BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA
Novembro | 2016
PAINEL DE CONJUNTURA
MACROECONÔMICA ISAE
DE 17 A 21 DE ABRIL - 2017 - 17ª EDIÇÃO
ABRIL
2017
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Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos.
O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE.
O comitê também conta com a participação de alunos do CFO Strategic, programa do ISAE em parceria com o IBEF (lnstituto Brasileiro de Executivos de Finanças), que capacita o profissional de finanças com foco nas pessoas que impulsionam as ações e potencializam os resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE.
Equipe Técnica
André Alves Adriano Bazzo Christian A. Geronasso Christian Bundt Luciano De Zotti Jefferson Marcondes Patrick SilvaCoordenação Técnica
Fabio Alves da Silva
Coordenação Geral
Rodrigo Casagrande
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PIB 2017:
morro abaixo?Confiança:
Empresariado e Consumidor: expectativas em contraponto aos especialistas do mercado financeiro.Preço e Juros:
• Inflação: boas notícias.
• SELIC: convergência harmônica.
Balança Comercial e Cambio
• Balança comercial segue apresentando superávits.
• Câmbio: dólar abriu a semana com queda: PTAX de R$/US$ 3,1029.
Opinião:
Crise? Cooperativas de crédito avançam a taxas superiores a 20% a.a.BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA
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PIB 2017: morro abaixo?
Mais uma vez os experts do mercado financeiro consultados pelo o Boletim Focus apontam queda na expectativa de comportamento do PIB em 2017. Eles esperam 0,40% de crescimento para este ano, conforme o Painel Macroeconômico ISAE de 13 de abril de 2017. No final de 2016, esses mesmos experts apontavam crescimento de 0,58% em 2017. É uma queda de 31% na expectativa dos especialistas, feita em pequenas doses durante os primeiros meses deste ano. Consideradas as projeções dos diversos órgãos apresentadas na edição da segunda semana de abril deste Painel, também revisamos as nossas expectativas, conforme o gráfico a seguir.
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Escola de Negócios
AGENDA DA SEMANA Dia Indicador / Evento 17/04 Boletim Focus (BCB) 17/04 IGP-5 (FGV) 17/04 IGP-10 (FGV)
17/04 IBC-Br (Índice de Atividade Econômica -BCB) 17/04 Balança Comercial (MDIC)
19/04 IGP-M (2ª Prévia) (FGV) 19/04 Fluxo Cambial (BCB) 20/04 IPC - (Fipe) 20/04 IPCA -15 (IBGE)
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Confiança
Empresariado e Consumidor: expectativas em contraponto
aos especialistas do mercado financeiro.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou a expectativa de crescimento do varejo em 2017: de 1,2% para 1,5%. Os setores do comércio que se destacam neste cenário são os de móveis e eletrodomésticos, de vestuário e de materiais de construção. Para Fábio Bentes, economista da CNC, os setores mais sensíveis às condições de venda a prazo parecem esboçar reação positiva ao início do processo de barateamento do crédito. Importantíssima a percepção de que este movimento positivo está sendo provocado por condições recessivas (desinflação e juros em queda pelo baixo consumo, por exemplo) e isso deve ser visto como um sinal amarelo, já que não deve persistir no longo prazo. Somente fatores como a retomada dos postos de trabalho e o reestabelecimento da renda das famílias a partir do trabalho que poderão alavancar a economia de fato, criando base firme para o crescimento sustentado.
A CNC também divulgou o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), no final de março passado, que carrega quase 20% de aumento desde o começo de 2017, bastante influenciado pelas expectativas de curto prazo. É a melhor marca do índice nos últimos dois anos. Os recursos do FGTS inativo parecem contaminar as expectativas do empresariado do comércio.
Preço e Juros
Inflação: mais boas notícias!
O Relatório Focus do Banco Central mostrou nova revisão para baixo nas estimativas para os principais índices de preços, com inflação oficial esperada se aproximando da marca de 4% em 2017, e pela sexta semana consecutiva a expectativa para o IPCA em 2017 caiu: de 4,09% para 4,06%. Há um mês a previsão estava em 4,15%. O Focus da semana seguiu mostrando queda para a inflação de 2018, agora saindo de 4,46% para 4,39%, a segunda seguida depois de ter ficado uma temporada hibernando.
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Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, as chamadas Top 5, a projeção para 2017 também cedeu e saiu de 4,11% para 4,03%, enquanto em 2018 a estimativa do grupo permaneceu em 4,25%. Quatro semanas atrás a expectativa dos Top 5 estava em 4,20% e 4,30% respectivamente.
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Em paralelo, a previsão para o IGP-M em 2017, que é referência para o reajuste dos contratos de aluguel, seguiu a tendência do IPCA, saindo de 3,99% para 3,82% em sua sexta redução consecutiva. Em 2018 a previsão permanece em 4,50%, ante 4,60% de um mês atrás.
As revisões mais acentuadas dos índices de inflação nessa semana ocorrem em parte pelas recentes variações de queda do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
SELIC: Convergência harmônica.
O COPOM reduziu a meta da taxa básica de juros para 11,25% a.a. com o corte de 1 ponto percentual na 206ª reunião em 11 e 12 de abril. O mercado convergiu as expectativas da taxa Selic, em 2017 e 2018, para 8,50%. A expectativa agora é pela sinalização do BC para o ritmo de corte que adotará.
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A inflação parece não ter encontrado o seu limite inferior de estabilidade ainda e continua sendo o fator mais importante a determinar o ritmo de corte nas próximas reuniões do COPOM. As reformas fiscais, que implicariam na redução da taxa de juros estrutural, aguardam o degelo do Congresso, provocado pelas delações das empreiteiras, e devem demonstrar a intensidade do ajuste a partir das votações programadas paras as próximas semanas. Não obstante, o Presidente Temer tem ido a público na defesa da continuidade das reformas, impopulares neste presente, mas que gerariam alguma capacidade de gasto para o ano eleitoral.
Atrás da cortina de fumaça, provocada pelas medidas impopulares, seguem recomposições de receitas tributárias que compensam negativamente os incentivos à retomada da economia. São nossas políticas cíclicas (jabuticabas tupiniquins) que em tempos de recessão deveriam ser anticíclicas, como redução de tributos, incentivos à expansão do crédito e desregulamentação de setores para incentivar investimentos. Dessa forma fica difícil visualizar o avanço nas condições econômicas: o índice de Atividade de Atividade Econômica (IBC-Br) do primeiro bimestre recuou 0,12% em relação ao mesmo período de 2016; o mercado reduziu a expectativa para o PIB 2017; a inflação continua puxada para baixo pelo grupo Alimentos; e o desemprego segue em crescimento.
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Balança comercial segue apresentando superávits
Somados os 15 dias do mês de abril de 2017, o resultado parcial da balança comercial apresentado foi superavitário em US$ 3,422 bilhões. As exportações apresentaram um crescimento de 26,6% em relação a abril/2016, atingindo o volume de US$ 8,760 bilhões. A razão foi o aumento nas vendas de produtos das três categorias. Os básicos subiram 25,6% puxados pela soja; os manufaturados aumentaram em 25,7%, liderados pelos automóveis de passeio; e os semimanufaturados aumentaram 32,5%, com destaque para o açúcar em bruto. Comparadas ao mês anterior, houve crescimento de 11,5% nas exportações. As importações atingiram o volume financeiro de US$ 5,338 bilhões, 12,9% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Houve elevação nas compras de filamentos e fibras sintéticas, combustíveis e lubrificantes entre outros. Comparadas a março/2017 houve aumento de 5,4% nas importações.
Câmbio
A moeda americana abriu a semana com queda, registrando uma PTAX de R$/US$ 3,1029. A cautela dos investidores com o cenário internacional traz pressão sobre a cotação do dólar. O iminente risco de ataques entre EUA e Coréia do Norte deve trazer oscilações à cotação da moeda americana, variando entre R$/US$ 3,05 e R$/US$ 3,12 durante a curta semana. No mercado local, o Banco Central rolou os swaps e deu sinais ao mercado de que manterá o mercado de câmbio líquido. Associado a esta informação, o relatório Focus desta semana aponta uma expectativa de um novo corte de 1% na taxa SELIC para a próxima reunião do Copom.
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Crise? Cooperativas de crédito avançam a taxas superiores
a 20% a.a.
Em época de contração de vários setores da economia, as cooperativas de crédito crescem a passos largos e, não por acaso, em janeiro deste ano foi publicada uma reportagem na Revista Exame com o título “Cooperativas de crédito querem conquistar o Brasil”.
O cooperativismo tem a sustentabilidade permeando as suas estratégias e tomadas de decisão, consideradas de forma sistêmicas as dimensões econômica, ambiental e social. Exemplo disso é a inclusão social das pessoas que não conseguem participar do sistema financeiro tradicional. Há 700 cidades no país em que a única instituição financeira é a cooperativa de crédito. Um dos grandes desafios do cooperativismo brasileiro é fazer com que as pessoas conheçam as cooperativas. Forjado em cidadezinhas no interior do país para atender agricultores e moradores locais, o Sicredi transformou-se nos últimos anos em importante catalisador do sistema financeiro brasileiro. Com R$ 52,5 bilhões em ativos, figura hoje entre as 20 maiores instituições desse segmento, com 3,3 milhões de associados e presença em 1,2 mil municípios, tendo dobrado de tamanho desde 2011 e multiplicado as sobras (o lucro na visão cooperativa) por três.
Enquanto funcionários de grandes bancos, como o HSBC que foi adquirido pelo Bradesco, e o Banco do Brasil, que teve grande número de agências fechadas e cargos comissionados extintos, não escondem o sofrimento e desilusão que estão passando em suas carreiras; nos últimos cinco anos as cooperativas de crédito crescem a taxas de 21% ao ano e percebe-se alto grau de motivação no seu corpo funcional, fruto de bons planos de cargos e salários e investimentos intensos em educação continuada.
Além do Sicredi, existem a Unicredi, Sicoob e Confesol, que se fossem consideradas uma única instituição seriam o sexto maior banco do país, com ativos de R$ 220 bilhões. Como superar um sistema financeiro altamente concentrado nos grandes bancos? Os dirigentes das quatro maiores instituições de crédito cooperativado do país concordam que este é o maior desafio do setor, na medida que Banco do Brasil, Itaú, Caixa, Santander e Bradesco com HSBC, juntos, detêm 74% do mercado. Mas o que os números e principalmente o brilho nos olhos dos trabalhadores das cooperativas de crédito nos mostram é que há muito espaço para crescer.