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Em 2007, a economia local atingiu

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2.1 Conjuntura macroeconómica e sectorial

2.1.1 Evolução global

E

m 2007, a economia local atingiu

novamente um crescimento de dois dígitos, atribuível aos sectores prósperos do jogo e do turismo e também ao forte investimento registado nos primeiros três trimestres. Embora no último trimestre do ano se tenha registado um crescimento menos acentuado, o crescimento do PIB real relativo ao ano atingiu os 27,3%, que foi a

segunda maior taxa de crescimento desde a constituição da RAEM. Ao mesmo tempo, o PIB nominal e o PIB per capita foram estimados preliminarmente em MOP153,6 biliões e MOP 292.165, respectivamente. O sector do turismo continuou a ser a principal chave para o forte desempenho económico. No entanto, em Maio de 2007 surgiram incertezas, quando o interior da China apertou o seu controlo sobre o “Esquema de Vistos Individuais” para residentes da província de Cantão. Contudo, factores favoráveis, como o forte desempenho económico no interior

Notas: a Revisto.

b Estimativas preliminares.

QUADRO II.5 TAXAS DE CRESCIMENTO REAL DOS AGREGADOS ECONÓMICOS

(A PREÇOS CONSTANTES-2002), 2004-2007

Despesa de consumo privado

Despesa de consumo final do governo Formação bruta de capital fixo Variação de existências Procura interna

Exportação de bens e serviços Mercadorias

Serviços

Importação de bens e serviços Mercadorias

Serviços

Procura externa líquida Produto interno bruto Memorando:

Taxa de crescimento anual do PIB deflator

28.4 8.8 14.4 0.7 52.3 107.2 27.9 79.3 59.5 45.4 14.1 47.7 100.0 8.8 4.3 37.1 81.9 15.2 31.6 8.3 42.3 21.5 24.0 13.9 46.9 28.4 1.7 26.2 8.1 26.6 0.9 61.7 100.7 20.3 80.4 62.4 47.3 15.1 38.3 100.0 28.4 9.1 21.5 0.7 59.8 101.7 23.1 78.6 61.5 46.4 15.2 40.2 100.0 7.8 3.8 44.5 47.4 20.9 15.8 2.8 19.7 18.7 19.3 16.9 11.4 17.0 6.0 7.2 11.0 59.7 0.7 22.2 1.4 -11.5 6.0 10.5 9.1 15.1 -9.9 6.9 4.8 10.7 16.4 23.5 6.7 16.9 28.3 0.5 35.3 18.6 14.6 30.9 44.1 27.3 4.7 22.8 7.4 25.8 0.7 56.7 101.5 16.0 85.4 58.1 42.6 15.6 43.3 100.0 2004 Taxa de cresci-mento Taxa de cresci-mento Taxa de cresci-mento Taxa de cresci-mento Peso no PIB Peso no PIB Peso no PIB Peso no PIB 2005 2006a 2007b (%)

2. A ECONOMIA DE MACAU

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da China e da valorização gradual do CNY, desempenharam um papel importante ao encorajar os visitantes do interior da China a viajarem para a RAEM. Entretanto, também se registou um crescimento saudável no que se refere a visitantes de outros países e territórios. Como resultado, as despesas feitas por visitantes, quer as relativas ao jogo quer as despesas não relativas ao jogo, cresceram, em termos reais, 45,6% e 13,9%, respectivamente. Com um forte crescimento da sua componente dominante, as exportações de serviços, no seu conjunto, registaram um crescimento real de 35,3% comparado com os 19,7% do ano anterior. Verificaram-se reduções sucessivas nas exportações de mercadorias nos três

CHART II.1 GROWTH RATE OF REAL GDP, 2003-2007

0 5 10 15 20 25 30 2003 2004 2005 2006 2007 (%)

GRÁFICO II.1 TAXA DE CRESCIMENTO REAL DO PIB, 2003-2007

(%)

primeiros trimestres de 2007, todavia registou--se um crescimento no último trimestre, o que permitiu que o crescimento relativo ao ano, na sua totalidade, se situasse no patamar positivo de 0,5% em termos reais. Este aumento foi 2,3 pontos percentuais abaixo do crescimento no ano precedente. No total, a exportação de bens e de serviços aumentou significativamente, passando dos 15,8% registados em 2006, para 28,3%. Entretanto, a importação de bens e serviços continuou a crescer significativamente, 18,6%, em termos reais. A procura externa líquida registou um substancial crescimento de 44,1%, consideravelmente mais alto que o aumento de 11,4% em 2006.

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fixo diminuiu significativamente, passando de 44,5% no ano prévio, para 23,5% em 2007, se bem que a realização dos compromissos de investimento levados a cabo pelas concessionárias e subconcessionárias do jogo continuassem a aumentar a procura de investimento; assim o peso representado pela formação bruta de capital fixo no PIB real diminuiu de 26,6% em 2006, para 25,8% em 2007. Dada a situação de emprego favorável, a despesa de consumo privado registou um crescimento de dois dígitos de 10,7%, um aumento de 7,8% face ao ano anterior. A procura interna, como soma do consumo e do investimento, aumentou 16,9% em termos reais. Os aumentos de dois dígitos, tanto na procura interna como na procura líquida externa, estimularam, em conjunto, um aumento substancial dos preços. Como indicador, em sentido lato, de pressão inflacionária, o deflector implícito no PIB aumentou 4,7% no ano em análise, após um aumento de 6,0% no ano prévio.

2.1.2 Procura interna

D

ado que a redução do crescimento da

formação bruta de capital fixo contraba-lançou parcialmente o crescimento acelerado relativo às despesas de consumo privado e de consumo final do governo, o crescimento real da procura interna desceu 3,9 pontos percentuais para 16,9% no ano em análise. Registou-se um crescimento mais acelerado no que se refere aos agregados das despe-sas de consumo final das famílias no mer-cado local, de 10,2% comparado com o au-mento de 8,0% em 2006. Ao mesmo tempo,

as despesas de consumo final das famílias no exterior, inverteu o decréscimo registado an-teriormente, passando para 7,1% no ano em análise, enquanto as despesas de consumo final das instituições com fins não lucrativos que prestam serviços domésticos aumenta-ram 26,5%. Como resultado, as despesas de consumo privado registaram um crescimento real de 10,7%, que foi 2,9 pontos percentuais mais elevado do que a taxa de crescimento do ano anterior.

Ao mesmo tempo, as despesas de consumo final do governo registaram um aumento de dois dígitos de 16,4%, substancialmente mais elevado que o aumento revisto de 3,8% regis-tado em 2006. Em 2007, as remunerações dos funcionários, bem como as aquisições líquidas de bens e serviços aumentaram, para as taxas respectivamente de 11,1% e 30,8%. O primeiro representou a parte dominante, 69,9% da despesa global, enquanto o último ocupou os restantes 30,1%.

A formação bruta de capital fixo manteve o seu crescimento de dois dígitos pelo quinto ano consecutivo, no entanto, com uma taxa mais moderada de 23,5% em comparação com taxas de 37,1-59,7% registadas durante os quatro anos anteriores. Este crescimento menos acentuado deveu-se principalmente à contracção do investimento efectuado pelo sector público, com um decréscimo de 27,3% referente as obras públicas. Por outro lado, as obras executadas em várias infra-estruturas turísticas continuaram a ser a força motriz es-sencial para o crescimento real de 29,6% no investimento privado no sector da construção. A par da expansão contínua do sector do tu-rismo, assim como de outras actividades

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em-de mercadorias diminuiu ligeiramente, 0,2% em relação ao ano anterior, para MOP20,4 biliões.

No que se refere aos produtos exportados, a parte relativa aos têxteis e vestuário diminuiu 8,6%, para MOP13,4 biliões, todavia representando, ainda, 65,6% do agregado das exportações visíveis, um decréscimo de 6,0 pontos percentuais, comparando com os valores de 2006. As exportações de máquinas e de aparelhos aumentaram 56,2%, as exportações de produtos fora do sector têxtil registaram outro ano de crescimento de dois dígitos, de 21,3%, captando 34,4% do total das exportações totais.

Os EUA e a UE absorveram respectivamente, 40,6% e 18,2% das exportações totais da RAEM. No entanto, a cota conjunta destes

Notes: 1 As variações homólogas de preços e de volume são calculadas pelos índice Paasche e Laspeyres, respectivamente. A importação não inclui dados referentes a aviões, helicópteros e outros veículos aéreos.

2 Incluindo importação de aviões, helicópteros e outros veículos aéreos.

3 Rácio entre os índices dos valores unitários médios das exportações e importações x 100 (1996=100).

QUADRO II.6 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERNO, 2003-2007

Exportações - f.o.b. Valor Volume1 Preços1 Importações - c.i.f. Valor2 Volume1 Preços1 ‘Termos de troca3 9.0 8.4 0.5 26.3 23.1 2.6 99.0 9.4 8.8 0.5 8.7 9.9 -0.7 100.9 3.2 3.0 0.3 16.6 12.9 3.2 92.4 -12.1 -11.5 -0.7 12.3 8.7 3.3 95.1 -0.2 0.5 -0.6 18.0 14.4 3.2 88.9 2004 2003 2005 2006 2007 (Variação em percentagem, excepto termos de troca)

2.1.3 Comércio de mercadorias

N

o ano em análise, a actuação global das

exportações de mercadorias manteve--se enfraquecida, à luz dos fenómenos da globalização e da divisão internacional do trabalho. Na primeira metade de 2007, o valor total das exportações de mercadorias diminuiu 7,8% quando comparado com os valores registados no ano anterior. Na segunda metade do ano, o valor do comércio subiu de forma notável, 7,6%, devido principalmente a uma base de comparação mais reduzida. Como resultado, o valor total das exportações presariais, o investimento privado em máqui-nas e equipamento registou um aumento de 26,7% em 2007 face ao aumento de 18,1% em 2006.

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dois mercados principais diminuiu 4,8 pontos percentuais, tendo as exportações para os EUA e para a UE decaídas 8,1% e 6,9% respectivamente. Por sua vez, as exportações para o interior da China, o terceiro maior

mercado, mantiveram-se relativamente

estáveis, enquanto as exportações para o quarto maior mercado, Hong Kong, aumentaram significativamente, 16,7%. Devido ao aumento dos preços do petróleo no mercado mundial e à forte procura de produtos importados, a importação de mercadorias registou, pelo quarto ano consecutivo, um crescimento de dois dígitos, aumentando 18,0% em 2007. O aumento no que se refere ao rendimento disponível promoveu a procura de bens de consumo, que ocuparam 40,6% das importações totais de mercadorias e aumentaram 26,4% no ano em análise. As matérias-primas e os produtos semiacabado diminuíram 4,2%, enquanto os bens de capital aumentaram 37,3%, ocupando respectivamente 26,5% e 21,5% do total. Devido à subida dos preços do petróleo a nível mundial, as importações de combustíveis e lubrificantes, subiram 22,8% depois de se ter registado um forte crescimento de 31,5% no ano anterior. A respectiva cota no total das importações de mercadorias aumentou 11,4%. Como o valor das importações de mercadorias foi mais elevado que o das exportações de mercadorias, a RAEM registou, pelo sétimo ano consecutivo, um défice visível na balança comercial, o qual aumentou 41,2%, para MOP22,7 biliões em 2007.

Apesar de se ter registado um aumento de 11,6% de produtos importados do interior da China, o maior fornecedor de bens importados

pela RAEM, estes ocuparam apenas 42,6% do total de 2007, uma redução de 2,5 pontos percentuais face ao valor registado no ano anterior. As importações vindas da UE, a segunda maior fornecedora de importações, atingiram os 41,1%, representando 15,7% do total. No entanto, as importações provenientes de Hong Kong e do Japão, aumentaram respectivamente 17,0% e 27,1%, ocupando 10,1% e 9,0% das importações totais de mercadorias.

O índice do valor unitário das importações continuou a aumentar a um ritmo mais acelerado do que o da sua contrapartida nas exportações. Consequentemente, o índice dos termos de troca, definido como o rácio entre o índice do valor unitário das exportações e o das importações, prolongou o seu declínio em 2007, tendo-se verificado um decréscimo de 92,4 para 88,9 no ano anterior.

2.1.4 Turismo e jogo

O

sector do turismo manteve, em 2007,

a vitalidade que o tem caracterizado. A conclusão de vários mega-resorts e centros de convenções e de exposições estabeleceu uma base para a apropriada diversificação deste sector. Ao mesmo tempo, a inauguração de novos locais turísticos atraiu mais visitantes, tendo as receitas brutas do sector do jogo atingido níveis nunca registados.

Os visitantes do interior da China têm-se revelado o motor de crescimento do sector de turismo na RAEM nos últimos anos, apoiados pela liberalização contínua das políticas de visitas. Desde 2003, a cobertura

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geográfica do “Esquema de Visto Individual” tem-se expandido progressivamente para abranger um total de 49 cidades do interior da China. Os rendimentos e o poder de compra dos visitantes dessas cidades são os mais elevados do interior da China.

Em 2007, registou-se um número recorde de visitantes de 27,0 milhões, correspondente a um aumento de 22,7%. Os excursionistas representaram cerca de metade do número total de visitantes, enquanto a chegada de visitantes em excursões registaram um aumento de 44,7%, para 4,2 milhões. O interior da China manteve-se como principal origem dos visitantes, com uma subida de 24,0% para 14,9 milhões. Dentro deste agregado, cerca de 7,2 milhões dos visitantes utilizaram

o “Esquema de Visto Individual”.

A RAE de Hong Kong e Taipé, China mantiveram a posição como o segundo e terceiro maiores mercados de origem de turistas. As chegadas de turistas de Hong Kong aumentaram 17,8%, para 8,2 milhões enquanto os visitantes de Taiwan subiram ligeiramente 0,4% para 1,4 milhões. Os visitantes destes dois territórios representam, respectivamente, 30,3% e 5,3% dos visitantes da RAEM. Entretanto, os visitantes de outros países ou regiões registaram uma presença geralmente forte. Os visitantes do sudeste asiático, em particular, aumentaram 70,1% para 1,2 milhões, enquanto os visitantes provenientes do Japão, da República da Coreia, das Américas e da Europa alcançaram

QUADRO II.7 DISTRIBUIÇÃO DE VISITANTES SEGUNDO LOCAL DE

RESIDÊNCIA, 2007

Interior da China RAE de Hong Kong Taipé, China Outros Total 14.9 8.2 1.4 2.5 27.0 24.0 17.8 0.4 53.5 22.7 55.1 30.3 5.3 9.3 100.0

No (106) Variação anual (%) Ponderação (%)

QUADRO II.8 DISTRIBUIÇÃO DE VISITANTES POR MEIO DE TRANSPORTE, 2007

Terrestre Marítimo Aéreo Total 16.5 9.0 1.5 27.0 26.2 17.3 19.2 22.7 61.3 33.3 5.5 100.0

(7)

GRÁFICO II.2 VARIAÇÃO ANUAL DAS RECEITAS BRUTAS DO JOGO, 2003-2007

(10

9 Patacas)

CHART II.2 ANNUAL CHANGES IN GROSS GAMING RECEIPTS, 2003-2007

83.8 57.5 30.3 47.1 43.5 45.8% 22.0% 8.3% 43.5% 29.0% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 2003 2004 2005 2006 2007 (10 9 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Gross gaming receipts Growth rate

(%)

(%)

taxas de crescimento de dois dígitos, entre 34,7% e 39,5%. De acordo com a estrutura da origem dos visitantes, as chegadas de visitantes por via terrestre aumentou significativamente 26,2%, para 16,5 milhões enquanto as chegadas dos visitantes por via marítima e por via aérea também registaram aumentos de 17,3% (9,0 milhões) e 19,2% (1,5 milhões), respectivamente.

Apesar do aumento de dois dígitos referente aos quartos disponíveis dos hotéis, a taxa de ocupação média dos estabelecimentos hoteleiros foi de 77,2%, uma subida de 5,0 pontos percentuais atribuível a uma subida de 22,6% no que se refere ao número de quartos. Os hotéis de quatro estrelas registaram a maior taxa de ocupação, de 83,8%, seguido pelos hotéis de três estrelas (79,4%) e os hotéis de cinco estrelas (75,3%). A estadia média subiu de 1,2 noites em 2006 para 1,4 noites.

O jogo continuou a beneficiar da grande afluência de visitantes, bem como das

novas componentes de entretenimento proporcionadas pelos hotéis de referência das concessionárias do jogo. As receitas brutas do sector do jogo registaram um aumento notável de 45,8%, para MOP83,8 biliões, ultrapassando, em larga medida, os recordes anteriormente alcançados de MOP57,5 biliões em 2006. Para além disso, os impostos directos sobre as receitas brutas do sector aumentaram 48,3%, para MOP29,3 biliões, o que representa 83,6% das receitas fiscais do Governo da RAEM.

2.1.5 Preços

E

m consequência do crescimento

económico de Macau de 27,3%, bem como do aumento das despesas de consumo privado em 10,7%, os preços no consumidor continuaram a aumentar de forma célere durante o ano em análise. A inflação dos preços no consumidor (calculada através da variação anual média do IPC), atingiu 5,6% em 2007, face aos 5,2% no ano prévio. Este

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aumento dos preços de mercadorias, induzido pela forte procura global, todos conduziram ao aumento dos preços das importações. Como consequência, o índice de preços unitários das importações aumentou de 102,5 em 2006, para 105,8 em 2007.

Internamente, vários factores contribuíram para o aumento da inflação. Em primeiro lugar, o nível geral dos preços foi estimulado pelo rápido crescimento da economia de Macau, tendo o consumo registado um aumento de dois dígitos. Em segundo lugar, a escassez no que se refere à mão-de--obra, consequência da queda da taxa de desemprego de 3,8% em 2006, para 3,1% em 2007 e o aumento da procura de recursos humanos, levaram a que a mediana do rendimento mensal do empregado registasse uma subida anual de 16,4% levando a um crescimento dos preços de bens e serviços,

GRÁFICO II.3 VARIAÇÃO MENSAL DO ÍNDICE DE PREÇOS NO

CONSUMIDOR, 2005-2007

(%)

Variação homóloga

Taxa média anual

2006

2005 2007

foi o quarto ano consecutivo que se verificou uma inflação positiva desde 2004. Esta foi a maior taxa registada desde 1995, ano no qual se verificou uma taxa de 8,6%.

Como se pode constatar no Gráfico II.3, a taxa de variação anual do IPC manteve-se nos 3,8% durante o primeiro mês de 2007. Desde então tem vindo a acelerar, atingindo 7,1% no final do ano. O crescimento contínuo dos preços no consumidor deveu-se tanto a factores internos como a externos. No que se refere aos factores externos, a depreciação da MOP, evidenciada pela queda da MOP no índice da taxa de câmbio efectiva, de 94,9 em 2006, para 91,6 em 2007, deve-se ao enfraquecimento do HKD, resultante do deslizamento da taxa de câmbio do USD e ao aumento significativo do preço do petróleo de cerca de USD60,0 no início de 2007 para mais de USD90,0 no final do ano, assim como ao

GRÁFICO II.3 VARIAÇÃO MENSAL DO ÍNDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR, 2004-2006

1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0

Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov Jan Mar Maio Jul Set Nov (%)

2005 2006

2004

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resultando, deste modo, no aumento dos custos operacionais das empresas. Em terceiro lugar, o enérgico mercado imobiliário, com um aumento de 29,0% referente ao preço médio das transacções efectuadas no ano anterior, resultou num aumento das rendas. Conjuntamente com o aumento no preço do petróleo, o índice de preços para a habitação e combustíveis aumentou subitamente 9,6% face ao ano anterior, representando 41,8% dos aumentos globais nos preços no consumidor. Para além da habitação e combustíveis, os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas, o maior componente do cabaz de consumo, representando 29,0% do agregado, registou um aumento de 8,2% nos preços, 4,5 pontos percentuais superiores aos do ano passado. Esta componente explica os 42,2% de inflação dos preços no consumidor. Os preços dos produtos e serviços diversos aumentaram 3,7% depois de ter registado um aumento de 2,9% no ano passado. A educação registou um aumento de 1,9% nos preços, enquanto a saúde e os transportes registaram

GRÁFICO II.4 CONTRIBUIÇÕES PARA A TAXA DE INFLAÇÃO, 2006-2007

CHART II.4 CONTRIBUTION TO THE RATE OF INFLATION, 2006-2007

-10 0 10 20 30 40 50 60

Food and non-alcoholic beverages Alcoholic beverages and tobacco Clothing and

footwear Housing andfuels Householdgoods and

furnishings

Health Transport Communication Recreation and

culture Education Miscellaneousgoods and

services 2006 2007 (%) 2007 2006 (%) Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas Vestuário e

calçado Saúde Comunicações e serviços Produtos

diversos Bebidas alcoólicas e tabaco Equipamento doméstico e materiais de utilização corrente Educação Habitação e

combustíveis Transportes Recreação e cultura

2.1.6 Emprego

C

om a economia em alta, o número de

novas sociedades anónimas aumentou 9,5% para 3.405, com um capital total de MOP995,3 milhões, enquanto os sectores em expansão da construção e do turismo procuraram mais mão-de-obra, pelo que a si-tuação do emprego foi posta ainda mais sobre pressão ao longo do ano. Para o ano de 2007 na totalidade, a taxa de desemprego desceu significativamente 0,7 pontos percentuais em relação ao ano passado, para 3,1%, a taxa mais baixa desde 1994 e o sétimo decrésci-mo consecutivo desde que a taxa atingiu um recorde de 6,8% em 2000. A taxa de desem-aumentos de 2,8% e 2,7%, respectivamente. De todas as componentes do cabaz do IPC, apenas as comunicações registaram uma redução de 3,1% nos preços, devido à intensa concorrência no mercado dos telemóveis que fez com que as tarifas cobradas por cada operador individual decaíssem.

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O sector do jogo continuou a ser o maior empregador da RAEM, contratando 19,5% dos trabalhadores em 2007, sendo 3,4 pon-tos percentuais mais elevado do que no ano anterior. O sector do comércio por grosso, a retalho e reparação e o sector da construção tiveram uma quota de 12,8%, enquanto os hotéis, restaurantes e similares, contabiliza-ram outros 11,6%. A quota da indústria trans-formadora diminuiu de 11,1% no ano passado para 8,0%.

Analisando as pessoas desempregadas por idade, os que têm mais de 45 anos, que são vistas como pessoas de meia-idade a idosas, representaram 34,7% da população pregada total. Este grupo de pessoas desem-pregadas era, em geral, menos instruído e, dessa forma, menos adaptado à mudança do ambiente económico.

À luz do aumento da procura de mão-de-obra local em comparação com uma oferta corres-prego dos residentes da RAEM (excluindo os

trabalhadores com licenças de trabalho) foi de 3,6%. A taxa de subemprego manteve-se nos 1,0% face ao ano passado.

No primeiro trimestre de 2007, a taxa de desemprego caiu para 3,2%, menos 0,3 pon-tos percentuais que no trimestre anterior. No segundo trimestre, caiu 0,2 pontos per-centuais para 3,0%, no entanto no trimestre seguinte aumentou ligeiramente para 3,1% e voltou a cair novamente no último trimestre de 2007 para 2,9%.

Em simultâneo com a situação favorável do mercado de trabalho, a taxa de actividade au-mentou 3,3 pontos percentuais para 69,2% em 2007 quando comparado com 2006. A população activa total estava estimada em 309.800, dos quais 9.500 eram desempre-gados. Comparando com 2006, a população empregada aumentou 13,3%, enquanto que a população desempregada diminuiu 9,0%.

GRÁFICO II.5 TAXA DE DESEMPREGO, 2004-2007

(%)

2005 2006

2004 2007

GRÁFICO II.5 TAXA DE DESEMPREGO, 2004-2007

2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 T1 T2 T3 T4 2004 2005 (%) 2006 2007

(11)

2.1.7 Mercado imobiliário

A

pesar de se terem registado sinais de

um possível abrandamento, o mercado imobiliário continuou, de uma forma geral, activo em 2007, não só no volume de transacções como no total apurado no último trimestre do ano.

Em comparação com a redução de 21,5% do ano anterior, o volume de transacções aumentou em 2007, com um total de 32.250 transacções, equivalente a um aumento de 22,2% em relação a 2006. O número de

“construção moderna vendida1” registou

um forte aumento de 52,5%, para 12.461, enquanto o valor total envolvido nestas transacções aumentou de forma alarmante 146,5%, para MOP33,8 biliões, indicando um aumento significativo do valor médio de cada transacção. O número de “construção antiga vendida” aumentou 8,6%, para 19.789, enquanto o valor correspondente destas transacções subiu 34,4%, para MOP15,3 biliões. Como resultado, o valor agregado transaccionado aumentou 95,6% e foi equivalente a 32,0% do PIB em 2007.

pondente limitada, não é surpreendente que a mão-de-obra importada tenha, consequen-temente aumentado de novo em 2007. No final de 2007, já tinha aumentado de forma notória, 31,8% em relação ao ano anterior, para 85.207. No seguimento da abertura de enormes complexos hoteleiros, o número de trabalhadores importados empregado em hotéis, restaurantes e similares aumentou 67,1%. O número de trabalhadores estrangei-ros empregado no sector da construção tam-bém aumentou 55,4%. No entanto, a indústria transformadora empregou menos 9,2% de trabalhadores estrangeiros que no ano pas-sado.

Em 2007, os salários registaram nova subida devido à insuficiente oferta de mão-de-obra. A mediana dos salários mensais subiu 16,4%, para MOP7.800. Os trabalhadores da indústria transformadora assistiram ao maior aumento da mediana dos salários mensais, 27,4%, para MOP4.000. A mediana dos salários men-sais pagos no sector da saúde e de assistên-cia soassistên-cial registou um aumento de 23,3%. Os trabalhadores do sector do jogo tiveram um aumento de 22,3% nas suas folhas de paga-mento. O animado mercado imobiliário tam-bém aumentou a mediana dos salários dos trabalhadores de actividades imobiliários, alu-gueres e serviços prestados à empresas, em 17,6%, enquanto os trabalhadores do sector da construção ganharam mais 13,0% durante o ano. Em 2007, as pessoas empregadas nos sectores hotéis, restaurantes e similares, bem como no sector de transportes, armazenagem 1 Consideram-se de “Construção moderna”:

- Na península de Macau, as fracções autónomas destinadas à habitação e/ou comércio construídas há quatro anos ou menos e as destinadas à indústria construídas há cinco anos ou menos.

- Nas ilhas da Taipa e de Coloane, as fracções autónomas destinadas à habitação e/ou comércio construídas há seis anos ou menos e as destinadas à indústria construídas há 10 anos ou menos.

e comunicações também viram aumentar os seus salários em 12,7%. Por outro lado, a mediana dos salários mensais dos emprega-dos domésticos desceu 1,7%, possivelmente devido aos baixos salários de mão-de-obra importada neste sector.

(12)

Em consonância com o substancial aumento do valor transaccionado, o preço das imóveis continuou a aumentar. De acordo com os registos oficiais do imposto de selo, o preço médio das fracções autónomas residenciais transaccionadas subiu 29,0%, para MOP13,649 por metro quadrado de área

útil. O preço médio dos edifícios concluídos transaccionado em 1989 e anos anteriores, registou o maior aumento de 37,1%, para MOP9,831 por metro quadrado de área útil, enquanto os edifícios concluídos entre 1990 e 1999 registaram aumento no preço médio de 25,4%, para MOP14,985 por metro quadrado

GRÁFICO II.6 EVOLUÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO, 2003-2007

Número de fracções autónomas

CHART II.6 PROPERTY MARKET DEVELOPMENT, 2003-2007

200 2,200 4,200 6,200 8,200 10,200 12,200 14,200 2003 2004 2005 2006 2007

Number of autonomous units 11

16 21 26 31

(%)

Number of autonomous units completed Number of autonomous units (new) sold

Total value of real estate transactions as a percentage of GDP (right scale)

(%)

CHART II.7 DEVELOPMENTS IN PUBLIC FINANCE 1, 2003-2007

0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000 40,000 45,000 2003 2004 2005 2006 20072 0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 (106

Fiscal balance of the year (right scale) Revenues Expenditures

Notes: 1 Figures exclude autonomous agencies. 2 Provisional figures.

Revenues/Expenditures

Fiscal balance of the year

GRÁFICO II.7 EVOLUÇÃO DAS CONTAS PÚBLICAS

1

, 2003-2007

(106 Patacas)

Notas: 1 Excluindo entidades autónomas. 2 Valores provisórios.

2003 2004 2005 2006 20072

Receitas/Despesas

Saldo fiscal do ano

Saldo fiscal do ano (eixo da direita) Receitas totais (a) Despesas totais (b)

Fracções autónomas concluídas

Fracções autónomas (novas) transaccionadas

(13)

3 Tipologia dos fogos:

- T0: As habitações são designadas como sendo do tipo T0 quando dispõem de uma cozinha , instalação sanitária e uma sala sem divisória, cuja área útil total mínima é de 23m2.

- T1 a T4 e superior: As habitações são designadas como sendo do tipo T1, T2, T3, T4 e superior conforme disponham de 1, 2, 3 , 4 ou mais quartos de dormir além de uma cozinha, instalação sanitária e uma sala.

de área útil. O preço médio dos edifícios concluídos transaccionado depois de 2000 também aumentou 22,5%, para MOP20,033 por metro quadrado de área útil, que se manteve a mais elevada. No que diz respeito a construções não residenciais, o preço médio das fracções autónomas destinadas a escritórios aumentou 14,1%, para MOP22,229, enquanto fracções industriais aumentaram 21,0%, para MOP4,967.

No final de 2007, os empréstimos bancários associados à “construção e obras públicas” aumentaram 36,8%, para MOP5,8 biliões, no final de 2007. Com o aumento do valor das transacções de imóveis, o crédito hipotecário concedido para aquisição de fracções residenciais aumentaram 44,9%, para MOP21,5 biliões. No entanto, o total dos empréstimos hipotecários para a aquisição de fracções residenciais e não residenciais aumentou 47,9%, para MOP23,5 biliões. O interesse de residentes no exterior, no mercado imobiliário, teve um papel muito importante. De acordo com os registos oficiais do imposto de selo, o número total de compradores não-residentes de unidades transaccionadas subiu 14,8% para 13.444, representando 31,8% do número total

de compradores2. O valor das unidades

transaccionadas por não-residentes atingiu MOP26,1 biliões, o que equivale a um drástico aumento de 103,2%.

Comparando com o grande aumento de 2 O número de compradores intervenientes nas transacções de fracções for superior a um.

137,0% no ano anterior, o número de fracções concluídas desceu 32,2%, para 2.051 fracções em 2007, enquanto a área bruta dessas fracções concluídas aumentou 50,9% para 1.926.247m², indicando um aumento na área bruta média de construção. Este decréscimo no número total de fracções concluídas foi observado em todos os tipos de imobiliário. Os edifícios residenciais diminuíram 33,3% no número de fracções e 35,6% na área bruta de construção, enquanto os edifícios comerciais e escritórios decresceram 21,1% no número de fracções e 50,5% na área bruta de construção. Em 2007, o número de unidades de edifícios em início de construção também diminuiu 7,7%, para 4.390. A área bruta de construção, pelo contrário, aumentou consideravelmente 108,7%, para 2.199.805 m².

No que se refere à tipologia3 das fracções

concluídas, a categoria “T3”, foi a que obteve a maior quota de 48,2%, desceu substancialmente 43,3% para um número de 894 unidades. Por outro lado, a categoria “T4 e superiores”, que obteve a segunda maior quota, aumentou 22,0% em 2007.

2.2 Finanças públicas

2.2.1 Evolução global

E

m 2007, o saldo excedente das contas

correntes para o ano fiscal registou um aumento ainda maior, atingindo MOP21,8

Referências

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