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Palavras-chave: Classe Hospitalar. Pedagogo. Pedagogia. Hospitalar.

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O ATENDIMENTO PEDAGÓGICO HOSPITALAR NAS CLASSES HOSPITALARES

Karen Cristina Costa Tosim1 Gizeli Farias Leite2 Mariana Rother Moreira3 Humberto Silvano Herrera Contreras4

Resumo: O presente artigo teve como objeto de estudo a atuação do pedagogo nas classes

hospitalares. A presença do pedagogo dentro do hospital pode contribuir na compreensão da criança, pois diante de um novo contexto ela pode não ter o preparo emocional necessário para estar ali. Diante disso, o artigo problematizou: quais as especificidades do ensino em classes hospitalares, e como o pedagogo pode adequar a sua atuação dando continuidade aos estudos das crianças? A proposta foi realizada através de uma metodologia exploratória qualitativa. Inicialmente apontaram-se as características do atendimento pedagógico em classes hospitalares e na sequência descreveu-se a rotina do pedagogo. Para tanto, aplicou-se um questionário com duas pedagogas que possuem experiência na área. É importante que a criança que se encontra hospitalizada dê continuidade aos seus estudos, especialmente quando essa será sua realidade por um longo período. Com isso, será possível ela se sentir motivada diante de uma realidade muitas vezes desanimadora. O pedagogo pode contribuir positivamente no quadro clínico da criança hospitalizada, e o atendimento realizado em classe hospitalar além de ser cognitivo é, também, emocional. Como resultados obtidos no presente artigo, através da revisão bibliográfica e com a contribuição das pedagogas, foi esclarecida a importância da criança dar continuidade nos estudos quando encontra-se em ambiente hospitalar, pois isso a auxiliará imensamente quando puder retornar a sua escola regular, pois, não estará com o conteúdo atrasado com relação aos demais alunos. Quanto maior a colaboração que o hospital, a escola de origem da criança e a família oferecer, melhor e mais significativo será esse trabalho.

Palavras-chave: Classe Hospitalar. Pedagogo. Pedagogia. Hospitalar.

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Acadêmica do Curso de Pedagogia na Faculdade Padre João Bagozzi. E-mail: karentosin@hotmail.com 2

Acadêmica do Curso de Pedagogia na Faculdade Padre João Bagozzi. E-mail: gizelifarias@hotmail.com 3

Acadêmica do Curso de Pedagogia na Faculdade Padre João Bagozzi. E-mail: marianarothermoreira@gmail.com 4

Mestre em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná. Membro do Núcleo de estudos, pesquisas e extensão em pedagogia, pedagogia social e educação social (NUPEPES) na Universidade Estadual de Ponta Grossa. E-mail: htoherrerac@gmail.com.

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Introdução

É importante que a criança que se encontra hospitalizada dê continuidade aos seus estudos, especialmente quando essa será sua realidade por um longo período. Com isso, será possível ela continuar seus estudos sem atrasos e, se sentir motivada diante de uma realidade muitas vezes desanimadora.

A presença do pedagogo em ambiente hospitalar torna-se significativa. Sua prática pode contribuir na compreensão da criança, pois diante de um novo contexto ela pode não ter o preparo emocional necessário para estar ali. Diante dessa realidade, quais as especificidades do ensino em classes hospitalares, e como o pedagogo pode adequar a sua atuação dando continuidade aos estudos das crianças, levando em conta o ambiente e as necessidades de cada aluno nessa modalidade?

O Ministério da Educação (MEC), explica que quando há impossibilidade de frequência à escola, durante período de tratamento hospitalar ou psicossocial, as pessoas necessitam de meios alternativos para cumprir com os direitos à educação e à saúde (BRASIL, 2002).

No Brasil, é reconhecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar. (BRASIL, 1990)

Esse trabalho tem como meta oferecer conhecimento das características do atendimento em classes hospitalares. O propósito desse tema, é também, reconhecer a atuação do pedagogo em âmbito hospitalar, visando que sua presença pode ser significativa para apoiar as crianças que se encontram hospitalizadas.

O objetivo geral da pesquisa é estudar a pratica do pedagogo na educação da criança que se encontra em ambiente hospitalar. Sendo assim, os objetivos específicos são: Apontar as características do atendimento pedagógico em classes hospitalares, considerando a realidade da criança e suas fragilidades; e descrever a rotina do pedagogo, a partir da percepção de profissionais que atuam na área.

O presente estudo pretende, partindo de uma abordagem qualitativa, realizar um estudo descritivo transversal, com pesquisa exploratória, considerando que “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (GIL, 2008, p. 26). Para tanto, utilizou-se um questionário, como técnica de investigação, que através de um conjunto de questões que objetivam obter informações sobre “conhecimentos,

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crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado” (GIL, 2008, p.121).

Foram utilizadas questões abertas através de um questionário enviado por email para duas pedagogas que atuam ou já atuaram em contexto educacional hospitalar, consideradas como amostra intencional.

Especificidades do atendimento em classes hospitalares

Esteves (2013), ressalta que as classes hospitalares estão vinculadas à educação especial e foram pensadas logo após a Segunda Guerra Mundial, onde houve grande número de crianças hospitalizadas, assim sendo precisavam de atendimento diferenciado pois não podiam frequentar a escola. Também nos traz que nas classes hospitalares são oferecidos atendimento pedagógico. Elas foram criadas para que a criança consiga acompanhar o ensino regular após sair do hospital, e também para dar apoio emocional as crianças, adolescentes e familiares.

O Ministério da Educação (MEC), reconhece a necessidade de um ambiente de escolarização que seja alternativo à escola. Com isso, elaborou um documento para promover essa oferta de ensino diferenciado.

O Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, tendo em vista a necessidade de estruturar ações políticas de organização do sistema de atendimento educacional em ambientes e instituições outros que não a escola, resolveu elaborar um documento de estratégias e orientações que viessem promover a oferta do atendimento pedagógico em ambientes hospitalares e domiciliares de forma a assegurar o acesso à educação básica e à atenção às necessidades educacionais especiais, de modo a promover o desenvolvimento e contribuir para a construção do conhecimento desses educandos. (BRASIL/MEC, SEESP, 2002, p.07).

Dentro dessa realidade, o documento nos traz que o pedagogo pode assumir o papel de orientador coordenando a proposta pedagógica, estando atento aos aspectos e características desse atendimento hospitalar; realizando uma articulação entre a equipe de saúde do hospital, com a Secretária de Educação e com a escola regular da criança e orientar o

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professor da Classe Hospitalar. Outra face do graduado em Pedagogia, é de atuar como professor dentro dessas classes, como consta no Art. 4º das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia.

O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (BRASIL/CNE, 2006).

Dessa maneira, o exercício da prática escolar hospitalar faz parte das habilitações que o formado em Pedagogia possui, acrescentando ainda mais no trabalho realizado com as crianças em ambiente hospitalar e auxiliando em seu desenvolvimento integral.

A classe hospitalar é um espaço dentro do hospital que serve de apoio para crianças e jovens, e possuem o objetivo de dar continuidade ao processo aprendizagem, levando em conta que o direito a educação está ancorado pela lei. As atividades são trabalhadas de forma inclusiva, nesse aspecto contribuindo para a humanização.

De acordo com Ceccim (1999), o acompanhamento pedagógico da criança que se encontra hospitalizada favorece na construção subjetiva de uma qualidade de vida, não apenas como elaboração psíquica da enfermidade e da hospitalização, mas principalmente como continuidade e segurança dos laços.

Segundo Fonseca (2008) o professor que atua nas classes hospitalares é o intercessor da criança, ele faz a mediação da nova realidade com o ambiente hospitalar. Por essa razão, o pedagogo além dos fundamentos pedagógicos deve ter conhecimento sobre as técnicas que fazem parte da enfermaria.

Santos, Pereira e Barreto (2013), o primeiro contato do pedagogo com a criança é através do seu prontuário médico, onde ele terá o entendimento sobre sua patologia, posteriormente ele entra em contato com a criança e seu acompanhante, com outro modelo de prontuário recolhendo informações necessárias para adequar sua metodologia com o estado clínico que seja viável a estes alunos-pacientes, pois em muitos casos o professor deve ir até o leito onde a criança se encontra, para receber o atendimento escolar conforme suas necessidades.

Os autores comentam que horário de atendimento também é diferenciado das escolas de ensino regular, deve-se levar em consideração as medicações, exames, alimentação,

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horário de visita. As classes hospitalares são de aproximadamente duas horas-atividade para não cansar muito, e os que se encontram nos leitos, de vinte a trinta minutos.

Em relação a isso, as Diretrizes nos trazem que:

O professor que irá atuar em classe hospitalar ou no atendimento pedagógico domiciliar deverá estar capacitado para trabalhar com a diversidade humana e diferentes vivências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares”. (BRASIL/MEC, SEESP, 2002, p.22)

Nas atividades devem ser abordados assuntos de interesse e de necessidade do aluno que desenvolva o seu conhecimento com uma metodologia lúdica, significativa e diversificada, que auxiliará no elo entre professor, aluno e os demais funcionários do hospital lembrando que as atividades aplicadas devem ser realizadas e finalizadas no mesmo dia. Isso ocorre por vários motivos, pois muitos alunos acabam passando uma semana nos hospitais e já retornam à escola regular como também podem voltar depois de certo tempo ao hospital.

O MEC (2002), afirma que o atendimento em classes hospitalares deve conter diferentes metodologias e recursos, como televisão, recursos audiovisuais, aparelho de som, entre outros. Esses recursos auxiliam para tornar-se um ambiente agradável e de interação, buscando alcançar as necessidades da criança e visando uma melhora de seu quadro clínico.

Comin (2009), relata que os perfis dos alunos das classes hospitalares são variados, cada um tem suas particularidades e muitas vezes patologias diferentes, isso exige olhar diferenciado do professor e pedagogo para cada aluno, levando ainda em conta que pode haver diferença de idade, condições sociais e ano que a criança acompanha no ensino regular. Nem sempre são os mesmos alunos, a turma pode se modificar diariamente, os números de alunos são variáveis, o professor visita o paciente e faz o convite para participar da aula (as aulas são opcionais).

Ainda que seja um convite e que as aulas sejam opcionais, Carvalho (2009) nos traz que o professor deve desenvolver diálogo com a criança, o acolhendo e motivando, pois todas as crianças sendo sadias ou estando hospitalizadas são movidas pelo afeto.

Fontes (2005) nos traz que faz parte do papel da educação e do professor proporcionar metodologias que sirvam de apoio na compreensão do momento vivido pela criança hospitalizada, assim esclarecendo possíveis dúvidas, incentivando e contribuindo para a melhora do seu quadro clínico. O professor será mediador de todos os questionamentos que

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a criança possa apresentar. Ele precisa ser flexível e estar apto para trabalhar com as diversidades que encontrar.

Rocha, Queiroz e Melo (2014, p. 7), reforçam que “quando o professor conhece a enfermidade da criança e os responsáveis desta, acredita-se que fica mais acessível à entrada dele com relação aos sentimentos das crianças, e a abertura que ela pode dar, para gerar um melhor aprendizado”.

Segundo Matos (2009), faz parte dos direitos da criança e do adolescente ter acesso à escolarização, portanto independente do tempo que a criança fique hospitalizada ela deverá receber atendimento pedagógico. Ela precisará de estímulos, pois estará inserida em uma realidade diferente da que está acostumada, muitas vezes desmotivada e com o emocional comprometido. O papel do professor e pedagogo é dar auxilio para que a criança

O Ministério da Educação (MEC) (2002), afirma que as Classes Hospitalares também contam com um Profissional de Apoio, podendo ser um funcionário de saúde do hospital ou funcionário do sistema de educação. Esse profissional auxiliará o professor na organização do ambiente, controlar a frequência das crianças às Classes, contribuir para a realização de higiene e conservação de materiais e na alimentação em Classe.

Rotina do pedagogo na classe hospitalar

A função do pedagogo nas classes hospitalares não é muito diferente das classes regulares, pois todo e qualquer tipo de atuação pedagógica requer uma pesquisa anterior, para saber qual metodologia se aplicará melhor para o contexto vivido da criança. Uma avaliação inicial se faz necessária em qualquer modalidade para uma aprendizagem válida.

Tinée e Ataide (2012) sugerem que se o pedagogo tiver uma bagagem nas escolas de ensino regular, isso auxiliará no desenvolvimento das atividades articulando os conteúdos com a vivência e dos alunos. Segundo Fonseca (2008), é necessário que o pedagogo conheça a rotina do hospital e tenha acesso ao prontuário de seus alunos, para que possa conhecer cada um e para auxiliá-lo em suas metodologias.

O primeiro contato do pedagogo deve ser com a mãe da criança que se encontra hospitalizada pois muitas vezes o paciente encontra-se fragilizado, e pode não se sentir confortável em primeiro momento. O pedagogo deve conversar com essa mãe para

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esclarecimento de possíveis questionamentos sobre o quadro clínico da criança, buscando dessa forma interação. A mesma autora nos traz que é de grande importância a visita do pedagogo nas enfermarias para que possa analisar cada criança e para saber quais são as suas necessidades especiais. A autora comenta que todas as crianças devem ser bem recebidas pois classe hospitalar trabalha com a diversidade, com o objetivo de acolher e ajudar a todos, no momento em que se encontram.

O trabalho do pedagogo não estará ancorado apenas no cognitivo, deve haver um elo entre emoção e cognição. Ceccim, Cristófoli, Kulpa e Modesto (1997), nos trazem que para que o pedagogo possa realizar um trabalho que contribua para o desenvolvimento da criança é necessário levar em consideração todas as necessidades específicas que ela apresenta.

De acordo com Tinée e Ataide (2012), o ensino deve ser totalmente proveitoso. O pedagogo deve utilizar todas as experiências vivenciadas pelos alunos como referência no seu trabalho, desde os procedimentos médicos necessários como também a alimentação, recreação, brinquedoteca, família... É isso que mais se destaca na atuação do pedagogo à medida que a criança enferma possa ter acesso à aprendizagem que vai além do intelectual, mas uma aprendizagem de vida. Assim sendo é imprescindível que o pedagogo hospitalar mantenha vínculos com a escola de origem da criança.

Melo e Cardoso (2007) comentam que é de grande importância haver um elo entre a classe hospitalar e a escola de origem da criança hospitalizada, para que possam acompanhar o desenvolvimento da criança e seu quadro clínico, para também ter acesso aos planejamentos da escola regular, para quando a criança voltar consiga acompanhar os demais alunos.

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FIGURA 1: Características da classe hospitalar.

FONTE: Autoria própria a partir de adaptação do mapa geral que utilizamos como exemplo. Disponível em: <http://pedagogiahospitalar2013.pbworks.com/f/1381325183/Pedagogia%20Hospitalar.jpg>. Acesso em: 05/10/2016.

Melo e Cardoso (2007), também nos trazem que deve existir relação de afeto entre professor e aluno para melhor desenvolvimento escolar, assim como pontuam a importância de uma boa formação dos profissionais da classe hospitalar, para que consigam agir com flexibilidade e sensibilidade diante do quadro que a criança se encontra, segundo os autores as crianças não devem ser vistas como um corpo doente, mas sim uma criança, um adolescente com potencial.

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A percepção de profissionais que atuam no ambiente hospitalar é importante para que possamos compreender melhor as características e a rotina dos pedagogos que atuam nessa área. Para melhor compreensão dos assuntos abordados no desenvolvimento dos dois primeiros capítulos, realizou-se um questionário com duas pedagogas que possuem relação com as classes hospitalares. A pedagoga A trabalha na secretaria de Educação Especial (SEED/PR) e a pedagoga B em um hospital que oferece atendimento em Classes Hospitalares no município de Curitiba.

O contato foi feito via e-mail com as duas pedagogas que possuem experiência na área hospitalar. Utilizamos um questionário com três questões que fundamentam nossa pesquisa. O questionário foi composto por questões abertas e aplicadas com cinco dias de prazo para respostas. As questões foram organizadas em categorias, conforme a organização do nosso artigo:

Categoria A – Sobre a rotina da classe hospitalar

Sobre a rotina escolar, a pedagoga A, respondeu as questões de maneira mais formal, utilizando como embasamento alguns autores relacionados ao tema. Fez uso do documento do MEC e do SAREH, destacando as atividades e atribuições do pedagogo hospitalar.

Já a pedagoga B, descreve a sua rotina de forma específica e comenta como é o dia a dia de trabalho para escolarizar as crianças, na classe hospitalar e na brinquedoteca.

Categoria B – Sobre a formação e características do professor/pedagogo

De acordo com a pedagoga A, o professor deve ser empático para atuar em classes hospitalares e, utiliza como base três autores, Fonseca, Vygotsky e Libâneo. A pedagoga B enfatiza a importância do professor se sensibilizar com a realidade do aluno que está hospitalizado, respeitar suas individualidades e aponta que a formação necessária para realizar um trabalho pedagógico dentro de um hospital é uma graduação em Pedagogia, preferivelmente acompanhada de uma especialização na área.

Categoria C – Sobre o vínculo com o pedagogo da escola de origem

As duas pedagogas concordaram com a importância da pedagoga que acompanhará a criança durante seu período no hospital, manter contato com a escola de origem. A pedagoga

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A argumenta que o trabalho não pode ser desenvolvido se não houver a colaboração entre escola/hospital. Já a pedagoga B afirma que, apesar da relevância dessa relação acontecer, o retorno é demorado ou inexistente por parte da escola de origem.

Portanto, as respostas dadas pelas pedagogas confirmam o encontrado na literatura (CECCIM, 1999; FONSECA, 2008; MEC, 2002), no que tange a rotina e formação do pedagogo hospitalar, as características desse atendimento e a importância do vínculo com a escola de origem.

Considerações finais

Esse artigo apresentou as características das classes hospitalares, e sua relevância, tendo em vista que muitas crianças ficam grandes períodos hospitalizadas, e nesse período possuem o direito de dar continuidade a seus estudos.

As classes hospitalares estão vinculadas à educação especial e o atendimento acontece em um espaço específico dentro do hospital. Nas aulas é necessário utilizar diferentes recursos e metodologias diversificadas, os assuntos devem ser de interesse e necessidade da criança. As atividades precisam ter começo, meio e fim, mas exige flexibilidade do professor ou pedagogo para possível eventualidade e a criança não conseguir concluir a atividade.

O pedagogo que atua em ambiente hospitalar precisa ter consciência que trabalha o tempo todo com a diversidade. A princípio o pedagogo analisa o prontuário do aluno/paciente, e conversa com o responsável da criança, buscando uma aproximação. Em seguida a criança é convidada a participar das aulas.

O pedagogo deve conhecer a rotina do hospital, com o objetivo de conhecer melhor seus alunos, todos os prontuários devem ser observados todos os dias para analisar as possibilidades da criança. O contato com a escola de origem da criança deve ocorrer para melhor significância da aprendizagem.

O pedagogo pode contribuir positivamente no quadro clínico da criança hospitalizada, e um grande desafio enfrentado por pedagogos atuantes em classes hospitalares é a adequação de sua prática atendendo as dificuldades das crianças que se encontram hospitalizada.

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Nesse artigo, conhecemos as características da classe hospitalar e como funciona a rotina do pedagogo no ambiente hospitalar, analisamos as percepções de pedagogas que atuam nessa área, para isso, além de uma pesquisa bibliográfica embasada em autores que já estudaram o tema e, ou, são de referência nessa área, utilizou-se um questionário para, com base em uma metodologia exploratória qualitativa, apresentou-se um estudo sobre as perspectivas e visões de duas pedagogas atuantes, sobre a rotina, formação, características do pedagogo atuante em classe hospitalar e sobre a importância do contato com a escola de origem.

Assim sendo, as respostas obtidas com o questionário realizado foram relevantes para a pesquisa, pois serviram como confirmação para o que foi encontrado na literatura, no que se refere a formação e rotina do pedagogo no 13 Curso de Pedagogia hospital, as características desse atendimento e a relevância do vínculo com a escola de origem da criança. Conclui-se que, é significativo para a criança que irá permanecer por algum período no hospital poder contar com essa maneira alternativa de continuar seus estudos, sem perder conteúdos ou, ao retornar para a classe regular, sentir-se atrasada com relação aos demais alunos. Esse método de ensino irá auxilia-la tanto cognitiva como emocionalmente e o pedagogo é parte essencial nesse trabalho, e se houver colaboração do hospital, escola de origem, e família da criança internada, tem todo o potencial para ser um trabalho imprescindível e que fará toda diferença para a criança.

Referências

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