Introdução à classificação da
OMS dos tumores do tecido
linfóide (2008)
José Carlos Morais
UFRJ
“Esta doença é claramente separável da doença lardácea, do câncer e do
tubérculo, embora estas doenças possam ter relação uma com a outra. È
entretanto uma doença
sui generis
e merece uma descrição própria.”
Wilks S. Cases of lardaceous disease and some allied
affections, with remarks. Guys Hosp Rep 1856;17:103-32
Carl Sternberg
1898
• 15 casos
• 8 com tuberculose
concomitante
• levou-o a concluir que a
Doença de Hodgkin era
um processo inflamatório
crônico possivelmente
causado pelo
“...possui um quadro histológico típico e peculiar, que consiste na
proliferação de células reticulares e endoteliais, formação de células linfóides
e características células gigantes, um aumento global do tecido conjuntivo,
resultando em fibrose e na maioria dos espécimes, a presença de um grande
Outras notáveis observações (1902)
•
“A saúde do paciente antes do início
da doença é, em geral, excelente.”
•
Pico de incidência entre crianças e
adultos jovens
•
Apresenta-se como uma
linfadenopatia cervical indolor e sem
leucemia
•
O quadro histopatológico é
suficiente para o diagnóstico
•
Etiologia indeterminada, mas “sem
Casos Originais
Reavaliação dos pacientes estudados por Thomas Hodgkin (1832)
feitas por Fox (1926), Symmers (1978) e Lennert (1987)
Gordon Museum, Guy´s Hospital, Londres
Paciente Diagnóstico
1
Tuberculose (+ doença de Hodgkin ?)
2 doença de Hodgkin
3
sífilis
4
doença de Hodgkin
5 “linfomatose sistêmica (linfocítica)”
6
imunocitoma linfoplasmocitóide
7
doença de Hodgkin ?
Doença de Hodgkin
Classificação
Jackson e Parker 1947
GRANULOMA
SARCOMA
Lukes e Butler 1966
ESCLEROSE NODULAR
CELULARIDADE MISTA
RETICULAR
FIBROSE DIFUSA
Rye – Nova York 1966
DEPLEÇÃO LINFOCITÁRIA
REAL/OMS 2001
RICA EM LINFÓCITOS
FORMA
CLÁSSICA
Linfoma de Hodgkin
PARAGRANULOMA
FORMA LH NODULAR E DIFUSA
PREDOMÍNIO LINFOCITÁRIO
Oncology Reports, v.4, p.429 - 432, 1997.
MORAIS JC, NUCCI M, ARAUJO VL, PULCHERI W, SPECTOR N
Nodular lymphocyte predominant Hodgkin's disease
progressing to a large B-cell lymphoma without
previous treatment.
C
C
é
é
lula
lula
neopl
neopl
á
á
sica
sica
(2%)
(2%)
X
X
Hospedeiro
Hospedeiro
(micro
CD20
CD3
LOUREIRO MM, MORAIS JC, MILITO CB, PORTUGAL RD, PULCHERI W, SPECTOR N.
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 40:37-40, 2004.
Expression of Epstein-Barr virus in patients with Hodgkin 's
disease: report of 64 cases from Rio de Janeiro, Brazil
Distribuição dos tipos
histológicos no Brasil
Esclerose
nodular
69%
Celularidade
mista
21%
PL
5%
DL
5%
Vassalo J
Vassalo J et
et
al. São Paulo Medical Journal
al. São Paulo Medical
Journal
2005; 123(maio):134
2005; 123(maio):134-
-6
6
1025 casos entre
1025 casos entre
1990 e 2000
Distribuição dos tipos histopatológicos
no Rio de Janeiro
Ano
Ano
EN
EN
CM
CM
PL
PL
DL
DL
1985
1985
-
-
1990
1990
54%
54%
36%
36%
8%
8%
2%
2%
1993
1993
-
-
1996
1996
65%
65%
18%
18%
8%
8%
2%
2%
2001
2001
-
-
2004
2004
78%
78%
18%
18%
1%
1%
3%
3%
SPECTOR N, COSTA MA, PULCHERI W, NUCCI M, MORAIS JC, ANDRADE C, SCALETSKY A, BRABO
E, JORGE E, OLIVEIRA HP. Cancer, v.71, n.9, p.2823 - 2827, 1993.
SPECTOR N, MILITO CB, BIASOLI I LUIZ RR, PULCHERI W, MORAIS JC. Leukemia and
Lymphoma 18:1000-1004, 2005.
SPECTOR N, COSTA MA, MORAIS JC, BIASOLI I, PORTUGAL R, PULCHERI W., NUCCI M,
GAUI MF, LOUREIRO M. Oncology Reports, v.9, n.2, p.439 - 442, 2002.
ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DO LINFOMA DE HODGKIN NA CIDADE
DO RIO DE JANEIRO. AVALIAÇÃO DOS SUBTIPOS EM SEIS DÉCADAS
Albino Fonseca Júnior, Irene Biasoli, Cristiane Milito, Wolmar Pulcheri, Nelson Spector, José Carlos Morais
Número de casos
77 39 (51%) 38 (49%)
Tipo Histológico (EN x CM)
Período (1947-1980)
Esclerose Nodular Celularidade Mista
ESTUDO HISTOPATOLÓGICO DO LINFOMA DE HODGKIN NA CIDADE
DO RIO DE JANEIRO. AVALIAÇÃO DOS SUBTIPOS EM SEIS DÉCADAS
Albino Fonseca Júnior, Irene Biasoli, Cristiane Milito, Wolmar Pulcheri, Nelson Spector, José Carlos Morais
p < 0,0001 Número de casos 77 39 (51%) 38 (49%) 183 148 (81%) 35 (19%)
Tipo Histológico (EN x CM)
Período (1947-1980) Esclerose Nodular Celularidade Mista Período (1981-2006) Esclerose Nodular Celularidade Mista
X
Esclerose nodular
Grau I
Naoko Asano, JCO 2006
Subtipos histológicos do Linfoma de Hodgkin clássico e prognóstico
Esclerose nodular, grau I Celularidade mista
Esclerose nodular, grau II
Quantidade relativa de linfócitos Anos 12 10 8 6 4 2 0 S o b re v id a g lo b a l 1,0 ,9 ,8 ,7 ,6 ,5 >33% <33% P =0,08
Quantidade relativa linfócitos
Anos 12 10 8 6 4 2 0 S o b re v id a L iv re P ro g re s s ã o 1,0 ,9 ,8 ,7 ,6 ,5 P= 0,1 mais 33% menos 33%
Infiltração tecidual por eosinófilos
anos 10 8 6 4 2 0 S o b re v id a l iv re d e p ro g re s s ã o 1,0 ,9 ,8 ,7 ,6 ,5 P= 0,05 ausente >5%
Infiltração por eosinófilos
Anos 12 10 8 6 4 2 0 S o b re v id a g lo b a l 1,00 ,90 ,80 ,70 ,60 ,50 ausente >5% P =0,34
Fatores prognósticos no linfoma de Hodgkin: avaliação morfológica em
uma população adulta na cidade do Rio de Janeiro
Munya Gandour Freire, Denize Azambuja, Irene Biasoli, Nelson Spector, Luciana Brito, José Carlos Morais
2001
2008
Classificação do Linfoma de Hodgkin não mudou
Hodgkin
Não Hodgkin
Convencionou-se chamar e agrupar
todas as doenças linfoproliferativas
clonais que não fossem doença de
Hodgkin como linfomas não-Hodgkin
Como classificar os linfomas?
Dorfman
Lennert
Rappaport
Lukes
Berard
O’Conor
Hartsock
A Classificação REAL (R
evised
E
uropean-
A
merican
L
ymphoma)
Classificação
REAL
•
Representou um
novo paradigma
na classificação das neoplasias linfóides
•
Foco foi na identificação de “REAL diseases”
•
Relacionou, sempre que possível, com a célula normal no sistema de diferenciação
•
Listagem de entidades
Classificação
REAL
•
Representou um
novo paradigma
na classificação das neoplasias linfóides
•
Foco foi na identificação de
“REAL diseases”
•
Relacionou, sempre que possível, com a célula normal no sistema de diferenciação
•
Listagem de entidades
Classificação
REAL
•
Representou um
novo paradigma
na classificação das neoplasias linfóides
•
Foco foi na identificação de
“REAL diseases”
•
Relacionou, sempre que possível, com a célula normal no sistema de diferenciação
•
Listagem de entidades
Classificação
REAL
•
Representou um
novo paradigma
na classificação das neoplasias linfóides
•
Foco foi na identificação de
“REAL diseases”
•
Relacionou, sempre que possível, com a célula normal no sistema de diferenciação
•
Listagem de entidades
Classificação
REAL
•
Representou um
novo paradigma
na classificação das neoplasias linfóides
•
Foco foi na identificação de
“REAL diseases”
•
Relacionou, sempre que possível, com a célula normal no sistema de diferenciação
•
Listagem de entidades
Não Hodgkin
Linfoma
folicular
Linfoma de
grandes
células
Linfoma do
manto
Linfoma
MALT
LLC
Linfoma T
periférico
Linfoma de
Burkitt
O que é linfoma?
São tumores clonais de células B
e T/NK maturas ou imaturas em
vários estágios de diferenciação
Sistema Imune Inato
célula T
γδγδγδγδ, NK , NK , NK , NK tipotipotipotipoT e T e T e
T e ccccéééélulaslulaslulas NKlulasNKNKNK
Receptores tipo Toll
Não restrito ao CHM
Vias apoptótica e de necrose celular
-c
Célula B
CélulaT
CAP
Receptores Ag
específicos em
células B e T
Apresentação de
Ag às células T
no contexto do
CHM
Sistema Imune Adaptativo
Citocinas
Quimocinas
Complemento
Primeira linha de defesa com
maior papel na barreira imunitária
Defesa imunológica caracterizada pela
especificidade e memória
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
Diagrama da diferenciação da célula B
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA/LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA DE
CÉLULAS DO MANTO
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA
FOLICULAR
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA DE
GRANDES CÉLULAS
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA LINFOCÍTICO
LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
LINFOMA MALT
Plasmócito Célula B naive Célula B progenitora Célula B imatura Célula pré-B Blasto B extrafolicular Plasmócito de vida curta
Tecido linfóide central
Células B precursoras
Medula óssea
Tecido linfóide periférico
Células B maduras
Área interfolicular
Área folicular
Área perifolicular
Zona do manto Centroblasto Apoptose Centrocito Célula folicular dendrítica Zona Marginal Imunoblasto Célula B de memória
MIELOMA MÚLTIPLO
Pro B
Pre B
Pré-RCBB Imaturo
RCB MB maturo
naive
M DCentro
germinativo
Troca de classeCélula B
memória
(marginal)
MPlasmócito
Ig citoplasmáticaAntígeno independente
Antígeno dependente
TDT
CD79A
PAX5
CD20
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO FENÓTIPO B NOS VÁRIOS ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO
E
Tecido linfóide central
Células T precursoras
Pró-timócito Progenitor de célula T Timócitos corticais (subcapsular) Timócito comum CD4+/CD8+Tecido linfóide periférico
Células T e NK maduras (periféricas)
Célula NK
Baço
Mucosa
Sangue periférico
Célula T gama deltaPele
Naive Blasto Efetora Memória CFC Célula T apoptótica Timócito medular CD4+ Timócito medular CD8+ Timócito medular CD4+ Timócito medular CD4+ Naive Blasto Efetora Memória Célula T folicularTecido linfóide central
Células T precursoras
Leucemia e linfoma
linfoblástico T
Leucemias e linfomas de células T e NK periféricas (maturas)
Pró-timócito Progenitor de célula T Timócitos corticais (subcapsular) Timócito comum CD4+/CD8+
Tecido linfóide periférico
Células T e NK maduras (periféricas)
Célula NK
Baço
Mucosa
Sangue periférico
Célula T gama deltaPele
Naive Blasto Efetora Memória CFC Célula T apoptótica Timócito medular CD4+ Timócito medular CD8+ Timócito medular CD4+ Timócito medular CD4+ Naive Blasto Efetora MemóriaTecido linfóide central
Células T precursoras
Leucemia e linfoma
linfoblástico T
Leucemias e linfomas de células T e NK periféricas
(maturas)
Pró-timócito Progenitor de célula T Timócitos corticais (subcapsular) Timócito comum CD4+/CD8+Tecido linfóide periférico
Células T e NK maduras (periféricas)
Célula NK
Baço
Mucosa
Sangue periférico
Célula T gama deltaPele
Naive Blasto Efetora Memória CFC Célula T apoptótica Timócito medular CD4+ Timócito medular CD8+ Timócito medular CD4+ Timócito medular CD4+ Naive Blasto Efetora Memória T-helper folicularTecido linfóide central
Células T precursoras
Leucemia e linfoma
linfoblástico T
Linfoma T angioimunoblástico
Pró-timócito Progenitor de célula T Timócitos corticais (subcapsular) Timócito comum CD4+/CD8+ CFC Célula T apoptótica Timócito medular CD4+ Timócito medular CD8+ Timócito medular CD4+ Timócito medular CD4+ T-helper folicular
Pró-timócito
Timócito
subcapsular
Timócito
cortical
Timócito
medular
Linfócito T
periférico
CD7
CD1A
CD2/CD5
CD4
CD8
CD3 citoplasmático CD3 de superfície
CD4 e CD8
TDT
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO FENÓTIPO T NOS VÁRIOS ESTÁGIOS DE MATURAÇÃO E
SUA RELAÇÃO COM A EXPRESSÃO ANTIGÊNICA
Karl Lennert no nascimento da Classificação de Kiel (1974)
Comitê Clínico Consultivo
Classificação dos linfomas
“ Not only we clinicians have trouble
in understanding pathologists, but
at times they seem unable to
understand one another. ”
• Myeloid
- Chicago, February 2007
• Lymphoid
- Airlie House, March 2007
Two Clinical Advisory Committee
Two Clinical Advisory Committee
Meetings
Meetings
Clinical Advisory Committee Airlie, Virginia March 2007
Papel do Comitê Clínico Consultivo
•
Classificação deve ser útil para patologistas e clínicos
•
Classificação deve ser adequada para a prática diária e ensaios
clínicos
•
Comitê levantou questões de relevância clínica e alcançou
consenso em muitas delas
– Forma de listagem
– Uso de agrupamentos clínicos
– Gradação do linfoma folicular
• Reconhecimento de entidades que tenham uma
constante interrelação entre a patologia, a clínica,
a genética molecular e a epidemiologia.
• Definição da doença é um processo dinâmico e
evolutivo
• O processo é interativo
Células
pequenas
Morfologia de
células grandes
Linfoma difuso de grandes células B
(OMS 2008)
Variantes e subtipos/entidades
Linfoma difuso de grandes células B, sem outras
especificações (SOE)
Variantes morfológicas, subgrupos fenotípicos e
moleculares.
Linfoma difuso de grandes células B
Subtipos baseados nos achados clínicos (local
anatômico) ou estágios de diferenciação
(plasmablástico)
Casos limítrofes (“borderline cases”)
Burkitt and LDGCB
Morfologia
plasmoblástica
Entidades relacionadas a
infecção viral (EBV, HHV8, HIV)
Este grupo de tumores é caracterizado por uma diminuição na diferenciação das células B
maduras e aumento na diferenciação plasmoblástica. A maioria acomete pacientes
imunocomprometidos e as células tumorais são infectadas pelo EBV, pelo HHV8 ou ambos
LDGCB, ALK+
LDGCB, EBV+
Gran Linf
Plasmoblástico
LDGCB, Castleman
Linfoma Efusão
Imunodeficiência
Moderada Idoso Outros HIV
Agentes virais
Diferenciação
células B maduras
CD20
Diferenciação
plasmoblástica
CD138 CD38
Pontos ressaltados na
Classificação da OMS (2008)
Local anatômico é importante para a definição da doença
Linfoma difuso de grandes células B do SNC
Linfoma primário cutâneo “da perna” - leg type
Relacionado à
localização
Pontos ressaltados na
Classificação da OMS (2008)
Idade como um importante fator na definição da doença
LDGCB do idoso (provisório)
Linfoma folicular pediátrico
Relacionado a
idade
Pontos ressaltados na
Classificação da OMS (2008)
Linfomas seguem um processo patogênico progressivo
Lesões “in situ” com limitado potencial de progressão foram
identificados.
Cong et al. Blood, 2002
• Achado de uma população clonal
restrita ao CG.
• Isto deve ser distinto de envolvimento
parcial por linfoma.
• Neoplasia intrafolicular expansão de
células linfóides BCL-2 e CD10 que
carregam a translocação t(14;18).
• Achado incidental. Em alguns pacientes
o achado durante o estagiamento, mas
50% não possuem evidências de LF
HE
Ciclina D1
LINFOMA DE CÉLULAS DO MANTO “IN SITU”
• Envolvimento precoce de linfonodo que carregam a t(11;14) e expressam ciclina D1.
• São predominantemente encontrados na parte interna da zona do manto.
• Restante do folículo é reacional
• Achado incidental
• Alguns não desenvolvem doença após anos e outros sim
Pontos ressaltados na
Classificação da OMS (2008)
Categorias de “zona cinzenta” foram identificados
Linfoma B de alto grau intermediário entre Burkitt e Grandes Células
A grande premissa das classificações REAL e OMS tem sido que os linfomas são doenças distintas e entidades não superpostas, cujos parâmetros são baseados nos achados clínicos, morfológicos, imunológicos e
biológicos.
Entretanto recentes observações desafiam esta idéia de uma precisa separação entre entidades em determinadas situações
A identificação de uma zona cinzenta entre o linfoma de Hodgkin e o linfoma primário de grandes células do mediastino enfatizam como as células tumorais podem cruzar a fronteira e sugerem que algumas entidades podem estar no limite deste espectro
O aumento no reconhecimento de uma relação clonal entre diferentes componentes de um linfoma composito como linfoma folicular e linfoma MALT, entre LF e LH ressalta a complexa ontogenia destes tumores, que podem compartilhar a célula de origem e os eventos iniciais de transformação,
Estudos recentes tem mostrado idêntico rearranjamento clonal entre o linfoma linfoblástico T e a histiocitose de células de Langerhans ou LF e tumores histiocíticos indicando uma origem clonal entre tumores de linhagem diferente
Entidades distintas podem ser morfologicamente
semelhantes
Nem todos “linfomas foliculares” são parte da mesma entidade
Linfoma folicular, graus 1, 2, 3a
Gradação do linfoma folicular
Grau 1
Grau 2
Grau 3a
Grau 3b
Este subgrupo é biologicamente distinto e com achados que sugerem uma relação maior com o LDGCB – ausência do CD10 e BCL2, expressão de MUM1 e rearranjo mais de BCL6 do que BCL2
Grau 1: 0-5 centroblastos
Grau 2: 6-15 centroblastos
Grau 3: > 15 centroblastos
3A – centrócitos presentes
3B – grupamentos sólidos de centroblastos
CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO
Número de grandes células por campo de grande aumento
(centroblastos)
Gradação do linfoma folicular
Alguns estudos tem sugerido que o índice proliferativo (Ki67) pode representar um
dado complementar ou mesmo uma alternativa para graduar o LF. Entretanto a
determinação do índice proliferativo é também subjetiva e influenciada por problemas
técnicos, portanto esta informação deve ser usada judiciosamente
Entidades distintas podem ser morfologicamente
semelhantes
Nem todos “linfomas foliculares” são parte da mesma entidade
Linfoma folicular, graus 1, 2, 3a
Linfoma folicular, grau 3b
Linfoma cutâneo de células centro-foliculares
Linfoma folicular pediátrico (testicular/ nodal)
Entidades distintas podem ser morfologicamente
semelhantes
Nem todos “linfomas foliculares” são parte da mesma entidade
Linfoma folicular, graus 1, 2, 3a
Linfoma folicular, grau 3b
Linfoma cutâneo de células centro-foliculares
Linfoma folicular pediátrico (testicular/ nodal)
Linfoma folicular predominante difuso com doença “bulky” localizada (região
inguinal) com frequente deleção 1p36
Entidades distintas podem ser morfologicamente
semelhantes
Nem todos “linfomas foliculares” são parte da mesma entidade
Linfoma folicular, graus 1, 2, 3a
Linfoma folicular, grau 3b
Linfoma cutâneo de células centro-foliculares
Linfoma folicular pediátrico (testicular/ nodal)
Linfoma folicular predominante difuso com doença “bulky” localizada (região
inguinal) com frequente deleção 1p36
Linfoma folicular t(14;18) negativa com morfologia de ativação terminal do
CG e diferenciação plasmocitária
Princípios da Classificação
Grau e Agressividade
• Muitas entidades possui uma variação no grau
histológico e no comportamento clínico
– Linfoma folicular
– LLC/LLP
– Linfoma/leucemia de célula T do adulto
• Entidades com esta variação histológica e clínica são
uma única doença
• Consequentemente é difícil estratificar os linfomas de
acordo com os graus clínicos.
Índice prognóstico internacional
(
IPI)
• Idade > 60 anos
• Estágio avançado: III ou IV
• Número de locais extra-nodais >1
• Performance status > 2
• Aumento de LDH no soro
Sobrevida pelo tipo
histológico associado ao IPI
Sobrevida global – 5 anos
IPI 0 - 1
4 - 5
Diagnóstico
Linfoma do manto
57%
Difuso de GC
73%
Linfoma T periférico
36%
Primário do mediastino
77%
0%
22%
15%
0%
BIASOLI I, MORAIS JC, NUCCI M, PULCHERI W, SPECTOR N.
Oncology Reports, v.8, p.441 - 444, 2001.
Application of an adapted international prognostic index for aggressive
non-Hodgkin's lymphomas: Good discrimination and lower survival rates
in Rio de Janeiro, Brazil.
anos
s
o
b
re
v
id
a
0
2
4
6
8
1 0
1 2
1 4
0
1 0
2 0
3 0
4 0
5 0
6 0
7 0
8 0
9 0
1 0 0
alto risc o
baixo risc o
p= 0,003
• Leucêmicos
• Extranodais
• Cutâneos
• Nodais
p=0.015
Failure-free Survival
P
ro
p
o
rt
io
n
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Time
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
ALCL ALK+ vs. ALCL ALK
-5 y 60% vs 36%
ALK
-ALK +
Conclusões importantes para o diagnóstico
•
•
O diagn
O diagn
ó
ó
stico de linfoma
stico de linfoma
é
é
morfol
morfol
ó
ó
gico e depende de
gico e depende de
uma
uma
ó
ó
tima lâmina em HE
tima lâmina em HE
•
•
O diagn
O diagn
ó
ó
stico de linfoma não pode ser feito no v
stico de linfoma não pode ser feito no v
á
á
cuo,
cuo,
mas no contexto de uma completa hist
mas no contexto de uma completa hist
ó
ó
ria cl
ria cl
í
í
nica.
nica.
•
•
Nenhum marcador
Nenhum marcador
é
é
espec
espec
í
í
fico para qualquer neoplasia
fico para qualquer neoplasia
•
•
Uma combina
Uma combina
ç
ç
ão de achados morfol
ão de achados morfol
ó
ó
gicos, um painel
gicos, um painel
de marcadores antigênicos associados a correla
de marcadores antigênicos associados a correla
ç
ç
ão
ão
cl
cl
í
í
nica são necess
nica são necess
á
á
rios para um correto diagn
rios para um correto diagn
ó
ó
stico
stico
•
•
T
T
é
é
cnicas de biologia molecular ocasionalmente são
cnicas de biologia molecular ocasionalmente são
recomendadas para um diagn
recomendadas para um diagn
ó
ó
stico definitivo
stico definitivo
Em mais de 90% dos casos você não precisa
de imuno para dizer que é linfoma, mas em
mais de 90% dos casos você precisa de
imuno para dizer que linfoma é.
José Carlos Morais
Quem você levaria para uma ilha deserta? Um
clínico ou um técnico em imuno-histoquímica?
“...
Embora, muitos não aceitem uma ou outra entidade, a Classificação da OMS de 2008
envolveu 130 experts, patologistas e hematologistas em busca do consenso.
LDGCB do idoso