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Estrangeiros no Estado de São Paulo estatística demógrafo-sanitária

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Estrangeiros no Estado de São Paulo – estatística demógrafo-sanitária

1893 - 1928.

Esta página agrega estatísticas de casamentos e óbitos de estrangeiros e nascimentos de filhos de estrangeiros no Estado de São Paulo, produzidas pela antiga Repartição de Estatística e Arquivo do Estado de São Paulo, no período de 1893 a 1928. Reproduz também outras estatísticas com informação sobre o movimento migratório, imigrantes e núcleos coloniais para o período de 1894 a 1900, encontradas nos relatórios que o diretor dessa repartição enviou ao Secretário dos Negócios do Interior, durante esses sete anos.

A Repartição de Estatística e Arquivo do Estado de São Paulo foi criada pelo decreto n.30 de 10 de março de 1891 e reorganizada pela lei n. 116 de 1 de outubro de 1892. Subordinada, então, à Secretaria dos Negócios do Interior, incorporou um importante conjunto de informações estatísticas produzidas anteriormente e tornou-se responsável "pelos originais de toda documentação administrativa e de interesse público para o Estado

de São Paulo, bem como por todos os serviços de estatística e cartografia oficiais ou

entregues por particulares"1.

Após alguns desdobramentos e divisões, uma parte daquela antiga repartição converteu- se, em outubro de 1938, em plena vigência do Estado Novo, no Departamento Estadual de Estatística (D.E.E.). Mais tarde, após uma crise de jurisdição com o IBGE, reapareceu, em dezembro de 1950, com a denominação de Departamento de Estatística do Estado de São Paulo (DEESP). Em setembro de 1976, o DEESP teve suas atribuições absorvidas pela Coordenadoria de Análise de Dados (CAD), órgão responsável pela coordenação do Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos, sistema este que, em 1978, acabou

por ganhar vida própria e status de Fundação (FSEADE).2

As estatísticas vitais (nascimentos, casamentos e óbitos) aqui reproduzidas, elaboradas pela Repartição de Estatística e Arquivo do Estado de São Paulo e relativas ao período que vai de 1893 a 1900, encontram-se publicadas nos Relatórios anuais que o Diretor dessa Repartição enviava ao titular da Secretaria de Estado dos Negócios do

1

Estas informações foram conseguidas no site http://www.seade.gov.br, no item histórico 2

(2)

Interior. A partir de 1901 elas passam a ser publicadas, não mais no interior de um relatório mas em forma de anuários, pela Directoria do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, sob o título Annuario Estatistico da Secção de Demografia. Em 1906, transforma-se no Annuario Demográfico - Secção de Estatística Demographo–Sanitaria, sob cujo nome é publicado ininterruptamente até 1928, em volumes encadernados.

De um modo geral, são disponibilizadas as estatísticas vitais para todos os distritos da Capital do Estado e para cada município do interior, sem desagregá-los por distritos. A partir de 1913, para os municípios de Campinas, Santos e Ribeirão Preto as estatísticas apresentam-se separadamente e são mais detalhadas que para os demais municípios do “Interior do Estado”. Em 1916 e nos anos seguintes, algumas informações relativas a Campinas e Ribeirão Preto também estão desagregadas por distrito.

Em 1918, estes anuários passam a ter dois volumes. O volume I incorpora as estatísticas específicas para os municípios da Capital, de Santos, Campinas e Ribeirão Preto, e o volume II apresenta estatísticas específicas para os municípios de São Carlos,

Guaratinguetá, Botucatu e para os demais, que se encontram sob a rubrica “Interior do

Estado”.

Quanto à confiabilidade e a cobertura dos dados, os da Capital do Estado são sempre mais completos e melhor elaborados. Em uma gama razoável de municípios do interior as lacunas e imperfeições também são poucas ou inexistentes. Em outros, no entanto, são maiores e mais graves. No decorrer do tempo, percebe-se um aprimoramento das estatísticas, as lacunas vão diminuindo e a cobertura dos dados amplia-se, novas variáveis são introduzidas e a forma de agregação dos dados também sofre modificações, como é possível observar no conjunto das tabelas inseridas.

As primeiras estatísticas elaboradas pela Repartição de Estatística e Arquivo são mais incompletas e tal situação é amplamente lamentada pela Diretoria da Repartição em seus relatórios. Em 1894, por exemplo, referindo-se ao levantamento para o ano de 1893, o Diretor Dr. Antonio de Toledo Piza assim se manifestava:

“Com referência a importancia estatistica do movimento da população, quanto aos nascimentos, casamentos e obitos, cumpre-me ponderar-os que a sua organização não pôde ser completa, em vista da falta de muitos dados que deviam ser

(3)

1906.

fornecidos por diversos officiaes do Registro Civil e que não o foram nas epochas designadas pelo Decreto do Governo federal, n.722 de 6 de setembro de 1892. Além de muitos officiaes serem retardarios e só enviarem os respectivos mappas muito depois dos tempos determinados pela lei, outros há que os remettem muito incompletos, e com faltas de trimestres anteriores, e há ainda outros, finalmente que se escusam inteiramente de fazer essa remessa a esta Repartição.

(...) [41] deixaram inteiramente de cumprir a lei, não enviando a esta Repartição os mappas dos actos do registro Civil constantes dos seus respectivos cartórios no anno de 1893” (...) a lei não é cumprida, e o serviço da estatistica do movimento da população em relação ao registro civil, fica tão incompleto, ao ponto de tornar-se uma verdadeira inutilidade.”3

Citava, inclusive, a impossibilidade de um estudo comparativo entre natalidade e mortalidade, para se conhecer o crescimento vegetativo da população, uma vez que

“(...) nem sempre os mappas truncados de nascimentos durante um certo trimestre, fornecidos por um official, correspondem com os mappas truncados de obitos por elle fornecidos; assim, há municipios cujos mappas de nascimentos referem-se a um trimestre e cujos mappas de obitos referem-se a outro trimestre.4”

A resistência por parte dos oficiais do Registro Civil em enviar informações à Diretoria de Estatística e Arquivo do Estado continuou ainda por muitos anos e não foram raras as solicitações aos poderes públicos para coagirem os oficiais a cumprirem a lei. A primeira

estatística completa foi elaborada em 1906 e “para isso, a luta não foi pequena e não

poucos tiveram que sofrer as penas da lei para darmos desempenho a nossa tarefa”5.

Por outro lado, lamentava-se profundamente, ano a ano, a falta de recenseamento geral que pudesse complementar e refinar a análise empreendida por aquela Diretoria, o que só vai ocorrer em 1920.

Ainda em 1917, ela enfrentava o descaso de alguns oficiais do Registro Civil em atender às suas solicitações. Ao mesmo tempo, no entanto, comemorava o aprimoramento das estatísticas.

3

Relatorio apresentado ao cidadão Dr. Cezario Motta Junior, Secretario dos Negocios do Interior do Estado de São Paulo pelo Diretor da Repartição da Estatistica e Archivo Dr. Antonio de Toledo Piza em 31 de julho de 1894. Rio de Janrio: Typ. Leuzinger, 1894, p.21-22.

4

Idem, p.24-24

5

Republica dos Estados Unidos do Brazil - Estado de S. Paulo. Directoria do Serviço Sanitario. Annuario Estatistico da Secção de Demographia. Anno de XII, 1905. São Paulo, Typographia do Diario Official,

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[O Annuario] “Foi bastante ampliado em 1917, e honra-nos dizel-o que este anno elle mostra-se o mais desenvolvido e o mais completo, tendo conseguido reunir a estatística de 363 districtos de paz em separado. Não fôra a falta commetida pelos Officiaes do Registro Civil de Salto Grande de Paranapanema, Pereiras, Avanhadava e Itanhaem, deixando de remetter os mappas, apezar de nossas constantes socilitações, e mesmo das penalidades a elles impostas pelo Governo do Estado, o Annuario de 1917, daria o estudo completo de todo o Estado de São Paulo, o que constituia a nossa maior aspiração. É necessário que os poderes competentes intervenham ante esses escrivães relapsos no sentido de coagil-os.”6

Somente três anos depois, em 1920, é que a Diretoria consegue, graças a ação enérgica

da Secretaria de Justiça, que todos os escrivães enviem os mapas com o movimento do

registro civil o que ficou registrado na apresentação do anuário referente àquele ano:

Temos a felicidade de apresentar n’elle a estatistica demografica completa de todo o estado, que conta com 204 municipios com seus respectivos districtos de paz em no. de

403.7

No que diz respeito ao contingente estrangeiro, várias tabelas ou quadros existentes nos relatórios ou anuários não desagregam este contingente da população total. Em outras, no entanto, os estrangeiros encontram-se discriminados segundo a nacionalidade (italiana, portuguesa, espanhola, alemã etc) ou agregados em seu conjunto, sem especificar a nacionalidade, e estão aqui reproduzidas. Neste caso, para efeito de comparação, foram transcritos os dados referentes à população brasileira.

Durante o processo de informatização dessas estatísticas relativas à população estrangeira, preocupamo-nos em transcrever as informações tais quais se encontram no documento original. Tomamos o cuidado, no entanto, de realizar uma soma automática dos dados e, quando esta não coincide com a do documento original, optamos por deixar gravado em vermelho o valor publicado nesse documento, de modo a melhor orientar o leitor e usuário sobre os problemas de agregação e/ou transcrição dos dados publicados nos relatórios ou anuários.

6

Directoria do Serviço Sanitario do Estado de São Paulo (Estados Unidos do Brazil). Annuario Demographico - Secção de Estatistica Demographo-Sanitaria. Anno de XXIV, 1917. São Paulo, Typographia do Diario Oficial, 1919.

7

Directoria do Serviço Sanitario do Estado de São Paulo (Estados Unidos do Brazil). Annuario Demographico - Secção de Estatistica Demographo-Sanitaria. Anno de XXVII, 1920; Vol. I. Capital, Santos, Campinas e Ribeirão Preto. São Paulo, Typographia do Diário Official, 1924.

(5)

Além do banco de dados propriamente dito, incorporamos um rol com a referência bibliográfica dos relatórios e anuários utilizados e um sumário do conteúdo digitado. Neste

sumário, está anotada a expressão “discrimina a nacionalidade”, quando as informações

estão apresentadas para cada uma das principais nacionalidades e a expressão “estrangeira(os) e brasileira(os)” quando os dados encontram-se para o conjunto dos estrangeiros e conjunto dos brasileiros.

Finalmente, resta-nos registrar um agradecimento especial à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (FSEADE) e ao Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP), em cujos acervos levantamos os dados aqui disponibilizados.

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