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O IMPACTO DAS REDES EMPRESARIAIS NO DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA CADEIA SUPRIMENTOS

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O IMPACTO DAS REDES

EMPRESARIAIS NO DESEMPENHO DE

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NA

CADEIA SUPRIMENTOS

Herlane Suele Alves Martins (FMGR ) suele.martins@gmail.com

Este artigo analisou o impacto das redes empresariais de micro e pequenas empresas na melhoria do seu desempenho na cadeia de suprimentos, em especial nas atividades de compras. Para atingir o objetivo proposto foram revisadas as teorias coonsolidadas, relacionadas a temática, através de uma pesquisa bibliográfica e realizado um estudo de caso de uma rede de supermercados. Os resultados apresentados mostraram que empresas pesquisadas tiveram melhorias das suas atividades depois da rede, com redução de custos na atividades de compras, maior poder de negociação e melhoria dos serviços dos fornecedores, o que sugere que a cooperação entre empresa é mais vantajosa do que se trabalhar isoladamente e que traz melhor desempenho das empresas de porte menor na cadeia de suprimentos.

Palavras-chaves: Redes empresarias; Cadeia de Suprimentos; Desempenho

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2 1. Introdução

O cenário empresarial mudou muito nas últimas décadas, a competição é cada vez mais globalizada e em partes o que contribuiu para isso foi uma significativa melhoria da logística, fazendo com as empresas consigam chegar em mercados locais com preços competitivos. Além disto, as aquisições de empresas locais por grandes redes nacionais ou multinacionais são cada vez mais comuns. Esses fatores multiplicam o número e o nível de concorrentes, gerando dificuldade para empresas de portes menores, com poucos recursos sobreviverem no mercado.

A historia das micro e pequenas empresas (MPE) tem sido marcada pela busca de soluções criativas frente à supremacia de recursos, conhecimentos e poder de barganha das grandes empresas, buscando formas de equilíbrio competitivo. As micro e pequenas empresas contrabalançando a eficiências das escalas de produção e alavancagem operacional das grandes empresas, se valem daquelas que podem ser chamadas suas vantagens mais modestas: capacidade de reagir mais rapidamente, relações pessoais e engenhosidades superiores.

No entanto, embora a MPE tenha seus diferenciais relacionados a uma estrutura mais simples e flexível ela acaba perdendo mercado para concorrentes que possuem maior poder de negociação e economia de escala. Um dos modelos que surgiram na busca de aumentar a competitividade de empresas de portes menores tem sido a cooperação entre si, através das redes empresariais, compartilhando atividades estratégicas, como logística, marketing, Treinamento, pesquisa, desenvolvimento de produtos, dentre outras.

Castells (2000) define rede como sendo um conjunto de nós interconectados, sendo o nó o ponto no qual uma curva se entrecorta. No tecido empresarial, a conexão entre os nós, realizada pelos fios, pode ser entendida como as relações entre os agentes envolvidos. No entendimento de Balestrin e Werschoore (2008, p. 79), “... redes de cooperação constituem grupos de empresas coesas e amplamente inter-relacionadas, orientadas a gerar e oferecer soluções competitivas de maneira coletiva e ordenada”.

Nas redes empresariais os participantes são independentes, existe uma multiplicidade de lideranças que se unem na busca de um objetivo comum. Ao mesmo tempo que cooperam as empresas em rede competem entre si, essa união se justifica pelas vantagens obtidas. De

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3 acordo com Lipnack e Stamps (1994, p. 40) "os benefícios mútuos tornam tangíveis os propósitos unificadores."

As vantagens das redes empresariais empresariais são muitas, de acordo com Martins (2012), podem resolver deficiências de marketing, aumentar a qualidade dos serviços, diminuir custos, melhorar a capacitação gerencial e dos funcionários, além de maior poder de compras junto aos fornecedores.

As redes podem ajudar as empresas menores a aumentar o poder de barganha e negociação, criando uma relação de cooperação entre agentes da cadeia de suprimentos, que pode ser entendida como o conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor e disponibilizar aos clientes e consumidores (BERTAGLIA, 2009). Diante da importância se obter bons relacionamento e parcerias na cadeia de suprimentos, este estudo busca resolver o seguinte problema: as redes empresariais podem melhorar o desempenho micro e pequenas empresas na cadeia de suprimentos?

O objetivo deste trabalho é analisar o impacto das redes empresariais de micro e pequenas empresas na melhoria do desempenho das atividades de compras na cadeia de suprimentos. Para atingir o objetivo proposto artigo busca revisar as teorias consolidadas, relacionadas a temática, e analisar o estudo de caso de uma rede de supermercados.

2. Metodologia

Esta pesquisa é caracterizada como descritiva, que de acordo Cervo, Bervian e da Silva (2007, p. 62) "trata do estudo e da descrição das características, propriedades ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada." A pesquisa descritiva trata de dados ou fatos colhidos da própria realidade. Ainda de acordo com os autores e com Leite (2008), a pesquisa descritiva pode assumir diversas formas, uma delas é o estudo de caso.

O estudo de caso Para Gil (1999, p. 73) “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados dos mesmos.” Para Leite (2008) este tipo de pesquisa pode ser auxiliar de outro tipo de pesquisa ou tornar-se a pesquisa principal, como é o caso, por exemplo, do estudo descritivo de uma pessoa, instituição ou organização empresarial. Assim esta pesquisa caracteriza-se principalmente como um estudo de caso, por analisar o caso de uma rede de empresas.

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4 A pesquisa é caracterizada ainda como bibliográfica, por ser estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado, tais como livros, dissertações, artigos e redes eletrônicas (VERGARA, 2007).

Os dados foram obtidos através de questionário realizado com os gestores das empresas participantes da rede e de uma entrevista com o gestor executivo da rede. O questionário é um instrumento de coleta de dado constituido de uma série ordendas de perguntas, que devem ser respondidas por escrito sem a presença do pesquisador (MARCONI E LAKATOS, 2007). Também foi realizada uma entrevista com o gestor executivo da rede para obtenção de dados gerais sobre a rede. Para Marconi e Lakatos (2007), a entrevista é uma serie de perguntas ordenadas feitas com a presença do pesquisador.

3. Revisão bibliográfica

3.1 Contexto das micro, pequenas e médias empresas

As MPE’s apresentam uma estrutura adaptável e flexível, que são características essenciais para a inovação em um ambiente de mudanças constantes. Cada dia mais cresce o número de empresas destes portes, gerando emprego e renda. Apesar do potencial, estas empresas enfrentam vários problemas no mercado competitivo, tais como baixa capacidade competitiva, baixa produtividade, deficiências de marketing, baixa qualidade, tendência de imitação entre os competidores, dificuldade de negociação, falta de controle financeiro e de custos, entre outros problemas como à deficiência tecnológica e de capacitação (GOEDERT, A. R., 1999).

Buscando alternativas que elevem as vantagens competitivas, pode-se perceber um impressionante crescimento de parcerias estratégicas entre empresas, principalmente as de micro, pequeno e médio porte, que individualmente tem dificuldade de enfrentar as barreiras competitivas que o mercado impõe. As empresas se vêem compelidas a repensar internamente seus processos de produção, organização e gestão do trabalho, em uma perspectiva externa a vislumbrar novas alternativas de parcerias, uniões, alianças e coligações.

3.2 Cadeia de suprimentos

A logística por muito tempo foi vista como uma atividade de apoio dentro das empresas, porém a logística moderna é vista como uma atividade que pode trazer vantagens competitivas para empresa. Segundo Ballou (2010), a logística tem como meta providenciar

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5 bens ou serviços corretos, no lugar certo, no tempo certo e na condição desejada ao menor custo possível. Essa visão envolve gerenciar todos os processos envolvidos com o fluxo de bens e serviços, desde o fornecedor da matéria prima ao cliente final.

Para que uma empresa possa ter uma logística eficiente torna-se cada vez mais necessário se relacionar melhor com os outros agentes da cadeia produtiva. Assim, é necessário pensar não apenas no gerenciamento da empresa individualmente mas no gerenciamento da cadeia de suprimentos (Suplply Chain Management), que segundo Meindl e Chopra (2011) consiste em todas as partes envolvidas, direta ou indiretamente, na realização de um pedido de um cliente (fabricante, fornecedores, transportadoras, armazéns, varejistas e os próprios clientes).

O gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve uma mudança significativa nos tradicionais relacionamentos distantes, mesmo antagônicos, que sempre caracterizaram as relações entre comprador e fornecedor. A cooperação e a confiança entre as partes são necessárias na cadeia de suprimentos, fazendo com que todos ganhem mais cooperando do que agindo somente em busca do seu interesse individual (CHRISTOPHER, 2007).

A grande tendência é que os elementos da cadeia de suprimentos se integrem cada vez mais na busca de redução de custos e agregação de valor. As redes de empresas tem apresentado vantagens na cadeia de suprimentos, pois quando as atividades relacionadas a suprimento e distribuição são compartilhadas entre as empresas que compõe a rede isso aumenta sua capacidade de negociação. Em se tratando de redes de micro e pequenas empresas, que possuem isoladamente baixo poder de barganha com fornecedores e limitações de recursos, a integração com outros integrantes da cadeia de suprimentos pode ser muito vantajosa.

3.3 Redes empresariais

Redes vêm sendo entendidas como estruturas dinâmicas e indeterminadas, uma configuração flexível e orientada por estratégias de auto-regulação (NEGRAES, 2002). De acordo com Cândido (2000), as redes são formadas pôr uma estrutura celular não rigorosa e compostas de atividades de valor agregado que, constantemente, introduzem novos materiais e elementos. As redes constituem uma ferramenta poderosa para o aumento das capacidades de transposição de fronteiras e melhoria de eficácia das partes envolvidas.

Ainda segundo Cândido (2000) as redes envolvem um amplo processo de atividades conjuntas, podendo ter um grande conjunto de variações e aplicações no contexto

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6 organizacional desde as Redes flexíveis de Pequenas e Médias Empresas, Redes top-dow (ou de subcontratação), redes de relacionamento, redes de informação, redes de comunicação, redes de pesquisa, redes de inovação, etc. envolvendo empresas de diversos tamanhos e, que atuem em diversos segmentos econômicos.

Para Casarotto Filho e Pires (2001), existem duas estruturas de redes de empresas que podem ser aplicáveis as PME’s, que são: As redes topdown, que acontece quando empresas de menor porte fornecem direta e indiretamente sua produção a uma empresa-mãe, através de terceirização, subcontratação e parcerias. E as redes flexíveis de PME’s que são aquelas em que as PME’s reúnem-se através da formação de um consórcio em objetivos comuns, em que cada empresa é responsável por uma parte do processo de produção. Neste caso o conjunto das atividades faz com que elas atuem como grandes empresas.

Para Lipnack e Stamps (1994) empresas que participam de redes empresariais flexíveis fazem negócio em conjunto. Porém em vez de fundirem-se, tais empresas permanecem independentes, com suas próprias finanças, funcionários e áreas de especialização. E ao mesmo tempo tais empresas atuam como se fosse uma só, somando recursos e fazendo intercambio técnicos e complementares.

As classificações de redes empresariais na literatura são extensas, e em glumas nomenclaturas de diferentes autores encontramos semelhanças nas características, como por exemplo, na classificação de estrutura modular de Wood Jr. e Zuffo (1998), que se assemelha a de Casarotto Filho e Pires (2001) de redes topdown, ou mesmo a estrutura livre com as redes flexíveis. Escolheu-se neste trabalho estudar mais as características das redes empresariais flexíveis tratadas por Casarotto Filho e Pires (2001), por serem mais aplicáveis ao contexto de empresas de porte menor.

Os movimentos em prol de redes empresarias flexíveis foi iniciado na região italiana de Emília-Romagna durante os anos 70, nesta época a região se encontrava na 18ª colocação de renda entre 21 regiões administrativas da Itália. Uma década depois impulsionada pelo crescimento explosivo de suas pequenas empresas utilizando esse modelo de redes, tornou-se a segunda região mais rica do país (LIPNACK e STAMPS, 1994).

As redes tem mostrado tantas vantagens que no Estado do Rio Grande do Sul, local onde as redes se difundiram bastante, o processo de Redes de Cooperação tomou tal importância que há mais de treze anos o governo estimula as empresas gaúchas a se organizarem e competirem

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7 em rede por meio de uma política pública criada especialmente para o fomento e apoio ao desenvolvimento empresarial, em parceria com Instituições de Ensino Superior (WOITCHUNAS, 2009) .

3.3.1 Principais vantagens competitivas obtidas através das redes empresariais

A vantagem competitiva de uma empresa é o valor que se cria para o consumidor e que ultrapassa o custo de produção, tornado-a uma produtora singular sob a ótica do usuário. Que advém do fato da empresa operar com baixo custo ou diferenciação (TACHIZAWA E REZENDE, 2000).

A vantagem competitiva pode ser entendida como aquilo que distingue a empresa das outras, o que faz com que ela tenha mais clientes, ou mais lucro dentro de um mercado. Seriam os efeitos da junção dos elementos internos ou externos diferenciadores na competição.

Para Porter (1989), a vantagem competitiva não pode ser compreendida observando-se a empresa como um todo. Ela tem suas origens nas inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu produto. Cada uma destas atividades pode contribuir para a posição de custos relativos de uma empresa, além de criar base para diferenciação.

Desta forma Porter (1989), coloca que as vantagens competitivas potenciais podem vir basicamente de três inter-relações de mercado, de produção e de aquisições e tecnologias. Algumas das possíveis vantagens competitivas dessas inter-relações são colocadas no quadro 1.

Figura 1 – Potenciais vantagens competitivas das inter-relações entre empresas

TIPO DE INTER-RELAÇÕES FORMAS DE COMPARTILHAMENTO POTENCIAIS VANTAGENS COMPETITIVAS Mercado Marca registrada

Publicidade e promoção Marketing

Processamento de pedidos

Imagem reforçada

Custos de publicidade e promoção reduzido

Custo de pesquisa de mercado reduzida Redução de custos no processamento de pedidos

Maior poder de negociação Produção Sistema logístico

Controle de qualidade

Atividades indiretas (manutenção, treinamento de

Custo de frete e manuseio de materiais reduzidos

Redução de custo de programas de qualidades

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8 pessoal, por exemplo) Redução de custos com atividades

indiretas Aquisição e

tecnologias

Aquisição de insumos

Desenvolvimento de tecnologia

Custos reduzidos de insumos Melhor qualidade de insumos

Custos reduzidos de projeto de produtos e processos

Fonte: Adaptado de Porter (1989)

As redes permitem que as empresas se especializem em suas competências centrais, preservando ao mesmo tempo sua abrangência de atuação no mercado. Outra grande vantagem das redes é que consegue transferir conhecimento, muitas vezes tácito, ampliando os conhecimentos de todos os participantes sem redução ou perda de ativos para quem colabora. Todas essas potenciais vantagens mostram o potencial deste modelo para as empresas de micro, pequeno e médio porte atingirem um melhor desempenho.

4. Resultados do estudo de caso

O estudo de caso foi realizado em uma rede de supermercados localizada no interior do Rio Grande do Norte, a Rede Oeste de Supermercados. A rede, que teve início em 2006, possui a 25 lojas, distribuídas em 19 cidades da região Oeste do estado do Rio Grande do Norte. Atualmente a rede possui um escritório e centro de distribuição na cidade de Pau dos Ferros, as empresas participantes são representadas por 22 gestores, pois 3 deles possuem 2 lojas. Participaram desta pesquisa o gestor executivo da rede e 13 gestores das empresas que compõe a rede, que são micro e pequenas, segundo a classificação do SEBRAE (2005).

A rede implementa ações conjuntas e projetos de cooperação em logística de aquisição e compras, marketing, gestão financeira e gestão da informação. As principais ferramentas utilizadas na rede para obter melhorias conjuntas de desempenho são: a internet, através do site da rede; a intranet, com plataforma de informações; reuniões periódicas e sistema informatizado de gestão da rede.

Para o gestor executivo os principais resultados econômicos da rede o aumento do faturamento e crescimento dos participantes. Os resultados sociais da rede segundo ele seria a geração direta e indireta de empregos. Outros resultados trazidos pela rede foram uma fortificação da imagem das empresas, redução de custos, aumento da produtividade, maior agilidade no desenvolvimento de novos serviços, capacitação da mão-de-obra e dos gestores, acesso a novos mercados, acesso a novas tecnologias, maior competitividade diante dos

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9 concorrentes, e maior poder de negociação com fornecedores. Muitas dessas vantagens citadas são identificadas por Porter (1989) nas inter-relações empresariais.

Os principais processos ou atividades que quando realizados em conjunto possibilitam a melhoria da rede como um todo, segundo o gestor, são a elaboração de estratégias de atuação da rede, elaboração de projetos para obtenção de recursos (financeiro, pessoal e equipamentos), atividades de compra e distribuição, planejamento e contratação de auditorias individuais para empresas da rede, gerenciamento e acompanhamento de projetos realizados em conjunto, além de atividades de suporte e apoio aos projetos e necessidades da rede. Nos primeiros anos da rede não existia o centro de distribuição e isso gerava uma limitação nas negociações com fornecedores, em especial com as indústrias, pois a falta de um endereço único para receber a cargas dos fornecedores gerava uma dificuldade logística, entregar uma quantidade pequena em 25 lojas fazia com algumas industrias não fechassem a negociação. e Isso fazia com que comprassem de distribuidores e atacadistas, com um custo maior. Assim, o centro de distribuição representa um avanço.

4.1 Pesquisa com os gestores das empresas

A primeira variável analisada foi a compra compartilhada, buscando identificar se reduziu os custos de aquisição de produtos. Todos os respondentes concordaram que os custos foram reduzidos, no entanto, apenas 4 concordam totalmente, 9 concordam parcialmente, conforme figura 2. Isso mostra que a atividade de compras compartilhada ainda não atingiu o nível desejado de redução de custos, e que poderiam ser efetuadas melhorias. Mas no geral percebe-se que as redes podem trazer de fato redução de custos da atividade de compras, pois aumenta o poder de barganha com fornecedores e isso reduz o custo de aquisição. O que mostra que a cooperação entre agentes da cadeia de suprimentos pode trazer negociações vantajosas para todos.

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Fonte: A Autora (2011)

A segunda variável analisada foi se a compra compartilhada melhorou o serviço dos fornecedores. A resposta foi em geral positiva, 4 concordam totalmente, 8 parcialmente e 1 indiferente, de acordo com a figura 3. Mostrando que o serviço oferecido pelos fornecedores teve melhoria, que se dão, por exemplo, no atendimento, na oferta de promoções e na negociação de prazos.

Figura 3 – Melhoria dos serviços através da compra compartilhada

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11 A terceira variável analisa se a rede possibilitou a melhoria na atividade de compras. Dos respondentes, 4 concordam totalmente e 9 parcialmente, mostrados na figura 4. Mostrando que a atividade de compras no geral teve melhorias com o compartilhamento das compras.

Figura 4 – Melhoria na atividade de compras

Fonte: A Autora (2011)

A quarta variável analisa se o poder de negociação com fornecedores aumentou com a rede. De acordo com a figura 5, dos respondentes, 6 concordam totalmente e 7 parcialmente. Mostrando que as empresas de pequeno porte têm um poder de negociação maior quando agrupadas em rede, pois conseguem maiores volumes de compras. Verschoore e Balestrin (2006) colocam que quanto maior o número de empresas, maior a sua capacidade de obter ganhos de escala e poder de mercado. A imagem fortificada das empresas com a rede faz com que o fornecedor almeje maiores espaços dentro das lojas para seus produtos, além da participação de encartes promocionais como meio de divulgação de suas marcas.

Figura 5 – Poder de negociação com fornecedores depois da rede

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12 A quinta variável analisada foi se a rede proporcionou de forma geral melhor desempenho das atividades desenvolvidas pela empresa. De acordo com figura 6, a rede proporciona melhor desempenho, pois 6 respondentes concordam totalmente, 6 parcialmente e apenas 1 foi indiferente. Dessa forma, percebe-se que houve melhorias nas empresas individualmente com a rede.

Figura 6 – Desempenho das atividades da empresa com a rede

Fonte: A Autora (2011)

Percebe-se que, em relação a processos de suprimentos, que as redes empresariais trazem grandes vantagens em relação à atividade de compras e logística de forma geral, pois possibilita maior poder de negociação com fornecedores, conseguindo melhor serviço por parte destes. Além da redução de custos com compras, pois conseguem negociar maiores volumes e menores preços, além da realização de grandes promoções, muitas patrocinadas pelos fornecedores, já que a imagem das empresas é fortificada e passa a ser de interesse das industrias ganhar espaço nessas empresas. De forma geral, observa-se o grande potencial das redes na melhoria do desempenho das atividades desenvolvidas pela empresa.

5. Conclusões

Este artigo teve como objetivo analisar o impacto das redes empresariais de micro e pequenas empresas na melhoria do desempenho das atividades de compras na cadeia de suprimentos. Através da revisão da literatura, percebe-se que as redes tem potencial para melhoria de diversas atividades da empresa, inclusive de logística, que foi confirmada através da pesquisa com as empresas da rede analisada, o que pode trazer vantagens competitivas para as empresas participantes.

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13 Em especial nas atividades relacionadas a compras, os resultados sugerem que as redes podem aumentar o poder de negociação das empresas participantes, que isoladamente por comprarem em pequenas quantidades, não conseguem obter os preços e condições vantajosas por parte dos fornecedores. Além de acabarem comprando de atacadistas e não diretamente das indústrias. Isso acontece por não terem demanda suficiente para altos volumes de compras isoladamente e as indústrias em sua maioria não trabalham com venda de pequenos lotes. De forma geral, as empresas pesquisadas tiveram melhorias das suas atividades depois da rede, o que sugere que a cooperação entre empresa é mais vantajosa do que se trabalhar isoladamente e confirma que é importante que haja integração dos agentes da cadeia de suprimentos.

Conclui-se, assim, que as redes possibilitam que as micro e pequenas empresas tenham melhor desempenho na cadeia de suprimentos, em especial na área de compras. Podem obter grandes vantagens competitivas devido a economia de escala proporcionada pela rede, além de uma imagem mais forte perante o mercado e aos agentes da cadeia de suprimentos, conseguindo melhores serviços por parte dos fornecedores, além da redução de custo.

Com um desempenho melhor na área de suprimentos, a empresa poderá reduzir os preços para e melhorar os serviços para cliente final. Assim, as redes proporcionam vantagens competitivas em relação aos concorrentes que não estão agrupados em rede e tem, portanto, um impacto positivo no desempenho das MPE's.

Referências

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