Introdução
Realizada de 28 de junho a 01 de julho em Kota Kinabalu, Malásia, a Assembleia Geral do FSC Internacional contou com 405 participantes de 60 países, entre membros, observadores e colaboradores do FSC.
Esta é a 6a Assembleia Geral, e se insere em um bom momento do FSC: com números crescentes de áreas e certificações em todo o mundo, e, com uma estrutura interna operativa cada vez mais competente nas ações de proteção e promoção do sistema.
Além disso, referenda mais uma vez a maturidade política, ao convocar atores de mundos tão distintos a decidirem as grandes diretrizes estratégicas pelos próximos três anos, através de um processo bastante detalhado e transparente de diálogo, negociação e votação entre os três pilares que o compõem: as câmaras ambiental, social e econômica.
Apresentaremos neste boletim os primeiros resultados deste grande evento, com destaque para a presença brasileira – a maior delegação de todos os países -‐, para um relato das atividades preparadas para as iniciativas nacionais de todos os países que lá estiveram – entre elas o FSC Brasil com dois representantes -‐ , e, para as moções aprovadas, com um quadro que descreve a que se referem e como pretendem se desenvolver.
Ainda teremos um próximo informe sobre a Assembleia, com uma análise mais detalhada dos resultados da mesma para o sistema no mundo, e, em especial no nosso país, sob o enfoque de cada uma das câmaras, do FSC Internacional e da iniciativa nacional.
Informe Especial
Assembléia FSC Internacional
Malásia, 28 de junho a 01 de julho de 2011
A presença brasileira na Assembléia Geral do FSC 2011
Pela primeira vez na história, a comitiva brasileira que foi à Assembleia Geral do FSC em Kota Kinabalu, Malásia, era a maior delegação dentre todos os países participantes. Dos 28 indivíduos presentes, dois representavam a iniciativa nacional (FSC Brasil), um pertencia à câmara social e 25 pertenciam à câmara econômica – refletindo a maioria desta última no próprio quadro de associados brasileiros do FSC.
Demais membros, inclusive os da câmara ambiental, fizeram-‐se presentes através de procurações. No total, 31 procurações foram encaminhadas (entre pessoas físicas e jurídicas), perfazendo 37 votos brasileiros, segundo a proporção de que 9 pessoas físicas perfazem 1 voto, enquanto cada pessoa jurídica equivale a 1 voto.
A presença expressiva dos brasileiros, e todas as ações de organização prévia da comitiva resultaram em importantes conquistas: das quatro moções apresentadas por membros brasileiros (números: 4, 15, 24 e 29), três foram aprovadas, sendo uma que tratava de transparência na operacionalização das moções (4, proposta pelo IMAFLORA), outra que propunha a simplificação dos processos de certificação SLIMF (29, proposta pelo IMAFLORA), e uma terceira que propunha a descentralização da gestão de químicos em plantações, delegando às iniciativas nacionais o papel de avaliar e aprovar os processos de derrogação (24, proposta pelo IPEF).
0 5 10 15 20 25
Presentes Procuração Não votaram Pessoa Física 3 7 4 Pessoa Jurídica 12 24 2
(Foto de “quase” todos os membros da Comitiva Brasileira)
A oficina preparatória para a Assembleia, realizada pelo FSC Brasil na Fundação Getúlio Vargas no dia 14 de junho, foi uma primeira oportunidade de reunir grande parte dos votantes, entender mais a fundo o sistema de votação da AG e o teor das moções propostas, assim como alinhar posicionamentos tanto quanto possível em relação a cada uma delas. Durante a própria Assembleia, a negociação intra e inter câmaras foi bastante intensa – e os presentes reuniram-‐se diariamente para definir estratégias e formas de negociação que otimizassem resultados.
Vale uma ressalva sobre a pequena participação das câmaras social e ambiental brasileiras na assembleia, que reflete o desequilíbrio do próprio quadro de associados brasileiros do FSC Internacional (82% dos membros brasileiros do FSC IC são da câmara econômica). Daí a importância de nos concentrarmos no engajamento de novos atores sociais e ambientais brasileiros no FSC Brasil como condição essencial para o incremento da representatividade de todas as demandas de nosso país nos próximos eventos e processos de consulta e construção coletiva do sistema FSC.
Segue abaixo um levantamento dos associados brasileiros ao FSC Internacional, separados por câmaras:
O mundo paralelo das Iniciativas Nacionais
Ao longo dos cinco dias da Assembleia Geral em Kota Kinabalu, representantes de 29 escritórios nacionais (ou Iniciativas Nacionais) e pontos focais do FSC de todo mundo, tiveram a oportunidade de se reunir em eventos paralelos exclusivos, em uma iniciativa que mesclou dois objetivos: otimizar a oportunidade de intercâmbio entre pessoas e projetos que partilham de objetivos comuns ou convergentes, e, demarcar uma linha divisória entre membros das câmaras do FSC e equipe que trabalha para o sistema, deixando clara a isenção política desta última em relação às negociações das moções. A maioria dessas reuniões girou em torno do processo de estruturação da chamada FSC
Global Network -‐ uma iniciativa do FSC Internacional voltada ao aprimoramento das
relações entre atores do sistema e ao desenvolvimento de uma estratégia organizacional para o mesmo.
Por um lado, essa ideia surge da constatação de que a certificação poderá ter sua integridade e consistência ameaçadas no futuro se a rede FSC continuar crescendo de
Ambiental Econômica Social 2 9 1 1 8 0
Pessoa Física
Número de associados ao FSC Votos na AG 2011
Ambiental Econômica Social 4 34 2 4 31 1
Pessoa Jurídica
forma pouco planejada. Por outro, vem do reconhecimento de que o sistema só tem a ganhar com o engajamento e a colaboração entre parceiros, dado o know-‐how que cada um deles tem acerca de oportunidades e demandas dos setores florestais de suas regiões, bem como seu poder de incidência política e proximidade com governos e organizações locais.
Dentre os temas discutidos pelos parceiros da rede, merecem destaque: autonomia x
integração (como internacionalizar o sistema sem restringir a autonomia de cada IN em
atuar segundo as demandas e características nacionais), comunicação (como torna-‐la mais eficiente e participativa), captação de recursos (incluindo a criação de estratégias globais para a busca de financiamentos locais, regionais ou mesmo globais), treinamento (focado na capacitação dos membros da rede e na promoção de intercâmbios entre as muitas expertises espalhadas pelos FSC’s mundo afora) e gestão de investimentos (incluindo a alocação de recursos e o repasse entre FSC IC e IN’s).
Representantes do FSC Brasil participaram ainda de treinamentos especificamente voltados à captação de recursos e madeira controlada. Quanto a este último, é importante lembrar que uma das moções aprovadas – a de número 51 – incentiva a realização de análises de risco por parte das IN’s – o que a torna uma demanda ainda mais concreta e urgente.
Além desta, outras moções colocam novos desafios à atuação das Iniciativas Nacionais, tais como a estruturação de um sistema de processamento dos pedidos de derrogação de químicos (moção 23), disseminação da certificação SLIMF e melhoria do acesso comunitário à mesma (moção 28), disseminação da certificação Cadeia de Custódia (moção 44) e promoção de produtos certificados e mercados locais através de compras públicas (moção 54).
Enfim, o sistema FSC parece evoluir no sentido da descentralização de sua gestão. As discussões e deliberações desta última Assembleia claramente apontam para desafios crescentes que as iniciativas nacionais terão de assumir. Nesse sentido, o apoio do FSC IC e a colaboração de parceiros e associados serão fundamentais para que o Brasil continue trilhando um caminho de sucesso e demonstrando disposição, capacidade e comprometimento.
Moções: os novos rumos do FSC
Segue um balanço das 56 moções encaminhadas para a Assembleia, lembrando que a moção n. 1 foi desmembrada em duas (restando então 57 moções na contagem final). Ressalte-‐se que a retirada de moções é parte inerente do processo de negociação entre as câmaras e seus atores, sendo muitas delas sistematizadas em textos comuns, como o
caso das moções de madeira controlada: 50, 51 e 52, cujos textos foram sistematizados em uma única (51), aprovada na plenária final. Das 38 que foram votadas, 27 foram aprovadas e apenas 11 vetadas.
Outro caso semelhante se passou com a moção 24, apresentada por um membro brasileiro: o IPEF, que se fundiu com a de número 23 (aprovada), mantendo seu conteúdo original intacto.
Seguem abaixo alguns dados de balanço, bem como, uma tabela com informações relevantes sobre cada uma das moções aprovadas e que vão nortear os rumos do sistema FSC pelo próximos 3 anos, ao menos.
Ressalte-‐se que com a aprovação da moção n. 4, devemos ter em breve um sistema de monitoramento dos processos de execução do conteúdo proposto por cada moção, como forma de aumentar a transparência e a governança pelos membros sobre sua efetiva operacionalização e resultados.
Remradas, 19 Aprovadas, 27 Vetadas, 11
Moções retiradas (ou que se fundiram a outras) 02, 03, 06, 07, 12, 13, 22, 24, 27, 32, 35, 37, 39, 41, 48, 49,
50, 52, 55
Moções vetadas 1.2, 5, 11, 14, 15, 26, 30, 31, 33, 37, 40, 56
O conteúdo completo das moções aprovadas, retiradas e vetadas, está disponível no endereço:
http://motions.fsc.org/motions/
Aspectos sociais
O quê Como
9 Garantir tratamento adequado aos trabalhadores
florestais e fortalecer o alinhamento da certificação
FSC com normas internacionais da OIT.
Trabalhadores florestais deverão ser incluídos no documento “FSC Global Strategy” aprovado em 2007 (já que a versão original
não inclui qualquer objetivo ou indicador relacionado a este grupo de stakeholders). Caberá ao FSC IC: i) preparar uma
proposta de inclusão (em consulta às organizações de trabalhadores membros do FSC); ii) submeter o documento à
consulta dos demais membros; e iii) deliberar sobre quais comentários serão incorporados (Conselho Diretor e
representantes das câmaras). 28 Disseminar a certificação
SLIMF e melhorar o acesso de comunidades à mesma.
O FSC IC criará condições para que comunidades tenham acesso à certificação SLIMF e consigam mantê-‐la por meio de i) criação de um fundo voltado à capacitação e apoio ao desenvolvimento do padrão SLIMF nos países em que ainda não está presente; ii) apoio ao desenvolvimento de mercado para produtos advindos de operações SLIMF; iii) incentivos para que mais certificadoras
ofereçam certificação SLIMF; e iv) desenvolvimento de indicadores genéricos para operações SLIMF já no próximo ano.
29 Aprimorar o padrão de
certificação SLIMF. Duas alterações serão feitas no padrão de certificação SLIMF: i) o “volume anual máximo de colheita” passa a ser critério de elegibilidade; e ii) inclui-‐se o conceito de “colheita não-‐ mecanizada” no padrão. A primeira modificação relaciona intensidade e impacto. A segunda permite que se demonstre baixa intensidade do manejo independentemente da ‘taxa de
crescimento anual’ (que nem sempre está disponível ou é facilmente verificável).
19 Fortalecer o envolvimento de povos indígenas no sistema
FSC.
Um comitê permanente será criado para atuar no fortalecimento da participação de povos indígenas no sistema FSC. Caberá a este
comitê compilar e avaliar informações acerca de aspectos políticos, padrões, presença organizacional, certificação e participação de indígenas no setor florestal – e, a partir disso,
fazer recomendações ao Conselho Diretor do FSC. Um profissional será contratado para dar apoio administrativo ao
Comitê e coordenar suas atividades por tempo integral. 9 Garantir tratamento
adequado aos trabalhadores florestais e fortalecer o alinhamento da certificação
FSC com normas internacionais da OIT.
Trabalhadores florestais deverão ser incluídos no documento “FSC Global Strategy” aprovado em 2007 (já que a versão original
não inclui qualquer objetivo ou indicador relacionado a este grupo de stakeholders). Caberá ao FSC IC: i) preparar uma
proposta de inclusão (em consulta às organizações de trabalhadores membros do FSC); ii) submeter o documento à
consulta dos demais membros; e iii) deliberar sobre quais comentários serão incorporados (Conselho Diretor e
representantes das câmaras).
Carbono e Mudanças Climáticas
O quê Como
16 Garantir o reconhecimento de
carbono pelos P&C’s do FSC. Princípios e Critérios FSC deverá reconhecer o carbono O grupo de trabalho responsável pela Revisão dos florestal como um valor ambiental e considerar a gestão
responsável de armazenamento e fixação de carbono.
17 Garantir que padrões FSC
contemplem e reflitam preocupações relacionadas ao
clima.
O FSC IC irá explorar a viabilidade e as implicações da inclusão de ‘capacidade de armazenamento de carbono
em vegetação e solo’ na certificação FSC como um critério para a definição de Florestas de Alto Valor de
Conservação (HCVF).
Plantações
O quê Como
18 Qualificar a certificação FSC de
Plantações totalmente concluído em 2009 e um número significativo O processo de revisão de florestas plantadas não foi de membros do FSC vinha solicitando a continuação dos
estudos. Assim, um novo grupo de trabalho com representantes das três câmaras será criado para se dedicar aos temas relevantes a este setor, com vistas a propor estratégias que incentivem e fomentem práticas
sustentáveis neste setor. 20 Diminuir impactos causados por
grandes operações florestais. O FSC IC deverá encomendar um estudo participativo sobre os impactos sociais e ambientais em nível de paisagem das grandes operações florestais (contendo
recomendações e indicadores de boas práticas). 21 Garantir a operacionalização das
recomendações do Grupo de Trabalho “Plantations Policy” para a
mitigação de impactos oriundos de manejo florestal intensivo.
O FSC IC irá desenvolver orientações práticas e ferramentas de suporte para a mitigação de impactos
oriundos de manejo florestal intensivo, alinhadas às recomendações do grupo de trabalho “Plantation Policy”.
23 Agilizar e qualificar processos de derrogação de pesticidas através da
descentralização do processo.
O FSC IC desenvolverá uma política que permita o processamento de pedidos de derrogação de pesticidas por parte das iniciativas nacionais (incluindo avaliações de
risco em nível nacional com a participação de representantes locais das 3 câmaras). A decisão final sobre a derrogação ainda ficará a cargo do Conselho Diretor do FSC IC. Nos casos de inexistência de um escritório nacional ou de incapacidade para conduzir tal
processo, o mesmo continuará sendo integralmente conduzido pelo FSC IC.
Certificação e Padrões
O quê Como
25 Melhorar o uso de padrões
interinos para certificação de manejo florestal.
Embora a moção 20/2005 determine a eliminação gradual de padrões de certificação interinos, seu uso ainda é comum em diversos países. Sendo assim, caberá
ao FSC IC definir um processo que garanta que esses padrões interinos seguem os requisitos do FSC (incluindo
a realização de uma consulta pública aberto a todos os stakeholders durante o processo de desenvolvimento do
padrão).
34 Reforçar o foco da certificação e
garantir que o manejo florestal responsável se concretize no campo
(e não se dê apenas no papel).
O foco da certificação e da verificação do cumprimento das normas FSC será a desempenho da operação florestal no campo. Isso deverá pautar i) auditorias conduzidas por certificadoras e pela ASI; ii) o desenvolvimento de novos documentos, políticas e critérios por parte da Unidade de
Política e Padrões do FSC IC; iii) ações de treinamento e capacitação de auditores; e demais atividades.
36 Garantir clareza em relação a
políticas e procedimentos do FSC IC com vistas a garantir a integridade e
a consistência do sistema de certificação.
O FSC IC deve criar e implantar um manual de políticas e padrões a serem incorporados por atores do sistema FSC (incluindo certificadoras acreditadas, INs, ASI e demais stakeholders). Tal manual deve ser disponibilizado até o início de novembro, em tempo de os atores envolvidos se
prepararem para adotá-‐lo, e deve conter i) justificativas; ii) avaliação dos efeitos e implicações da medida em questão; iii) resultado da consulta por que tal medida deve passar. O FSC IC deverá ainda evitar modificações no meio do ano (a não ser em casos cruciais), simplificar documentos, usar notas explicativas e orientações, e criar
uma ferramenta online que facilite o acompanhamento de mudanças feitas.
Madeira Controlada
O quê Como
51 Fortalecer o sistema de madeira
controlada. alterações no sistema de madeira controlada no sentido O FSC IC deverá aprovar, até dez/2012, uma série de de fortalecer: i) avaliações de risco nacionais; ii) avaliações de risco feitas por empresas; e iii) o Anexo 3 da norma FSC-‐STD-‐40-‐005 (para todos os casos de risco não-‐especificado nas avaliações de risco nacionais).
Cadeia de Custódia
O quê Como
38 Aprimorar o sistema de cadeia de custódia e incentivar o uso de fibras recicladas como forma de contribuir para o uso responsável
de recursos ao longo do ciclo de vida dos produtos.
O FSC IC conduzirá uma avaliação participativa, com representantes das 3 câmaras, sobre riscos e benefícios
sociais, ambientais e mercadológicos dos materiais de papel pré-‐consumo. Este estudo deverá explorar o
assunto e apontar o posicionamento e a forma de valoração mais adequados desses materiais em relação
a materiais de papel FSC.
42 Aumentar a transparência na
cadeia de custódia e garantir acesso a mercados madeireiros.
O FSC IC deverá avaliar a viabilidade de incorporar declaração de espécies e origem geográfica da madeira como requerimentos obrigatórios do sistema de cadeia
de custódia do FSC, no sentido de garantir conformidade com dispositivos legais existentes e futuros (tais como o Lacey Act, EU timber regulation,
Australian regulation etc.).
43 Garantir comunicação
transparente acerca de produtos mistos aos consumidores.
O FSC IC deverá desenvolver uma política com orientações de etiquetagem diferenciadas para produtos mistos que contenham em seu nome ou
identificação qualquer referência direta a uma determinada espécie de madeira. De acordo com essa
nova política, os componentes visíveis de produtos mistos (referidos no título dos mesmos) devem ser certificados -‐ ou seja, não basta que ele seja apenas
oriundo de áreas controladas.
44 Facilitar acesso à certificação
Cadeia de Custódia e disseminar o sistema FSC.
O FSC IC criará um grupo de trabalho para analisar e, se for o caso, rever a norma de cadeia de custódia FSC-‐ STD-‐40-‐004 no que diz respeito a pequenas empresas /
unidades de negócios. O objetivo desta revisão é facilitar o acesso dessas empresas à certificação CoC e
verificar a necessidade de i) criar uma nova norma especificamente voltada a esse grupo (análoga ao padrão SLIMF para operações de manejo florestal); e ii)
desenvolver serviços de suporte geral -‐ incluindo ferramentas e modelos de documentos que facilitem a
certificação CoC por pequenos.
45 Facilitar a certificação entre
empresas varejistas visando à inclusão desses atores no sistema
FSC e a disseminação da certificação como um todo.
O FSC IC deve trabalhar em colaboração com varejistas para identificar oportunidades de melhoria e apoio à
certificação Cadeia de Custódia no setor. Isso deve incluir normas especificamente voltadas a operações de
varejo multi-‐site cujos clientes queiram fazer declarações a respeito da compra de produtos
certificados.
46 Esclarecer a intenção do sistema
de crédito e fazer os ajustes necessários.
O FSC IC deverá esclarecer e aprimorar as definições de ‘grupo de produtos’, ‘qualidade dos insumos’ e ‘fator de
conversão’ nos padrões de Cadeia de Custódia a fim de melhorar a coerência na interpretação e aplicação dessas condições por parte de entidades de certificação
e dos proprietários de certificados de CoC. Também deverá garantir a correta aplicação de transferência,
porcentagem e sistema de crédito dentro do sistema. Se necessário, a norma FSC-‐STD-‐40-‐004 v.2-‐0 será revisada
com este propósito. 47 Monitorar o aumento de material
FSC na Cadeia de Custódia. Dentro de 18 meses, o FSC IC deverá concluir um primeiro estudo sobre as vendas de produtos certificados pelo FSC (diferenciando entre FSC puro,
misto e reciclado). A informação pode ser utilizada pelos associados para avaliar consumo de produtos FSC
e outras tendências da certificação. Informações serão coletadas e processadas de maneira contínua e
permanente, através da compilação dos dados coletados por certificadoras durante auditorias anuais.
Desenvolvimento de Mercado
O quê Como
53 Promover produtos certificados,
em especial de produtores certificados pelo SLIMF (pequenos), nos mercados locais
através do estímulo direto à compras públicas.
O FSC deve desenvolver e estabelecer programas para promover, estimular e facilitar
a criação de mercados locais baseados em compras públicas de produtos madeireiros e
não madeireiros. Prioridade será dada a pequenos produtores. Iniciativas nacionais
terão o papel de porta-‐vozes desses programas, responsabilizando-‐se por iniciar o
diálogo com diferentes instâncias governamentais e por estabelecer uma estratégia pertinente para sua implantação.
54 Promover madeira certificada em detrimento de produtos concorrentes (ex.: aço, plástico,
concreto).
O FSC IC deverá coordenar uma ação conjunta entre membros, operações certificadas e
experts) para promover ativamente o uso de
madeira certificada em relação a produtos concorrentes, através das seguintes atividades:
i) lobby junto a padrões de construção civil sustentável (no sentido de apoiar os produtos
de madeira certificada pelo FSC, incluindo equivalência com outros produtos em seu sistema de pontuação); ii) promoção dos benefícios da madeira certificada FSC em relação a questões ambientais, sociais e econômicas específicas; e iii) criação de um banco de dados demonstrando os benefícios
advindos do uso de madeira certificada.
Diversos
Tema O quê Como
Moção estatutária 1.1 Garantir reconhecimento da
importância de temas sociais e do papel de serviços ecossistêmicos no
FSC.
Mudanças serão feitas no texto do estatuto do FSC (vide parágrafo 4º -‐ “Objetivos da associação” e Regulamento interno – “Missão”). Implementação de
moções aprovadas 4 Garantir transparência e confiabilidade dos
resultados das Assembleias Gerais do FSC.
O FSC IC irá desenvolver e implantar procedimentos para i) atualizar seus membros
periodicamente a respeito do status de implementação de cada moção aprovada em
AG anteriores; e ii) evitar interpretações equivocadas das moções por parte daqueles
encarregados de implementá-‐las (caso haja necessidade de interpretação e/ou mudanças conceituais, isso caberá ao Conselho Diretor). Financiamento da
Rede FSC 8 financiamento necessária à Alcançar a escala de
integridade do sistema, garantindo profissionalismo
e proteção da marca.
O FSC IC irá contratar consultores externos para uma análise das necessidades operacionais e de
capital da rede FSC (incluindo FSC IC e escritórios regionais e nacionais). Com base nos
resultados desta análise, o FSC IC irá estabelecer uma estrutura de receitas e
despesas apta a financiar demandas estratégicas e operacionais de toda a rede FSC
já a partir do ano fiscal 2012. Escopo do FSC e
desenvolvimento de competência
10 Garantir integridade e proteção da marca FSC
quanto a sistemas de recompensa por prestação de serviços ecossistêmicos.
O FSC IC irá identificar os riscos relacionados à recompensa por serviços ecossistêmicos oriundos de operações certificadas (incluindo
sequestro e armazenamento de carbono) e tomará medidas no sentido de garantir a proteção e integridade da marca FSC (tais como
a publicação de um manual com orientações a respeito).
Texto elaborado pela equipe do FSC Brasil
info@fsc.org.br ou 11 3884-‐4482 18 de julho de 2011