• Nenhum resultado encontrado

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INSERÇÃO TECNOLÓGICA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO: BREVES DISCUSSÕES TEÓRICAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INSERÇÃO TECNOLÓGICA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO: BREVES DISCUSSÕES TEÓRICAS"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

1

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INSERÇÃO TECNOLÓGICA NO CAMPO DA

EDUCAÇÃO: BREVES DISCUSSÕES TEÓRICAS

PUBLIC POLICIES FOR TECHNOLOGICAL INSERTION IN THE FIELD OF EDUCATION: BRIEF THEORETICAL DISCUSSIONS

SOUZA, Emerson Melo de; BATISTA, Erlinda Martins. Políticas e gestão por meio de/para o uso de TDIC

Políticas públicas para EaD e TDIC na educação

Resumo:

O presente estudo tem por objetivo discutir sobre as políticas públicas para inserção de tecnologias no campo da educação. Utilizando a metodologia descritiva discorre sobre as análises de quatro textos referentes à implantação e desenvolvimento das políticas públicas para os próximos anos, em destaque no Plano Nacional de Educação (PNE) cujo objetivo geral é definir metas e estratégias para os diversos níveis, etapas e modalidades de ensino em prol da garantia do direito à educação de qualidade para todos. Visa salientar que apenas equipar as escolas não basta, sendo necessário também qualificar os profissionais da educação e adequar o projeto político pedagógico da unidade escolar. Este estudo também descreve as quatro fases das tecnologias digitais em educação matemática por meio de recursos pedagógicos ou ferramentas e metodologias de ensino, diferenciadas para a sala de aula. Conclui-se que a formação de professores para o uso de tecnologias no ensino, carece de investimentos e destaque nas políticas públicas que fomentam o uso desses artefatos na educação.

Palavras-chave: Políticas Públicas, Tecnologia, Educação, Matemática. Abstract:

This study aims to discuss public policies for the insertion of technologies in the field of education. Using the descriptive methodology, it discusses the analyses of four texts related to the implementation and development of public policies for the coming years, highlighted in the National Education Plan (PNE) whose general objective is to define

goals and strategies for the various levels, stages and modalities of education in favor of

guaranteeing the right to quality education for all. It aims to point out that just equipping schools is not enough, and it is also necessary to qualify education professionals and adapt the political pedagogical project of the school unit. This study also describes the four phases of digital technologies in mathematics education through pedagogical resources or teaching tools and methodologies, differentiated for the classroom. It is concluded that, the training of teachers for the use of technologies in teaching lacks investments and prominence in public policies that, promote the use of these artifacts in education.

Keywords: Public policy, Technology, Education, Mathematics.

1. Introdução.

Esse resumo expandido, discute na abordagem de metodologia descritiva, as políticas públicas para inserção tecnológica no campo da educação, a partir de quatro textos dos pares

(2)

2 que estudaram as políticas públicas para o uso da tecnologia na educação. Assim, o objetivo

geral é analisar mais particularmente os aspectos dessa inserção no Plano Nacional da Educação – PNE-2014-2024 e no Programa Inovação Educação Conectada. Tais estudos foram realizados na disciplina: “Políticas Públicas para o Uso de Tecnologias no Ensino”, contextualizada em um Programa stricto sensu Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática de uma instituição da rede privada. No primeiro momento, deve-se entender o que são as políticas públicas no campo tecnológico da educação, assim como, o seu desenvolvimento histórico.

Pode-se considerar, que o mapa de ações sociais do Ministério da Educação (MEC) seja, efetivamente “um instrumento de transparência das ações desta Pasta no conjunto de políticas voltadas para a inclusão social, sobretudo, no que se refere à difusão da ciência e o acesso ao conhecimento e à tecnologia” (BRASIL, 2012a, não paginado).

Os referenciais metodológicos escolhidos são: Bogdan e Biklen (1977) sobre os métodos de investigação qualitativa, e Rosa (2010) sobre as técnicas de pesquisa em ensino de ciências. Compreendendo o direcionamento das políticas públicas, aplicadas nos últimos anos no campo da educação tecnológica na rede pública de ensino.

2. Políticas públicas educacionais direcionadas para a tecnologia da educação.

As políticas públicas para o uso de tecnologias na educação foram discutidas por Monteiro e Silva (2016), a partir da análise que essas autoras fazem do Plano Nacional de Educação (PNE – 2014-2014). As autoras explicam:

As políticas públicas educacionais se desenvolvem e acompanham, em certa medida, as transformações econômicas, sociais, políticas, culturais e tecnológicas da sociedade. Nesse cenário, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) chegam às escolas diante de uma sociedade conectada, cada vez mais imbricada em uma cultura digital, característica do século XXI, que exige e convida indivíduos a lerem o mundo sob novas ópticas (MONTEIRO; SILVA, 2016, p.2).

O PNE é uma política pública para os próximos quatro anos da educação brasileira, constitui-se indicadores para o uso das tecnologias na educação, e a cultura digital característica da sociedade contemporânea. Essas autoras consideram a relevância dessa temática ao citarem os conceitos de Paulo Freire (1997) sobre a importância da leitura do mundo e da interação com ele para a formação de seres humanos autônomos e críticos.

O Plano Nacional de Educação 2014-2024 (PNE) é a materialização histórica e articulada da intenção de um país em busca garantir o direito à educação a todos os seus cidadãos. O estabelecimento do PNE, com o objetivo de articular o Sistema Nacional de Educação, está descrito no art. 214 da Constituição Federal de 1988, que aponta os princípios fundamentais para o seu desenvolvimento. Além das diretrizes, o PNE define objetivos, metas e estratégias para os diversos níveis, etapas e modalidades de ensino em prol da garantia do direito à educação de qualidade para todos, de forma há dialogar sobre os investimentos e suas aplicações no uso das tecnologias.

(3)

3

3. Políticas públicas em educação e o discurso sobre o uso das tecnologias.

A vida na sociedade atual demanda a:

Necessidade de a escola propiciar o desenvolvimento das habilidades imperativas para a cidadania no século XXI e a indispensabilidade de serem exploradas as potencialidades das redes digitais. Nos últimos vinte anos, destaca-se o esforço global na elaboração de políticas públicas com objetivo de ampliar o uso das tecnologias digitais no cotidiano escolar, traduzido em numerosos investimentos visando garantir a infraestrutura apropriada ao acesso às tecnologias digitais e à internet, bem como à formação de professores e o ajuste do currículo escolar (SELWYN, 2011 apud HEINSFELD e PISCHETOLA, p. 2).

O Termo tecnologia abrange diversas definições, no que se refere à forma de como os seres humanos irão utilizar estas ferramentas e como isso será adaptado em seu meio. Na atual realidade, aspectos influenciam esta utilização, sendo tantos aspectos sociais, culturais ou econômicos. (HEINSFELD; PISCHETOLA, 2019). E complementam:

Sob essa perspectiva, identifica-se a preocupação no âmbito escolar com o quantitativo de máquinas, com a existência de velozes conexões com a internet e com a implantação de laboratórios de informática, presenças elencadas como possivelmente revolucionárias para a educação. A meta passa a ser a de equipar as escolas, sem que se questione o uso desses equipamentos, endossando-se um cenário de soluções homogêneas para questões heterogêneas (BARRETO, 2012, 2017; MACHADO, 2004; PISCHETOLA, 2016; SELWYN, 2017. p. 4).

O Plano Nacional de Educação 2014-2024 (PNE 2014-2024) (BRASIL, 2014a), instituído pela Lei nº 13.005/2014, é um documento de planejamento do setor educacional que orienta o desenvolvimento das políticas públicas em educação ao longo do decênio. Resultado de debates, é o segundo Plano Nacional de Educação já aprovado por lei no Brasil, sendo referência para a ação pública e atuação do Estado (BRASIL, 2014b).

Em 2017, o Programa de Inovação Educação Conectada foi instituído pelo Decreto nº 9.204, cujo programa visa apoiar políticas públicas voltadas para as tecnologias digitais no campo educacional, busca preparar as unidades escolares para o uso das tecnologias, oferecer conexões de internet para realização deste trabalho e preparação do corpo docente a fim de implementar práticas diferenciadas aos educandos no campo tecnológico, contribuindo assim para o seu crescimento educacional na rede pública de ensino.

4. Políticas públicas de implantação de tecnologias digitais na rede pública

brasileira.

(4)

4 O ProInfo foi criado em abril de 1997, com os objetivos de proporcionar o acesso das

escolas à tecnologia digital, de melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, possibilitar a criação de uma nova “ecologia cognitiva” nos ambientes escolares, propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico e educar para uma cidadania global (NASCIMENTO, 2007).

Mostra que os planos de ação, para atingir essas metas, foi implantar laboratórios de Informática em escolas públicas de Educação Básica e habilitar o corpo docente, gestores e outros agentes educacionais para a utilização pedagógica das tecnologias. (Moraes 2006).

Valente (1999, p. 8 apud JESUS, 2018, p. 21) afirma, que qualquer que seja a modalidade de uso do computador ou qualquer outro recurso tecnológico, é necessário que o professor seja capacitado para assumir o papel de facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não mais de “entregador” da informação, criando possibilidades de ensino.

Moraes (2006), fez uma síntese dos Programas de Informática na Educação: Projeto Educom: (1985-1995); Programa Formação de Recursos Humanos (Formar); Paie (1987-1989); Proninfe, (1992-1995), Projeto Eureka, 1996); em São Paulo, Projeto Gênese, (1990-1993); finalizando com a primeira versão do ProInfo, (1996-2005), articulando-o criticamente com as diretrizes para a Informática e formação de professores orientadas pelo Banco Mundial (BM).

Segundo Kuenzer (2000 apud JESUS, 2018, p. 36), com a crescente incorporação da ciência e tecnologia ao processo produtivo, o mundo do trabalho se torna mais abstrato. Aos novos paradigmas corresponde uma nova cultura, marcada pelas tecnologias que se transformam permanentemente, transformando também todas as dimensões da vida social e produtiva, exigindo assim do homem comum um novo aporte, mais ampliado, de conhecimentos e habilidades cognitivas superiores, para que possa participar da vida social e produtiva, o que, para a maioria da população, só pode ocorrer por meio da escola.

As tecnologias presentes no ambiente escolar favorecem ao aprendizado, e as quatro fazes da tecnologia digital no ensino de matemática vem de encontro com este pensamento, oportunizando ao aluno trabalhar a relação teoria e prática no desenvolvimento do seu conhecimento.

5. Um olhar sobre as quatro fases da tecnologia digital no ensino de

matemática.

Embora, Borba et al (2018) não discuta as políticas públicas na inserção de tecnologias na educação, esse autor apresenta a historicidade do uso das tecnologias no ensino da matemática, e sabendo-se que esses períodos coincidem com o uso das tecnologias no campo da educação e áreas de atividade, como um todo, considera-se relevante o estudo, nesse contexto. De acordo com BORBA et al (2018), quando se olha as pesquisas em educação matemática desenvolvidas no Brasil nos últimos trinta anos, nota-se diversificados contextos, propostas e perspectivas com relação ao uso didático e pedagógico de tecnologias para a investigação matemática. Em suas reflexões, parece pertinente e interessante argumentar

(5)

5 sobre uma perspectiva estruturada em quatro fases para discutir o uso de tecnologias na

educação matemática no Brasil.

Na década de 1980, no Brasil já era discutido o uso das tecnologias no ensino de matemática, através de calculadoras cientificas e uso dos computadores. Contudo, em 1985 foi apresentado o software LOGO dando início à primeira fase de uso das tecnologias digitais na matemática (BORBA, GADANIDIS, SILVA, 2014, p. 22).

Em meados de 1990 deu se início à segunda fase, que foi a popularização dos computadores, surgindo na educação matemática diversos softwares voltados às múltiplas representações de funções e de geometria dinâmica.

Devido ao advento da internet por volta de 1999, inicia se a terceira fase. Seu principal marco foi o uso da internet como fonte de informação e meio de comunicação entre professores e estudantes e para realização de cursos a distância, e formação continuada na educação.

Com relação ao uso de tecnologias em educação matemática, a partir de 2004 houve um avanço devido à melhoria da velocidade da internet, com isso, aprimorando seus recursos e dando início à quarta fase, propiciando ambientes virtuais inovadores e diversificados.

É importante destacar que o surgimento de cada fase não excluiu ou substituiu a anterior. Há certa “sobreposição” entre as fases, elas vão se integrando. Ou seja, muito dos aspectos que surgiram nas três primeiras fases são ainda fundamentais dentro da quarta fase. Muitas tecnologias “antigas” ainda são utilizadas. Embora já se tenha muitas questões sobre as tecnologias digitais, diversas perguntas que surgiram nas fases anteriores estão ainda em aberto. Problemas ou atividades têm sido reestruturados ou apenas adaptados ao uso de tecnologias digitais. (BORBA; GADANIDIS; e SILVA, 2018, p. 41)

As Políticas públicas educacionais direcionadas para a tecnologia da educação, passam por um discurso sobre o seu uso, sua implantação e suas fases no ensino da matemática na rede pública brasileira, trazendo um olhar sobre a propagação da tecnologia digital campo do ensino.

6 Conclusão

Conclui-se que o uso de tecnologias na educação, e particularmente no contexto do ensino da matemática e de ciências, é fundamental principalmente no momento atual, em que a sociedade brasileira e mundial, vive a pandemia causada pela doença COVID-19, que força o isolamento social de estudantes e professores, empurrando esses atores para o uso das tecnologias na educação.

A despeito de todas as discussões apresentadas no PNE 2014-2024 para o uso de tecnologias no contexto educacional, observa-se, justamente que, a formação de professores nesse documento de políticas públicas, se mostrou insuficiente, o que é confirmado na falta de preparo desses profissionais para enfrentar dificuldades em suas práticas pedagógicas com o uso de tecnologias no contexto atual.

(6)

6 Portanto, o meio tecnológico está inserido no ambiente educacional, devendo desta

forma haver a necessidade de se investir tanto no campo físico e material, assim como, na qualificação do profissional da educação, integrando as políticas públicas de forma a contribuir com um ensino de qualidade.

Referências

BORBA, Marcelo de Carvalho; SILVA, Ricardo Scucuglia R. da Silva; GADANIDIS, George. Fases das tecnologias digitais em educação matemática. 2 ed. São Paulo: Autêntica, 2014.

BRASIL. Plano Nacional de Educação 2014-2024 [recurso eletrônico]. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. – Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2014b. 86 p. (Série legislação; n. 125). Disponível em:

<http://www.observatoriodopne.org.br/uploads/reference/file/439/documento-referencia.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2020.

BUFREM, Leilah Santiago; SILVEIRA, Murilo; FREITAS, Juliana Lazzarotto (org.). Políticas de ciência, tecnologia e inovação no Brasil: Panorama histórico e contemporâneo. P2P & INOVAÇÃO: v. 5 n. 1, p.6-25, Set./Fev. 2018., Rio de Janeiro, v. 1, n. 5, p. 6-25, 02 set. 2018. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

HEINSFELD, Bruna Damiana; PISCHETOLA, Magda. O discurso sobre tecnologias nas políticas públicas em educação. 2019. 18 f. TCC, PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2019.

JESUS, Eleuzzy Moni do Carmo. Políticas públicas de implantação de tecnologias digitais na rede pública brasileira: estudo sobre o ProInfo no estado de Goiás. 2018. 129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Goiás, Jataí, 2018.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

KUENZER, A.Z. Educação, linguagens e tecnologias: as mudanças no mundo do trabalho e as relações entre conhecimento e método. In: CANDAU, V. (Org.). Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 135-160.

MONTEIRO, Natália Andreoli; SILVA, Maria da Graça Moreira da. O que dizem políticas públicas educacionais sobre tecnologias para a educação? PUC-SP, São Paulo, 2016.

NASCIMENTO, J. K. F. Informática aplicada à educação. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.

SELWYN, Neil. Education and technology: key issues and debates. London: Continuum, p. 197, 2011.

VALENTE, J. A. (Org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999. p. 1-13.

Referências

Documentos relacionados

También fue necesario consultar 1 (un) libro, para dar sustento al desarrollo metodológico de la investigación, 2 (dos) artículos y 2 (dos) sitios web para consolidar las

RESUMO: O presente artigo caracteriza a dinâmica das políticas públicas, as oportunidades de empreendedorismo e de novos negócios no novo paradigma de ensino e

Com relação à Educação do Campo, percebeu-se a ausência ou a ineficiência de políticas públicas para a escolarização no meio rural e que a preocupação

a) a Educação 3.0 transcende a questão da utilização das tecnologias como recurso pedagógico, visto que supõe uma mudança profunda na educação, que deve considerar

Com base no estudo de caso, no qual foram articuladas diversas vozes de protagonistas do espaço escolar, conclui-se que a escola não está preparada para receber alunos

cional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixei- ra (INEP), para Santa Catarina: 1) que o trabalho técnico contribui para os argumentos políticos favoráveis ao

O desafio para a formação de professores para a educação básica, para a democratização da gestão e para a efetivação da educação em direitos humanos que avança em

Entre o conjunto dessas fontes que Sanfelice (2004, p. 100-102) indica como relevantes para a história das políticas educacionais no Brasil, a documentação proveniente