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INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO

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PRODUTO 8-2

VOLUME 8-2

Potencial de diversificação das empresas

identificadas e de seus grupos econômicos,

suas estratégias de negócios e trajetórias

tecnológicas

Mudança Estrutural no Brasil e

Intensidade Tecnológica na Indústria

Manufatureira – 2000 a 2009

INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO

INSTRUMENTOS DE POLÍTICA

(2)

PRODUTO 8-2 Potencial de diversificação das empresas identificadas e de seus grupos econômicos,

(3)

PRODUTO 8-2 PRODUTO 8-2 Potencial de diversificação das empresas identificadas e de seus grupos econômicos, suas estratégias de negócios e trajetórias tecnológicas

INDÚSTRIA E DESENVOLVIMENTO

INSTRUMENTOS DE POLÍTICA

(4)

©2014 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI

Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

ABDI - Agência Brasileira de desenvolvimento Industrial Setor Bancário Norte, Quadra 1 - Bloco B

Ed. CNC - 70041-902 / Brasília DF Tel.: (61) 3962-8700

www.abdi.com.br

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI Presidente da ABDI

Mauro Borges Lemos Diretora

Maria Luisa Campos Machado Leal Diretor

Otávio Silva Camargo

Cândida Beatriz de Paula Oliveira Chefe de Gabinete

Jackson de Toni

Gerente de Planejamento Roberto Sampaio Pedreira Coordenador de Política Industrial

Gerente de Comunicação Oswaldo Buarim Jr.

Revisão, projeto gráfico e diagramação G3 Comunicação

(5)

PRODUTO 8-2

Contrato de Prestação de Serviços Contratante:

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Número do contrato ABDI: 01/2011

Contratada:

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais – IPEAD, Univer-sidade Federal Minas Gerais

Execução:

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional e Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

Coordenação:

Fabiana Santos (Pesquisadora do Cedeplar/UFMG)

Frederico Gonzaga Jayme Jr. (Professor do Cedeplar/UFMG) Principais Pesquisadores:

Bernardo Campolina Diniz (Professor do Cedeplar/UFMG) Fernanda Faria (Pesquisadora do Cedeplar/UFMG) Gustavo Britto (Professor do Cedeplar/UFMG) Camila Petrelli (Doutoranda Cedeplar/UFMG)

Rosa Lívia Gonçalves Montenegro (Doutoranda do Cedeplar/UFMG) Carla Poliana Santos (Mestranda do Cedeplar/UFMG)

Paloma Luíza Neves Silva (Auxiliar de Pesquisa do Cedeplar) Tomás Loïck Tadeu T. F. Neves (Auxiliar de Pesquisa do Cedeplar)

(6)
(7)

PRODUTO 8-2

Sumário

1. Introdução ... 12

1.1 Delimitando o objeto ... 13

1.2 Breve Histórico das Políticas de Promoção às Exportações no Brasil ... 14

1.3 Objetivo dos instrumentos públicos de promoção de exportações ... 20

2. Identificação e avaliação dos instrumentos de promoção de exportações ... 22

2.1 Instrumentos Financeiros de Promoção de Exportações ... 22

2.1.1 BNDES-EXIM ... 22

2.1.1.1 Modalidades Exim Pré-Embarque ... 22

2.1.2 Programa de Financiamento às Exportações - PROEX ... 24

2.1.3. PROGER Exportação ... 25

2.2. Instrumentos Fiscais de Promoção de Exportações ... 26

2.2.1. Regime Aduaneiro Especial Drawback ... 26

2.2.2. Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação - REPES ... 28

2.2.3. Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras – RECAP 28 2.2.4 Zonas de Processamento de Exportação - ZPE ... 29

2.2.5 Regime Aduaneiro Especial de Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados - REPEX .. 29

2.2.6 Regime Aduaneiro Especial De Entreposto Industrial Sob Controle Informatizado - RECOF 29 2.2.7 Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - Reintegra ... 29

3. Levantamento de séries históricas de utilização dos instrumentos ... 30

3.1 Breve caracterização da base de dados ... 30

3.2 BNDES EXIM ... 33

3.3 PROEX Financiamento ... 42

3.4 PROEX Equalização ... 50

3.5 Drawback ... 58

3.6 Drawback Verde Amarelo ... 72

4. Elaboração e análise dos indicadores dos instrumentos de promoção de exportações ... 79

4.1 Valor médio por empresa ... 80

4.2 Grau de Cobertura Financeira Global e Setorial ... 84

4.3 Indicador de Efetividade ... 93

4.4 Intensidade de apoio dos instrumentos de promoção de exportações à indústria de transformação ... 95

(8)

5. Mapeamento da abrangência, recorrência e complementaridade dos instrumentos ... 103

5.1 Indicador de abrangência numérica dos instrumentos de promoção de exportações ... 103

5.2 Indicador de recorrência na utilização dos instrumentos de promoção de exportações ... 108

5.3 Complementaridade na utilização dos instrumentos ... 114

6. Perfil e características dos beneficiários dos instrumentos ... 118

7. Detalhamento da metodologia utilizada para a avaliação quantitativa ... 122

7.1 Literatura teórica sobre persistência e permanência na atividade exportadora ... 122

7.2 Metodologia Econométrica e dados utilizados ... 125

7.2.1 Persistência (hysteresis) ... 125

7.2.2 Permanência ... 126

7.4 Elaboração do Relatório Parcial com Avaliação Quantitativa ... 129

7.5 Resultados ... 133

7.5.1 Teste para a hipótese de hysteresis nas exportações brasileiras ... 133

7.5.2 Determinantes das firmas estreantes para a permanência da firma no mercado externo .. 136

8. Conclusões ... 138

(9)

PRODUTO 8-2

Introdução

A presente seção tem o objetivo de avaliar o processo de mudança estrutural da economia brasileira entre os anos 2000 e 2009. Para tal, foi realizado um exercício de desagregar os componentes do crescimento da pro-dutividade no período em questão, seguindo a literatura internacional (McMillan e Rodrik, 2011). Além disso, tendo em vista a importância do crescimento do mercado interno para o crescimento total do País a partir de 2003, a metodologia de análise foi ampliada para distinguir a importância do crescimento do mercado interno e do mercado externo.

A metodologia empregada distingue o crescimento da produtividade total da economia, em um componente relacionado ao crescimento da produtividade dentro dos setores e outro relacionado à mudança estrutural (realocação do emprego entre os setores). Como dito, diferentemente das aplicações tradicionais, a decom-posição utilizada nesse trabalho discriminará o crescimento da produtividade também em função das fontes de demanda, o que possibilita analisar a participação dos mercados interno e externo na realocação do emprego entre setores.

A decomposição foi realizada em três estágios. Inicialmente, adotou-se uma classificação mais agregada, que permite comparações internacionais. Em seguida, procedeu-se com um maior nível de desagregação possível a partir do Sistema de Contas Nacionais do IBGE, que compreende 56 setores. Finalmente, tendo em vista os resultados obtidos para a indústria manufatureira, a metodologia foi repetida para os subsetores da indústria, que também foram classificados de acordo com sua intensidade tecnológica, conforme classifi-cação utilizada pela PINTEC-IBGE.

A importância da mudança estrutural para o crescimento econômico possui uma longa história na literatura econômica. Em linhas gerais, essa ideia está ligada à percepção de que, ao longo do tempo, o crescimento de alguns setores específicos pode ser mais importante para o crescimento econômico do que o crescimento de outros. Mais especificamente, a realocação de trabalho entre setores pode levar a ganhos de produtivida-de produtivida-desprodutivida-de que essa se faça produtivida-de setores produtivida-de baixa produtividaprodutivida-de para aqueles produtivida-de maior produtividaprodutivida-de.

Em termos teóricos, essa ideia leva diretamente a Lewis (1954), Kuznets (1955) e Kaldor (1966), autores que, dentre outros, ressaltaram a importância da manufatura como o motor de crescimento da economia. A expli-cação da correlação entre o crescimento da indústria de transformação e o desempenho geral da economia se baseia em dois efeitos. O primeiro, se refere ao fato de que a expansão do capital e do emprego na manufatura induz à transferência de mão de obra dos setores menos produtivos para as atividades industriais, as quais apresentam níveis mais elevados de produtividade.

O resultado desse processo é um crescimento geral da produtividade na economia e um impacto negativo ou pe-queno no produto dos setores tradicionais, os quais, em economias menos desenvolvidas, normalmente apresen-tam excesso de trabalho. Segundo Kaldor, tal processo é marcado por um “amadurecimento” das economias em que uma economia imatura seria aquela com grande volume de mão de obra em setores de baixa produtividade. A segunda razão para a relação entre o crescimento da manufatura e produtividade é a existência de retornos crescentes de escala estáticos e dinâmicos no setor industrial. Os retornos crescentes de escala estáticos são devidos, principalmente, às economias internas de escala das firmas. Já os retornos de escala dinâmicos se referem ao crescimento da produtividade relacionado com o learning by doing, indução de mudança tecnológica, economias externas de produção, entre outros.

Analisando-se a literatura mais recente, Hausmann, Hwang e Rodrik (2007) argumentam que a produção de alguns bens está associada a maiores níveis de produtividade do que a de outros, e que os países que comercializam produtos de elevada produtividade vão experimentar melhor desempenho econômico. Nesse sentido, políticas econômicas, particularmente aquelas que enfatizam o comércio exterior desses bens, teriam um efeito positivo sobre o produto ao induzirem investimentos no setor moderno.

(10)

O trabalho recente de McMillan e Rodrik (2011) evidencia que, no período de 1990-2005, os países latino-a-mericanos e africanos apresentaram um padrão de transformação estrutural prejudicial ao crescimento da produtividade geral da economia. Os autores apontam que na América Latina, a contribuição do crescimento setorial da produtividade para o crescimento da produtividade total da economia, ao longo do período de 1990-2005, foi semelhante ao verificado durante o período de 1950-1975 – cerca de 1,8% ao ano.

Entretanto, no período de 1950-1975, o crescimento da produtividade geral da economia foi superior a 3,7% anuais, enquanto no período de 1990-2005 tal crescimento foi de cerca de 1,55%. Isso significa que entre 1950 e 1975, além do crescimento da produtividade dentre os setores, ocorreu um processo de mudança estrutural progressivo, na medida em que os setores mais produtivos ampliaram sua participação relativa no PIB.

A partir dos anos 90, o processo de mudança estrutural se torna francamente regressivo, uma vez que parte dos ganhos de produtividade intra-setoriais, cuja contribuição era tão grande quanto a do crescimento setorial da produtividade no período de 1950-1975 (1,8%), passou a ser negativa no período de 1990-2005 (aproxima-damente -0,25%). A contribuição desses dois componentes (ganho de produtividade intra-setorial e mudança estrutural pode ser vista no Gráfico 1 abaixo).

Gráfico 1: Decomposição da produtividade na América Latina em diferentes períodos (taxas de crescimento anuais)

Fonte: McMillan e Rodrik (2011), adaptado de Pagés (2010).

Os autores realizaram a decomposição da variação da produtividade total da economia para 38 países (29 em desenvolvimento e 9 de renda elevada). A análise do Gráfico 2 indica que a mudança estrutural fez pouca diferença (positiva ou negativa) para o crescimento geral da produtividade do trabalho, no caso dos países de alta renda.

Isso é esperado, segundo os autores, pois as diferenças intersetorias são reduzidas à medida que os países se desenvolvem. Já para as três regiões em desenvolvimento, as mudanças estruturais tiveram papel rele-vante. Na América Latina e na África, a mudança estrutural teve efeitos adversos para o crescimento total, ao passo que para a Ásia o efeito foi positivo.

Com base nesses resultados, os diferentes padrões de mudança estrutural parecem responder pelas diferen-ças nas taxas de crescimento das regiões analisadas. Também são encontradas evidências de que países que possuíam grande volume de mão de obra na agricultura no início do período (1990) e que não possuem vantagens comparativas em produtos primários apresentam melhor desempenho em relação à mudança

(11)

es-PRODUTO 8-2

trutural. Destaca-se que a maioria dos países asiáticos se encaixa nesse perfil.

Gráfico 2: Decomposição do crescimento da produtividade por grupo de países, de 1990-20051

Fonte: Elaboração própria a partir de McMillan e Rodrik (2011)

Com base no espaço de tempo em que esse processo foi observado, os autores propõem que essa reversão de sinal possa ser explicada em parte pela abertura comercial, que teria provocado uma queda na participa-ção da indústria na economia dos países latino-americanos.

Contudo, de maneira geral, a teoria econômica propõe que uma liberalização comercial levaria a um cres-cimento da produtividade em virtude da especialização dos países na produção de bens nos quais possui vantagem comparativa, e não à sua redução. De fato, as políticas de liberalização comercial empreendidas a partir do final da década de 1980 levaram ao aumento da produtividade na indústria em vários países subdesenvolvidos.

Entretanto, a eliminação de empresas menos produtivas nesses setores, sobretudo nos setores mais avan-çados, teria diminuído a participação dos mesmos no emprego, com elevação da participação dos setores menos produtivos. É relevante mencionar que países desenvolvidos apresentam uma maior homogeneidade, em termos de produtividade, entre setores, de forma que a mudança estrutural causada por uma abertura comercial causaria pouco efeito sobre a produtividade.

Entretanto, em países subdesenvolvidos, é grande o gap de produtividade entre setores e dentro de um próprio setor. Dessa forma, a abertura comercial, no caso de países subdesenvolvidos, geraria um efeito aparentemente contraditório: ao eliminar as empresas menos eficientes nos setores mais modernos, causaria uma redução geral do nível de produtividade. Isso ocorreria na medida em que a mão de obra disponibilizada por tal eliminação se transferiria aos setores tradicionais, ainda menos produtivos que as empresas menos produtivas do setor moderno.

No caso do presente estudo, o foco deixa de ser a política comercial e passa a ser os efeitos da mudança es-trutural ocorrida concomitantemente à retomada do crescimento mais sustentado do crescimento econômico. Assim, o período selecionado foi dividido em subperíodos que permitem distinguir uma mudança qualitativa no padrão de crescimento da economia brasileira. Mais uma vez, cabe ressaltar a decomposição dos efeitos do mercado interno e externo, que será discutida mais detalhadamente a seguir.

(12)

2. Metodologia

2.1 Derivação da Decomposição da Produtividade Total

A produção de um determinado bem pode se dar com vistas ao abastecimento do mercado interno ou à exportação. Logo, a mudança da composição setorial da economia dependerá do perfil da demanda interna por produtos nacionais (consumo total menos importações) e da composição das exportações.

Nesse sentido, é possível, na equação de McMillan e Rodrik (2011), decompor o termo da mudança estrutural em dois, um relacionado à dinâmica do mercado interno e outro relacionado à dinâmica do mercado externo. Como apresentado a seguir: A produção total da economia é dada por Q=

i iq , em que qi representa a produção em cada setor i. Dividindo-se a equação anterior pelo total de mão de obra o ocupada na economia obtém se a identidade =

i i

L q

Y , sendo Y =QL a produtividade da economia como um todo. Multiplicando-se e

dividindo-se cada qi porli, sendo esse último a mão de obra ocupada no setor i, obtém-se:

i i i

y

s

Y

(1) Em que L l s i

i= representa a participação do setor i na mão de obra ocupada total e i i i ql

y =

é a produtividade da mão de obra no setor i. Diferenciando-se (1) totalmente tem-se:

i i i i i i

y

s

y

s

Y

(02)

A equação (2), utilizada por McMillan e Rodrik (2011), tem dois termos fundamentais. O primeiro, à direita, a parcela do crescimento da produtividade total que é explicado pelo aumento da produtividade dos diferentes setores produtivos, que tende a ser distribuído de maneira heterogênea. Esse crescimento da produtividade setorial pode ocorrer devido ao acúmulo de capital, mudança tecnológica, melhora da alocação entre plantas, dentre outros.

O segundo termo representa o efeito da realocação do emprego entre os diferentes setores da economia sobre o crescimento da produtividade total, isto é, do efeito do aumento relativo de alguns setores em detri-mento de outros sobre a produtividade total. Assim, sendo esse termo pode ser interpretado como o efeito da mudança estrutural da economia.

Dito de outra forma, a equação (2) mostra como o crescimento da produtividade total pode vir: (i) Do aumento da eficiência produtiva dos setores;

(ii) Do aumento da participação relativa dos setores mais produtivos; (iii) Dacombinação virtuosa entre os dois itens anteriores.

(13)

PRODUTO 8-2

Contudo, embora já forneça uma diferenciação importante dos termos que explicam o crescimento do produ-to, a equação (2) não diferencia a produção destinada ao mercado doméstico daquela destinada ao mercado externo. Para se adaptar (2) para abordar o mercado interno e externo, pode-se reescrever Q=

i iq repartindo-se qi em relação aos mercados externo (

q

ix) e interno (

q

ic):

Q = q

ic i

+

q

ix i

(3)

Dividindo-se a equação (3) pelo total de mão de obra o ocupada na economia obtém se a identidade . Multi-plicando-se e dividindo-se cada e , respectivamente, por e , que representam a participação no emprego em cada setor em relação aos mercados interno e externo obtém-se:

x i i x i i c i c i

y

s

y

s

Y

=

+

(4) Onde

L

l

s

c ic

i

=

representa a participação do setor i na mão de obra ocupada total em relação ao mercado

interno e

s

ix é definido de forma semelhante, mas relaciona-se com o mercado externo. O termo c

i c i c i q l y = é

a produtividade da mão de obra no setor i no mercado interno e

x i x i x i q l

y = é a produtividade da mão de obra

do setor i no mercado externo.

Assim, a equação (4) representa o efeito dos mercados interno e externo no crescimento da produtividade total da economia. Entretanto, através de dados agregados, não é possível saber o percentual da força de trabalho que cada setor utiliza na produção para o mercado interno e para exportação.

Por outro lado, assumindo-se que a produtividade relativa à produção para os mercados interno e externo seja a mesma, o emprego utilizado na produção para o mercado interno (externo) será proporcional à par-ticipação do mercado interno (externo) no valor da produção. Dessa forma, pode-se substituir

s

ic e

s

ix,

respectivamente, por

s

i

c

i e

s

i

x

i. Onde

c

i é participação do mercado interno no valor da produção e

x

i é a

participação do mercado externo no valor da produção. Desta forma a equação (4) passa a ser escrita como:

Y = s

i

c

i

y

i i

+

s

i i

x

i

y

i (5)

Diferenciando-se totalmente essa equação obtemos:

Δ

Y = s

i

c

i

Δ

y

i i

a

+

s

i

x

i

Δ

y

i i

b

+

Δ

s

i

c

i

y

i i

c

+

Δ

s

i

x

i

y

i i

d

+

s

i

Δ

c

i

y

i

+

i

e

s

i

Δ

x

i

y

i i

f (6)

A partir da equação (6), os seguintes componentes que contribuem para o crescimento da produtividade total podem ser discernidos:

O termo “a” representa o crescimento da produtividade setorial relativo à participação dos setores i no emprego e a relevância no mercado interno como destino de sua produção. Ele será maior quando, em média, a pro-dutividade crescer mais em setores com grande participação no emprego mais voltados ao mercado interno.

(14)

O termo “b” da equação é análogo ao primeiro, mas se refere à importância do mercado externo. Ele será maior quando, em média, a produtividade crescer mais em setores com grande participação no emprego direciona-dos ao mercado externo. Dessa forma, os dois primeiros termos da equação, somadireciona-dos representam o efeito do crescimento setorial da produtividade, como na equação utilizada (2), isto é, i

i i i i i i i i i i

y

s

y

x

s

y

c

s

+

=

, dado que ci+xi =1 por definição. Dessa forma, esses dois termos podem ser agrupados.

O termo “c” representa a contribuição para o crescimento da produtividade total advinda do crescimento relativo ao emprego em atividades que produzem para o mercado interno.

Analogamente, o termo “d” representa a contribuição para o crescimento da produtividade total advinda do crescimento relativo ao emprego em atividades que produzem para o mercado externo.

O termo “e”, por sua vez, representa a contribuição para a variação da produtividade que tem origem na mudança na parcela da produção que é destinada ao mercado doméstico.

Finalmente, o termo “f” representa a contribuição para a variação da produtividade que tem origem na mudan-ça na parcela da produção que é destinada ao mercado externo.

Os quatro últimos termos correspondem ao efeito de mudança estrutural presente na equação (2). Os termos “e” e “f” da equação se anulam ( � +i i=0)

f i i i i e

i si cy s xy , pois dado que ci+xi=1, o aumento de um implica em igual

redução do outro. Dessa forma, existem duas possibilidades: (i) e>0 e f<0 implica que os setores de maior impacto sobre a produtividade e/ou participação no emprego estão mais dependentes do mercado interno; (ii) e<0 e f>0, implica que os setores de maior produtividade e/ou participação no emprego estão se voltando ao mercado externo.

O efeito da mudança estrutural sobre a produtividade relacionada ao mercado interno é dado pela soma dos termos “c” e “e”, isto é, ( i i)

e i i i c i i i y c s y c s + � �

. Esse termo será positivo quando os setores mais voltados ao mercado interno e/ou de maior produtividade estiverem ganhando trabalhadores e/ou quando os setores de maior produtividade e/ou participação no emprego estiverem se voltando ao mercado interno. Percebe-se que esses termos representam, portanto, a variação total de sici , mantendo-se yi constante.

Os termos “d” e “f” somados ( i i) f i i i d i i i y x s y x s + � �

representam o efeito da mudança estrutural relacio-nado ao mercado externo. Analogamente ao caso anterior, esse termo será positivo quando os setores mais voltados ao mercado externo e/ou de maio produtividade estiverem ganhando participação no emprego e/ ou quando os setores de maior produtividade e/ou participação no emprego estiverem se voltando mais ao mercado externo.

Rearranjando a equação anterior com os agrupamentos descritos anteriormente, tem-se:

Δ

Y = s

i

Δ

y

i i

a+b

+

Δ

(s

i

c

i

)y

i i

c+e

+

Δ

(s

i

x

i

)y

i i

d+ f (7)

Sendo os três termos à direita, respectivamente, o crescimento setorial da produtividade, mudança estrutural relacionada à dinâmica do mercado interno e externo (especialização externa). Para o cálculo da decomposi-ção, os resultados serão apresentados em termos de taxa de crescimento, ou seja, serão divididos pelo nível de produtividade geral da economia no início de cada período, e multiplicados por 1002. Consequentemente,

cada termo da decomposição será interpretado em função de sua contribuição para a taxa de crescimento da produtividade da economia.

2 Além disso, de maneira a facilitar os cálculos, a demonstração das fórmulas foi realizada em termos contínuos. Entretanto, os dados utilizados variam em tempo discreto (anual) e não em termos contínuos. Dessa forma, o resultado em termos contínuos é aproximado utilizando-se o valor médio dos anos inicial e final, exceto para o termo que varia em cada uma das partes da decomposição. Dessa forma, na parte a + b da equação (7), por exemplo, o termo si se refere à média dos valores inicial e final do período considerado.

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PRODUTO 8-2

2.1 Decomposição com nove setores

2.1.1 Descrição da Base de dados:

Para a construção da base de dados, foi utilizada a mesma metodologia de Timmer e Vries (2007, 2008), quando da elaboração da base de dados 10- Sector Database.3 As informações sobre valor da produção,

exportação, importação, número de trabalhadores por setor (fator trabalho) foram retiradas do Sistema de Contas Nacionais do IBGE de 2000 a 2009.

No caso da decomposição de nove setores, as taxas de crescimento real do valor adicionado para a estima-ção do valor adicionado setorial a preços do ano de 2000, foram obtidas a partir de dados do CEPALSTAT. Já os dados de emprego, exportações e valor da produção foram retirados da TRU (Tabela de Recursos e Usos - 12 setores). Para facilitar a comparação com o trabalho McMillan e Rodrik (2011), optou-se por trabalhar com nove setores, os quais são os mesmos da base da CEPAL.

2.1.1.1 Estimativa das variáveis

A participação das exportações de cada setor é calculada a partir da divisão do valor total das exportações pelo valor da produção total para cada setor.

A participação do mercado interno na produção interna é dada pelo valor da participação das exportações subtraído de um.

O valor adicionado setorial (em milhões de reais), usado para estimar a decomposição, é calculado através da multiplicação do valor adicionada do ano de 2000 por (1+ rst), em que rst é a taxa de crescimento (em proporção) do valor adicionado setorial em cada ano.

2.1.1.2 Definição das variáveis segundo o IBGE

A seguir, é apresentada resumidamente, a definição das variáveis utilizadas no modelo, segundo o Sistema de Contas Nacionais, Serie Relatórios Metodológicos (2008).

O fator trabalho nas contas nacionais é determinado pelo número de ocupações para cada um dos setores anteriormente mencionados, abrangendoempregadores, empregados, trabalhadores por conta própria e tra-balhadores não remunerados.

As informações de bens importados são divulgadas a preços CIF4 e são fornecidas pela Secex. São incluídos

dados da balança de serviços do Balanço de Pagamentos, fornecidos pela divisão do Balanço de Pagamen-tos do Banco Central.

As exportações de bens e serviços são calculadas a preço FOB (free on board) e são obtidas da Secex e da Divisão do Balanço de pagamentos do Banco Central.

O valor adicionado bruto a preços básico é calculado através da subtração do consumo intermediário do valor bruto da produção.

3 Para mais detalhes ver www.rug.nl/feb/onderzoek/onderzoekscentra/ggdc/data/10sector

(16)

2.2 Decomposição desagregada

Para a decomposição mais desagregada, os dados também foram retirados da TRU, sendo analisadas as tabelas de 56 setores para o período de 2000-2003, 2003-2006, 2006-2009 e 2000-2009. Esses setores são desagregações dos nove setores mencionados anteriormente e estão indicados no Anexo 1. As variáveis exportação e fator trabalho, como definidas anteriormente, também foram utilizadas.

Para estimar o valor adicionado da série em valores de 2000, foi utilizada a variação em volume do valor adicionado bruto a preços básicos. As fontes dos dados são as tabelas sinóticas, presentes no sitio do IBGE, para o período de 2000-2007, e IBGE (2011), para o período de 2007-2009.

(17)

PRODUTO 8-2

3. Decomposição com nove setores

A seguir, é apresentado um quadro com os nomes dos setores e os respectivos códigos: Quadro 1: Nomenclatura - 9 setores

AGR Agropecuária

MIN Indústria Extrativa

MAN Indústria de Transformação

PU Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana

CON Construção Civil

WRT Comércio

TSC Transporte, armazenagem e correios

Serviços de informação

FIRE Intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados

Atividades imobiliárias e aluguéis

CSPSGS Administração, saúde e educação públicas e seguridade social

Outros serviços

3.1 Análise descritiva dos dados.

Nessa seção, realiza-se uma análise descritiva dos dados utilizados na decomposição, apontando-se as principais tendências recentes quanto à composição setorial da economia brasileira. A Tabela 1 a seguir apresenta indicadores selecionados, relativos aos noves setores considerados na análise5.

Tabela 1 - Indicadores selecionados.

SETORES

PRODUTIVIDADE

(R$, A PREÇOS DE 2000, POR PESSOA OCUPADA)

VARIAÇÃO 2000-2009 (ANUAL) PARTICIPAÇÃO NO EMPREGO TOTAL PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES NO VALOR DA PRODUÇÃO 2000 2009 2000 2009 2000 2009 AGR 3.250,31 4.738,99 4.3% 22.3% 17.4% 8.1% 13.2% MIN 68.978,82 81.113,53 1.8% 0.3% 0.3% 19.3% 36.7% MAN 18.531,64 16.611,77 -1.2% 12.0% 12.7% 13.5% 12.8% PU 101.555,83 108.613,92 0.7% 0.4% 0.4% 0.0% 1.1% CON 10.575,05 9.678,80 -1.0% 6.7% 7.1% 0.9% 0.5% WRT 8.706,91 9.082,94 0.5% 15.7% 16.5% 0.7% 0.6% TSC 19.297,59 20.095,30 0.5% 5.7% 6.0% 1.1% 1.5% FIRE 126.946,16 158.351,44 2.5% 1.8% 1.7% 0.8% 1.1% CSPSGS 11.209,53 11.009,62 -0.2% 35.0% 38.0% 2.2% 2.5% TOTAL 12.936,78 13.868,12 0.8% 100.0% 100.0% 5.9% 6.5%

Fonte: elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

Como se observa na Tabela 1, os setores de maior produtividade, ao longo do período considerado, foram

5 O Anexo 7 apresenta a tabela completa com os valores adicionados, produtividade, fator trabalho, participação no emprego, participação das exportações e do mercado interno na produção, para os 9 setores, no período 2000-2009.

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FIRE, PU e MIN, os quais apresentam níveis de produtividade muito superiores aos demais6. Esses setores

são também aqueles que apresentaram menores participações no emprego total. Tal participação é particu-larmente baixa no caso dos setores MIN e PU, que respondem, respectivamente, por 0,3% e 0,4% da mão de obra empregada na economia.

No outro extremo, o setor AGR possui nível de produtividade muito inferior aos demais, a qual corresponde, em média, a menos que 3% da produtividade do setor FIRE. Setores tradicionalmente intensivos em trabalho, CSPSGS possui a maior média de participação no emprego, seguido por AGR e WRT.

Quanto ao crescimento da produtividade, as trajetórias setoriais foram relativamente heterogêneas, destacan-do-se nesse quesito o setor AGR, cuja produtividade cresceu, em média, 4,3% ao ano. É importante ressaltar que o crescimento da produtividade ocorreu paralelamente à redução do pessoal ocupado7. Nesse setor, a

correlação entre as taxas anuais de crescimento da produtividade e as taxas de variação do emprego foi de -0,78%, indicando um processo de eliminação do excedente de mão de obra na agricultura.

Por outro lado, o pior desempenho foi o da manufatura (MAN), no qual a produtividade do trabalho decresceu à taxa de 1,2% ao ano, de forma que, em 2009, a produtividade desse setor era 10,4% menor, relativamente a 2000. É importante destacar que isso se deve em parte, à crise ocorrida naquele ano. De fato, apenas em 2009, a produtividade da indústria caiu 6,7%8. Entretanto, independentemente da crise, o nível de

produtivida-de na indústria já apresentava trajetória produtivida-descenprodutivida-dente produtivida-desprodutivida-de o pico apresentado em 2001.

CSPSGS, AGR, WRT e MAN são os setores que apresentam as maiores participações no emprego para a economia brasileira. Ao longo do período considerado, a agricultura (AGR) apresentou uma perda significativa de sua participação, que se reduziu de 22,3% em 2000 para 17,4% em 2009.

Entretanto, os impactos dessa mudança estrutural sobre a produtividade foram reduzidos pelo fato de que os setores que mais ganharam participação no emprego foram CSPSGS e WRT, os quais também apresentam baixo nível de produtividade. Os demais setores apresentaram variações pouco significativas em sua partici-pação no emprego.

Os setores nos quais a produção foi mais direcionada ao mercado externo são MIN, MAN e AGR. Entretanto, cabe destacar que, embora as exportações apresentem pequena participação no valor da produção dos setores de serviços, alguns desses setores exportam valores consideráveis. Nesse quesito, destaca-se o setor CSPSGS, cujas exportações representaram quase 10% do total exportado em 20099.

A importância relativa do mercado externo na produção dos setores considerados apresentou mudanças significativas ao longo do período analisado. A participação do mercado externo na produção do setor AGR cresceu de 8% para 13% entre 2000 e 2009, enquanto, para o setor MIN, a participação do mercado externo foi de 19% para quase 37% em um período de apenas nove anos. Por outro lado, MAN passou a orientar-se relativamente mais para o mercado doméstico.

Em função desse processo, a pauta exportadora do País apresentou mudanças relevantes, mesmo tendo-se em conta o pequeno intervalo de tempo considerado. O Gráfico 1 a seguir apresenta a participação relativa de cada setor nas exportações totais do País.

6 O gap de produtividade entre os setores permaneceu relativamente constante no período, dado que o coeficiente de variação do logaritmo da produtividade dos setores foi de aproximadamente 0,12 para todos os anos.

7 Entre 2000 e 2009, o setor AGR perdeu mais de 800 mil trabalhadores, passando de 17,6 milhões de pessoas ocupadas, em 2009, para 16,8 milhões em 2000.

8 Entre 2000-2008, a queda de produtividade na manufatura foi de 3,9%, enquanto, considerando-se o período pré-crise, entre 2000 e 2007, a produtividade caiu 3,4%.

9 A título de exemplo, o setor CSPSGS respondeu por 9,8% das exportações totais, enquanto a AGR respondeu por 10,3%. Como um todo, as exportações de serviços representam cerca de 14% das exportações totais.

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PRODUTO 8-2

Gráfico 1 - Participação dos setores nas exportações totais de bens e serviços.

Fonte: elaboração própria a partir de dados do IBGE – Contas Nacionais.

O setor que mais contribui para as exportações brasileiras é o de manufatura (MAN). Entretanto, a participação desse setor, que respondia por 73,5% das exportações totais de bens e serviços em 2000, reduziu-se para 60,9% em 2009. De maneira semelhante ao que ocorreu com a produtividade, a participação de MAN nas exportações também foi seriamente afetada pela crise embora, também nesse caso, uma trajetória descen-dente também pudesse ser observada. Dos 12,6 pontos percentuais perdidos, em termos de participação, mais de 60% se deveram à crise10

.

Por outro lado, a extração mineral (MIN) mais que dobrou a sua participação ao longo do período considerado, partindo de 5,7% em 2000 para 13,5% em 2009. Entretanto, tal mudança foi mais drástica quando se consi-dera não apenas as exportações, mas sim os saldos comerciais por setor, como apresentado no Gráfico 2.

10 A participação de MAN nas exportações totais se reduziu em 4,8 pontos percentuais entre 2000 e 2007. Com a crise, tal participação caiu 3,9 pontos percentuais em 2008 e 3,8 pontos percentuais em 2009, resultando em uma perda agregada de 12,6 (a diferença da soma se deve ao arredondamento).

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Gráfico 2 - Saldo comercial setorial relativamente ao valor da produção11. (%)

Fonte: elaboração própria a partir de dados do IBGE – Contas Nacionais.

Percebe-se através do gráfico anterior que a MIN, embora fosse o setor mais deficitário da economia brasileira em 2000, transformou-se, apenas nove anos depois, no setor mais superavitário, superando a AGR, cujo saldo comercial também se expandiu fortemente no período. O gráfico anterior revela, portanto, que em termos relativos, acentuou-se no período o viés primário exportador da economia brasileira. Como se verá na análise mais desagregada, a reversão do déficit em MIN se deveu principalmente à redução das importações de petróleo, somadas a uma também significativa expansão das exportações de minério de ferro.

Já o setor MAN oscilou entre superavitário e deficitário no período. Por se tratar do setor com maior participa-ção tanto nas exportações quanto nas importações, o saldo comercial da economia como um todo tendeu a seguir o sinal do saldo nesse setor. Percebe-se, ainda, que os setores TSC e FIRE são fortemente deficitários, e esse último apresentando tendência de expansão do déficit. Os demais setores apresentam pouca relevân-cia sobre as transações internacionais.

Em suma, recentemente, a economia brasileira tem apresentado, em termos de sua estrutura, três tendên-cias principais. Em primeiro lugar, observou-se uma significativa redução da participação da agricultura no emprego, paralelamente a uma elevação da participação dos serviços. Em segundo lugar, ocorreram impor-tantes mudanças quanto à inserção da economia brasileira, com crescimento da participação da agricultura e, principalmente, da extração mineral nas exportações. Esse último setor, em especial, passou do setor mais deficitário para o mais superavitário da economia. Por fim, destaca-se o fraco desempenho da manufatura, tanto em termos de produtividade – a qual decresceu em 10% na década passada – quanto em termos de exportações – cuja participação caiu de 73% para 61%.

De maneira a subsidiar a decomposição do crescimento da produtividade realizada na próxima seção, as análises anteriores podem ser sintetizadas nos quadros a seguir:

11 O saldo comercial foi calculado subtraindo-se a razão do valor das importações sobre o valor da produção da participação das exportações para cada setor e para o total da economia.

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PRODUTO 8-2

Quadro 2: Classificação dos setores em relação à produtividade e aos mercados interno e externo

Setores de baixa produtividade mais voltados ao mercado interno CON, WRT, CSPSGS

Setores de alta produtividade mais voltados ao mercado interno PU, TSC, FIRE

Setores de baixa produtividade mais voltados ao mercado externo AGR

Setores de elevada produtividade mais voltados ao mercado externo MIN, MAN

Quadro 3: Classificação dos setores em relação à participação no emprego

Setores de elevada participação no emprego AGR, MAN, WRT, CSPSGS

Setores de baixa participação no emprego MIN, PU,COM,TSC,FIRE

Na economia brasileira, os setores que podem ser considerados de baixa produtividade são AGR, CON, WRT, CSPSGS. Os demais setores apresentam produtividade acima da média. Já os setores de elevada produtivi-dade e baixa participação no emprego são indicados no Quadro 2.

Em linha com a decomposição do crescimento da produtividade realizada nesse trabalho, os setores podem ser ainda classificados em termos de seu impacto sobre a produtividade total da economia, tomando-se como indicador a multiplicação entre a produtividade e a participação de cada setor no emprego. O indicador é apresentado na tabela a seguir.

Tabela 2: Classificação dos setores quanto ao seu impacto sobre a produtividade total da economia-2009

SETOR PARTICIPAÇÃO NO EMPREGO X PRODUTIVIDADE

CSPSGS 4.021,4 FIRE 2.382,2 MAN 2.186,1 WRT 1.379,3 TSC 1.129,1 AGR 797,5 CON 665,3 PU 435,1 MIN 234,2

Fonte: elaboração própria a partir de dados do IBGE – Contas Nacionais.

De maneira geral, as mudanças ocorridas nos setores com maiores valores para esse indicador12

apresen-tam maior impacto sobre a produtividade total da economia. Nesse quesito, destaca-se, primeiramente, o setor CSPSGS, que, embora possua baixa produtividade, apresenta uma elevada participação no emprego, influenciando fortemente o nível de produtividade da economia. Em segundo lugar, tem-se o setor FIRE, com o maior nível de produtividade e cuja participação no emprego, embora reduzida, ainda é superior à soma dos setores PU e MIN.

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O terceiro lugar, é ocupado pelo setor MAN. Ao contrário dos demais, esse setor apresenta tanto produti-vidade quanto participação no emprego acima da média. Além disso, é importante destacar que, embora apareça em terceiro lugar, o setor MAN está mais sujeito a choques – de produtividade ou de demanda, por exemplo – do que os setores CSPSGS e FIRE. Esses últimos, normalmente apresentam pequena variação da produtividade ao longo do tempo, ao passo que são pouco afetados pela taxa de câmbio.

Dessa forma, na prática, o setor MAN tende a apresentar o maior impacto sobre a economia. O mesmo racio-cínio vale para AGR, quando comparado a WRT e TSC. Por outro lado, os setores com menor impacto são PU e MIN, os quais, embora possuam alta produtividade, apresentam participações no emprego extremamente reduzidas e, portanto, normalmente têm impacto reduzido sobre a economia como um todo.

3.2 Decomposição 9 Setores: Análise dos Resultados

3.2.1 Decomposição do crescimento agregado da

produtividade em relação ao crescimento da produtividade

no interior dos setores e à mudança estrutural

A Tabela 3 e o Gráfico 3 mostram os resultados da decomposição para cada período. Os valores são apre-sentados em percentuais da produtividade total no início de cada período.

Tabela 3: Decomposição da produtividade

PERÍODO CRESCIMENTO SETORIAL DA PRODUTIVIDADE (%)

MUDANÇA

ESTRUTURAL (%) CORESCIMENTO TOTAL DA PRODUTIVIDADE (%)

2000-2003 -0,49 0,45 -0,04

2003-2006 1,29 0,00 1,29

2006-2009 4,08 1,79 5,88

2000-2009 4,92 2,28 7,20

Fonte: Elaboração própria

Gráfico 3: Decomposição do crescimento da produtividade no Brasil em diferentes períodos

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PRODUTO 8-2

A mudança estrutural é benéfica para o crescimento da produtividade da economia agregada (possui efeito positivo) quando, em media, a mão de obra se desloca para setores de maior nível de produtividade. Como afirma Timmer (2008), alguns autores, ao utilizarem esse método, interpretam os termos ∆siyi como a contri-buição de cada setor para a mudança estrutural e, consequentemente, para o crescimento da produtividade total da economia.

Entretanto, esse não é um procedimento correto, visto que qualquer setor em expansão (participação no emprego crescente) apresenta sinal positivo para ∆siyi, mesmo possuindo produtividade abaixo da média. Na prática, um setor com produtividade abaixo da média reduz a produtividade média quando aumenta sua participação, mesmo apresentando valor positivo para ∆siyi.

Entretanto, os valores para ∆siyi, podem ser interpretados no caso dos setores de alta produtividade, ou seja, quanto maior esse valor para um determinado setor, maior terá sido a sua contribuição para a elevação da produtividade. A Tabela 4, apresentada abaixo, foi elaborada levando-se em consideração essa questão. Ou seja, para efeitos de interpretação dos resultados, se um setor de produtividade acima da média nacional se expandiu, considera-se que ele contribuiu de forma positiva para o crescimento agregado da produtividade (valores destacados em cinza).

Tabela 4: Contribuição para a mudança estrutural

SETORES CONTRIBUIÇÃO PARA A MUDANÇA ESTRUTURAL

Setores de baixa produtividade 2000-2003 2003-2006 2006-2009 2000-2009 AGR -0.35 -0.39 -0.75 -1.42 CON -0.24 -0.06 0.54 0.27 WRT 0.54 0.01 -0.08 0.47 CSPSGS 0.59 0.65 1.19 2.36 Setores de alta produtividade 2003-2000 2006-2003 2006-2009 2009-2000 MIN 0.01 -0.06 0.09 0.04 MAN -0.20 0.83 0.24 0.84 PU -0.08 -0.12 0.15 -0.05 TSC 0.34 0.14 -0.04 0.43 FIRE -0.15 -1.00 0.35 -0.82

Fonte: Elaboração própria.

2000-2003

Como pode ser visto na Tabela 3 acima, durante o período de 2000-2003, verificou-se a queda da produtivi-dade total da economia. A mudança estrutural e a variação da produtiviprodutivi-dade dentro dos setores apresentaram resultados opostos, tendo o efeito positivo da mudança estrutural sido compensado pelo decréscimo da produtividade setorial. O segundo pode ser explicado pela significativa redução da produtividade na maioria dos setores, com exceção de AGR, MIN e FIRE.

O sinal positivo da mudança estrutural (Tabela 3) indica que, em média, houve realocação de trabalhadores dos setores menos produtivos para os mais produtivos. Os setores que mais contribuíram para a elevação da produtividade agregada – via mudança estrutural – nesse período foram MIN e TSC, de alta produtividade. Paralelamente ocorreu uma queda de participação dos setores de baixa produtividade AGR e CON.

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2003-2006

Durante esse período observa-se uma reversão importante da tendência anterior, uma vez que a variação da produtividade total da economia brasileira foi positiva, determinada quase que totalmente pela ampliação da produtividade dentro dos setores. FIRE foi o setor que mais contribuiu para esse percentual. MAN, TSC e CSPSGS foram os únicos setores em que a produtividade decresceu. Com relação à pequena mudança estrutural ocorrida no período, MAN e TSC, ambos de elevada produtividade, contribuíram de forma positiva para elevar a produtividade total. Ou seja, houve aumento na participação no emprego nesses setores.

2006-2009

O período de 2006-2009, comparando-se com os anteriores, foi de crescimento mais acentuado da produti-vidade total (5,88%), devido majoritariamente à variação positiva da produtiproduti-vidade dentro dos setores (4,08%). Apenas MIN, MAN e CON apresentaram redução da produtividade, logo participaram de forma negativa para essa componente. Os setores FIRE e WRT mostraram os maiores percentuais positivos para essa compo-nente.

A mudança estrutural também colaborou para a elevação da produtividade agregada, de forma que o cresci-mento da participação dos setores de alta produtividade MIN, MAN, PU e FIRE contribuiu positivamente para o crescimento da produtividade total via mudança estrutural. É importante ressaltar que 2009 foi um ano de recessão, em função da crise internacional. Dessa forma, o bom resultado do período – relativamente aos anteriores – deveu-se principalmente aos desempenhos de 2007 e 2008.

2000-2009

O período completo apresentou pequeno crescimento da produtividade agregada em que a variação total foi igual a 7,20% em 9 anos, o que representa, aproximadamente 0,78% ao ano. Tal resultado se deveu principalmente ao melhor desempenho apresentado pela economia no período de 2006-2009, apesar da crise ocorrida nesse último ano.

O crescimento setorial da produtividade foi o maior responsável por esse valor, em que FIRE apresentou a maior contribuição. Destaca-se que MAN apresentou o maior decréscimo de produtividade, comparando-se com os demais setores da economia.Sobre a mudança estrutural, a qual apresentou sinal positivo para o período, MAN, MIN e TSC, os quais são de elevada produtividade, contribuíram de forma positiva, visto que aumentaram suas participações no mercado de trabalho e possuem alta produtividade.

Dos 2,28% de crescimento da produtividade causados pela mudança estrutural, 0,89% se devem a MAN, 0,46% a TSC e 0,045% a MIN. No grupo dos setores de baixa produtividade, apenas AGR perdeu participação no emprego. Entretanto, essa redução foi compensada pelo crescimento do emprego em CSPSGS.

O único período em que a variação setorial da produtividade foi negativa foi entre 2000 e 2003. Deve-se ressaltar que o crescimento da produtividade total observada nos períodos foi determinado principalmente pelo crescimento setorial da produtividade. A mudança estrutural não chegou a ser negativa em nenhum período, embora tenha apresentado valor significativo apenas no período de 2006-2009, como pode ser visto no Gráfico 3.

(25)

PRODUTO 8-2

3.2.2 Análise da mudança estrutural em relação à

participação dos mercados interno e externo

Tendo avaliado os efeitos da variação da produtividade setorial e da mudança estrutural para o crescimento da produtividade total, cabe avaliar o efeito da participação dos mercados interno e externo. Assim, o efeito da mudança estrutural sobre o crescimento da produtividade foi decomposto em dois termos que refletem a contribuição dos mercados interno e externo para o crescimento da mudança estrutural. Os resultados são apresentados na Tabela 5 e Gráfico 4 em termos de taxa de crescimento, ou seja, são divididos pela produtividade da economia no ano inicial de cada período.

Tabela 5: Termos da mudança estrutural

PERÍODO c(Σ∆siciyi) e(Σsi∆ciyi) MERCADO INTERNO (C + E) d(Σ∆sixiyi) f(Σsi∆xiyi) MERCADO EXTERNO (D + F) TOTAL MUDANÇA ESTRUTURAL 2000-2003 0.49 -1.45 -0.96 -0.04 1.45 1.41 0.45 2003-2006 -0.09 0.20 0.10 0.10 -0.20 -0.10 0.00 2006-2009 1.78 0.54 2.31 0.01 -0.54 -0.52 1.79 2000-2009 2.25 -0.70 1.55 0.03 0.70 0.73 2.28

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 4: Decomposição da mudança estrutural em relação aos mercados interno e externo

Fonte: Elaboração própria

Na decomposição tradicional, o termo de mudança estrutural é positivo se, em média, os setores de maior produtividade aumentaram sua participação no emprego total. No caso da decomposição da mudança es-trutural entre contribuição do mercado interno e do mercado externo a interpretação é semelhante, mas cada setor é “dividido” em duas partes: uma referente à produção para o mercado interno e outra referente à produção para o mercado externo.

O mercado interno contribuirá positivamente se, em média, na produção para o mercado interno, os setores de maior produtividade aumentarem sua participação no emprego. De maneira análoga, o mercado externo contribuirá positivamente se, em média, na produção para o mercado externo, os setores de maior produtivi-dade aumentarem sua participação no emprego.

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Nesse sentido, esses termos refletem variações na composição setorial das produções para o mercado inter-no e exterinter-no, corrigidas pela variação do peso relativo dos mesmos na ecointer-nomia como um todo. A variação da composição setorial se reflete nos termos c e d, enquanto a variação do peso relativo se reflete nos termos e e f. No período de 2006-2009, por exemplo, a variação na composição setorial tanto da produção para o mercado interno quanto da produção para o mercado externo foram positivas, resultando em termos c e d positivos.

Entretanto, nesse mesmo período, o mercado externo perdeu peso relativo – termo f negativo – principalmente em função da crise, resultando em uma contribuição agregada negativa para o mercado externo. Por outro lado, para o período completo (2000-2009), tanto o mercado interno quanto o mercado externo contribuíram positivamente para a mudança estrutural, indicando que, em ambos os casos, ocorreu, em média, uma aumento da participação dos setores de maior produtividade.

A contribuição de cada setor para a mudança estrutural é realizada como na seção anterior. Um setor contribui positivamente para a mudança estrutural, via mercado interno (mercado externo) se c + e (d+f) possui sinal positivo para os setores de elevada produtividade e negativamente caso apresente sinal negativo.

A Tabela 6 apresenta os resultados por setor, na qual os termos destacados em cinza representam os setores que detiveram contribuição positiva para a mudança estrutural.

Tabela 6: Contribuição para a mudança estrutural com relação aos mercados interno e externo

SETORES CONTRIBUIÇÃO DO MERCADO INTERNO

PARA A MUDANÇA ESTRUTURAL (%) CONTRUBUIÇÃO DO MERCADO EXTERNO PARA A MUDANÇA ESTRUTURAL (%)

Setores de baixa produtividade 2000-2003 2003-2006 2006-2009 2000-2009 2000-2003 2003-2006 2006-2009 2000-2009 AGR -0,49 -0,36 -0,82 -1,67 0,14 -0,04 0,03 0,15 CON -0,24 -0,05 0,57 0,31 -0,01 -0,01 0,00 -0,02 WRT 0,55 0,00 -0,07 0,51 -0,01 0,01 -0,01 -0,01 CSPSGS 0,32 0,73 1,28 2,37 0,27 -0,08 -0,03 0,16 Setores de alta produtividade 2000-2003 2003-2006 2006-2009 2000-2009 2000-2003 2003-2006 2006-2009 2000-2009 MIN -0,14 -0,08 -0,06 -0,27 0,16 0,02 0,16 0,32 MAN -0,96 0,84 0,95 0,90 0,76 0,00 -0,70 0,00 PU -0,08 -0,12 0,12 -0,09 0,00 0,00 0,04 0,04 TSC 0,28 0,15 -0,02 0,42 0,07 0,00 -0,02 0,04 FIRE -0,19 -1,01 0,37 -0,92 0,04 0,00 0,00 0,04

Fonte: Elaboração própria.

2000-2003

A mudança estrutural total apresentou sinal positivo devido, em grande parte, ao efeito do mercado externo (aproximadamente 1,41% da variação percebida na produtividade total da economia) ter superado o efeito negativo do mercado interno sobre a mudança estrutural (aproximadamente -0,96%). Destaca-se que MAN foi o principal responsável pelos valores e pelo sinal dos efeitos dos mercados interno e externo sobre a mudança estrutural no período. Pois, estando entre os setores de maior produtividade, perdeu participação no emprego e se direcionou mais ao mercado externo.

Como pode ser analisado na Tabela 6, o setor através do qual o mercado interno contribui positivamente foi TSC, o qual é um setor de elevada produtividade e com grande participação no mercado interno, que elevou sua participação no emprego e se direcionou menos para o mercado interno. Com relação ao mercado externo, MIN, MAN, TSC e FIRE de elevada produtividade contribuíram de forma positiva.

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PRODUTO 8-2

2003-2006

Nesse período, observou-se uma pequena recuperação do mercado interno. A mudança estrutural total foi mínima, devido ao efeito do mercado interno (aproximadamente +0,10) ter sido quase que totalmente com-pensado pelo efeito negativo do mercado externo sobre a mudança estrutural.

Os setores MAN e TSC, de elevada produtividade, contribuíram de forma positiva para o efeito positivo do mercado interno sobre a mudança estrutural. Com relação ao mercado externo contribuíram de forma positiva MAN e MIN, com destaque para o segundo.

2006-2009

Nesse período, se aprofunda a tendência de recuperação do mercado interno. A mudança estrutural total foi muito superior àquela dos períodos anteriores (1,79%%), devido ao efeito do mercado interno sobre a mudança estrutural que foi de 2,31%.

Os setores de alta produtividade MAN, PU e FIRE contribuíram positivamente para o efeito do mercado interno sobre a mudança estrutural. Já MIN e PU, de elevada produtividade, contribuíram de forma positiva para a mudança estrutural em relação ao mercado externo.

Destaca-se que MAN foi o principal responsável pelo efeito negativo do mercado externo, em que, sendo um setor de elevada produtividade e participação no emprego, reduziu consideravelmente o valor de sua produção destinado às exportações no período. Deve-se acrescentar que PU, nos períodos anteriores, não exportou, passando a fazê-lo a partir de 2008 e em percentual reduzido (em média 0,57% do valor de sua produção).

2000-2009

Para o período completo, o efeito da mudança estrutural foi relativamente baixo, igual a 2,28%, dependendo principalmente do mercado interno, que respondeu por 1,55%. Isso significa que, dos ganhos de produtivida-de relacionados à mudança estrutural, cerca produtivida-de 68% se produtivida-devem ao mercado interno, e o restante ao mercado externo. Entretanto, o resultado foi heterogêneo entre os três períodos considerados.

De 2000 a 2003 o cenário externo foi favorável, embora o mercado interno tenha apresentado desempenho fraco. No período seguinte, de 2003-2006, o desempenho foi ruim tanto do ponto de vista interno quanto externo. No período de 2006-2009, iniciou-se um processo de recuperação, embora o desempenho externo tenha se tornado desfavorável.

MAN apresentou um desempenho externo melhor entre 2000 e 2003, mas com fraco desempenho interno. No período de 2003-2006, o desempenho interno melhorou, paralelamente a uma perda do ponto de vista externo. Já entre 2006 e 2009, o desempenho interno se manteve, ao passo que o desempenho externo tornou-se ainda pior, principalmente em função da crise.

MIN teve desempenho externo positivo em todos os anos. Entretanto, teve pouco impacto sobre o resultado agregado da economia, em função de sua baixa participação no emprego. Do ponto de vista do mercado interno, destacou-se a contribuição positiva de MAN. Quanto ao mercado externo, destacaram-se a contribui-ção positiva de MIN e a contribuicontribui-ção negativa de MAN.

(28)

Como pode ser verificado através do Gráfico 4, para os períodos de 2000-2003, 2003-2006 e 2006-2009, o efeito da mudança estrutural sobre a produtividade relacionada ao mercado interno e ao mercado externo apresentaram sentidos opostos, ou seja, enquanto um aumentou a mudança estrutural e consequentemente, a produtividade total, o outro a reduziu.

Em outras palavras, em nenhum dos períodos, considerados separadamente, o cenário foi relativamente favorável tanto interna quanto externamente. Isso poderia ter ocorrido em 2009, se o fraco desempenho de MAN não tivesse mais que compensado o bom desempenho do setor MIN.

(29)

PRODUTO 8-2

4. Decomposição 56 setores

4.1 Análise descritiva dos dados

A tabela a seguir apresenta os cinco setores com maior e menor produtividade, referente ao ano de 2009. Petróleo e gás natural (MIN) é o setor mais produtivo dentre todos, seguido por Atividades imobiliárias e aluguéis (FIRE), cimento (MAN), refino de petróleo e coque (MAN) e PU. Nesse quesito, destacam-se também os setores de minério de ferro (MIN) e intermediação financeira, seguros e previdência complementar (FIRE), que ocupam, respectivamente, a sexta e sétima posição, com produtividade também superior a R$ 100 mil por pessoa ocupada.

Tabela 7: Setores com maiores e menores níveis de produtividade do trabalho – 2009.

RANKING SETORES PRODUTIVIDADE (R$ POR PESSOA)

1 Petróleo e gás natural 253.741,06

2 Atividades imobiliárias e aluguéis 241.498,82

3 Cimento 146.611,91

4 Refino de petróleo e coque 143.948,76

5 PU 108.636,46

52 Pecuária e pesca 4.959,10

53 Artefatos de couro e calçados 4.827,93

54 Agricultura, silvicultura, exploração florestal 4.633,73

55 Artigos do vestuário e acessórios 3.590,36

56 Serviços domésticos 2.298,43

TOTAL DA ECONOMIA 13.992,80

Fonte: elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

Os setores com menor nível de produtividade incluem não apenas setores da agricultura e serviços, mas tam-bém alguns setores industriais. Os setores de menor produtividade são, em ordem crescente, os seguintes: serviços domésticos (CSPSGS), artigos do vestuário e acessórios (MAN), agricultura, silvicultura, exploração florestal (AGR), artefatos de couro e calçados (MAN) e pecuária e pesca (AGR).

Para os períodos 2000 e 2003, os setores de elevada produtividade (aqueles que possuem produtividade maior que a média nacional do ano analisado) são os mesmos e estão apresentados no Anexo. Comparan-do-se com os anos anteriores, os únicos setores que deixaram de ter elevada produtividade são alimentos e bebidas (MAN), serviços prestados às empresas (CSPSGS) em 2006 e alimentos e bebidas, produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos (MAN), serviços prestados às empresas (CSPSGS) e educação mercantil (CSPSGS) em 2009.

Analisando o coeficiente de variação dentro de cada setor com suas respectivas desagregações 13(Gráfico

5), o setor MIN é o que possui maior valor em todos os anos, ou seja, os setores que o compõem são mais heterogêneos em termos de produtividade. Isso ocorre, pois o setor de petróleo e gás natural e minério

de ferro possuem produtividade muito superior à das demais indústrias extrativas.

13 Foi calculado o coeficiente de variação do logaritmo da produtividade no interior de cada um dos 9 setores agregados, o qual mede a variabilidade no interior de cada um dos setores. Por exemplo, para MIN foi calculado o coeficiente de variação (desvio-padrão divido pela média) considerando-se os três setores que o compõem.

(30)

Destaca-se, porém que existe uma tendência de redução da heterogeneidade entre as atividades componen-tes desse setor. MAN é o segundo setor mais heterogêneo com coeficiente de variação em torno de 0,09 e AGR é o que possui menor variabilidade entre os setores em relação ao nível de produtividade. FIRE indicou queda do coeficiente de variação a partir de 2003.

Gráfico 5: Evolução do gap de produtividade – 2000 a 2009.

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

A tabela a seguir apresenta os setores com maior e menor participação no emprego. Dentre os setores com alta participação, o único que apresenta nível de produtividade acima da média da economia é administração pública e seguridade social (CSPSGS). Dentre os setores de produtividade mais elevada, os que apresentam maior participação no emprego são serviços de informação (TSC) – produtividade de R$ 30.641,04 – e inter-mediação financeira, seguros e previdência complementar (FIRE), os quais correspondem, respectivamente, por cerca 1,9% e 1% do emprego total.

Tabela 8: Setores com maiores e menores participações no emprego – 2009.

RANKING SETORES PARTICIPAÇÃO NO EMPREGO

1 Comércio 16,48%

2 Agricultura, silvicultura, exploração florestal 12,14%

3 Serviços domésticos 7,33%

4 Construção civil 7,12%

5 Administração pública e seguridade social 5,46%

52 Refino de petróleo e coque 0,03%

53 Caminhões e ônibus 0,02%

54 Defensivos agrícolas 0,02%

55 Produtos do fumo 0,02%

56 Cimento 0,02%

(31)

PRODUTO 8-2

A tabela a seguir apresenta os setores com maior variação em termos de participação no emprego. Nesse quesito, destaca-se o setor de serviços prestados às empresas (CSPSGS), cuja participação no emprego total passou de 4,25%, em 2000, para 5,46%, em 2009, implicando em um aumento de 1,21%. Dentre os setores que mais ganharam participação no emprego, apenas o setor de administração pública e seguridade social apresenta produtividade acima da média.

Quanto aos setores de produtividade mais elevada, aquele que apresentou maior aumento de sua participação no emprego foi serviços de informação (TSC) – 1,6% para 1,9%, correspondendo a sétima maior elevação. Tabela 9: Maiores e menores variações no emprego – 2000 a 2009.

RANKING SETORES VARIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO NO EMPREGO

1 Serviços prestados às empresas 1,21%

2 Comércio 0,73%

3 Administração pública e seguridade social 0,54%

4 Alimentos e Bebidas 0,40%

5 Construção civil 0,38%

52 Intermediação financeira, seguros e previdência -0,07%

53 Têxteis -0,09%

54 Produtos de madeira - exclusive móveis -0,10%

55 Pecuária e pesca -1,68%

56 Agricultura, silvicultura, exploração florestal -3,26%

OBS: variação da participação no emprego corresponde à participação do emprego em 2009 menos a participação no emprego em 2000.

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

Os setores que mais perderam participação no emprego foram agricultura, silvicultura, exploração

florestal e pecuária e pesca, os quais apresentaram quedas acentuadas. No entanto, verificaram-se

igualmente quedas de participação nos segmentos intensivos em trabalho da indústria, como produtos de madeira (-0,10%) e têxteis (-0,09%), principalmente, mas também em móveis (-0,05%) e artefatos de couro e calçado (-0,03%).

A tabela a seguir apresenta os setores com maior participação no total das exportações de bens e serviços da economia brasileira. Tal lista inclui setores bastante distintos, entre os quais nota-se o setor de serviços pres-tados às empresas (CSPSGS)14, o qual apresenta uma elevada participação nas exportações e correspondem

a 6,6% do total. Os seis primeiros setores, somados, correspondem à metade das exportações brasileiras de bens e serviços.

14 O setor de serviços prestados às empresas é relativamente heterogêneo, incluindo atividades mais intensivas em capital humano, como pesquisa e desenvolvimento, serviços de assessoria jurídica/gestão empresarial, serviços de arquitetura e engenharia, publicidade e agencia-mento de mão de obra, mas também compreende serviços de investigação, vigilância e segurança e serviços de imunização, higienização e limpeza de prédios e domicílios.

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Tabela 10: Maiores Participações nas Exportações de Bens e Serviços da Economia Brasileira – 2009.

RANKING SETORES PARTICIPAÇÃO NAS EXPORTAÇÕES DE BENS E SERVIÇOS

1 Alimentos e Bebidas 17,4%

2 Agricultura, silvicultura, exploração florestal 9,9%

3 Minério de ferro 7,5%

4 Serviços prestados às empresas 6,6%

5 Petróleo e gás natural 5,0%

6 Fabricação de aço e derivados 4,4%

7 Máquinas e equipamentos, incl. man. e reparos 3,5%

8 Outros equipamentos de transporte 3,2%

9 Refino de petróleo e coque 3,2%

10 Metalurgia de metais não ferrosos 3,0%

Fonte: elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

A tabela apresenta os setores com maior participação no mercado externo no valor da produção doméstica de cada setor. Nesse aspecto, lidera com ampla vantagem o setor de minério de ferro, no qual praticamente 90% da produção se destina ao mercado externo. Segundo dados do MDIC15, nos últimos anos, a China tem

respondido por cerca de 50% das exportações brasileiras de minério de ferro16.

A maior parte desses setores apresenta níveis de produtividade significativamente superiores à média nacio-nal, com exceção de artefatos de couro e calçados e agricultura, silvicultura, exploração florestal. Os setores industriais menos voltados ao mercado externo são cimento e artigos do vestuário e acessório, nos quais as exportações representam, respectivamente, apenas 0,4% e 0,9% da produção.

Tabela 11: Setores mais voltados ao mercado externo – 2009.

RANKING SETORES PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES NO VALOR DA PRODUÇÃO 1 Minério de ferro 89,8% 2 Produtos do fumo 51,2%

3 Outros equipamentos de transporte 33,8%

4 Metalurgia de metais não ferrosos 33,1%

5 Fabricação de aço e derivados 22,4%

6 Petróleo e gás natural 21,9%

7 Celulose e produtos de papel 21,9%

8 Artefatos de couro e calçados 20,9%

9 Agricultura, silvicultura, exploração florestal 20,0%

10 Fabricação de resina e elastômeros 19,8%

Fonte: elaboração própria a partir de IBGE – contas nacionais.

As maiores variações quanto à participação do mercado externo na produção de cada setor são apresentadas na tabela a seguir. Nesse quesito, destaca-se o setor de petróleo e gás natural, no qual a participação das expor-tações passou de apenas 1,4% em 2000 para 21,9% em 2009. O setor de minério de ferro, que já era altamente voltado ao mercado externo em 2000, exportando 77,3% de sua produção, aprofundou a sua inserção externa.

15 AliceWeb2 – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 16 No ano de 2009, em função da crise internacional, tal cifra alcançou 59,1%.

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