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Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento de GPL. Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Cliente: ProGas Moçambique, Limitada. Versão: 1.

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(1)

Construção e Operação

de uma Unidade de

Enchimento de GPL

Estudo de Impacto Ambiental

(EIA)

Cliente: ProGas Moçambique, Limitada Versão: 1.1

(2)

ProGas Moçambique, Limitada (Proponente do Projecto)

Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

Março de 2017 Referência: 0331344

Preparado por:

Revisto e Aprovado por:

Décio Camplé Paula Gonzalez

Este relatório foi preparado pela Environmental Resources

Management, e Impacto, com toda a competência, cuidado e

diligência razoáveis nos termos do Contrato com o cliente, incorporando os nossos Termos Gerais e Condições de Negócios e considerando os recursos dedicados ao mesmo em acordo com o cliente.

Não aceitamos qualquer responsabilidade perante o cliente e outros com relação a nenhum assunto fora do âmbito acima.

Este relatório é confidencial para o cliente e não aceitamos nenhuma responsabilidade perante terceiras partes a quem este relatório ou partes deste relatório sejam divulgadas. Tais partes referem-se ao relatório a seu próprio risco.

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LISTA DE ACRÓNIMOS

Abreviatura Definição

°C Graus Celcius

AIA Avaliação de Impacto Ambiental AID Área de Influência Directa AII Área de Influência Indirecta CFM Caminhos de Ferro de Moçambique DINAB Direcção Nacional de Ambiente

DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra

EDM Electricidade de Moçambique EIA Estudo de Impacto Ambiental EIAS Estudo de Impacto Ambiental e Social

EPDA Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito ERM Environmental Resources Management

FIPAG Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água GPL Gás de Petróleo Liquefeito

INE Instituto Nacional de Estatística I.P Instrução do processo

m Metro m3 Metro cúbico

m3/s Metro cúbico por segundo

MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental MIC Ministério da indústria e Comércio

MQR Matriz de Questões e Respostas

MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural mm Milímetro

ONGs Organizações Não-Governamentais PGA Plano de Gestão Ambiental

PI&As Partes Interessadas e Afectadas PPP Processo de Participação Pública

REIA Relatório de Estudo de Impacto Ambiental RPP Relatório de Participação Pública

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO

A ProGas Limitada (doravante designada por ProGas) empresa do ramo de Petróleo e Gás que opera em Moçambique pretende instalar uma unidade de enchimento de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) no Bairro da Munhava - Casquinha, na Cidade da Beira, Província de Sofala, em Moçambique. De acordo com o Plano de Estrutura Urbana actual do Município da Beira, a área do projecto está inserida no Bairro Vaz (Posto Administrativo da Munhava), numa área definida e parcelada para fins industriais.

A referida unidade, orçada em sete milhões de dólares americanos (USD 7 000 000,00), será construída de raiz, numa área de 15000m2 e terá uma

capacidade de enchimento de GPL, na fase inicial, de 15000 toneladas métricas por ano, estando previsto o enchimento diário de, aproximadamente, 4000 botijas cilíndricas.

De acordo com a legislação Moçambicana, a Lei de Ambiente (Lei 20/1997), o projecto proposto requer uma Licença Ambiental sendo, portanto, necessária a realização de uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Para o efeito, a ProGas contratou a Environmental Resources Management (ERM) para realizar o estudo de Impacto Ambiental (AIA) do projecto que, de forma subsequente, elaborou e submeteu, a 11 de Fevereiro de 2016, à Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala a respectiva Instrução do Processo (IP) para o registo e categorização da actividade. Após a pré-avaliação da IP, e baseando-se no Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, a DPTADER classificou o projecto como sendo de Categoria A (Anexo I – Carta de Categorização, com referência 183/DGA/180) sendo, para o efeito,

necessária a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A DPTADER recomendou a elaboração do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR), tendo estes sido elaborados e posteriormente submetidos a Direcção Nacional de Ambiente (DINAB), bem como para a DPTADER de Sofala para análise e aprovação, tendo estes sido posteriormente aprovados pela DINAB a 11 de Janeiro de 2017.

Uma serie de recomendações foram incorporadas na carta de aprovação do EPDA (Refa. no17/MITADER/GM/183/2017) datada 11 de Janeiro de 2017. Estas recomendações foram consideradas e incorporadas no presente estudo, sendo que no Anexo II, são identificadas estas recomendações e como foram incorporados no estudo

Este EIA foi elaborado seguindo as disposições do novo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impactos Ambientais, o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, que entrou em vigor a 31 de Março de 2016.

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1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE DO PROJECTO E DO CONSULTOR DE AIA

1.2.1 O Proponente do Projecto

O proponente do presente projecto é a ProGas Limitada. Os dados referentes ao endereço físico e contactos são abaixo apresentados:

ProGas Limitada

Endereço em Maputo: Av. Zedequias Manganhela, n°267, Prédio Jat IV, 6º Andar

Tel: +258 21 306 120

Endereço na Beira: X-Storage - Terminal de Combustíveis situado no Porto da Beira.

Contacto: Calisto Macane - calisto.macane@glencore.co.uk 1.2.2 O Consultor Ambiental

Para a realização do processo de AIA, a ProGas contratou a Environmental Resources Management (ERM), uma empresa global de consultoria ambiental com mais de 5 000 especialistas em mais de 160 escritórios distribuídos por 40 países. A ERM é uma das maiores empresas de consultoria totalmente focada em sustentabilidade na região.

A ERM está registada no MITADER para elaborar estudos de impacto ambiental, bem como auditorias ambientais. Os dados de contacto do escritório da ERM em Moçambique são os seguintes:

ERM International Services Ltd Av. Marginal, Torres Rani n° 141, 6º Andar

Maputo, Moçambique Tel: +258 84 0939502 Contacto: Décio Camplé -

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1.3 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

A unidade de enchimento de GPL proposta pela ProGas será construída na Cidade da Beira, no Bairro da Munhava-Casquinha, província de Sofala (Figura 1.1). O local de implantação do projecto foi identificado pelo

proponente do projecto, em coordenação com os representantes da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e as autoridades municipais da Cidade da Beira. Os dados referentes á posse da terra são apresentados no Anexo VI do presente relatório.

Figura 1.1 Localização do Projecto

Trata-se de uma área de 15000m2 (150m x 100m), cujas coordenadas aproximadas dos pontos limite são apresentadas na Tabela 1.1.

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Tabela 1.1 Coordenadas da Área do Projecto

Canto Latitude Longitude

M-1 696015.77 7809197.94

M-2 696137.97 7809111.68

M-3 696080.49 7809029.86

M-4 695965.57 7809110.26

M-5 695958.29 7809116.13

1.4 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

A avaliação dos potenciais impactos decorrentes da implementação do projecto irá seguir uma metodologia padronizada, que pretende reduzir a subjectividade envolvida na realização de tais avaliações.

Esta metodologia é utilizada para determinar com precisão a significância de impactos previstos sobre, ou para beneficiar, o ambiente natural e / ou social circundante. Os principais objectivos da avaliação de impactos são:

• Identificar e avaliar a significância dos potenciais impactos do projecto sobre os receptores identificados e os recursos naturais de acordo com um critério de avaliação definido;

• Desenvolver e descrever as medidas que serão tomadas para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais efeitos negativos; • Indicar a existência e importância de impactos residuais, que possam

permanecer após a sua mitigação; e

• Desenvolver recomendações para o monitoramento a ser

implementado como parte do Plano de Gestão Ambiental (PGA). Esta metodologia está alinhada com os requisitos estabelecidos na legislação aplicável, nomeadamente a legislação de AIA (Decreto 54/2015, de 31 de Dezembro).

1.4.1 Definição da Natureza do Potencial Impacto

Cada impacto potencial será identificado pela sua causa subjacente (a actividade ou acção do projecto) que resultará num impacto (alteração de estatuto no ambiente natural e social, quer seja positivo ou negativo) num determinado receptor ou conjunto de receptores (o ambiente natural ou comunidade que vai ser afectado).

Com base no descrito acima, o impacto potencial será definido como um Impacto Positivo ou Impacto Negativo (Tabela 1.2). Além disso, o impacto será definido como directo, indirecto ou cumulativo.

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Tabela 1.2 Definição da Natureza do Impacto

Termo Definição Natureza do Impacto

Positivo Um impacto que representa uma melhoria na situação ambiental de referência ou introduz uma mudança positiva. Negativo Um impacto que representa uma mudança adversa na situação ambiental de referência, ou introduz um novo factor indesejável. Tipo de Impacto

Impacto directo

Impacto que resulta de uma interacção directa entre uma actividade do Projecto planeada e o ambiente receptor / receptores (por exemplo, entre a ocupação de um local e os habitats pré-existentes ou entre uma descarga de efluentes e a qualidade da água receptora).

Impacto indirecto

Impactos que resultam de outras actividades que tendem a acontecer, como consequência do Projecto (por exemplo, imigração laboral que exige especial demanda de recursos). Os impactos indirectos podem também ser referidos como impactos induzidos ou secundários.

Impacto cumulativo

Impactos que agem em conjunto com outros impactos (incluindo os de futuras actividades de terceiros já planeadas ou a ocorrer em simultâneo) e que afectam os mesmos recursos e/ou receptores do Projecto.

1.4.2 Classificação do Potencial Impacto

Cada potencial impacto será classificado com base em critérios estabelecidos, incluindo a sua Escala Espacial e Temporal, Intensidade e Probabilidade (Tabela 1.3). A magnitude do impacto é, portanto, uma função destes critérios, sendo que estes deverão ser combinados de acordo com a soma das suas escalas individuais. A tabela 1.4 apresenta assim, a combinação dos critérios (suas escalas combinadas), o que permitirá uma clara definição e classificação da magnitude dos potenciais impactos.

Tabela 1.3 Classificação do Impacto

Magnitude do impacto – o grau de alteração causado no ambiente Escala

Extensão

No local – impactos limitados aos limites do local e que

afectam uma área num raio de 500m em torno do local. • Regional – impactos que afectam recursos ambientais

importantes a nível da Cidade da Beira.

Nacional – impactos que afectam recursos ambientais

importantes a nível nacional ou que afectam uma área importante a nível nacional / ou com consequências macroeconómicas.

Transfronteiriços/Internacional – impactos que se estendem

além das fronteiras do país ou afectam recursos importantes a nível internacional. 1 2 3 4 Duração

Temporário – impactos que deverão ser de curta duração e

intermitentes/ocasionais.

Curto-prazo – impactos que deverão durar apenas no período

de construção ou desmantelamento.

Longo-prazo – impactos que vão continuar durante a vida do

Projecto, mas cessam quando o Projecto é interrompido ou a unidade é desmantelada.

1 2 3

(9)

Magnitude do impacto – o grau de alteração causado no ambiente Escala

Permanente – impactos que causam uma alteração

permanente no meio receptor ou recurso afectado (por exemplo, remoção ou destruição de habitat) que se prolonga substancialmente para além da vida do Projecto.

4

Intensidade

AMBIENTE BIOFÍSICO: A intensidade pode ser considerada em termos da sensibilidade do receptor de biodiversidade

Insignificante – o impacto no ambiente não é detectável.

Baixa – o impacto afecta o ambiente, mas de forma a não

afectar as funções e processos naturais.

Média – quando o ambiente natural é alterado, mas as funções

e processos naturais continuam, embora de forma modificada. • Alta – quando os processos ou funções naturais são alterados a

ponto de cessarem temporária ou permanentemente.

1 2 3 4 AMBIENTE SOCIO-ECONÓMICO: A intensidade pode ser

considerada em termos da capacidade das pessoas /comunidades afectadas pelo projecto se adaptarem às alterações causadas pelo Projecto.

Insignificante – não existe nenhuma alteração perceptível a

nível social, como por exemplo nos meios de subsistência das pessoas.

Baixa – As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com

relativa facilidade, como por exemplo manter os meios de subsistência pré-impacto.

Média – As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com

alguma dificuldade, por exemplo para manter os meios de subsistência pré-impacto precisam algum apoio.

Altas – As pessoas afectadas não vão conseguir adaptar-se às

alterações e continuar a manter os meios de subsistência pré-impacto.

1 2 3

4

Probabilidade do impacto – a probabilidade de ocorrência de um impacto Pouco provável É pouco provável que o impacto ocorra.

Provável É provável que o impacto ocorra.

Definitiva O impacto vai ocorrer.

Tabela 1.4 Classificação da magnitude

Escala Combinada

(Ext.+Dur.+Int.) 3-5 6-8 9-11 12 Magnitude Negligenciável Baixa Média Alta

1.4.3 Determinação da Significância do Impacto

Depois de se classificar a magnitude e a probabilidade de cada impacto potencial, será utilizada a matriz da Tabela 1.5 para determinar a sua respectiva significância. Note-se que um impacto pode ser negativo ou positivo, sendo, por isso, que a classificação final de significância de um impacto possui um código de cores conforme indicado na Tabela 1.6.

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Tabela 1.5 Significância do Impacto

CLASSIFICAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA

Probabilidade Pouco provável Provável Definitiva

Ma

gn

itu

de Negligenciável Baixa Negligenciável Negligenciável Negligenciável Baixa Negligenciável Baixa

Média Baixa Moderada Moderada Alta Moderada Alta Alta

Tabela 1.6 Escala de Cores para as Classificações

Classificações Negativas Classificações Positivas

Negligenciável Negligenciável Baixa Baixa

Moderada Moderada Alta Alta

Tabela 1.7 Definições de Significância

Definições de Significância

Impacto Negligenciável Um impacto de relevância insignificante é quando um recurso ou receptor não vai ser afectado de nenhuma forma por uma actividade específica, ou quando o efeito previsto é considerado imperceptível ou não se distingue das condições existentes.

Relevância Baixa Um impacto de relevância menor é um efeito sentido mas cuja magnitude é suficientemente pequena e razoável e/ou o receptor é de baixa sensibilidade/valor.

Relevância moderada Um impacto de relevância moderada está dentro de limites e padrões aceitáveis. A ênfase para impactos moderados está em demonstrar que o impacto foi reduzido a um nível tão baixo quanto

razoavelmente praticável. Isto não significa necessariamente que os impactos “moderados” têm de ser reduzidos para impactos “menores”, mas que os impactos moderados estão a ser geridos de forma eficaz e eficiente.

Relevância Alta Um impacto significativo é um impacto que pode exceder um limite ou padrão aceite, ou impactos de grande magnitude para

receptores/recursos sensíveis/importantes. Um objectivo do processo de AIA é de adoptar uma posição na qual o Projecto não tem impactos residuais significativos, ou impactos de longo prazo ou que se estendem por uma área vasta. Todavia, para alguns aspectos podem existir impactos residuais significativos depois de se esgotarem todas as opções de mitigação praticáveis. Um exemplo pode ser o impacto visual de um desenvolvimento. É no entanto, função dos reguladores e partes interessadas medirem tais factores negativos em relação aos positivos, tais como emprego, ao tomar uma decisão sobre o Projecto.

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1.4.4 Determinação de Medidas de Mitigação de Impactos

Após a classificação dos impactos de acordo com a metodologia acima descrita, serão definidas medidas de mitigação, tendo como principal objectivo evitar e /ou reduzir a sua magnitude e significância. Assim que forem determinadas as medidas de mitigação, será efectuada a análise e classificação da significância de potenciais impactos residuais. Trata-se essencialmente da repetição da classificação de impactos, assumindo-se a implementação de medidas de mitigação adicionais.

1.5 ESTRUTURA DO EIA

O presente EIA está estruturado de acordo com os capítulos apresentados na Tabela 1.8:

Tabela 1.8 Estrutura do EIA

Capítulo Descrição

Capítulo 1 Introdução

Introdução do projecto, do proponente e equipa de elaboração do EIA, bem como da metodologia de avaliação de impactos.

Capítulo 2 Abordagem de AIA

Apresentação detalhada do processo de AIA a ser seguido Capítulo 3 Descrição do Projecto

Descrição detalhada das principais fases do projecto proposto Capítulo 4 Quadro Legal e Institucional

Descrição do quadro legal e institucional aplicável ao projecto Capítulo 5 Descrição das Alternativas Consideradas e Delimitação da Área de

Influência da Actividade

Apresentação das alternativas consideradas para a implementação do projecto, bem como a definição das áreas de influência do projecto Capítulo 6 Situação de Referência da Área do Projecto

Apresentação da situação de referência actual do projecto nos domínios biofísico e socioeconómico

Capítulo 7 Análise e Classificação de Impactos e definição de Medidas de Mitigação

Identificação e classificação dos potenciais impactos do projecto, bem como a definição das medidas de mitigação (para os impactos negativos) e de potenciação (para os impactos positivos). Capítulo 8 Plano de Gestão Ambiental

Directrizes para a monitoria e gestão ambiental, bem como a definição de responsabilidades na monitoria e gestão ambiental

Capítulo 9 Conclusões

Principais conclusões do processo de AIA Capítulo 10 Referências

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1.6 EQUIPA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA

A equipa multidisciplinar responsável pela elaboração do presente relatório de EIA é integrada pelos profissionais apresentados na Tabela 1.9 abaixo: Tabela 1.9 A Equipa da AIA

Actividade Nome

Directora de Projecto (Socio responsável) Paula Gonzalez Gestor de Projecto Décio Camplé Controle de Qualidade Rodrigo Ferreira Responsável pela Componente Biofísica Rodrigo Ferreira Aspectos Biofísicos Martha Silva Responsável pela Componente Social Décio Camplé Segurança Industrial Maria João Costa

Consulta Pública Décio Camplé e Martha Silva Sistemas de Informação Geográfica Maria Carmen Pena

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2 ABORDAGEM DE AIA

O presente Capítulo descreve a abordagem do processo de AIA, que está em conformidade com o Regulamento sobre o Processo de AIA, o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro.

2.1 O PROCESSO DE AIA

O processo de AIA (representado esquematicamente na Figura 2.1) de acordo com o disposto no Regulamento Sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, Decreto N° 54/2015 de 31 de Dezembro, compreende três fases principais, nomeadamente preparação e apresentação da Instrução do Processo (Registo do Projecto), do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e os Termos de Referência, bem como do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

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Figura 2.1 Gráfico simplificado do Processo de AIA

2.1.1 Instrução do Processo (I.P)

A Instrução do Processo (I.P), já realizada, compreendeu o registo do projecto na Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural

(DPTADER) de Sofala. Para o efeito, foram providenciadas informações sobre o projecto (descrição completa do projecto), bem como sobre a área onde se pretende implantar o mesmo. Com base na análise da informação

providenciada pelo proponente, bem como de uma visita de pré-avaliação executada pela DPTADER, e tendo em conta o Regulamento de AIA (o Decreto 45/2006, de 29 de Setembro), a DPTADER procedeu á categorização do projecto e, consequente, a indicação do tipo de avaliação ambiental necessária.

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2.1.2 Estudo de Pré-viabilidade e Definição do Âmbito (EPDA)

A fase de EPDA teve como objectivo determinar a existência de possíveis questões fatais ao projecto, ou seja, questões que poderiam inviabilizar a sua implementação. Estas questões poderiam incluir actividades do projecto com potencial de contribuir ou causar impactos potencialmente significativos para os receptores e os recursos ambientais e socioeconómicos da área de

implantação do projecto e da região. Entretanto, concluiu-se que todos os potenciais impactos do projecto são passíveis de serem mitigados. O Relatório de EPDA também serviu para determinar os TdR específicos para os estudos a serem realizados no EIA e as fases de avaliação de impacto que se irão seguir. Durante esta fase, foi realizada uma visita inicial a área do projecto, pelos consultores, para a recolha de dados iniciais para a AIA.

O relatório de EPDA foi enviado pelo consultor ao MITADER para análise e aprovação a 08 de Agosto de 2016, tendo sido finalmente aprovado a 11 de Janeiro de 2017 (através de ofício com Refa. No.17/MITADER/GM/183/2017). Esta foi acompanhada por recomendações específicas á constar no presente EIA. As respostas relativas à inclusão de cada uma das recomendações constam do Anexo III.

Processo de Participação Pública para o EPDA

Iniciou-se, igualmente, nesta fase o Processo de Participação Pública (PPP), tendo sido realizada, a 28 de Julho, uma reunião de Consulta Pública na Cidade da Beira para a apresentação do projecto, do rascunho do EPDA e TdR, bem como para a recolha de questões, comentários e sugestões das Partes Interessadas e Afectadas (PI&A’s). Este processo iniciou com a identificação das PI&A’s na Cidade da Beira e posterior endereçamento de cartas convite para a sua participação na referida reunião. Foram também emitidos convites através de meios de comunicação social (jornal e rádio locais) por forma a garantir maior abrangência na informação sobre a realização da reunião de carácter público.

2.1.3 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

O EIA tem como objectivo identificar e avaliar o grau provável e importância dos impactos potenciais sobre os receptores e os recursos ambientais e sociais identificados, de acordo com critérios de avaliação definidos (nos TdR). O EIA também descreve, em detalhe, medidas de mitigação para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais impactos negativos e positivos, sendo também classificada a importância dos impactos residuais, que permanecem após a mitigação dos impactos. O EIA inclui um ainda Plano de Gestão Ambiental (PGA) que apresenta medidas de monitoria, bem como

responsabilidades e obrigações específicas no âmbito da gestão ambiental que ajudarão ao proponente a melhor gerir e monitorar os impactos ambientais e

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2.1.4 Processo de Participação Pública para a Fase de EIA

A presente secção descreve a metodologia utilizada para a preparação e realização da reunião de Consulta Pública para a apresentação do EIA, a mesma usada para a preparação da reunião de Consulta Pública para a apresentação do EPDA e TdR. Para o efeito identificou-se como objectivo importante alcançar as Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s), com principal enfoque para as comunidades dos bairros circunvizinhos da área do projecto (público alvo); principais direcções provinciais (de áreas relevantes para o projecto); bem como o público em geral.

Visando uma participação pública eficaz, foram definidas as etapas abaixo descritas:

• Identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s);

• Envolvimento das PIA’s, através da divulgação dos documentos de discussão e Locais de Consulta, anúncios no Jornal e rádio, envio de cartas-convite); e

• Realização da Reunião de Consulta Pública. Identificação de Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s)

A identificação das PIA’s da Cidade da Beira foi realizada tendo em conta o tipo de projecto proposto, bem como a sua localização geográfica. Em resumo, para este projecto foram identificadas como principais PIA’s, as seguintes:

• Comunidades dos bairros circunvizinhos da área do projecto, nomeadamente o Bairro Vaz e o Bairro de Maraza;

• O Conselho Municipal da Cidade da Beira (incluindo o Posto Administrativo da Munhava); e

• Instituições governamentais responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da actividade proposta.

Envolvimento das PIA’s

O envolvimento das PIA’s foi efectuado através da divulgação de documentos, bem como do local e data da reunião. Para cada uma das

instituições e organizações, foi enviado o Resumo Não-Técnico (RNT) do EIA, sendo que, de forma distinta, foi enviado o rascunho do EIA para os seguintes locais:

Província de Maputo

• Direcção Nacional de Ambiente (DINAB); e

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Cidade da Beira

• Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Sofala.

O Documento de Discussão (RNT) e as cartas convite foram distribuídos às PIA’s e durante a reunião foram igualmente disponibilizadas cópias adicionais do Documento de Discussão.

Divulgação do processo de PPP

A publicitação do Resumo Não-Técnico, e da reunião de consulta pública foram feitas por meio de:

Anúncios no Jornal e Radio

A publicação dos anúncios foi feita apenas no Jornal O Diário de Moçambique (jornal local de maior difusão na Cidade da Beira), convidando as PIA’s a participarem da reunião de Consulta Pública, informando sobre o projecto, os detalhes da reunião (dia, hora e local) e indicando os locais de consulta do EIA, bem como do Resumo Não-Técnico. Foram publicados dois anúncios, tendo o primeiro sido publicado no dia 7 e o segundo no dia 20 de Março de 2017, o mesmo que os anúncios radiofónicos.

Cartas – Convite dirigidas

Foram enviadas cartas-convite endereçadas às principais PIAS’s, sendo que os restantes participantes foram convocados através dos jornais e radio. Nas cartas-convite, o Conselho Municipal da Beira foi convidado a alargar o convite às comunidades, bem como os Secretarias dos Bairros de Maraza e Vaz, próximos a área do projecto.

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3 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL

O presente capítulo apresenta a descrição dos principais requisitos legais e normas aplicáveis ao licenciamento e operação da actividade proposta, descrevendo-se também as principais instituições relevantes no processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), bem como para a operacionalização do projecto.

3.1 INSTITUIÇÕES RELEVANTES PARA O LICENCIAMENTO DO PROJECTO São listadas abaixo as instituições relevantes para o licenciamento e operacionalização do projecto proposto:

• Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional de Ambiente (DINAB) – responsável pelo processo de licenciamento e auditorias ambientais da actividade; • Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), através da

Direcção Nacional de Combustíveis e Hidrocarbonetos – Responsável pelo licenciamento para a operação, inspecção e vistorias da

actividade; e

• Ministério da Indústria e Comércio (MIC) – Responsável pelo licenciamento da operacionalização actividade industrial e comercialização do gás.

3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental, e especialmente o processo de AIA, são regulados por vários dispositivos legais (leis e decretos). Estes são descritos nas secções que se seguem:

3.2.1 A Constituição de Moçambique

A Constituição é a lei suprema, e qualquer acto ou conduta que seja

inconsistente com os princípios estabelecidos na Constituição é considerado ilegal. A Constituição prevê a protecção do ambiente natural no âmbito dos seguintes artigos:

“Artigo 27: O estado irá promover esforços para garantir o equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos.”

“Artigo 72: Todos os cidadãos terão o direito a viver em, e o dever de defender, um ambiente natural equilibrado.”

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3.2.2 A Lei do Ambiente

A Lei do Ambiente (Decreto n.º 20/1997 de 1 de Outubro) foi aprovada pelo Parlamento Moçambicano em Julho de 1997. O objectivo desta lei é o de fornecer um quadro legal para o uso e gestão correcta do ambiente e seus componentes. As características proeminentes da Lei incluem o seguinte:

• Os poluidores, cujas acções resultem na degradação do meio ambiente, são responsabilizados pela reabilitação ou pela compensação de

qualquer efeito adverso que resulte de acção poluidora;

• A Lei proíbe a poluição através da descarga de qualquer substância poluidora no solo, subsolo, água ou atmosfera ou qualquer outra forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos limites estipulados por lei; e

• A Lei proíbe também, explicitamente, a importação de resíduos perigosos, com excepção do especificado em legislação específica. Com foco no processo de AIA, os Artigos 15 a 17 estabelecem que qualquer actividade cuja natureza da localização, concepção ou escala possa causar impactos ambientais relevantes, requer uma Licença Ambiental. A emissão da Licença ambiental é condicionada à realização de uma AIA.

3.2.3 Regulamentos Aplicáveis ao Processo de AIA

O Regulamento sobre o Processo de AIA - Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro - define os procedimentos que devem ser seguidos nesse processo desde 31 de Março de 2016. Entretanto, para o presente projecto, a DPTADER de Sofala classificou o projecto como sendo de Categoria A, tendo como base o Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, ainda vigente na altura da categorização, a 7 de Março de 2016.

O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro define os

procedimentos que se deve seguir numa Avaliação de Impacto Ambiental. Segundo o artigo 3.º, as disposições do decreto 44/2015 aplicam-se a todas as actividades públicas ou privadas que, directa ou indirectamente, possam influir no ambiente.

O artigo 4.º do decreto 44/2015 determina que, para efeitos de definição do tipo de AIA, o Projecto proposto deve ser avaliado à luz de listas de categorias (projectos das categorias A, B e C) e de critérios ambientais adicionais

conforme definidos no artigo 9.º, para determinar os requisitos do processo da Avaliação de Impacto Ambiental. As três categorias são definidas em

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Categoria A+: Actividades descritas no Anexo I do referido decreto

como sendo de categoria A+ são consideradas como tendo impactos adversos significativos no ambiente e são sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e supervisão por Revisores Especialistas independentes;

Categoria A: As actividades constantes do Anexo II são consideradas como tendo impactos adversos significativos no ambiente e são sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o caso do presente projecto; • Categoria B: As actividades constantes do Anexo III são actividades

cujos potenciais impactos ambientais são menos adversos do que os dos projectos da Categoria A e são sujeitas a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS); e

Categoria C: As actividades constantes do Anexo VI estão isentas de qualquer EIA e EAS, mas têm mesmo assim de respeitar as boas práticas de gestão.

3.2.4 Directiva Geral para a Elaboração de EIA’s

A Directiva Geral para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 129/2006 de 19 de Julho) determina os requisitos de conteúdo e informação a satisfazer por um relatório de um Estudo de Impacto Ambiental. A directiva também determina os requisitos mínimos da Avaliação de Impacto Ambiental no que respeita a informação e estrutura do relatório. Esses requisitos incluem o seguinte:

1. Resumo Executivo; 2. Relatório Principal;

3. Análise Comparativa das Alternativas; 4. Conclusões e Recomendações;

5. Lacunas de Conhecimento; 6. Plano de Gestão Ambiental; 7. Processo de Participação Pública; e 8. Anexos

3.2.5 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de AIA A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no processo de AIA (Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho) especifica os requisitos e procedimentos a seguir para o processo de participação pública, conforme estabelecido no Regulamento sobre o Processo de AIA.

Esta directiva estabelece as normas e os princípios gerais do processo de participação pública. Para além disso, indica também os requisitos a seguir para a elaboração do Relatório da Consulta Pública.

(21)

3.3 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS AMBIENTAIS E DE USO DA TERRA APLICÁVEIS AO

PROJECTO

3.3.1 Gestão de Resíduos

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, aprovado pelo Decreto n.º 94/2014 de 31 de Dezembro, revoga o Decreto n.º 13/2006 de 15 de Junho, Regulamento sobre a Gestão de Resíduos. O objectivo deste

Regulamento é estabelecer normas de produção, armazenamento (no solo e subsolo) de resíduos sólidos urbanos, bem como a prática de actividades que aceleram a degradação ambiental, a fim de evitar ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e sobre o meio ambiente.

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos foi aprovado pelo Decreto nº 83/2014 de 31 de Dezembro, estabelece as regras para a produção e gestão dos resíduos perigosos e atribui ao MITADER a competência para a gestão destes tipos de resíduos, incluindo o licenciamento de estabelecimentos que se dedicam à sua gestão (resíduos perigosos ou tóxicos).

3.3.2 Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar

A Lei do Ambiente proíbe o lançamento de qualquer substância tóxica e poluente para a atmosfera para além dos limites legalmente estabelecidos. O Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto n.º 18/2004 de 02 de Junho) conforme alterado pelo

Decreto n.º 67/2010 de 31 de Dezembro, estabelecem padrões de emissão para poluentes para fontes fixas e móveis, bem como parâmetros fundamentais que devem caracterizar a qualidade do ar. O Decreto n.º 67/2010 de 31 de

Dezembro altera, entre outros, os Padrões de Qualidade do Ar e adiciona os Anexos 1A e 1B que englobam, respectivamente, Poluentes Atmosféricos Orgânicos e Inorgânicos Carcinogénicos, e Substâncias com Propriedades Odoríferas.

Relativamente ao ruído, o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes define que seja o Ministério que superintende a área do ambiente (agora MITADER) a aprovar os padrões de ruído, sendo que até à presente data, as referidas normas ainda não foram publicadas.

3.3.3 Lei de Terras

Segundo a Constituição da República e como reflectido na Lei de Terras, a terra é propriedade do Estado, sendo, no entanto, reconhecidos os direitos de uso e ocupação das terras adquiridas por herança ou ocupação. Nenhum título documental é necessário para que esses direitos sejam reconhecidos e

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A Lei de Terras (Lei nº. 19/97, de 1 de Outubro) prevê as directrizes legais em relação a:

• Procedimentos para aquisição de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) (Artigo 24°);

• Direitos pré-existentes de uso e aproveitamento da terra, especialmente pelas comunidades locais;

• Zoneamento e planeamento do uso da terra para finalidades económicas e sociais; e

• Agricultura, uso dos recursos naturais, etc.

3.4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE GPL

Não foi identificada legislação específica sobre a actividade de enchimento de GPL em Moçambique. Contudo, foi identificado o seguinte dispositivo legal que se aplica para o projecto proposto, nomeadamente:

3.4.1 Licenciamento de Actividades Industriais, Decreto 39/2003 de 26 de Novembro O Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial, aprovado pelo Decreto n.º 22/2014, de 16 de Maio estabelece as condições e procedimentos a empreender para o licenciamento e exercício de actividades industriais em Moçambique, independentemente do sector que as tutele.

O artigo 4 é relativo á classificação dos estabelecimentos industriais quanto ao seu tipo, estando as mesmas classificadas em 4 categorias/dimensões,

nomeadamente: grande, média, pequena e micro. A Tabela 3.1 apresenta os critérios usados classificação das indústrias.

Tabela 3-1 Critérios de Classificação de Unidades Industriais

Categorias Investimento Inicial Potencia Instalada ou a Instalar (KvA) No de Trabalhadores

Grande Dimensão Igual ou superior a 300.000.000,00

Igual ou superior a 1000

Superior a 100 Média Dimensão Igual ou superior a 75.000.000,00 Igual ou superior a 500 De 50 a 100 Pequena Dimensão Igual ou superior a 750.000,00 Igual ou superior a 10 De 5 a 49 Micro Dimensão Inferior a 750.000,00 Inferior a 10 Inferior a 5

Fonte: Decreto n.º 22/2014, de 16 de Maio

Para que um estabelecimento industrial seja classificado numa determinada categoria deve preencher pelo menos dois dos critérios constantes na tabela anterior. Ainda de acordo com o Artigo 4, para efeitos de classificação de estabelecimentos industriais cujos parâmetros se situem em três níveis diferentes (o caso do projecto proposto), deve ser considerado o nível intermédio. O presente projecto terá um investimento de 333 550 000Mt (trezentos e trinta e três milhões, quinhentos e cinquenta mil Meticais), cerca de 7 milhões de Dólares americanos, sendo que se estima empregar cerca de 25 trabalhadores na fase de operação. Da análise da tabela de classificação de unidades industriais, estima-se que a unidade proposta esteja classificada como unidade industrial de Média Dimensão.

(23)

O artigo 5 refere que os estabelecimentos industriais de grande, média e pequena dimensão, devem estar localizados em zonas industriais previamente definidas (como é o caso da unidade proposta) tendo em conta o risco da actividade conforme classificado na legislação de AIA. A sua localização fora de zonas industriais só pode ser autorizada pela entidade licenciadora fora das zonas industriais, quando não existam planos de urbanização ou zonas industriais previstas e mediante parecer favorável do serviço competente da respectiva autarquia.

De acordo com o artigo 8, a autorização para a instalação de estabelecimentos industriais de grande e média dimensão é da competência do Ministro da Indústria e Comércio, enquanto a autorização para a instalação de

estabelecimentos industriais de pequena dimensão é da competência do respectivo Director Provincial da Indústria e Comércio.

3.4.2 Regime de Licenciamento de Obras Particulares, Decreto 2/2004 de 31 de Março

O Decreto 2/2004 de 31 de Março, o Regime de Licenciamento de Obras Particulares, define obras particulares como aquelas que não são executadas pelo Governo a nível local, municipal ou nacional. Também consideram-se particulares as obras cujos proprietários sejam empresas participadas pelo Estado e concessionárias de serviços públicos, a não ser que uma disposição por diploma ministerial estabelece o contrário. As obras executadas

inteiramente ou parcialmente pelo Governo a nível local, municipal ou

nacional são consideradas obras públicas, e são executadas de acordo com um regime específico, juntamente com o Regulamento de Aquisições, aprovado pelo Decreto 54/2005 de 13 de Dezembro.

3.4.3 Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, Decreto 15/2004, de 15 de Julho

Este regulamento define as condições técnicas a que deve obedecer a distribuição predial de água de modo a se assegurar o bom funcionamento, preservando-se a segurança, a salubridade e o conforto nos edifícios, e servir de critério de licenciamento pela entidade licenciadora.

Este dispositivo aplica-se aos novos sistemas prediais de distribuição de água e à remodelação e ampliação de sistemas existentes. Estabelece ainda as normas a aplicar no que toca ao controlo de qualidade de materiais e das obras, os quais deverão obedecer às normas moçambicanas.

3.4.4 Regulamento de Constrição e Manutenção dos Dispositivos Técnicos de Acessibilidade, Circulação e Utilização dos Sistemas dos Serviços e Lugares Públicos a Pessoas Portadoras de Deficiência Física ou Mobilidade

Condicionada, aprovado pelo Decreto no 53/2008, 30 de Novembro Este dispositivo legal define Dispositivo Técnico como qualquer artefacto capaz de permitir o acesso e utilização com autonomia, dos sistemas de serviços e lugares públicos.

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Aplica-se a edifícios públicos existente ou em construção, á novas construções ou ampliação de instalações. São definidos os âmbitos e competências em matéria de fiscalização do cumprimento deste dispositivo, são definidas as infracções e respectivas penalizações para a construção de edifícios ou outras instalações sem os dispositivos técnicos previstos no regulamento.

(25)

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O presente capítulo fornece uma descrição do projecto e respectivas fases de desenvolvimento do projecto, nomeadamente construção, operação e posterior desmobilização.

4.1 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

De acordo com a ProGas, o GPL está a tornar-se uma prioridade para os governos africanos visto que cada vez mais países começam a reconhecer os benefícios significativos do GPL para a saúde, segurança e ambiente. Isto deve-se a crescente sensibilização do público e dos governos sobre os

benefícios do GPL, o que catalisa a transição de combustíveis tradicionais (p.e. lenha e carvão) para GPL para cozinham e para fins industriais.

O desenvolvimento dos mercados de GPL em Africa variam

consideravelmente em função de cada país, entretanto, o consumo de em Moçambique mostra-se muito reduzido, em comparação com outros mercados da região, tais como Africa do Sul, Botsuana e Quénia.

No contexto da análise de oportunidades de expansão em território nacional, a ProGas efectuou uma pesquisa de mercado, tendo identificado uma

significativa demanda de consumo de GPL no âmbito da actual

disponibilidade e distribuição/fornecimento de gás doméstico nas zonas Centro e Norte de Moçambique. Neste âmbito, o presente projecto surge como resposta a esta crescente demanda no consumo de gás doméstico nesta

geografia, onde não existem unidades de enchimento deste produto.

Dado o contexto nacional e internacional, a ProGas foi ciada com o objectivo de incrementar o desenvolvimento do mercado consumidor de GPL, a retalho e a granel, para consumidores domésticos, industriais e comerciais.

Actualmente, todas as botijas de GPL são enchidas na Matola, Província de Maputo e transportadas para o resto do País, em camiões, o que faz com que os custos de transporte associados, inevitavelmente, se reflictam no preço final do produto.

Espera-se que com a existência de uma unidade de enchimento de GPL no centro do País se incremente de forma substancial a oferta (i.e. disponibilidade de gás) e, consequentemente, se contribua para a redução do custo final de venda ao público, minimizando ao mesmo tempo a probabilidade de situações de rotura de stock – causa recorrente para fenómenos especulativos de

(26)

4.2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O projecto da unidade de enchimento de botijas de GPL será desenvolvido em três fases distintas, respectivamente, a construção e a sua operação, sendo que no fim da fase de operação, decorrerá a fase de desmobilização.

A construção da unidade de enchimento de GPL contempla a mobilização de materiais e equipamentos para a edificação e montagem dos componentes para a operacionalização do terminal. Por sua vez a operação refere-se às actividades correntes (do dia-a-dia) da unidade de enchimento, que vão desde a recepção do GPL, ao armazenamento e enchimento das botijas (cilindros), até à sua expedição. Durante a fase de desmobilização, espera-se desactivar a maquinaria e outras infra-estruturas existentes, desmobiliza-la do local, demolir os edifícios e deixar o local no mesmo estado em que se encontrava antes da fase de construção.

4.2.1 Fase de Construção

Na fase de construção ocorrerão várias actividades tais como trabalhos de engenharia e de estruturas, o fornecimento de materiais e equipamentos – incluindo a sua instalação, soldadura, inspecção, testes variados, calibração -, construção de edifícios - incluindo pintura, trabalhos mecânicos, trabalhos eléctricos -, e trabalhos de construção de áreas exteriores - incluindo infra-estruturas de recolha de águas pluviais, entre outras.

A matéria-prima para a construção da unidade de enchimento de GPL, em quantidades ainda não especificadas, será maioritariamente constituída por estruturas metálicas. Estas serão adquiridas na Africa do Sul, Europa, China, Estados Unidos ou Japão. Estas estruturas serão principalmente:

• Tanques de GPL e de água para combate a incêndios; • Bombas diversas;

• Tubagem diversa; e

• Equipamento de enchimento de botijas de GPL.

Outro tipo de matéria-prima poderá ser adquirida localmente, incluindo cimento de construção, areia, pedra, entre outros disponíveis.

Relativamente as principais infra-estrutura salientam-se os seguintes detalhes: a) Tanques à superfície – Serão montados três tanques à superfície:

 Dois tanques horizontais para o armazenamento temporário do GPL, com uma capacidade de 83m3 cada e um espaço para

armazenamento de vapores de cerca de 15%, um diâmetro interior de 2.8m, bem como um comprimento de 13m aproximadamente.

(27)

Estes tanques serão usados para o armazenamento de GPL em estado líquido. Cada tanque estará assente sobre fundações e pilares (caso necessário) de betão armado; e

 Um tanque vertical de água para combate a incêndios com capacidade para 103m3, que estará assente sobre uma fundação e pilares em betão reforçado/armado. O tanque de 4.5m de

diâmetro e 7.2m de altura terá um fundo plano e tecto fixo. b) Bombas – Os equipamentos a instalar incluem os seguintes:

 Duas bombas – GPL 1001 e GPL 1002 – com capacidade de AC 80m3/h na estação de descarga de GPL para a transferência do GPL dos camiões para os respectivos tanques;

 Uma bomba com capacidade de AC 15m3/h na estação de bombagem de GPL para a transferência do GPL dos tanques de armazenagem para a estação de enchimento das botijas de GPL (carrossel);

Duas bombas alimentadas a gasóleo (diesel) com uma capacidade aproximada de 110m3/h serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios; e

Duas bombas jockey AC centrífugas verticais de funcionamento contínuo, com uma capacidade aproximada de 15m3/h, as quais serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios.

c) Tubagens – Serão instaladas tubagens para transporte do GPL bem como para o combate a incêndios. Toda a tubagem instalada na unidade contará com válvulas, instrumentação, ligação à terra, conectores, válvulas de alívio térmico, assim como filtros e

mangueiras, quando necessário entre outros. A unidade estará provida de pequenas válvulas de pequeno porte necessárias para drenos de ponto baixo e aberturas de ponto elevado.

d) Unidade de Enchimento de GPL – A unidade de enchimento de GPL contara com uma linha de enchimento (carrossel) e equipamentos associados.

e) Edifícios – Os seguintes edifícios e estruturas serão construídas e instaladas à superfície:

 Um telhado para cobrir a estação de descarga de GPL montado sobre uma base de suporte. O referido telhado se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais

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suficiente de modo a garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

 Um telhado para cobrir a estação de combate a incêndio montado sobre uma base de suporte, que se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais para o sistema de recolha de águas pluviais. O telhado será baixo o suficiente para garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

 Um telhado para cobrir a unidade de enchimento de GPL

montado sobre uma estrutura de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para encher as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será o suficientemente alto para garantir a operação segura de empilhadeiras; e

 Um telhado para cobrir a estação de desgaseificação montado sobre uma base de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para desgaseificar as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será alto o suficiente para garantir a segurança das operações de desgaseificação.

f) Outras Obras de Construção Civil – Serão efectuadas as seguintes actividades complementares de construção civil:

 Construção das fundações (para o tanque de água e para os tanques de GPL) em betão armado;

Construção da bacia de contenção secundária em betão armado;  Pavimentação do interior da bacia de contenção secundária com

laje em betão armado;

 Construção das bases para as bombas e motor com betão armado. Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

 A plataforma da área de preparação de botijas vazias e de

desgaseificação será feita com betão armado (com uma espessura mínima de 200mm);

 Construção das bases para as bombas e motor da estação de

combate a incêndios com betão armado. Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

 Construção de estradas de acesso interiores, da saída da unidade para cada uma das áreas onde o produto é descarregado e carregado. Estas serão construídas em pavê suficientemente resistente para um tráfego contínuo de pelo menos 20 anos; Vedação de toda a unidade;

 Compactação, nivelamento e cobertura com agregado (25mm) de todas as áreas não ocupadas/usadas;

(29)

Instalação de postes de iluminação; e

 Construção da sala de controlo e de escritórios para a acomodação do pessoal durante as operações. A área de escritório será

composta pelo seguinte:

 Sala de controlo com ar condicionado, que deverá estar livre de poeiras devido aos equipamentos electrónicos; Dois chuveiros;

Dois lavabos;

Uma cozinha e copa; Quatro escritórios; e Uma sala para arrumos.

g) Instalação Eléctrica – A realização de trabalhos eléctricos inclui a instalação de painéis e aparelhos de comutação. Será instalado um transformador de 380v pela Electricidade de Moçambique (EDM). Outras actividades incluirão:

Ligação á terra, de todos os tanques e estruturas metálicas;

 Reticulação eléctrica de toda a unidade de modo a incluir todos os aspectos operacionais e administrativos;

Instalação de luzes externas em todas as áreas da unidade; e Instalação de um gerador a diesel capaz de operar continuamente

por 24 horas.

h) Instalação de Instrumentação – instalação de toda a instrumentação relativa a operacionalização da unidade de enchimento de GPL, que inclui os seguintes elementos:

 Painel de controlo, situado na sala de controlo, equipado com indicadores de nível, pilotos de indicação, alarme, entre outros. Sistema de Interrupção de Emergência (Emergency Shutdown

System);

 Sistema completo de medição automática de tanques, com radares. Estes terão um painel de nível, ilustrando o nível do produto. Estes sistemas conterão vários níveis de alarme – alto, baixo, alto-alto e baixo-baixo. Estes sinais serão transferidos para a sala de controlo;

 Controladores de temperatura nos motores e nos medidores de vazão; e

Câmaras de vigilância (CCTV).

i) Sistema de Alarme e de Protecção contra Incêndios – este sistema será composto por:

 Um tanque de água com 1033m3 de capacidade;

 Instalação estratégica de hidrantes na unidade, bem como um pequeno furo para a instalação de tubagem para os pórticos para a

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estação de bombagem e área administrativa de modo a permitir a instalação de bobinas e mangueiras de incêndio;

 Instalação de extintores (fixos e móveis) de pó seco (DCP) em cada uma das seguintes posições – área do gerador; escritórios e sala de controlo; estações de bombagem; em todos os pórticos, e nas bombas de água para incêndio; e

 Instalação de um sistema de detecção de incêndio e alarme audível para todos os edifícios, estruturas, armazéns e áreas de

transferência, bem como todas as vias de acesso. Este sistema será constituído por sensores de calor, chama e fumo.

Sistema de Esgotos e de Drenagem de Águas Pluviais - Será construído um sistema de esgotos para os escritórios e sala de controlo, constituído por uma fossa séptica e um dreno. Este sistema será dimensionado para 10 pessoas. Serão construídos drenos para as águas pluviais em toda a instalação / unidade. 4.2.2 Fase de Operação

Espera-se que o GPL provenha do terminal de combustíveis da X-Storage1 situado no Porto da Beira, através de camiões cisterna, que descarregarão o produto na unidade de enchimento. A descarga de GPL ocorrerá na estrutura de descarregamento de GPL através do uso de duas bombas que debitam 80m3/h dos camiões cisterna para os dois tanques horizontais com capacidade para armazenar 83 m3 cada um.

Dos tanques e através de uma bomba, o GPL será posteriormente transferido por via das tubagens para os postos de enchimento montados no carrossel. O carrossel irá encher, em simultâneo, até 12 botijas de GPL. As botijas vazias que serão recebidas para enchimento serão levadas para a unidade de

desgaseificação através de camiões, que irão descarrega-las com recurso a uma empilhadeira. As botijas serão então colocadas numa área de armazenamento temporário destinada a botijas vazias, onde passarão por um processo de desgaseificação, antes de serem reutilizadas no processo de enchimento. O funcionamento usual das linhas de enchimento compreende os seguintes passos:

 Descarregamento das botijas no sistema transportador de corrente (carrossel) para enchimento;

 Transporte das botijas, por linhas de entrada, até aos módulos de lavagem e codificação para permitir a leitura dos valores de tara das botijas (tipo de botija, peso líquido, valor da tara);

 Condução das botijas até ao módulo de teste de segurança e posteriormente separação para enchimento, manutenção ou falha de leitura;

1 O Terminal de Combustíveis da X-Storage é parte integrante do Grupo Glencore, que detém a ProGas Limitada. Neste

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 Envio/transporte das botijas a serem enchidas até a de entrada do carrossel, e sua movimentação automática ate o posto de

enchimento, onde são cheias e pesadas;

 Envio das botijas, após enchimento, para um detector de vazamento. Caso haja falta ou excesso de peso, estas são reenviadas para enchimento e para uma balança de ajuste;  Aprovação de botijas aprovadas e envio, pela linha

transportadora, até ao Módulo de colocação de lacre;

 Armazenamento das botijas em paletes de madeira e posterior transporte , por uma empalhadeira, até a área de armazenamento temporário e, em seguida, para os camiões, para sua expedição. As figuras abaixo ilustram o esquema de instalação da Unidade (analógico e em 3D), sendo que o Anexo IV apresenta a respectiva planta.

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Figura 4.2 Imagens da Unidade de Enchimento em 3D

4.2.3 Fase de Desmobilização

Durante a fase de desmobilização, espera-se desactivar a maquinaria e outras infra-estruturas existentes, desmobiliza-la do local, demolir os edifícios e deixar o local no mesmo estado em que se encontrava antes da fase de construção.

4.3 MÃO-DE-OBRA

Durante a fase de construção, estima-se que sejam contratados cerca de 250 trabalhadores não-qualificados e 3 trabalhadores especializados/qualificados, enquanto para a fase operacional, se estima a contratação de 25 trabalhadores (na sua maior parte qualificados), não existindo ainda estimativas de

contratação de mão-de-obra para a fase de desactivação. No processo de contratação, em todas as fases do projecto, serão privilegiados trabalhadores locais (naturais e residentes na Cidade da Beira).

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4.4 NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA

Para a fase de construção, estima-se que a água (em quantidades ainda não estimadas) deverá ser fornecida por provedores locais, a partir de camiões cisterna. Relativamente a fase de operação, estima-se um consumo de água na ordem dos 5000 l/dia. Esta deverá ser fornecida pelo provedor local de água - o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG). Relativamente à energia eléctrica, esta será fornecida pela Electricidade de Moçambique (EDM), na ordem de 250 kVA e será instalado um transformador de 380v pela Electricidade de Moçambique (EDM). Será também instalado um grupo gerador, a diesel, para fazer face á possíveis cortes de energia eléctrica.

4.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Os resíduos gerados durante a fase de construção irão incluir, na sua maioria, caixas de papelão, papel, material residual das estruturas metálicas, incluindo plástico e paletes de madeira e resíduos gerais domésticos (resíduos não perigosos).

Outro tipo de resíduos que poderá ser produzido na fase de construção inclui restos de tintas, vernizes e decapantes (resíduos perigosos). Na fase de

construção, conta-se contratar uma empresa devidamente licenciada, para a gestão dos resíduos, nomeadamente a colecta e deposição final (em local autorizado, p.e aterro municipal da Beira, para o caso dos resíduos não-perigosos).

Durante a fase de operação espera-se, maioritariamente, a geração de resíduos domésticos (restos de comida, papel, papelão, embalagens diversas, entre outros), provenientes dos escritórios e refeições, assim como paletes de

madeira fora de uso, uma quantidade estimada em cerca de 30 a 40Kg por dia. Não existindo ainda dados relativos a geração de resíduos durante a fase de desactivação, embora se prevê que só sejam resíduos de construção. Espera-se que todos os equipamentos, e infra-estruturas metálicas, etc., sejam vendidos para utilização em outras instalações, caso se encontrarem operacionais, ou sejam vendidos como sucata.

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5 DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO E ALTERNATIVAS AO PROJECTO

5.1 DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO

A delimitação das áreas de influência é essencial para orientar a descrição da situação de referência da área de um projecto e fornecer parâmetros para avaliar e dimensionar os potenciais impactos desse empreendimento no ambiente receptor.

Para o presente projecto, a área de influência foi delimitada em dois grupos: a Área de Influência Directa (AID) e a Área de Influência Indirecta (AII).

Dadas as características e dimensão reduzida do projecto, propõe-se que a Área de Influência Directa (AID) seja definida como a área do projecto

propriamente dita, ou seja, os 15000m2, visto ser o local onde decorrerá toda a actividade relativa à recepção, ao armazenamento e ao enchimento e

distribuição/recepção das garrafas cilíndricas de GPL. Portanto, a AID é a área geográfica directamente afectada pelos impactos resultantes do empreendimento.

Relativamente a Área de Influência Indirecta (AII), consideraremos, para o presente projecto, as indústrias e infra-estruturas vizinhas, localizadas num raio de 500m, que poderão ser eventualmente afectadas pelos efeitos/ potenciais impactos indirectos do projecto ou por eventos não-planeados.

5.2 ALTERNATIVAS AO PROJECTO

Para o presente projecto, foi considerada apenas a alternativa de Localização do projecto na área proposta. Esta opção foi seleccionada dadas as vantagens tanto logística, bem como da situação geográfica do local proposto: Vantagens Logísticas

A área proposta para a implantação do projecto localiza-se a cerca de 4 Km do Porto da Beira, onde se encontra o terminal de combustíveis da X-storage, de onde provirão os camiões cisterna carregados com o GPL. Esta proximidade facilitará o processo de transporte, na medida em que reduzirá os custos á estes associados, o tempo para o abastecimento da unidade de enchimento, bem como a optimização das medidas de segurança associadas ao transporte. Vantagens Associadas á Localização Geográfica do Local Proposto

O local do projecto está assente numa área definida pelo Conselho Municipal da Beira, como sendo para usos industriais. A referida área encontra-se estrategicamente posicionada, na medida em que se situa a 700m da Estrada Nacional número 6 (EN6), principal via de acesso para a entrada e saída da

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Deste modo, a implantação do projecto nesta área representa uma mais-valia tanto para ProGas, como para os distribuidores, em geral, já que não

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6 SITUAÇAO DE REFERÊNCIA DA DO PROJECTO

A presente descrição da situação de referência da área do projecto é baseada na informação compilada a partir de dados obtidos tanto da consulta de referências documentais diversas como da visita efectuada à área de estudo. A descrição da situação de referência, está concentrada na área de influência directa do projecto e, onde relevante, na área de influência indirecta.

Note-se que dada a sua localização, Cidade da Beira, e em particular no Bairro Vaz, a AID encontra-se alterada por actividades antropogénicas.

6.1 SITUAÇÃO BIOFÍSICA DA ÁREA DO PROJECTO

6.1.1 Clima

Ao avaliar o descritor de Clima é importante analisar as características climáticas predominantes na área que o podem condicionar.

O clima da Cidade da Beira classifica-se, de acordo com classificação climática de Köppen, como tropical húmido (Figura 6.1), apresentando ao longo do ano, duas estações climáticas bem definidas: a chuvosa e quente (Outubro a Abril); e a seca (Maio a Setembro).

Figura 6.1 Tipos de clima de Moçambique segundo a classificação de Köppen

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A temperatura na Cidade da Beira apresenta um comportamento homogéneo, com temperaturas médias máximas a variar entre os 25.4°C no mês mais frio (Julho) e os 31.5°C no mês mais quente (Janeiro). Os valores médios das temperaturas mínimas apresentam uma variação um pouco mais acentuada, variando entre 15.8°C no mês mais frio (Julho) e 24°C no mês mais quente (Janeiro). A amplitude térmica média é de 8.5°C.

Figura 6.2 Temperaturas médias mensais da Cidade da Beira

Fonte: INAM

A precipitação média anual ronda os 1574mm, dos quais cerca de 76% (1199mm) se registam durante a época húmida (Novembro a Março) e cerca de 24% (375mm) durante a época seca (Maio a Outubro). Por outro lado, os valores mais baixos de precipitação média mensal (como ilustrado na Figure 6.3) registam-se entre os meses de Setembro e Outubro, com valores que não ultrapassam os 50mm.

Figure 6.3 Precipitação Média Mensal da Cidade da Beira

0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0

Beira Mínima Beira Máxima

Te m pe ra tu ra

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6.1.2 Pressão atmosférica e Ventos

A pressão atmosférica da Cidade da Beira varia homogeneamente de acordo com as estações do ano, aumentando consideravelmente durante os meses de inverno, atingindo o seu máximo nos meses de Junho e Julho (cerca de 1020 hPa) e reduzindo consideravelmente nos meses de verão, atingindo os seus mínimos nos meses de Dezembro a Janeiro (abaixo dos 1010 hPa).

Figure 6.4 Perfil da pressão atmosférica na Cidade da Beira

Fonte: INAM

De acordo com o INAM, no que respeita aos ventos, a Cidade da Beira regista velocidades de vento médias que variam entre os 3Km/h (Abril) e os 18Km/h (Setembro), sendo que as velocidades de rajada variam entre os 11 km/h (Abril) e os 37 km/h (Setembro). A amplitude média é de cerca de 30Km/h. Figure 6.5 Perfil da velocidade do vento na Cidade da Beira

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De acordo com os dados registados na estação meteorológica da Beira (1961-2005), predominam na Cidade da Beira os ventos de Sudeste, seguido por ordem decrescente pelos ventos do quadrante Leste, Sudoeste e Sul.

Figure 6.6 Predominância dos ventos observados na estação da Beira, durante o período de 1961-2005

Fonte: INAM

6.1.3 Ciclones

Devido a sua localização, Moçambique é frequentemente afectado por ciclones tropicais. De uma forma genérica, os ciclones de maior intensidade tem

origem ao sudoeste do Canal de Moçambique. Estes movimentam-se para Oeste, atravessando o Canal de Madagáscar e, ao atravessarem o canal de Moçambique, são alimentados pelas águas quentes que os intensificam. De acordo com Tinley (citado em ERM e Consultec, 2011), a média anual de ocorrência de ciclones no Canal de Moçambique é de cerca de três a cinco ciclones.

Os ciclones que assolam Moçambique são geralmente caracterizados por chuvas intensas nas áreas costeiras, associadas a ventos fortes e cheias. As regiões mais atingidas ao longo do país são as áreas costeiras das regiões Centro e Norte.

Moçambique, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e do Instituto Nacional de Meteorologia, desenvolveu o Sistema de Alerta de Ciclones, que entrou em vigor a 1 de Novembro de 2002 (www.desastres-moz.org/).

Segundo o mapa que se segue (Figura 6.7), ocorreram na Cidade da Beira durante o período compreendido entre os anos de 1970 e 2000 entre 6 a 7 ciclones).

Referências

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