A RECUPERAÇÃO FINANCEIRA MUNICIPAL EM NÚMEROS

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A RECUPERAÇÃO FINANCEIRA

MUNICIPAL EM NÚMEROS

Rui Dias

DGAL/Comissão para a Recuperação Financeira Municipal (CRFM) rdias@dgal.pt

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 Recurso obrigatório para municípios que apresentem uma dívida

total superior a 3 vezes (300%) a média da receita corrente líquida cobrada nos últimos 3exercícios [Artigo 61.º, n.º 2 da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro (doravante RFAL), e que corresponde ao limite de ruptura financeira, nos termos do mesmo diploma | art.º 24.º da Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto];

 Recurso facultativo, demonstrando que existem outros mecanismos de resolução da situação financeira da autarquia (e.g. saneamento financeiro), para municípios com o rácio acima referido superior a

225% mas inferior a 300%. [Artigo 58.º, n.º 3 do RFAL | art.º 25.º da Lei n.º

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 Caso verifiquem os pressupostos constantes do n.º 2 do art.º 61..º do RFAL (ou seja, encontrando-se em situação de rutura financeira) e

tenham aderido ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) ou a processos de saneamento ou reequilíbrio financeiro

podem solicitar a suspensão de obrigação de apresentação de Plano de

Ajustamento Municipal (PAM) [art.º 52.º da Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto].

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E quanto ao municípios com programas de saneamento ou

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 Objetivos: Aferir a dívida relevante para determinação dos municípios

em situação de elegibilidade para o FAM, bem como o montante total necessário para dotar o fundo

Metodologia de trabalho

1. Introdução Recolha e tratamento de dados (SIIAL/DGAL)

Aferição provisória Construção de _cenários

 Dados de 2013 disponíveis em meados de 2014, pelo que a CRFM iniciou os seus trabalhos tendo por base dados finais de 2012. Foi igualmente tomado como pressuposto o worst case scenario no caso da dívida das

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SÍNTESE GLOBAL DE SITUAÇÕES DOS MUNICÍPIOS RELATIVAMENTE A LIMIARES DE DÍVIDA PREVISTOS NA LFL

(situação aferida tendo em conta data de referência de 31.12.2013)

(euros, exceto quando indicado)

Rutura fi na ncei ra (> 3x) 19 380.826 910.368.321 47.914.122 2.390,5 566.947.015 29.839.317 1.488,7 Sa nea mento fi na ncei ro (2,25 - 3,0) 23 781.425 893.332.127 38.840.527 1.143,2 377.964.733 16.433.249 483,7 Endi vi da dos (1,50 - 2,25) 43 1.336.756 1.259.127.416 29.282.033 941,9 220.570.961 5.129.557 165,0 Res tantes muni cípi os 223 7.988.282 3.898.244.694 17.480.918 488,0 0 0 0,0 TOTAL 308 10.487.289 6.961.072.558 22.600.885 663,8 1.165.482.709 3.784.035 111,1

Fonte: SIIAL/DGAL, julho de 2014.

a ) Rel a tiva mente a o l i mi te da dívi da (1,5 x).

Situações relativamente a limiares de dívida N.º de municípios População (n.º hab.) Dívida total relevante

Dívida média por município

Dívida média por hab. (€/hab) Dívida relevante em excesso totala) Dívida relevante média em excesso por municípioa) Dívida relevante média em excesso por hab.a) (€/hab)

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 Necessidades de financiamento decorrem sobretudo das medidas de assistência financeira (empréstimo concedido ao município);

 A CRFM estimou inicialmente as necessidades de financiamento num

intervalo entre €530 milhões e €945 milhões, tendo em conta diversos cenários;

 Pressupostos incluíam o refinanciamento pelo FAM de dívidas vencidas

nos municípios e na restruturação da dívida financeira existente para

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 No entanto, nem todos necessitam de medidas de assistência financeira;

 Por outro lado, alguns municípios em situação elegível detêm

empréstimos com taxas de juro historicamente baixas e outros recorreram ao PAEL consolidando a sua dívida;

 Necessidades reais de financiamento dependerão, nomeadamente, da

capacidade negocial FAM / municípios com credores (reestruturação financeira), da fiabilidade da informação financeira reportada pelos

municípios à DGAL, da transformação de passivos contingentes em dívida

(e.g. dívidas resultantes de sentenças judiciais transitadas em julgado) e créditos exigidos

por terceiros mas não reconhecidos pelo município. ₇

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 Considerando todos os municípios elegíveis e a totalidade da dívida

(incluindo a dívida das empresas locais e outras entidades participadas…

 Retirando do valor da dívida total relevante o montante dos PA, PAEL e

Necessidades de financiamento do FAM. Ajustamento das estimativas

iniciais.

(A) (B) (C) (C.1) (C.2) Rutura fi na ncei ra (> 3x) 19 910.368.321 866.133.767 44.234.553 Sa nea mento fi na ncei ro (2,25 - 3,0) 23 893.332.127 772.946.868 120.385.259 TOTAL 42 1.803.700.448 1.639.080.636 164.619.812

Dívida total município Dívida outras entidades que relevam para a dívida total Situações relativamente a limiares de dívida

N.º de municípios Dívida total relevante

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Os € 650 milhões com que foi dotado o Fundo integram a estimativa quanto à assistência financeira, integrando ainda uma margem para fazer face às situações/ fatores de incerteza antes referidos sempre presentes neste tipo de estimativas.

De referir que o FAM integra mecanismos de ajustamento do seu capital social, permitindo flexibilidade quanto a futuras necessidades de financiamento (artigos 20.º - aumento - e 21.º - redução- da Lei n.º 53/2014, de 25 de agosto)

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ESTIMATIVA QUANTO A NECESSIDADES DO FAM

(situação aferida tendo em conta data de referência de 31.12.2013)

(A) (B) (C) (D) (E) (F) (G)=(C)-(D)-(E)-(F) (H) = 20%(G) + (E) (I)

Rutura fi na ncei ra (> 3x) 19 910.368.321 83.802.244 255.612.973 58.364.889 512.588.214 358.130.616 23.994.019,1 Sa nea mento fi na ncei ro (2,25 - 3,0) 23 893.332.127 140.327.111 97.256.174 55.476.966 600.271.876 217.310.549 32.036.522,5 TOTAL 42 1.803.700.448 224.129.356 352.869.147 113.841.855 1.112.860.090 575.441.165 56.030.542

b) Montante em dívi da dos emp. contra ídos a o a bri go des tes progra ma s .

a ) Pa ga mentos em a tra s o. Informa çã o rel a tiva a pa ga mentos em a tra s o exi s tentes em 31.12.2013 (uni vers o di s ponível ).

Total assistência financeira PREDE/PPTH b) Dívida total relevante PAEL Pagamentos em Atrasoa) Montantes Reequilíbrio Dívida para efeitos FAM Situações relativamente a limiares de dívida N.º de municípios

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