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PANORAMA DOS INVESTIMENTOS EM ENERGIA EÓLICA NO BRASL E NO MUNDO

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Academic year: 2021

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PANORAMA DOS INVESTIMENTOS EM ENERGIA EÓLICA NO BRASL E NO MUNDO

Mônica Marcondes 1 Marco Antonio Saidel 2 Armindo Bredariol Junior 3 RESUMO

Este artigo objetiva análise da alternativa de investimentos em energia “limpa”, com grande foco no incremento de oferta de energia associado ao Protocolo de Kyoto. O mercado de energia eólica mundial vem apresentando forte impacto no aumento da capacidade instalada mundial. A despeito dessa vertente, O Brasil, conhecido pelo grande volume de ventos, caminha de maneira discreta em direção à consolidação da energia eólica na matriz energética nacional. Os pequenos avanços observados na área foram promovidos pelo Governo através Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia – PROINFA.

Palavras-Chave: Setor elétrico brasileiro. Fontes alternativas. Energia eólica.

ABSTRACT

This article aims to examine the alternative of energy investments in "clean energy" with great focus on increasing the supply of energy associated with the Kyoto Protocol. The global market for wind energy has shown sharp increase in the increase of installed capacity worldwide. Despite this aspect, Brazil, known by the large volume of wind, so discreet walks toward the consolidation of wind energy in national energy balance. The small advances made in the area have been promoted by the Government through the Incentive Program for Alternative Sources of Energy - PROINFA.

Key words: Energy tariff policy. Brazilian electrical energy sector. eolic energy.

1 Mestranda em Engenharia Elétrica, Universidade de São Paulo. Email: monica_marcondes@terra.com.br 2 Professor Doutor em Engenharia Elétrica, Universidade de São Paulo. Email: saidel@usp.br

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INTRODUÇÃO

O planejamento energético nacional de longo prazo tem sido um desafio na pauta dos governos. A necessidade crescente de novas fontes para suprimento de energia de uma demanda crescente pelo insumo aponta para a necessidade de um planejamento integrado de recursos com priorização de políticas de longo prazo que compõe a oferta de energia.

Nesse sentido, a energia eólica vem ocupando lugar de destaque nos países da Europa e Estados Unidos, tendo em vista vários fatores: i) fonte renovável de energia, ii) pequeno impacto ambiental, iii) redução do uso dos combustíveis fósseis.

Dados do World Wind Energy apontam para um crescimento da capacidade instalada para energia eólica com destaques para cinco países que elevaram sua capacidade instalada em mais de 1000 MW: Estados Unidos (2.454 MW), Alemanha (2.194MW), Índia (1.840 MW) e Espanha (1.587 MW).

Gráfico 1 – Capacidade Instalada de Energia Eólica

20 .622 11 .615 11 .603 6. 27 0 3. 136 2. 40 5 2. 12 3 1. 96 3 1. 65 0 1. 56 7 1. 56 0 1. 451 1. 394 965 817 756 643 564 325 237 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 C apac idade -M W Países

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Fonte: World-Wind Energy

O Gráfico 1 detalha a capacidade instalada de energia eólica, liderados pela Alemanha, com mais de 20 GW de potência instalada, acompanhados pela Espanha, Estados Unidos e França que atualmente possuem mais de 11 GW instalados cada um. A China entre os anos de 2005 e 2006 observou forte incremento de capacidade, 90,87% com 1286 MW instalados em 2005 passando para 2405 MW em 2006, unindo-se ao grupo dos cinco maiores países com capacidade instalada.

A Alemanha com a maior capacidade instalada do mundo possui uma parcela muito superior aos demais países investidores neste tipo de tecnologia.

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Gráfico 2 – Distribuição da Capacidade Instalada no Mundo 35% 22% 19% 15% 9%

Alemanha Resto do Mundo EUA Espanha Dinamarca

Fonte: Windpower Monthly News Magazine, Knobel v.19, 2003

No caso brasileiro percebeu-se um forte incremento da capacidade instalada com mais de 700% de aumento do montante observado em 2005 (29 MW), mas ainda insuficientes e discretos na matriz energética nacional. A alavancagem dos patamares de capacidade instalada no Brasil deveu-se principalmente por iniciativa do governo que criou o Programa de Incentivo às Energias Alternativas – PROINFA instituído pela Lei 10.438, de abril de 2002, e revisado pela Lei 10.762, de novembro de 2003, visando adotar soluções regionais para o uso de fontes renováveis de energia (biomassa, eólica e de pequenas centrais hidrelétricas), estimulado o desenvolvimento da indústria nacional. Segundo a ELETROBRÁS, até dezembro de 2007, serão colocados em operação 144 projetos, no total de 3.299,40 MW de potência instalada. A energia produzida pelas usinas do Proinfa, o que corresponde a aproximadamente 12.013,12 GWh/ano, ou seja, 3,6% do consumo total anual do país, será adquirida, por 20 anos, pela Eletrobrás. Dos 3.299,40 MW contratados pela Eletrobrás, a divisão corresponde a 1.191,24 MW, cuja origem são 63 PCHs; 1.422,92 MW são de 54 usinas eólicas; e 685,24 MW são de 27 usinas a base de biomassa. Em termos

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práticos a energia proveniente do PROINFA é rateada compulsoriamente entre todos os consumidores de energia do Sistema Interligado Nacional que participam com uma quota de custeio cobrada na conta de energia elétrica.

Gráfico 3 – Brasil – Evolução MW médios

2007 2008 2009 PCH 146 462 761 Eólica 69 118 442 Biomassa 165 192 222 -200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.600 M W m édi os Anos

Proinfa - Evolução MWmédios

Biomassa Eólica PCH

Fonte: Eletrobrás

O Gráfico 3 apresenta o cronograma de incremento da capacidade instalada das fontes alternativas no âmbito do Proinfa que prevêem um montante de 442 MW médios de energia proveniente dos ventos. Atualmente dados da ANEEL apontam 16 centrais elioelétricas em operação com um total de 247 MW de potência instalada, perfazendo 0,24% do total de energia da matriz energética nacional. Ressalta-se que mesmo com a efetivação dos 195 MW restantes previstos pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia, o montante proveniente dessa fonte atingirá 0,04% do total da capacidade de geração nacional. Um dos empecilhos para a massificação do uso é ainda a restrição provocada pelos altos custos de investimento e conseqüentemente de repasse para os consumidores finais.

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Gráfico 4 – Custo da Energia do PROINFA

Fonte: wind-works.org

O Gráfico 4 aponta os valores das energia provenientes de fonte eólica no Brasil e países da Europa e América do Norte. Os altos valores da energia proveniente de fonte eólica são percebidos em todos os países, mas originalmente o Brasil tem apresentado valores acima dos praticados em outros continentes, inviabilizando maiores investimentos no para o setor.

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Fonte: ANEEL

Para o ano de 2008 estão previstas grandes Usinas Eólica que irão incrementar o parque nacional. Destacam-se a Usina de Quintanilha Machado I, localizada no Rio de Janeiro, com 135 MW de potência, Praia Formosa, no Ceará com 104 MW e Alegria II, no Rio Grande do Norte com 101 MW.

Gráfico 5 – Brasil: Usinas Eólicas com Início de Operação em 2008

4.050 1.035 1.551 142,86 238,64 114,68 R$ 0,00 R$ 50,00 R$ 100,00 R$ 150,00 R$ 200,00 R$ 250,00 R$ 300,00 0,00 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 3.000,00 3.500,00 4.000,00 4.500,00 PCH Eólica Biomassa R$ /M W h GW h

Montantes de Energia do Proinfa x Custo Médio por Fonte Contratados para o Ano de 2008

TWh R$/MWh

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No que tange aos custos associados às fontes de energia, observamos que no caso específico um custo unitário (MWh gerado) muito superior aos apontados por outros insumos (Gráfico 5), inviabilizando sua massificação como ocorre nos países desenvolvidos.

No que tange aos custos associados às fontes de energia, observamos que no caso específico um custo unitário (MWh gerado) muito superior aos apontados por outros insumos (Gráfico 5), inviabilizando sua massificação como ocorre nos países desenvolvidos.

Novas tecnologias adequadas a realidade do Brasil estão sendo desenvolvidas, aliadas ao desenvolvimento tecnológico está a redução de custos, baseada em escala de produção e desenvolvimento de novos materiais, que poderão tornar a energia eólica no Brasil cada vez mais viável e em condições de que estudos de viabilidade técnico-financeira comecem a apontar este tipo de energia como uma grande meta a ser alcançada e com taxas de retorno dos investimentos compatíveis com os países da comunidade européia.

No mapa a seguir, temos a demonstração do Potencial Eólico brasileiro, cujos ventos estão predominantemente localizados nas regiões sul e nordeste do país.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que mundialmente o aproveito eólico tem sido desenvolvido de maneira efetiva para o aumento de geração de energia nos países desenvolvidos atraídos pela sustentabilidade da fonte renovável, associados à uma política de desenvolvimento limpo para este setor. A grande disparidade entre os volumes de energia per capita entre estes países viabilizam o investimento que devido ao volume, vem ganhando economias de escala para os valores agregados de investimentos. No Brasil o situação é um pouco diversa devido ao incentivo à fontes mais baratas que, segundo o governo ainda possuem grande capacidade ociosa. O Proinfa pode ser considerado um avanço no processo de inclusão da energia eólica na matriz energética brasileira. Os altos custos de implantação e repasse para o consumidor final ainda inviabilizam a maioria dos projetos. Espera-se que em um futuro próximo essa alternativa

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possa ser considerada em substituição a fontes de origem fóssil que poluem mais e tem custos crescentes se comparadas aos custos das hidrelétricas.

Em função da localização predominante no nordeste do país, região que mais necessita de investimentos e recursos, sejam eles de origem privada ou pública através do Proinfa, a região nordeste deverá receber recursos que terão fortes impactos sócio-ambientais, em função do aumento da geração de empregos e renda, além de atrair turistas e promover o desenvolvimento regional.

REFERÊNCIAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Várias resoluções

ELETROBRAS – Centrais Elétricas Brasileiras S/A. www.eletrobras.gov.br MME – Ministério de Minas e Energia. www.mme.gov.br

WIND-WORKS – www.wind-works.org

WIND POWER MONTHLY MAGAZINE - www.windpower-monthly.com. Knobel v.19, 2003.

Referências

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