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ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS FUNCIONÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA COMUNICADO

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ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS FUNCIONÁRIOS DE

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

ASFIC/PJ

DN/10.08 27 | Junho | 2008

COMUNICADO

A ASFIC/PJ foi confrontada com dois despachos exarados pelo senhor Director Nacional, a saber o despacho n.º 16/SEC/DN e o despacho n.º 19/SEC/DN, os quais, atenta a sua leitura, importa, do ponto de vista da ASFIC/PJ, precisar o seguinte:

Os mesmos resultam directamente da aplicação da Lei 12-A/2008 de 27 de Fevereiro, negociada unicamente em sede de Conselho de Concertação Social, e com as Centrais Sindicais aí presentes.

Relativamente às progressões na carreira, ou seja, às transições de escalão, e sobre o qual versa o despacho n.º 16/SEC/DN, parece-nos existirem duas vertentes, provavelmente com resultado idêntico.

1.

As progressões na carreira foram descongeladas no dia 31 de Dezembro de 2007. No entanto, a Lei n.º 12-A/2008 de 27.02, referente ao regime de vínculos e carreiras na função pública, por vicissitudes várias, apenas foi publicada em 27 de Fevereiro de 2008, tendo entrado em vigor, no que diz respeito às progressões, no dia seguinte ao da sua publicação, ou seja, no dia 28 de Fevereiro. Quer isto dizer que entre 01.01.2008, data em que na realidade se iniciou o descongelamento de carreiras, e o dia 27 de Fevereiro, data em que entrou em vigor a nova legislação, todos os funcionários que perfizeram o tempo para a transição de escalão têm obrigatoriamente de mudar de escalão, por força do descongelamento e por não existir nada nesse período que impeça tal progressão.

Quanto a esta situação, estamos apenas à espera de uma última reunião com o Sr. Ministro da Justiça, a efectuar com a maior brevidade, e caso não nos seja reconhecida razão nesta matéria, imediatamente avançaremos para a instância competente, ou seja, o contencioso nos Tribunais.

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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

ASFIC/PJ

2.

Relativamente a todos aqueles que completaram o tempo depois da entrada em vigor desta nova Lei de Vínculos e Carreiras da Função Pública, a situação é bem mais complexa.

Assim, em primeiro lugar, importa entender se a lei se nos aplica.

A nova lei pressupõe para a sua “boa” aplicação, que antes tenha sido aprovado um outro diploma legal, nomeadamente um novo regulamento de classificações. Não foi isto que aconteceu, e isso deveu-se, apenas, ao facto de a Tutela ou a Administração se terem mostrado ineficazes para o efeito, pois nem uma proposta para discussão conseguiram apresentar.

Pergunta-se pois, com o actual regulamento de classificações, que todos conhecemos, como é possível ordenar os funcionários de forma a cumprir o critério das malfadadas “quotas”?

E se, por iluminação dos deuses, tal desiderato conseguir ser cumprido, esse escalonamento será justo?

Para a ASFIC/PJ a lei não tem aplicabilidade possível neste caso, sendo este o nosso entendimento bem como o dos juristas contactados para o efeito. Se mesmo assim a lei for aplicada, tal resultará numa situação infeliz da qual apenas se extrairá não haver um mínimo de justiça, formal ou moral, que seja.

Por outro lado, relativamente a esta lei, a Sr.ª Directora Geral da Direcção Geral da Administração e do Emprego Público refere expressamente, na circular n.º 02/GDG/08, relativa a instruções dadas aos serviços públicos quanto à forma de a interpretar, e no que concerne a esta matéria, o seguinte:

“Ocorre obrigatoriamente alteração de posicionamento remuneratório/escalão quando o trabalhador acumule 10 pontos nas suas avaliações de desempenho desde 2004, desde que tais avaliações se reportem às funções exercidas durante a colocação no escalão ou de categoria profissional, caso em que apenas relevarão as avaliações obtidas na nova categoria ou escalão.”

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ASFIC/PJ

De acordo com esta interpretação, sem reservas, quanto à sua validade face à fonte de onde advém, com o actual regulamento de classificações da P.J., a quase totalidade dos funcionários classificados tem mais de 10 pontos (contabilizados conforme as regras descritas no diploma em causa), pelo que estarão nessas condições e terão obrigatoriamente de transitar de escalão.

Dada a complexidade desta matéria, o facto de a lei ser recente e não estar ainda devidamente analisada, a ASFIC/PJ solicitou dois pareceres jurídicos a dois conhecidos especialistas na

matéria, no sentido de melhor se preparar o recurso imediato aos Tribunais, de forma a podermos aí defender os nossos direitos, se eles não nos forem reconhecidos pelo Ministério da Justiça.

Relativamente, ainda, a esta matéria, foi-nos transmitido pela Direcção Nacional da PJ que, depois de ter solicitado a classificação de todos os funcionários, elaborará uma lista com as respectivas classificações e os pontos atribuídos a cada um, remetendo a lista ao Ministério da Justiça para superior decisão.

Quanto ao despacho n.º 19/SEC/DN, o mesmo, no cumprimento da mesma lei, transpõe para a PJ o aí estatuído relativamente à obrigatoriedade de anualmente atribuir os prémios de desempenho.

Neste caso, a situação é ainda um pouco mais caricata.

Assim, em tese, estes prémios deveriam ser atribuídos aos melhores. Porém, acontece que os ditos prémios, os quais têm o valor máximo de um vencimento mensal, não podem ser acumulados, no mesmo ano, por quem é promovido ou transita de escalão!

Assim sendo, e tendo em conta que a filosofia do SIADAP pressupõe que os que podem ser promovidos são apenas um pequeno número de eleitos a quem será atribuída a melhor classificação, chegamos a uma encruzilhada: ou os prémios são atribuídos aos melhores e estes não progridem na carreira, ou estes preferem progredir na carreira e os prémios serão atribuídos a segundas escolhas.

Tudo isto é muito pouco transparente, motiva a individualismo e por isso não é nada consentâneo com o espírito de equipa indispensável ao trabalho nesta instituição.

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ASFIC/PJ

Mais, o governo criou com este diploma um factor de grande conflitualidade, contrária à necessidade cada vez mais premente de serenidade para o bom desempenho das funções que nos são cometidas, e sem respeitar a especificidade própria dessas mesmas funções.

De relembrar que esta lei foi aprovada sem que a ASFIC/PJ fosse chamada a qualquer tipo de negociação; por se tratar de uma matéria transversal a toda a Administração Pública, a mesma, conforme estatuído legalmente, não foi matéria de negociação com os sindicatos de classe, mas apenas em sede de concertação social, com os diversos membros com assento naquele órgão (Centrais, Federações e Sindicatos verticais).

II

Importa ainda fazer, no presente comunicado, um balanço das condições de trabalho actuais na nossa instituição, tendo em conta o facto da recente posse do novo Director Nacional ter já decorrido há cerca de mês e meio.

Em primeiro lugar, importa destacar o grave problema, que se traduz num entrave limitativo ao bom desempenho da instituição, gerador de tensões internas e externas e num factor de paralisia dos sectores mais dinâmicos e operacionais da instituição, que é o da não resolução do problema do trabalho extraordinário.

Por um lado, apraz-nos sentir que este problema e a sua resolução, foi reconhecido como objectivo de enorme importância, pela actual Direcção Nacional da P.J., bem como o facto de a mesma já se ter pronunciado sobre o problema e de ter manifestado o seu empenhamento na sua resolução. Nesta como em todas as matérias terá da nossa parte todo o apoio, no sentido de resolver de forma definitiva todos os problemas da instituição.

No entanto, cabe-nos alertar para o facto de a não resolução desse problema levar, a cada dia que passa, a uma significativa perda de operacionalidade da P.J., facto que só aproveita aqueles que, fazem do crime o seu modo de vida ou de uma forma ou de outra, apostam na memorização do papel que esta instituição tem no combate à criminalidade, por força da apetência que têm pelos créditos que a mesma tem almejado alcançar nas áreas que a distinguem.

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INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

ASFIC/PJ

Já muito foi dito e escrito sobre esta situação, sui generis numa polícia de investigação criminal, que se vê coarctada na sua missão por um horário fixado de forma administrativa e perfeitamente desfasada da realidade.

Mas, o que se nos afigura mais estranho, já não é tanto o facto de como é que alguém deixou que tal acontecesse, mas sim o facto de alguém ter deixado subsistir este problema tanto tempo sem solução. Será que se apercebem do mal que estão a fazer a esta instituição?

O arrastar desta situação torna a que o espaço de excelência que a P.J. ocupa na investigação criminal seja alvo fácil e diário de depredação, por força da ocupação quase que selvagem, por outras entidades, das áreas em que, inevitavelmente, este problema recai com mais ênfase, com especial evidência na criminalidade violenta e de forma organizada.

Por outro lado, a dinâmica quebrada, por tão longo período, leva a que a recuperação se torne difícil. Tal como na medicina, este “braço” da lei, por força de tão longa imobilização, carecerá forçosamente de “fisioterapia”, a qual será tão mais curta ou mais longa, consoante a “intervenção” seja rápida e atempada.

Entendemos que se torna necessário e urgente que alguma medida seja tomada no sentido de, rapidamente devolver operacionalidade à P.J. no que concerne a esta matéria, pelo que exigimos maior celeridade na resolução deste problema.

Mas, se a problemática do trabalho extraordinário é motivo de preocupação, não o é menos, a situação crítica que se tem vivido nos últimos tempos, em matéria de recursos materiais e de recursos humanos.

Em matéria de recursos humanos, apraz-nos registar existir um empenho real em proceder à abertura de concursos, de uma forma periódica, como há muito vínhamos propondo, para as diversas áreas funcionais da P.J., com especial incidência na investigação criminal.

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ASFIC/PJ

Esperamos que o mesmo venha a acontecer em matéria de recursos materiais, coisa que num passado demasiado recente não aconteceu, com os prejuízos que daí advieram que todos conhecemos, bem como com as dificuldades que essa gestão, criticada por nós junto dos responsáveis de então, nos tem vindo a confrontar e as consequentes dificuldades que iremos sentir para colocar as coisas em “su sitio”.

Sem querermos perder muito mais tempo com esta situação, a qual diversas vezes criticámos, quer em sede de comunicado, quer em discurso directo com quem tinha a obrigação de gerir a instituição, queremos acreditar que a actual Direcção Nacional, tem este facto presente e, obrigatoriamente, está a tentar inverter as formas de gestão vigentes, de forma a corrigir os prejuízos que se fazem sentir, especialmente nos sectores mais operacionais da P.J.

Só assim teremos uma melhor Polícia Judiciária.

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