para todos os indivíduos em um Estado democrático.

b) A falta de leis rigorosas e explicitamente voltadas para atender as necessidades específicas de uma minoria.

c) A resistência em reconhecer a existência dos grupos minoritários por parte de nosso governo.

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7. Ao tratarmos dos problemas que afligem as minorias, a desigualdade social acaba sendo o ponto-chave de grande parte das reivindicações dos grupos minoritários. No entanto, não é correto afirmarmos que todo grupo minoritário se encontra em posição fragilizada no meio social. Por quê? ASSINALE A

ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA.

a) Porque o Estado se encarrega de suprir todas as necessidades das minorias.

b) Porque a ideia de minorias prejudicadas é uma mentira. Todas elas possuem grandes vantagens cedidas pelo governo.

c) Porque existem minorias elitizadas, que possuem grande poder econômico e grande influência no meio político.

d) Porque, em um governo democrático, como no caso do Brasil, a representação política é garantida de forma igual para todos os grupos sociais.

8. “Apesar do esforço governamental, ainda existem sérios problemas referentes ao atendimento das necessidades básicas dos grupos minoritários”. Essa afirmação faz referência aos programas do governo brasileiro que tentam remediar os problemas de grupos minoritários. Entre esses grupos, podemos destacar como minorias em situação precária: ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA. a) Os deficientes físicos, indígenas e políticos.

b) O Movimento dos Sem-Teto, os empresários e os deficientes físicos. c) Os estudantes, indígenas e os quilombolas.

d) Os deficientes físicos, os indígenas e os quilombolas.

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