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Mercados

informação global

Eslováquia

Ficha de Mercado

Julho de 2010

(2)

Índice

1. País em Ficha 3

2. Economia 4

2.1 Situação Económica e Perspectivas 4

2.2 Comércio Internacional 8

2.3 Investimento 15

2.4 Turismo 17

3. Relações Económicas com Portugal 18

3.1 Comércio 18

3.2 Serviços 23

3.3 Investimento 24

3.4 Turismo 26

4. Relações Internacionais e Regionais 26

5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 28

5.1 Regime Geral de Importação 28

5.2 Regime de Investimento Estrangeiro 29

5.3 Quadro Legal 31

6. Informações Úteis 33

7. Endereços Diversos 35

8. Fontes de Informação 38

8.1 Informação Online aicep Portugal Global 38

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1. País em Ficha

Área: 49.036 km2

População: 5.425.624 habitantes (estimativa, Janeiro de 2010) Densidade populacional: 110,6 hab./km2 (estimativa, Janeiro de 2010)

Designação oficial: República da Eslováquia Forma de Estado: República Parlamentar

Chefe do Estado: Ivan Gasparovic (reeleito em Abril de 2009) Primeiro-Ministro: Iveta Radicova (empossada em Julho de 2010)

Data da actual Constituição: Aprovada em Setembro de 1992, entrou em vigor em Janeiro de 1993

Principais Partidos Políticos: Direcção - Social Democracia (Smer-SD); União Cristã e Democrática Eslovaca – Partido Democrático (SDKU-DS); Liberdade e Solidariedade (SaS); Movimento Democrático Cristão (KDH); Ponte – Partido da Cooperação (Most-Hid); Partido Nacional Eslovaco (SNS). As últimas eleições legislativas foram realizadas em Junho de 2010, as próximas estão previstas para Junho de 2014 e as próximas eleições presidenciais estão previstas para 2013.

Capital: Bratislava (427 mil habitantes - 2007)

Outras cidades importantes: Kosice; Presov; Zilina; Nitra; Banska Bystrica; Trnava; Trencin

Religião: A maioria da população é católica (68,9%), 10,8% é luterana, 4,1% é grega ortodoxa. Língua: A língua oficial é o eslovaco. A minoria húngara fala também o húngaro

Unidade monetária: Euro (EUR)

1 EUR = 1,39 USD (média de 2009)

Risco País: Risco político - A

Risco de estrutura económica - BBB Risco país - BBB

(AAA = risco menor; D = risco maior)

“Ranking de negócios”: Índice 6,99 (10 = máximo)

“Ranking” geral: 32 (entre 82 países) (EIU – Junho 2010) Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Abril de 2010 - http://cgf.cosec.pt)

Grau de abertura e dimensão relativa do mercado: Exp.+ Imp. / PIB = 123,6% (2009) Imp. / PIB = 60,9% (2009) Imp. / Imp. Mundial = 0,4% (2008)

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2. Economia

2.1 Situação Económica e Perspectivas

Devido principalmente às reformas estruturais levadas a cabo, em consequência do processo de adesão da Eslováquia à UE, bem como ao surto da produção automóvel e electrónica ligada aos fluxos de IDE, a economia eslovaca iniciou, a partir de 2003, um movimento sustentado de crescimento do PIB (7,5% em média no período de 2004-2008), interrompido apenas pela crise económico-financeira mundial de 2009 (-4,7%), que se agravava rapidamente desde o último trimestre de 2008.

De uma maneira geral, pode dizer-se que, no decorrer de 2009, a economia eslovaca foi influenciada basicamente por dois acontecimentos essenciais: adesão à Zona Euro, como membro de pleno direito, a partir de 1 de Janeiro; impacto negativo da crise económico-financeira mundial no seu desenvolvimento económico, com a actividade económica global a registar a sua mais profunda recessão desde a Grande Depressão. Aliás, a situação económica mundial adversa já tinha afectado a economia eslovaca em 2008, sobretudo no quarto trimestre, com a taxa de crescimento do PIB caindo de 10,6% em 2007 para 6,2% em 2008.

Pelo menos até à eclosão da crise financeira grega, as sondagens apontavam para uma satisfação generalizada da população (superior a 80%) com a adopção do euro, realçando-se sobretudo o seu impacto positivo na actividade económica, e relativizando-se os seus custos - perda da autonomia da política monetária e da competitividade via preços em 2009, num contexto de apreciação do euro.

Os efeitos negativos da crise económico-financeira mundial na economia eslovaca reflectiram-se sobretudo na quebra brusca do seu comércio externo, o que, dado o elevado grau de abertura de sua economia ao exterior (o maior da UE27), à medida que ia diminuindo a procura externa contraía-se também cada vez mais a procura interna, com incidência especial na actividade investidora e, daí, no crescimento do PIB.

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Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2007 2008 2009 2010a 2011a 2012

População Milhões 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5

PIB a preços de mercado 109 EUR 54,9 64,9 63,3 66,1 70,3 74,6

PIB a preços de mercado 109 USD 75,2 95,4 88,2 89,8 97,9 105,9

PIB per capita USD 13.780 17.460 16.130 16.400 17.890 19.430

Crescimento real do PIB Var. % 10,6 6,2 -4,7 3,0 3,2 3,6

Consumo privado Var. % 6,9 6,0 -0,7 0,4 2,5 3,8

Consumo público Var. % 0,1 5,3 2,8 2,8 1,5 1,2

Formação bruta de capital fixo Var. % 9,1 1,8 -10,5 4,0 6,4 4,7

Taxa desemprego - média % 11,1 9,5 12,0 13,6 12,5 11,7

Taxa de inflação – média % 1,9 3,9 0,9 1,3 2,2 2,2

Dívida pública % do PIB 29,3 27,6 35,7 40,1 42,1 42,7

Saldo do sector público % do PIB -1,9 -2,3 -6,8 -6,5 -5,2 -3,6

Balança corrente 109 USD -4,4 -6,4 -2,8 -3,8 -4,8 -5,7

Balança corrente % do PIB -5,9 -6,7 -3,2 -4,3 -4,9 -5,3

Taxa de câmbio – média 1 EUR=x USD 1,37 1,47 1,39 1,36 1,39 1,42

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) Notas: (a) Estimativas;

No período de 2004-2008, a Eslováquia registou um crescimento económico assinalável, para o qual contribuíram fundamentalmente o consumo privado e a formação bruta de capital fixo, tendo o contributo das exportações líquidas de bens e serviços, com excepção de 2005, sido também sempre positivo, com um pico em 2007. Naquele período, o PIB cresceu a uma taxa média de 7,5% ao ano (10,6% em 2007), uma das mais elevadas da UE27 e muito acima da taxa média de crescimento do PIB comunitário (2,2%), graças principalmente à procura interna, que registou uma taxa de crescimento real de 7,0% em média ao ano. Há que realçar que, em termos de PIB per capita, a Eslováquia se encontrava, em 2009, no âmbito do Grupo de Visegrad, à frente da Hungria e Polónia e apenas atrás da República Checa.

Em 2009, o PIB eslovaco registou uma taxa de crescimento negativa de 4,7%, em consequência directa do agravamento da crise económico-financeira mundial, que se repercutiu, igualmente, em taxas de desemprego significativamente mais elevadas, condições de crédito mais restritivas e numa contracção acentuada da economia nos seus principais mercados de exportação. Em suma, a taxa de crescimento real da procura interna caiu de 6,0% em 2008 para -6,2% em 2009 (destacando-se, em especial, a queda brusca da formação bruta de capital fixo de -10,5%), e a da procura externa de bens e serviços ascendeu a -16,5%;

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existências e consumo privado, enquanto que o consumo público e as exportações líquidas de bens e serviços (graças ao diferencial de taxas de crescimento nominais das exportações e importações de -23,8% e 27,0%, respectivamente) contribuíram para a atenuação da sua quebra.

Segundo as estimativas do Economist Intelligence Unit (EIU), o PIB eslovaco deverá, em 2010, registar já uma recuperação assinalável de 3,0%, seguida de taxas de crescimento crescentes de 3,2% e 3,6%, em 2011 e 2012, respectivamente, longe das taxas de crescimento anteriores à crise, mas acima das esperadas para a UE27 (0,8%, 1,0% e 1,6%, em 2010, 2011 e 2012, respectivamente). Prevê-se que, em 2010, ambas as procuras (interna e externa) contribuirão para a recuperação do PIB, sobretudo a reconstituição das existências e a formação bruta de capital fixo, bem como as exportações líquidas; em 2011 e 2012, o consumo privado e a formação bruta de capital assumir-se-ão como os principais motores do crescimento económico.

A taxa média de inflação caiu de 3,9% em 2008 (3,2% em média anual no período de 2005-2008) para 0,9% em 2009, em consequência da contracção abrupta da actividade económica do país (-4,7%), provocada directa e indirectamente pelo agravamento da crise económico-financeira mundial, e reforçada pela quebra dos commodities prices no mercado mundial e, da procura interna de 6,0% para -6,2%, naquele período. A fixação de uma paridade cambial forte da moeda eslovaca, em relação ao euro aquando da sua adopção, terá também contribuído para a baixa taxa de inflação em 2009.

Segundo as estimativas mais recentes, a taxa média de inflação deverá subir para 1,3%, 2,2% e 2,2% em 2010, 2011 e 2012, respectivamente, em consonância com a recuperação esperada da procura interna (3,5, 3,4% e 3,5%) e da actividade económica e do aumento dos preços dos combustíveis e bens alimentares no mercado mundial. Tendo em consideração a evolução média prevista naqueles três anos do emprego (+0,7%), da produtividade do trabalho (2,5%) e dos salários reais (+1,4%), afiguram-se realistas as previsões de inflação acima indicadas.

A taxa média de desemprego, que caíra de 18,1% em 2004, para 9,5% em 2008, subiu, em resultado do impacto negativo da crise económico-financeira mundial na economia eslovaca, para 12,0% em 2009, prevendo-se ainda o seu agravamento para 13,6% em 2010. Em 2011, deverá arrancar um processo de redução da taxa de desemprego para 12,5% e 11,7% em 2012, mantendo-se ainda, portanto, bastante acima da taxa registada em 2008 (9,5%).

Há que realçar que a Eslováquia acusa uma das mais elevadas taxas de desemprego da UE27, bastante acima da sua taxa média de desemprego (7,0% em 2009), com uma proporção importante de desemprego de longa duração (cerca de 50,0%), e disparidades regionais significativas (nas taxas de desemprego).

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A adopção do MTC2 em 2005, com o imperativo do cumprimento dos critérios de Maastricht, que culminou na entrada na Zona Euro em Janeiro de 2009, contribuiu para os baixos saldos negativos orçamentais, registados no período de 2005-2008 (-2,6 do PIB em média ao ano; -2,3% do PIB em 2008). Todavia, em consequência dos efeitos negativos da crise económico-financeira mundial na economia eslovaca e, daí, da entrada em acção dos estabilizadores automáticos e das medidas anti-crise tomadas, o saldo orçamental subiu para -6,8% do PIB em 2009, prevendo-se a sua redução para -6,5% e -5,2% do PIB em 2010 e 2011, respectivamente, até -3,0% do PIB em 2013.

Há que realçar que a carga fiscal registou um aumento marcante de 34,7% do PIB em 2008, para 40,8% do PIB em 2009 (+6,1 pontos percentuais), estimando-se que suba ainda para 42,1% do PIB em 2010, iniciando-se de seguida um processo de perda de peso paulatina até 39,5% do PIB em 2013 (ainda bastante acima da participação de 2008). As receitas fiscais subiram de 32,4% do PIB para 34,0% do PIB em 2009 (apenas +1,6 pontos percentuais), devendo prolongar-se o movimento ascendente até 36,6% do PIB em 2012, iniciando-se de seguida um movimento inverso.

Com base na recomendação da CE, o Conselho Europeu abriu um procedimento por défice excessivo à Eslováquia em Dezembro de 2009, o que deverá conduzir à mudança do enfoque da política fiscal da vertente social e de estímulo à economia para a da consolidação das finanças públicas. Todavia, as estimativas mais recentes questionam a viabilidade do calendário de realização do PEC eslovaco, no tocante à redução do défice orçamental para 3% até 2012 e à obtenção do seu equilíbrio até 2015.

A consolidação orçamental deverá processar-se principalmente através da redução das despesas: fusão de dois Ministérios, redução das despesas de compra de bens e serviços, da actividade investidora e das transferências correntes, menor progressão dos salários da função pública (indexação quase nula), bem como da supressão, em 2010, da maior parte da medidas anti-crise adoptadas em 2009. Na verdade, é especialmente da retoma do crescimento económico, puxado pelo aumento das exportações, que o Governo espera uma melhoria de suas contas, dependendo, assim, excessivamente a concretização das metas traçadas de variáveis exógenas, sobretudo da evolução da retoma nos mercados dos seus principais parceiros comerciais.

A dívida pública aumentou rapidamente de 27,6% do PIB em 2008, para 35,7% do PIB em 2009 (+8,1 pontos percentuais), devendo continuar a subir para 40,1% do PIB em 2010, prevendo-se que em 2013 atinja os 43,3% do PIB, portanto, ainda relativamente baixa para os padrões comunitários.

Segundo o Banco Nacional da Eslováquia (BNE) a dívida externa bruta subiu de cerca de 52,5 mil milhões de USD em 2008, para 65,3 mil milhões de USD em 2009, ou seja, de 55,1% do PIB para 74,1% do PIB (+19 pontos percentuais), o que traduz bem o forte impacto negativo da crise económico-financeira na

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O saldo da conta corrente caiu de -10,9% do PIB em 2005, para -6,7% em 2008 (-8,3% do PIB em média ao ano), graças principalmente à desaceleração do saldo da balança comercial de -6,5% para -1,0% do PIB, e do da balança de rendimentos de -5,4% para -3,6%, naquele período, enquanto que os contributos das balanças de serviços e transferências, uns mais outros menos, têm ido em sentido contrário. De uma maneira geral, pode dizer-se que os elevados défices, embora descendentes, se apresentam como o calcanhar de Aquiles da economia eslovaca.

Em 2009, o défice da balança corrente caiu para -3,2% do PIB, graças sobretudo ao contributo positivo do excedente comercial (1,9% do PIB), e à desaceleração assinalável do saldo da balança de rendimentos para -2,0% do PIB, não obstante o agravamento dos contributo negativo da balança de serviço (-1,9% do PIB), tendo a obtenção, pela primeira vez, de uma balança comercial positiva ficado a dever-se ao diferencial de taxas de crescimento das exportações e importações de -23,8% e -27,0, respectivamente.

Calcula-se que, a partir de 2010, o défice da balança corrente reinicie uma evolução ascendente, em consonância com a recuperação da actividade económica e da procura interna, para -4,3%, -4,9% e -5,3% do PIB, em 2010, 2011 e 2012, respectivamente, seguida depois de um movimento inverso. Aquela evolução ficar-se-á a dever principalmente ao retorno da balança comercial a saldos negativos a partir de 2011 e ao aumento dos défices da balança de rendimentos, em conformidade com a recuperação económica e, consequentemente das transferências de remunerações de capital, enquanto que as balanças de serviços e transferências atenuarão o agravamento dos défices da conta corrente.

Os persistentes défices correntes têm sido financiados principalmente através dos fluxos de IDE (63% em média ao ano no período de 2004-2008) e do endividamento externo. Há que realçar que, em 2008 e, em especial, 2009, os défices correntes foram financiados principalmente graças ao recurso ao endividamento externo.

2.2 Comércio Internacional

No âmbito da UE, a Eslováquia é a economia com maior grau de abertura ao exterior (123,6% do PIB em 2009), à frente da Hungria (122,8% do PIB) e da República Checa (113,3% do PIB), sendo, portanto, relativamente vulnerável à conjuntura económico-financeira internacional – em 2008, a sua taxa de abertura ascendia a 153,2% do PIB.

No contexto mundial, em 2008, a Eslováquia posicionava-se no 44º lugar no ranking de exportadores e no 43º lugar no ranking de importadores, tendo, em relação a 2005, ganho 6 posições como exportador e 3 posições como importador.

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No período de 2005-2009, as exportações cresceram a uma taxa média de 10,0% ao ano e as importações a uma taxa média de 7,5% ao ano. Deste diferencial de crescimento resultou uma melhoria da taxa de cobertura das importações pelas exportações de 93,2% em 2005 para 103,0% em 2009, o que se traduziu também numa evolução muito favorável do saldo comercial de -6,5% do PIB para 1,9% do PIB.

Porém, numa análise mais subtil dos resultados da balança comercial naquele período, distinguem-se claramente duas fases, separadas pelo agravamento indelével dos efeitos negativos da crise económico-financeira mundial na balança comercial do país, existindo, assim, a fase de pré-crise (até 2008) e a de após explosão da crise (2009).

É de realçar o dinamismo notável das exportações que cresceram cerca de 77,5% entre 2005 e 2008, reflectindo principalmente os afluxos generosos de IDE (5,1% do PIB em média ao ano) e uma melhoria competitiva da economia eslovaca no mercado internacional (a taxa da produtividade do trabalho cresceu a uma taxa média de 5,0% ao ano), sendo igualmente notável o aumento das importações de cerca de 67,7%, em igual intervalo, devido principalmente ao crescimento real da procura interna (7,0% em média ao ano) e à importante componente importada no valor exportado.

O dinamismo das trocas comerciais eslovacas com o exterior está igualmente patente no aumento de quotas no comércio internacional, que, segundo a OMC, no período de 2003-2008, subiram de 0,3% para 0,4%, tantos nas exportações como nas importações mundiais.

Em 2009, em consequência da crise económico-financeira mundial e, daí, do elevado grau de abertura da economia eslovaca ao exterior e de endividamento externo do país, e dos seus reflexos negativos no crescimento real da procura interna (-6,2%), o valor global das exportações caiu 23,8% e o das importações 27,0%. Segundo as previsões do EIU, apenas em 2012 ambas as componentes da balança comercial superarão os níveis alcançados em 2008, o que traduz bem o elevado grau de sensibilidade e vulnerabilidade da economia eslovaca à crise mundial. A amplitude dos efeitos negativos da crise económico-financeira mundial na economia do país está também patente na queda abrupta da taxa de abertura de sua economia ao exterior de 153,2% do PIB em 2008 para 123,6% do PIB em 2009 (-29,6 pontos percentuais). Todavia, há que realçar que, devido fundamentalmente ao diferencial assinalável de taxas de crescimento das exportações e importações em 2009, a balança comercial registou pela primeira vez um saldo positivo.

Finalmente, é de realçar que, contrariamente às previsões, fazendo parte da Zona Euro desde 1 de Janeiro de 2009, a Eslováquia, apesar dos restantes países do Grupo de Visegrad terem registado, em 2009, taxas médias de depreciação das suas moedas de 5,8% a 23,0% em relação ao euro registou uma taxa de contracção das suas exportações de bens e serviços de apenas +1 ponto percentual superior à mais baixa

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bens e serviços, daquele Grupo (+1 ponto percentual em relação à mais baixa taxa), o que aponta para uma economia bem integrada e competitiva no mercado internacional.

Evolução da Balança Comercial

(109 USD) 2005 2006 2007 2008 2009

Exportação fob 40,9 51,4 64,8 72,6 55,3

Importação fob 43,9 54,6 65,8 73,6 53,7

Saldo -3,1 -3,2 -1,0 -1,0 1,7

Coeficiente de cobertura (%) 93,2 94,1 98,5 98,6 103,0

Posição no ranking mundial

Como exportador 50ª 48ª 44ª 44ª n.d.

Como importador 46ª 45ª 43ª 43ª n.d.

Fontes: EIU; World Trade Organization (WTO) Notas: n.d. – não disponível

Em 2009, a UE27 representou, no seu conjunto, 85,9% das exportações e 74,7% das importações do país, destacando-se, de longe, a Alemanha e a República Checa como principais parceiros comerciais da Eslováquia, tanto do lado das exportações como das importações, seguidas da França, Polónia, Hungria, Itália, etc., como clientes, e da Hungria, Áustria, Polónia, França, etc., como fornecedores.

No ranking de clientes, é de realçar a posição cimeira da Alemanha na balança comercial eslovaca, comprando-lhe 19,9% de suas vendas ao exterior em 2009, seguida da República Checa com uma quota de 13,0%; no ranking de fornecedores surge à cabeça a República Checa, vendendo 18,8% do valor global das compras eslovacas no exterior, seguida da Alemanha com uma quota de 17,9%.

Em 2009, Portugal ocupava o 26º lugar no ranking de clientes, com uma quota de 0,36%, e o 36º lugar no

ranking de fornecedores, com uma quota de 0,14%, sendo, em relação a 2007, de realçar o ganho de quota

como cliente (+12,5%) e a sua perda como fornecedor (-12,5%).

Fora da UE, em 2009, no grupo dos 10 primeiros clientes surgia apenas a Rússia na 9ª posição e uma quota de 3,5%; no dos 10 primeiros fornecedores surgiam a Rússia no 3º lugar e quota de 8,8%, Coreia do Sul no 5º lugar e quota de 6,0% e a China no 10º lugar e quota de 3,6%. As importações eslovacas da Rússia dizem respeito, antes de tudo, a fornecimentos de combustíveis/óleos minerais (91,5% do valor global importado da Rússia), reflectindo a grande dependência energética eslovaca do exterior; já a grande maioria das importações da Coreia do Sul estão relacionadas com a indústria automóvel, reflectindo a forte posição daquele país (Kia Motors) no sector automóvel eslovaco.

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O facto da Eslováquia realizar com os seus cinco vizinhos 33,4% do valor global de suas exportações e 36,5% do valor global de suas importações, espelha a sua centralidade geográfica.

Segundo o WTA, a balança comercial eslovaca com a UE27 registava, em 2009, um saldo positivo de cerca de 6,8 mil milhões de USD, tendo obtido os seus maiores saldos positivos com a França (à volta de 1,7 mil milhões de USD) e a Polónia (1,3 mil milhões de USD), e os seus maiores saldos negativos com a República Checa (cerca de 3,1 mil milhões de USD) e a Hungria (307 milhões de USD); com a Alemanha, o seu maior parceiro comercial, registou um saldo positivo de cerca de 1,3 mil milhões de USD.

Fora da UE, a Eslováquia registava, em 2009, os seus maiores saldos negativos com Coreia do Sul (cerca de 3,2 mil milhões de USD) e a Rússia (2,9 mil milhões de USD), e os seus maiores saldos positivos com a Turquia (cerca de 725 milhões de USD) e a Sérvia (287 milhões de USD).

Principais Clientes

2007 2008 2009

Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

Portugal 0,32 28ª 0,34 28ª 0,36 26ª Alemanha 20,86 1ª 19,53 1ª 19,91 1ª República Checa 13,11 2ª 13,58 2ª 13,02 2ª França 6,46 4ª 6,64 4ª 7,72 3ª Polónia 6,19 6ª 6,47 5ª 7,26 4ª Hungria 6,56 3ª 7,10 3ª 6,48 5ª Itália 6,21 5ª 5,64 7ª 6,04 6ª Áustria 5,80 7ª 5,82 6ª 5,88 7ª Reino Unido 4,81 8ª 4,62 8ª 4,71 8ª Rússia 2,25 10ª 3,74 9ª 3,49 9ª Holanda 3,51 9ª 3,19 10ª 3,21 10ª UE27 85,9

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Principais Fornecedores

2007 2008 2009

Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

Portugal 0,16 34ª 0,12 36ª 0,14 36ª República Checa 17,39 2ª 18,20 2ª 18,80 1ª Alemanha 22,42 1ª 19,80 1ª 17,90 2ª Rússia 9,10 3ª 10,49 3ª 8,75 3ª Hungria 7,01 4ª 6,88 4ª 7,11 4ª Coreia do Sul 4,71 7ª 5,13 5ª 5,97 5ª Áustria 5,34 5ª 5,05 6ª 5,05 6ª Polónia 4,95 6ª 4,91 7ª 4,93 7ª França 4,13 8ª 3,74 10ª 4,75 8ª Itália 3,95 9ª 3,90 9ª 4,28 9ª China 3,61 10ª 4,11 8ª 3,58 10ª UE27 74,7

Fonte: World Trade Atlas (WTA)

Os dados mais recentes disponíveis, relativos aos principais produtos transaccionados pela Eslováquia, permitem relevar os seguintes aspectos:

• De um modo geral, pode-se dizer que o comércio externo eslovaco se caracteriza pelo predomínio dos produtos de maior valor acrescentado tanto do lado das exportações como das importações. Com efeito, em 2009, as máquinas e os equipamentos de transporte representavam aproximadamente 56,0% do valor global exportado e 43,0% do valor global importado, como resultado de sua tradição industrial e de uma política desenvolvimentista assente, sobretudo, na atracção de IDE. Se a estes grupos de produtos juntarmos os instrumentos de óptica, medida, etc., o valor global das importações dos produtos de maior valor acrescentado sobe para aproximadamente 46,0%, em consonância com o afirmado acima. Todavia, há que realçar que o agrupamento económico de máquinas e equipamentos de transporte foi também o principal responsável pela grande contracção do valor global exportado e importado registado em 2009, com uma quota-parte de 48,1% e 41,9%, respectivamente.

• As exportações de máquinas eram constituídas principalmente por máquinas eléctricas com uma quota de 26,4% do valor global exportado (vindo à cabeça os aparelhos receptores de televisão, etc., monitores e projectores de vídeo, com uma quota de 14,6%) e, em menor medida, por máquinas mecânicas com uma quota de 9,7% do valor global exportado (vindo à cabeça as caldeiras para aquecimento central com uma quota de 1,0%);

(13)

• As exportações de equipamentos de transporte eram constituídas, principalmente, por automóveis de passageiros e outros veículos de transporte de passageiros, com uma quota de 13,9%, e por partes e acessórios dos veículos automóveis, com uma quota de 3,2%;

• Nos últimos anos, os grandes investimentos estrangeiros levados a cabo sobretudo nos sectores automóvel e de electrónica de consumo explicam, sem dúvida, a posição dominante das exportações eslovacas de máquinas e equipamentos de transporte, cuja quota no valor total exportado subiu de 44,6% em 2005 para 55,9% em 2009, para o que muito contribuiu o arranque da produção em duas novas fábricas de automóveis em 2006 (PSA Peugeot-Citroen e Kia Motors), bem como em duas novas fábricas de televisores LCD (Sony em 2007 e Samsung em 2008). Há que realçar que a presença de três grandes multinacionais (Volkswagen, PSA Peugeot-Citroen e Kia Motors) em solo eslovaco elevou o país à categoria de maior produtor mundial de automóveis per capita (105,7 automóveis por mil habitantes em 2007; o décimo maior produtor europeu de veículos automóveis, em 2008, com uma produção de 575.776 unidades), enquanto que as fábricas de televisores LCD são os maiores centros produtivos europeus das multinacionais acima mencionadas (a da Sony deverá tornar-se na maior unidade produtiva de televisores LCD daquela firma no mundo).

• As importações de máquinas eram constituídas principalmente por máquinas eléctricas com uma quota de 20,6% do total importado (vindo à cabeça principalmente partes reconhecíveis para electrónica de consumo – 7,1% do total importado), e, em menor medida, por máquinas mecânicas com uma quota de 10,7% do valor global importado (vindo à cabeça principalmente motores de pistão, de ignição por compressão – diesel ou semidiesel -, com 1,0% do total importado); as importações de equipamentos de transporte eram constituídas fundamentalmente por automóveis e outros veículos terrestres com uma quota de 11,4% do valor total importado (vindo à cabeça as partes e acessórios de automóveis - 7,0% do total importado, seguidos de automóveis de passageiros e outros veículos de transporte de passageiros - 3,2% do total);

• As importações de máquinas e aparelhos, eléctricos e mecânicos, reflectem principalmente a intensa actividade investidora resultante dos afluxos generosos de IDE, enquanto que as importações de veículos automóveis e suas partes traduzem sobretudo o rápido desenvolvimento do sector automóvel e do aumento do poder de compra da população, nos últimos anos. Há que realçar que o aumento da quota das importações de máquinas e equipamentos de transporte de 37,8% em 2005 para 42,6% em 2009 é, por assim dizer, o reverso da medalha do aumento da quota das suas exportações, espelhando a grande dependência recíproca das exportações e importações de bens de capital e de consumo duradouro;

(14)

• As exportações de metais comuns e suas obras (11,2% do valor global exportado) dizem respeito sobretudo às exportações de produtos laminados e outras obras de ferro/aço e ferro fundido com 8,1% do total exportado, cuja 3ª posição se fica a dever antes de tudo à modernização da indústria siderúrgica, dominada por uma filial da multinacional US Steel Corp;

• A elevada 2ª posição das importações de combustíveis/óleos minerais, produtos de destilação fica a dever-se ao facto de mais de 80% das necessidades energéticas do país serem satisfeitas via importação, sendo a maior parte do petróleo, gás natural e combustível nuclear importada da Rússia.

Em resumo, pode-se dizer que, tanto as exportações como as importações têm vindo a evoluir em favor das indústrias de elevado valor acrescentado, como as de máquinas e equipamentos de transporte, produtos farmacêuticos, de borracha, etc., e em detrimento das de baixo valor acrescentado (têxtil, de peles, madeira, etc.), ou seja, vem-se assistindo a um posicionamento cada vez mais elevado na cadeia de valor da balança comercial.

Principais Produtos Transaccionados – 2009

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Máquinas e aparelhos, eléctricos e mecânicos 36,1 Máquinas e aparelhos, eléctricos e mecânicos 31,2 Veículos e outro material de transporte 19,8 Combustíveis /óleos minerais, prod. destilação 11,8 Ferro fundido, ferro e aço 5,4 Veículos e outro material de transporte 11,4 Plásticos e borracha, e suas obras 4,8 Plásticos e borracha, e suas obras 5,7 Combustíveis/óleos minerais, prod. destilação, etc. 4,6 Produtos farmacêutico 3,5 Obras de ferro fundido, ferro e aço 2,7 Instrumentos de óptica, medida, etc. 3,1 Papel e cartão, obras de pasta de celulose 2,3 Ferro fundido, ferro e aço 2,9 Móveis, mobiliário médico-cirúrgico, etc. 2,3 Obras de ferro fundido, ferro e aço 2,7 Calçado, e suas partes 1,5 Papel e cartão, obras de pasta de celulose 1,5 Madeira e obras de madeira 1,4 Móveis, mobiliário médico-cirúrgico, etc. 1,4 Fonte: World Trade Atlas (WTA)

Tendo em vista uma percepção mais abrangente da estrutura das importações eslovacas, indicam-se a seguir os 20 primeiros itens de produtos importados em 2009 (NC, a 4 dígitos):

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8529 Partes reconhecíveis c/o exclusiva/parcialmente p/ aparelhos pp 8525 a 8528 7,09

8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 6,95

2709 Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos 4,35

2711 Gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos 4,11

8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 3,17

3004 Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho 2,90

8528 Aparelhos receptores de televisão, etc; monitores e projectores de vídeo 2,47

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 1,57

8544 Fios e outros condutores, isolados p/ usos eléctricos; cabos fibras ópticas 1,47

8542 Circuitos integrados e microconjuntos electrónicos 1,31

9013 Dispositivos cristais líquidos ainda n/ inc outras pp; lasers; etc 1,21

2701 Hulhas; briquetes, bolas e combustíveis sólidos semelhantes, obtidos da hulha 1,15

8408 Motores de pistão, de ignição por compressão (motores diesel ou semidiesel) 1,04

3926 Outras obras de plástico e obras de outras matérias das posições 3901 a 3914 1,03

8517 Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios etc; vídeofones 0,93

8471 Máquinas automáticas p/ processamento dados/unidades; leitores magnéticos etc 0,86

8525 Aparelhos emissores para radiotelefonia etc., câmaras de TV, vídeo, etc. 0,79

8536 Aparelhos p/ interrupção, seccionamento, protecção etc, p/ tensão <=1000 volts 0,75

8443 Máquinas e aparelhos de impressão, máquinas auxiliares de impressão 0,71

7326 Outras obras de ferro ou aço 0,69

Fonte: WTA

2.3 Investimento

O IDE tem vindo a desempenhar um papel fundamental na reestruturação e modernização da economia eslovaca. Além de ter contribuído de maneira significativa para a transferência de tecnologias, aceleração da reestruturação da economia, aumento da produtividade e a dinamização e reorientação do comércio externo, os fluxos de IDE passaram a desempenhar, também, um papel importante na cobertura do défice da conta corrente, tornando assim possível um crescimento económico mais dinâmico. Com efeito, segundo o EIU, nos últimos anos, de 2005-2008, os fluxos de IDE representaram em média 5,1% do PIB ao ano, aproximadamente 19,5% da formação bruta de capital fixo, enquanto que a taxa de cobertura do défice corrente pelos afluxos de IDE ter-se-á elevado em média a 63,0% ao ano. Em 2009, reflectindo a crise económico-financeira mundial, segundo a Agência Eslovaca para o Desenvolvimento do Comércio e Investimento (SARIO), os fluxos de IDE caíram para 839 milhões de euros.

De todos os modos, a Eslováquia continua um país muito atractivo para os investidores industriais estrangeiros, como o confirma um estudo realizado pelas Câmaras de comércio e indústria germano-eslovaca, austro-eslovaca e franco-germano-eslovaca, abrangendo 114 empresas estrangeiras instaladas na Eslováquia, em que 92% delas escolheriam novamente este país para implantação de seus investimentos, realçando como principais vantagens os baixos custos salariais, o sistema fiscal favorável e a sua inclusão na Zona Euro.

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Segundo o EIU, em 2008, o IDE acumulado ascendia a 45,9 mil milhões de USD, o que representava 48,1% do PIB e cerca de 8.345 USD per capita.

Segundo a SARIO, em 2008, entre os principais investidores destacavam-se a Holanda com 19,9% do IDE acumulado, Áustria com 14,2%, Itália com 13,5%, Alemanha com 13,0%, Hungria com 7,7%, República Checa com 7,7% e Chipre com 5,0%. Com 2,7% do IDE acumulado, a Coreia do Sul figurava como o principal investidor fora da UE.

Em termos de destino sectorial, a indústria tinha, em 2007, absorvido aproximadamente 63,0% do IDE acumulado e os serviços cerca de 37%. Com os sectores automóvel e de electrónica de consumo à cabeça, a indústria transformadora absorvia aproximadamente 41% do IDE alocado na indústria, seguida do sector de electricidade, gás e água com 19,6% do IDE acumulado; no âmbito dos serviços destacavam-se a intermediação financeira com 18,5% do IDE acumulado, o comércio por grosso e a retalho com 8,4% e os transportes e comunicações com 5,5% do total.

Por outro lado, contrariamente ao verificado nos outros três países do Grupo de Visegrád, a indústria transformadora eslovaca, e não os serviços, foi a grande beneficiadora do IDE, devido sobretudo aos investimentos realizados nos sectores automóvel e de engenharia electrotécnica, o que explica as posições cimeiras das máquinas e equipamentos de transporte de ambos os lados da balança comercial.

Em termos de distribuição geográfica, registava-se um grande desequilíbrio regional, com a região de Bratislava chamando a si aproximadamente 68,0% do ICE acumulado, seguida da região de Kosice com cerca de 9,0% do IDE acumulado.

Finalmente, tendo em consideração os 11.360 milhões de euros de fundos comunitários atribuídos à Eslováquia para o período de 2007-2013, bem como o contributo esperado de fluxos de IDE nesse período, a contribuição da actividade investidora para o crescimento sustentável da economia eslovaca continuará sem dúvida a ser fulcral.

Investimento Directo

(106 USD) 2005 2006 2007 2008 2009a

Investimento estrangeiro na Eslováquia 2.429 4.693 3.265 3.414 839a

Investimento da Eslováquia no estrangeiro 150 511 384 258 313a

Posição no ranking mundial

Como receptor 54ª 53ª 58ª 55ª n.d.

Como emissor 68ª 59ª 70ª 75ª n.d.

Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2009

(17)

O ID eslovaco acumulado no estrangeiro que, embora modesto e segundo a SARIO, em 2008 ascendia aproximadamente 1,3 mil milhões de USD; tinha os sectores do imobiliário, aluguer e serviços prestados às empresas a componente mais representativa com 36,7% (do ID acumulado), seguida da intermediação financeira com 26,5% e da indústria transformadora com 19,9%. A República Checa, o Luxemburgo e a Áustria surgiam à cabeça dos países contemplados.

2.4 Turismo

Sendo uma fonte relativamente importante de receitas (3,1% do PIB em 2008), o turismo desempenha um papel relevante no equilíbrio das contas externas do país, sobretudo tendo em consideração o forte dinamismo da taxa de crescimento das suas receitas.

De acordo com os dados da OMT, a Eslováquia recebeu em 2008 cerca de 1,8 milhões de turistas, o que representou um acréscimo de 4,9% em relação ao ano anterior. Aliás, tem vindo a aumentar, de ano para ano, de forma contínua, o número de turistas estrangeiros em visita ao país – 6,0% em média ao ano, no período de 2004-2008.

A grande maioria dos turistas é originária da UE (85,9%, em 2008), e se a estes juntarmos os turistas originários dos restantes países europeus a participação da Europa no número total de turistas sobe para 93,3%. No âmbito da UE, vem à cabeça a República Checa com 30,4% do número total de turistas, seguida da Polónia com 17,5%, Alemanha com 9,3%, Hungria com 5,1%, Reno Unido com 3,8%, Áustria com 3,5%, etc.; fora da UE surge em primeiro lugar os EUA com 1,6% do número total de turistas, seguidos da Ucrânia com 1,6%, a Rússia com 1,5%, etc.

De destacar que, no período de 2004-2008, as receitas do turismo cresceram a uma taxa média de cerca de 34,2% ao ano, ou seja, muito acima da taxa média de aumento do número de turistas e dormidas, o que traduz o sucesso dos esforços levados a cabo nos últimos anos em prol da melhoria qualitativa e quantitativa da oferta turística, bem como o maior poder de compra dos turistas.

Finalmente, há que realçar que os turistas eslovacos despenderam cerca de 2,6 mil milhões de USD no estrangeiro em 2008. Indicadores do Turismo 2004 2005 2006 2007 2008 Turistas (103) 1.401 1.515 1.612 1.685 1.767 Dormidas a (103) 3.820 4.055 4.362 4.406 4.443 Receitas (106 USD) 931 1.282 1.655 2.352 3.004

(18)

3. Relações Económicas com Portugal

3.1 Comércio

O relacionamento comercial bilateral é, ainda, pouco desenvolvido. Em 2009, a Eslováquia posicionou-se na balança comercial portuguesa como o 44º cliente e como o 43º fornecedor de Portugal, confirmado, também, pela sua modesta participação nas exportações (0,17% do total) e nas importações (0,20% do total). Contudo, no período de 2005-2009, a posição da Eslováquia melhorou 4 lugares no ranking de clientes e 13 no de fornecedores. Por outro lado, enquanto que, no mesmo período, como comprador, a sua quota de mercado melhorou 54,5%, como fornecedor a sua quota registou um aumento impressivo de 185,7%.

Segundo o WTA, Portugal assumia, em 2009, uma posição significativamente mais relevante na balança comercial eslovaca, tanto como cliente (26º lugar e uma quota de 0,36%), como fornecedor (36º lugar e uma quota de 0,14%). Há que realçar que de 2005 para 2009, Portugal subiu 10 lugares no ranking de clientes, mas perdeu 4 lugares no de fornecedores, enquanto que as quotas, como cliente e fornecedor, aumentavam 111,8% e 7,7%, respectivamente.

No primeiro trimestre de 2010, a Eslováquia figurava como 44º cliente de Portugal, absorvendo 0,19% do total as exportações portuguesas, e como 44º fornecedor, respondendo por 0,16% das nossas importações, posicionamento e quotas, portanto, mais ou menos consonância com as tendências anteriormente registadas.

Importância da Eslováquia nos Fluxos Comerciais com Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 Jan/Mar 2010 Posição 48ª 44ª 45ª 45ª 44ª 44ª Como cliente % 0,11 0,14 0,13 0,14 0,17 0,19 Posição 56ª 56ª 44ª 49ª 43ª 44ª Como fornecedor % 0,07 0,08 0,17 0,15 0,20 0,16

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Com excepção de 2006, no período de 2005-2009, a balança comercial luso-eslovaca foi sempre desfavorável a Portugal. Dado o diferencial de taxas médias de crescimento das expedições e chegadas, de 13,5% e 39,3%, a taxa de cobertura das chegadas pelas expedições caiu de 96,9% em 2005 para 51,6% em 2009, sendo de realçar, contudo, que o agravamento significativo da taxa de cobertura se tenha ficado a dever sobretudo à evolução assimétrica das taxas de crescimento das duas componentes da balança comercial no último ano do período em análise, de -0,2% para as expedições e de +12,5% para as chegadas.

(19)

No cômputo geral, no período de 2005-2009, verifica-se uma tendência ascendente das relações comerciais bilaterais, com as expedições aumentando aproximadamente 1,6 vezes e as chegadas 3 vezes, bastante mais acentuada do lado da última variável, portanto, e, daí, um agravamento impressivo do saldo comercial de cerca de -1 para -48,5 milhões de euros.

Há que realçar que os efeitos negativos da crise económico-financeira mundial no intercâmbio bilateral se fizeram sentir apenas no valor das expedições. Com efeito, enquanto que, em 2009, o valor das expedições caiu 0,2%, o das chegadas subiu 12,5%, resultando daí um aumento assinalável do saldo da balança comercial de cerca -37,2 milhões de euros em 2008, para -48,5 milhões de euros em 2009, enquanto que a taxa de cobertura baixava de 58,2% para 51,6%. Sem dúvida que, em termos de relacionamento bilateral, a economia eslovaca foi mais ágil do que a economia portuguesa na superação dos efeitos negativos da crise económico-financeira mundial.

Em relação a período homólogo de 2009, no primeiro trimestre de 2010, as expedições cresceram 53,9% e as chegadas contraíram 17,4%, resultando daí uma redução notável do défice comercial de cerca de -15,5 para -5,3 milhões de euros, e uma melhoria marcante da taxa de cobertura de 40,6% para 75,7%, invertendo-se assim a tendência vinda de 2009.

Evolução da Balança Comercial Bilateral

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Evol.a % Jan/Mar 2009 Jan/Mar 2010 Var. %b 10/09 Expedições 32.607 46.937 50.653 51.801 51.697 13,5 10.613 16.329 53,9 Chegadas 33.646 43.882 98.147 88.992 100.148 39,3 26.118 21.582 -17,4 Saldo -1.039 3.055 -47.495 -37.191 -48.451 -- -15.505 -5.253 -- Coef. Cobertura 96,9 107,0 51,6 58,2 51,6 -- 40,6 75,7 -- Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Taxa de crescimento homóloga

As expedições portuguesas para a Eslováquia acusam, em 2009, um grau de concentração relativamente elevado, uma vez que 64,3% do valor expedido dizia respeito apenas a três grupos de produtos – máquinas e aparelhos (30,0%), veículos e outro material de transporte (20,6%) e plásticos e borracha (13,7%). Mesmo assim, verificou-se uma redução notável no grau de concentração de 74,3% em 2005 para 64,3% em 2009 (-10 pontos percentuais).

Dos restantes grupos de produtos, destacavam-se, ainda, os metais comuns (9,6% do total), as matérias têxteis (8,5%), peles e couros (3,2%) e o calçado (3,0%).

(20)

No seu conjunto, a estrutura das expedições era, em 2009, por grandes agrupamentos, relativamente desequilibrada, embora em favor dos produtos de maior valor acrescentado, os bens de capital, com 52,7% (64,4% em 2005), enquanto que o peso dos produtos intermédios ascendia a 39% (21,9% em 2005) e o dos bens de consumo apenas a 8,4% (11,3% em 2005), verificando-se, portanto, a persistência de uma quota bastante baixa dos bens de consumo no valor global expedido.

Em termos de grau de intensidade tecnológica, a estrutura das expedições era, em 2009, dominada pelos produtos de média-alta tecnologia, com 45,7% do total expedido, seguidos pelos produtos de média-baixa tecnologia (24,1%), baixa tecnologia (22,2%) e alta tecnologia (8,0%). No período de 2005-2009, registou-se uma regressão no grau de intensidade tecnológica, tendo o peso dos produtos de média-alta tecnologia no total expedido caído de 56,8% para 45,7%, em favor, principalmente, dos produtos de média-baixa tecnologia de 16,7% para 24,1%.

Numa óptica de maior desagregação (NC a 4 dígitos), a estrutura das expedições era, em 2009, caracterizada pelos aparelhos para interrupção, seccionamento, protecção, etc., para tensão <=1000 volts, com 11,2% do total expedido, partes e acessórios dos veículos automóveis (11,1%), fios e outros condutores, isolados para usos eléctricos, cabos de fibras ópticas (8,8%), automóveis de passageiros e outros veículos de transporte de passageiros (7,1%), cadeados, fechaduras e ferrolhos, de metais comuns, fechos e armações com fecho (5,5%), telas para pneumáticos, com fios de alta tenacidade de nylon/outras poliamidas, etc. (5,4%), etc.

Finalmente, há que realçar que as expedições portuguesas para a Eslováquia mostram padrões de negócios muito estáveis. Com efeito, tomando como referência os dez primeiros capítulos pautais da NC (a dois dígitos) de 2005, registava-se, em 2009, o aparecimento de apenas um novo capítulo pautal nas expedições, ou seja, uma taxa de variabilidades de 10%, reflectindo, assim, nichos de mercado bastante bem adequados à procura do mercado eslovaco.

Todavia, numa perspectiva de balança comercial eslovaca e análise mais fina, constata-se que, em 2009, segundo o WTA, do conjunto dos primeiros 20 grupos de produtos portugueses (NC a 4 dígitos) mais expedidos para a Eslováquia apenas 5 se encontravam entre os primeiros 20 grupos de produtos mais importados por aquele país de todo o mundo, o que aponta para um intercâmbio intrassectorial ainda pouco complexo e diversificado.

De acordo com os dados do INE, o número de empresas portuguesas que têm vindo a expedir produtos para a Eslováquia subiu de 174 em 2004 para 216 em 2008 (último ano disponível), reflectindo, assim, um interesse crescente dos agentes económicos por aquele mercado.

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Expedições por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2005 % Total 2008 % Total 2009 % Total

Máquinas e aparelhos 13.777 43,1 15.513 30,2 14.815 30,0

Veículos e outro material de transporte 6.308 19,7 10.513 20,4 10.189 20,6

Plásticos e borracha 3.671 11,5 7.411 14,4 6.774 13,7 Metais comuns 800 2,5 5.517 10,7 4.755 9,6 Matérias têxteis 924 2,9 2.256 4,4 4.215 8,5 Peles e couros 1.010 3,2 2.354 4,6 1.561 3,2 Calçado 1.609 5,0 2.597 5,1 1.498 3,0 Vestuário 129 0,4 975 1,9 1.089 2,2

Instrumentos de óptica e precisão 511 1,6 730 1,4 1.027 2,1

Pastas celulósicas e papel 10 0,0 117 0,2 869 1,8

Minerais e minérios 76 0,2 363 0,7 334 0,7 Produtos químicos 25 0,1 1.240 2,4 327 0,7 Madeira e cortiça 391 1,2 274 0,5 282 0,6 Produtos alimentares 65 0,2 158 0,3 193 0,4 Produtos agrícolas 57 0,2 232 0,5 82 0,2 Combustíveis minerais 24 0,1 0 0,0 0 0,0 Outros produtos 1.820 5,7 167 0,3 1.359 2,8 Valores confidenciais 737 2,3 1.004 2,0 0 0,0 Total 31.945 100,0 51.419 100,0 49.369 100,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Notas: Valores declarados

Em 2009, as chegadas acusavam um nível de concentração claramente superior ao das expedições, uma vez que apenas o grupo de máquinas e aparelhos representava 62,5% do valor global das chegadas da Eslováquia. Por outro lado, registou-se, igualmente, um aumento significativo do grau de concentração das chegadas dado que, em 2005, 4 grupos de produtos respondiam por 66,0% do seu valor global.

Todavia, há que realçar que o aumento do grau de concentração das chegadas se ficou a dever ao aumento da quota dos bens de capital no total expedido de 32,9% em 2005 para 70,9% em 2009, em detrimento da perda de peso dos produtos intermédios de 53,5% para 19,2% e dos bens de consumo de 13,1% para 3,0%, sendo, portanto, em termos de valor acrescentado, a estrutura das chegadas de longe mais rica do que a das expedições.

(22)

Dos restantes grupos de produtos, destacavam-se ainda, em 2009, os veículos e outro material de transporte (8,3% do total das aquisições) e os metais comuns (8,2%).

Em termos de grau de intensidade tecnológica, a estrutura das chegadas era, em 2009, dominada pelos produtos de alta tecnologia, com 57,5% do valor global das aquisições, seguidos dos produtos de média-alta tecnologia (19,8%), média-baixa tecnologia (15,1%) e baixa tecnologia (7,6%). É de realçar que, no período de 2005-2009, se registou uma evolução muito positiva no grau de intensidade tecnológica, tendo o peso dos produtos de alta e média-alta tecnologia no total das chegadas subido de 40,9% para 77,3%, enquanto que o peso dos produtos de média-baixa e baixa tecnologia caía de 59,1% para 22,7%.

Numa óptica mais desagregada (NC a 4 dígitos) destacavam-se, na estrutura das chegadas, os aparelhos receptores de televisão, etc., monitores e projectores de vídeo com 50,6% do total das compras, automóveis de passageiros e outros veículos de transporte, etc. (6,9%), fios de ferro ou aço não ligado (4,8%), aparelhos videofónicos de gravação/reprodução, mesmo com receptor de sinais, etc. (3,0%), etc.

Finalmente, há que realçar que as chegadas da Eslováquia mostram, também, padrões de negócios muito estáveis. Com efeito, tomando como referência os dez primeiros capítulos pautais da NC (a dois dígitos) de 2005, registava-se, em 2009, o aparecimento de apenas um novo capítulo pautal, ou seja, uma taxa de variabilidade de 10%, reflectindo, assim, nichos de mercado bastante bem adequados à procura do mercado português.

De acordo com os dados do INE, o número de empresas portuguesas que têm vindo a adquirir produtos na Eslováquia aumentou ligeiramente de 150 em 2004 para 158 em 2008 (último ano disponível).

(23)

Chegadas por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2005 % Total 2008 % Total 2009 % Total

Máquinas e aparelhos 5.755 18,6 62.444 71,4 61.628 62,5

Veículos e outro material de transporte 4.269 13,8 775 0,9 8.192 8,3

Metais comuns 6.731 21,8 5.386 6,2 8.111 8,2 Produtos agrícolas 23 0,1 22 0,0 2.553 2,6 Madeira e cortiça 3.659 11,8 2.674 3,1 2.159 2,2 Matérias têxteis 2.384 7,7 3.089 3,5 1.831 1,9 Plásticos e borracha 1.096 3,5 891 1,0 1.718 1,7 Produtos alimentares 586 1,9 987 1,1 1.094 1,1 Calçado 2.514 8,1 1.890 2,2 1.028 1,0 Peles e couros 520 1,7 685 0,8 822 0,8

Pastas celulósicas e papel 1.423 4,6 1.070 1,2 814 0,8

Produtos químicos 204 0,7 440 0,5 674 0,7

Minerais e minérios 489 1,6 115 0,1 279 0,3

Instrumentos de óptica e precisão 151 0,5 129 0,1 112 0,1

Vestuário 0 0,0 24 0,0 20 0,0

Combustíveis minerais 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Outros produtos 968 3,1 621 0,7 883 0,9

Valores confidenciais 169 0,5 6.268 7,2 6.611 6,7

Total 30.942 100,0 87.511 100,0 98.528 100,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Notas: Valores declarados

3.2 Serviços

Em 2009, a Eslováquia posicionou-se como 49º mercado cliente dos serviços portugueses, tendo absorvido 0,04% das vendas totais ao exterior, e como 47º fornecedor de serviços ao nosso país (0,04% das importações totais do país). Assim, tanto em termos de posição como de quota, a Eslováquia apresentava-se com uma importância pouco mais que marginal para a balança comercial de apresentava-serviços portuguesa.

Todavia, no período de 2005-2009, como cliente, a Eslováquia subiu da 51ª para a 49ª posição, e de 0,01% para 0,04% em termos de quota de mercado; como fornecedor subiu da 49ª para a 47ª posição, e de 0,03% para 0,05% em termos de quota de mercado.

(24)

No período em análise, a balança comercial de serviços luso-eslovaca foi desfavorável a Portugal nos três primeiros anos e favorável nos dois últimos, tendo, em consequência do diferencial acentuado de taxas de crescimento das duas variáveis (52,8% ao ano em média para as expedições e 22,9% para as chegadas), a taxa de cobertura das chegadas pelas expedições subido de 69,2% para 134,1%, enquanto que o saldo registava, também, um salto qualitativo e quantitativo de cerca de -0,790 pata 1,7 milhões de euros. Provavelmente como reflexo do impacto negativo da crise económico-financeira mundial no intercâmbio bilateral, tanto as expedições como as chegadas registaram taxas de crescimento negativas de 14,8% e 16,8%, respectivamente, em 2009.

No primeiro trimestre de 2010, a balança comercial de serviços apontava para tendências evolutivas mais ou menos similares às anteriormente registadas.

Balança Comercial de Serviços com a Eslováquia

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Evol a % Jan/Mar 2010 Expedições 1.772 4.499 4.668 7.858 6.693 52,8 1.317 Chegadas 2.562 4.550 4.739 6.000 4.991 22,9 1.062 Saldo -790 -51 -71 1.858 1.702 255 Coef. Cob. % 69,2 98,9 98,5 131,0 134,1 -- 124,0 % Exp/Total 0,01 0,03 0,03 0,04 0,04 -- 0,04 % Imp/Total 0,03 0,05 0,05 0,05 0,05 -- 0,04

Fonte: Banco de Portugal

Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período de 2005-2009

3.3 Investimento

Enquanto país emissor de IDE, a Eslováquia tem tido uma importância meramente marginal para Portugal. Como receptor de IDPE, a posição eslovaca testemunha já algum interesse, tendencialmente crescente, dos agentes económicos portugueses por aquele mercado.

Em 2009, a Eslováquia surgia no 34º lugar no ranking de países emissores de IDE para Portugal e no 28º lugar no ranking de países receptores de IDPE, tendo ganho 7 posições em relação a 2005 e aumentado a sua quota para 0,05% (0,01% em 2005).

Com base nos dados conhecidos, no primeiro trimestre de 2010, mantêm-se mais ou menos as mesmas tendências que as registadas anteriormente.

(25)

Importância da Eslováquia nos Fluxos de Investimento para Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 Jan/Mar

2010

Posição 0 42ª 0 0 34ª --

Portugal como receptor (IDE)

% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 --

Posição 35ª 44ª 41ª 38ª 28ª 31ª

Portugal como emissor (IDPE)

% 0,01 0,00 0,01 0,02 0,05 0,06

Fonte: Banco de Portugal

Notas: % no total - com base no IDE e IDPE bruto Posição num conjunto de 55 mercados

Como resulta dos dados do Banco de Portugal, os agentes económicos portugueses têm mostrado um interesse praticamente crescente pelo mercado eslovaco. Com efeito, no período de 2005-2009, a taxa de crescimento do investimento bruto cresceu a uma taxa média de 87,2% ao ano.

Naquele período, o investimento bruto português ascendeu a cerca de 8,6 milhões de euros, e o desinvestimento a 1,5 milhões de euros, resultando daí um investimento líquido de 7,1 milhões de euros e, portanto, algum reforço das posições portuguesas naquele mercado.

Investimento Directo de Portugal na Eslováquia

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Evol a % Jan/Mar 2010 Investimento bruto 750 350 1.091 2.267 4.143 87,2 819 Desinvestimento 124 708 78 629 0 247,1 0 Investimento líquido 626 -358 1.013 1.638 4.143 -- 819

Fonte: Banco de Portugal

Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período de 2005-2009

No período de 2005-2009, o investimento bruto eslovaco em Portugal montou apenas a cerca de 1,5 milhões de euros, e o desinvestimento aproximadamente a 1,4 milhões de euros, resultando daí um investimento líquido meramente simbólico de 98 mil euros, o que se afigura longe do adequado à dinâmica do desenvolvimento das relações comerciais bilaterais.

Investimento Directo da Eslováquia em Portugal

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Evol a % Jan/Mar 2010 Investimento bruto 0 180 0 0 1.285 -- 0 Desinvestimento 0 168 0 199 1.000 -- 0 Investimento líquido 0 12 0 -199 285 -- --

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3.4 Turismo

A Eslováquia assume uma importância notoriamente modesta no turismo português. Em 2009, surge no 45º lugar no ranking de países geradores de receitas para Portugal; em relação a 2005, melhorou o seu posicionamento em dois lugares e duplicou a sua quota de mercado.

No período de 2005-2009, a taxa média de crescimento das receitas ascendeu a 31,6% ao ano, muito acima da média nacional; naquele período, as receitas aumentaram de cerca de 1,1 milhões de euros para aproximadamente 3,1 milhões de euros (+167,6%).

Finalmente, os dados disponíveis relativos ao primeiro trimestre de 2010 apontam para uma evolução positiva, mais ou menos em consonância com a verificada no passado.

Turismo da Eslováquia em Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 Evol. a % Jan/Mar 2010 Receitas b (103 EUR) 1.146 1.349 2.523 3.059 3.067 31,6 462 % do total c 0,02 0,02 0,03 0,04 0,04 -- 0,04 Posiçãod 47ª 48ª 47ª 47ª 45ª -- 46ª

Fonte: Banco de Portugal

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 (b) Inclui apenas a hotelaria global

(c) Refere-se ao total de estrangeiros (d) Posição num conjunto de 55 mercados

4. Relações Internacionais e Regionais

A Eslováquia integra, entre outras, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a Organização das Nações Unidas (ONU), assim como as suas agências especializadas, de entre as quais se destaca o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). É membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 1 de Janeiro de 1995.

Ao nível regional, este país faz parte da União Europeia (tendo aderido em 1 de Maio de 2004) e do Conselho da Europa.

(27)

A União Europeia é um espaço de integração económica e política que tem passado por estádios distintos de evolução. O primeiro passo foi dado com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), seguida da assinatura do Tratado de Roma, em 1957, que instituiu a Comunidade Europeia de Energia Atómica (CEEA) e uma área de comércio livre designada por Comunidade Económica Europeia (CEE). A aprovação, em 1987, do Acto Único Europeu formalizou a entrada em vigor a 1 de Janeiro de 1993 de um Mercado Comum Europeu, com a livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas.

Por sua vez, o Tratado da União Europeia, ratificado em 1993, na cidade de Maastricht, aprofundou o processo de integração, ultrapassando o estádio económico para atingir o âmbito político. Os principais objectivos são: criação da União Económica e Monetária, adopção de uma Política Externa e de Segurança Comum, cooperação nas áreas da justiça e da administração e reforço da democracia e da transparência.

Com o Tratado de Nice, assinado em 26 de Fevereiro de 2001, procurou-se enfrentar o desafio do alargamento a 12 novos países, 10 dos quais (Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e Republica Checa) aderiram a 1 de Maio de 2004 e os restantes 2 (Bulgária e Roménia) a 1 de Janeiro de 2007.

Finalmente, a UE chegou recentemente a acordo sobre o Tratado Reformador (Tratado de Lisboa), assinado a 13.12.2007, que pretende melhorar a eficiência do processo de tomada de decisão, reforçar a democracia através da atribuição de um papel mais relevante ao Parlamento Europeu e aos parlamentos nacionais e aumentar a coerência a nível da política externa, com vista a dar uma resposta mais eficaz aos desafios actuais. O Tratado de Lisboa entrou em vigor a 01.01.2009, após a sua ratificação por todos os Estados- -membros.

Actualmente a UE é composta por 27 membros, sendo que apenas 16 adoptaram a moeda única europeia (Euro) e integram a União Económica e Monetária (UEM): Alemanha; Áustria; Bélgica; Chipre; Eslováquia (01.01.2009); Eslovénia; Espanha; Finlândia; França; Grécia; Holanda; Irlanda; Itália; Luxemburgo; Malta; e Portugal.

O Conselho da Europa, a mais antiga organização política da Europa, foi criada em 1949 com o objectivo de promover a unidade e a cooperação no espaço europeu, desempenhando um papel relevante em questões relacionadas com a defesa dos direitos do homem e a democracia parlamentar. Actualmente o Conselho da Europa conta com 46 Estados. O seu instrumento mais importante de actuação é a adopção de convenções.

(28)

5. Condições Legais de Acesso ao Mercado

5.1 Regime Geral de Importação

Com a entrada na União Europeia em 1 de Maio de 2004, a Eslováquia passou a fazer parte integrante da União Aduaneira, caracterizada, nomeadamente, pela livre circulação de mercadorias e pela adopção de uma Política Comercial Comum relativamente a países terceiros.

O Mercado Único, instituído em 1993 entre os Estados-membros da UE, criou um grande espaço económico interno, traduzido na liberdade de circulação de bens, capitais, serviços e pessoas, tendo sido eliminadas as fronteiras internas físicas, fiscais e técnicas.

Deste modo, as mercadorias com origem na UE ou colocadas em livre prática no espaço intracomunitário, encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma fiscalização no que respeita à respectiva qualidade e características técnicas.

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adopção da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário – bem como a aplicação de iguais imposições alfandegárias aos produtos provenientes de países terceiros – Pauta Exterior Comum (PEC).

A regra geral de livre comércio com países exteriores à UE não impede que as instâncias comunitárias determinem restrições às importações (como seja a existência de contingentes anuais), quando negociadas no seio da Organização Mundial de Comércio.

A PEC baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, sendo os direitos de importação na sua maioria ad valorem, calculados sobre o valor CIF das mercadorias.

As importações, as vendas intracomunitárias, assim como as transacções de bens e a prestação de serviços a título oneroso realizadas no país, encontram-se sujeitas ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) à taxa normal de 19%, com excepção: de alguns medicamentos e equipamentos médicos; e de livros e brochuras que beneficiam de uma taxa reduzida de 10% (conforme Anexo VII do Act

222/2004 com alterações posteriores); e determinados bens alimentares submetidos a uma taxa reduzida de

6%.

Sobre determinadas mercadorias, como sejam as bebidas alcoólicas, o tabaco e os produtos petrolíferos há, ainda, lugar ao pagamento de Impostos Especiais de Consumo.

Os interessados podem aceder a informação sobre os impostos e taxas na UE no Site Europa, em –

(29)

5.2 Regime de Investimento Estrangeiro

O Tratado da União Europeia consagra a liberdade de circulação de capitais, de onde resulta um quadro geral do investimento estrangeiro comum em todo o espaço comunitário, nos limites decorrentes do princípio da subsidiariedade, sem prejuízo dos instrumentos legislativos estabelecidos pelos Estados-membros.

Assim, e não obstante o regime de liberdade dos investimentos externos, existem algumas excepções para sectores sujeitos a regulamentação específica em matéria do direito do estabelecimento (ex.: produção e distribuição de energia, transporte ferroviário e serviços comunitários básicos).

Ao investidor estrangeiro é concedido o mesmo tratamento que o conferido aos nacionais, independentemente do sector de actividade, podendo as empresas ser detidas na sua totalidade por capital externo.

Os investimentos podem ser realizados na criação de novas empresas, na constituição de joint-venture com parceiros locais, na aquisição de acções de sociedades já existentes ou pela participação no processo de privatização de empresas estatais. Os interessados podem consultar o documento on-line – Starting a

Business 2010, que disponibiliza informação sobre como criar uma empresa na Eslováquia –

http://www.sario.sk/userfiles/file/Ensario/PZI/why/legal/starting_a_business_2010.pdf

As sucursais (formas de representação de empresas estrangeiras) estão obrigadas, de acordo com a Lei de Controlo Cambial, a prestar informação às autoridades competentes sobre os seus activos/passivos e créditos obtidos resultantes das operações de investimento directo realizadas com entidades não residentes. Tratam-se de meros procedimentos de notificação à posteriori.

Não existem restrições no que respeita à distribuição e repatriação de lucros e dividendos para o exterior, permitindo a legislação em vigor a compra de activos em divisas estrangeiras sem qualquer limitação.

O Código Comercial estabelece o estatuto jurídico dos empreendedores económicos, nomeadamente as obrigações e os direitos decorrentes do estabelecimento de relações comerciais, bem como alguns aspectos relacionados com o exercício de actividades económicas.

De acordo com este regime legal, o empresário tem de estar inscrito no Registo Comercial para exercer qualquer actividade. A obtenção da licença comercial (máximo de 5 dias) confere a qualificação técnica ou a autorização para realização de negócios em determinado sector de actividade.

(30)

investimento, providenciando toda a informação necessária aos investidores e apoiando o promotor externo, nomeadamente no que toca ao desenvolvimento dos projectos, aos procedimentos a seguir para a criação de empresas, à divulgação de oportunidades de cooperação, etc.

Por sua vez, o Economic Development Center (EDC), criado em 2001, presta assistência aos potenciais investidores na zona oriental do país, facultando ajuda de diversa natureza, essencialmente informativa.

No sentido de promover o investimento directo neste país, o Governo tem implementado uma série de medidas como forma de captar a entrada de capital estrangeiro, de entre as quais se destaca: a redução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, ao abrigo do Act 595/2003, de 25% para 19%; a nova reforma do Código Laboral que veio introduzir maior flexibilidade nas relações de trabalho; e o programa de ajudas ao investimento recentemente aprovado no contexto do novo quadro comunitário de apoio.

Relativamente aos incentivos, importa referir que a Eslováquia, à semelhança do que sucede com os restantes Estados-membros, está obrigada ao cumprimento de legislação comunitária referente aos auxílios estatais. Assim, o Governo pode disponibilizar as seguintes ajudas para grandes projectos de investimento, pela via contratual, e observando critérios muito rigorosos: concessão de crédito fiscal; atribuição de ajudas a fundo perdido para a formação e contratação de novos trabalhadores; criação e desenvolvimento de parques de investimento industrial.

No contexto do quadro de apoio comunitário em vigor (2007-2013), a Eslováquia concede incentivos ao investimento, dos quais se destacam os principais:

Act 561/2007, de 29 de Outubro – Define o quadro legal dos auxílios de Estado ao investimento

regional e à criação de emprego, nomeadamente no que respeita aos projectos que visam: o desenvolvimento da produção industrial; o estabelecimento de centros tecnológicos; a abertura de centros de serviços estratégicos; e a construção de complexos turísticos.

Entre outras disposições, o legislador define quais as despesas elegíveis, os procedimentos de apresentação de candidatura, os processos de aprovação das ajudas e os organismos responsáveis.

Mapa Regional de Ajudas para o período 2007-2013 – República Eslovaca (aprovado pela Comissão

Europeia a 13 de Setembro de 2006).

As regiões que podem beneficiar de incentivos são as seguintes: Eslováquia Central e de Leste – o limite máximo do apoio não pode ser superior a 50% do total das despesas elegíveis; Eslováquia Ocidental – o limite máximo das ajudas não pode superar 40% do total das despesas elegíveis; e Bratislava (apenas para alguns distritos) – o limite máximo do incentivo não pode ultrapassar 10% do total das despesas elegíveis.

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