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Resposta de Três Cultivares de Alface a Diferentes Fontes Nitrogenadas em Cobertura.

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Resposta de Três Cultivares de Alface a Diferentes Fontes Nitrogenadas

em Cobertura.

Mário C. Lopes1; Marcio P. Czepak1;Cinthia Röder2; Jair R. Unfried2; Luchele F. Sirtoli2.

UNIOESTE - campus de Marechal Cândido Rondon - Centro de Ciências Agrárias. Rua Pernambuco, 1777-CEP: 85960-000. mclopes@unioeste.br

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar a resposta de três cultivares de alface (Brisa, Vera e Verônica) a diferentes fontes de adubação nitrogenada (uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio) em cobertura. O experimento foi conduzido na Estação Experimental Professor Dr. Antônio Carlos dos Santos Pessoa, da Universidade Estadual Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Marechal Cândido Rondon, PR. Avaliou-se as características: massa fresca da parte aérea, massa seca de parte aérea, número de folhas, diâmetro de caule e produtividade. Para a produção de massa fresca e seca a melhor fonte nitrogenada foi o nitrato de amônia e as cultivares foram Verônica e Vera. A cultivar Brisa obteve o maior número de folhas. Observou-se que não houve diferença estatística entre os diferentes tratamentos realizados para o diâmetro de caule. A fonte que resultou em maior produtividade foi o nitrato de amônio e as cultivares foram Verônica e Vera.

PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, nitrogênio, produção. ABSTRACT

Three reply to cultivate of lettuce different sources nitrogenadas in covering.

This work had for objective to evaluate the three reply to cultivate of lettuce (Brisa, Vera and Verônica) the different sources of nitrogenada fertilization (ammonium urea, sulphate and ammonium nitrate) in covering. The experiment was lead in the Experimental Station Dr. Professor Antonio Carlos dos Santos Pessoa, of the State University West of the Paraná (UNIOESTE), Campus of Marechal Cândido Rondon, PR. Evaluated the characteristics: cool mass of the aerial part, dry mass of aerial part, leaf number, diameter of caule and productivity. For the production of cool mass and it dries the best source nitrogenada was the ammonia nitrate and to cultivate them had been Verônica and Vera. To cultivate Brisa it got the biggest leaf number. It was observed that it did not have difference statistics enters the different treatments carried through for the diameter of caule. The source that resulted in bigger productivity was the ammonium nitrate and to cultivate them had been Verônica and Vera.

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A alface (Lactuca sativa L.), família Asteraceae, é considerada a hortaliça folhosa mais importante na alimentação do brasileiro (Viggiano, 1990), o que lhe assegura expressiva importância econômica. A produção nacional é de 260.000 toneladas por ano (IBGE,2004). Apenas o estado de São Paulo ocupa uma área de 7.859ha, com uma produtividade de 137.000 toneladas por ano, gerando mais de 6.000 empregos (Ceasa, 2004).

A alface é considerada como exigente em nutrientes, principalmente na fase final de seu desenvolvimento vegetativo, necessitando de um grande incremento nutricional e um bom fornecimento de água durante todo o seu ciclo.

A alface é basicamente composta de folhas, desta forma a aplicação de nitrogênio em cobertura é altamente benéfica, promovendo maior incremento no crescimento vegetativo, consequentemente, na produtividade e no peso médio das plantas, sendo elemento quase que totalmente absorvido pela planta, principalmente após o transplante, quando ela tem crescimento rápido (Goto e Tivelli, 1998). Quando ocorre a falta de nitrogênio, as folhas mais velhas tornam-se amareladas e desprendem-se facilmente. Já em excesso, ou aplica-do, tardiamente, o nitrogênio prejudica a formação da “cabeça”, nos cultivares que apresentam esta característica (Garcia et al.,1982). Com uma suplementação abundante de nitrogênio, a absorção pela planta pode exceder sua redução e assimilação, levando ao seu acúmulo (Barker et al., 1971).

O suprimento com nitrogênio em cobertura deverá ser feito no início do desenvolvimento das mudas após transplante, pois oferecendo melhores condições nesta fase as plantas terão melhor desenvolvimento vegetativo, por apresentar maior número de folhas por planta, aliado ao fato de o sistema radicular ser bastante superficial. A prática da adubação de cobertura logo após a fixação ou pegamento das mudas é necessário para dar o arranque inicial de crescimento (Raij et al., 1995).

Quanto à fonte de nitrogênio, há experimentos que comprovam ser a uréia aquela que promove maior acréscimo na produtividade e no peso da cabeça da alface (Filgueira, 1982). Ferreira et al. (2001), trabalhando com a cultura da alface observaram que doses de

nitrogênio até 200 kg ha-1 promoveram aumento na produção de massa fresca e massa

seca, porém os rendimentos decresceram quando utilizada a dose de 400 kg ha-1. Doses

elevadas de nitrogênio tem causado preocupações sob dois aspectos: a contaminação de águas subterrâneas e mananciais e, a elevação dos teores de NO3- nos alimentos,

principalmente em hortaliças e frutas. (Castro & Ferraz Jr, 1998).

Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a resposta de três cultivares de alface com adubação nitrogenada utilizando três fontes (uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio) no cultivo a campo, utilizadas em cobertura, para o melhor rendimento da cultura, na região de Marechal Cândido Rondon.

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em horta com sistema convencional de produção na Estação experimental da UNIOESTE, localizada no Município de Marechal Cândido Rondon - PR, sendo o solo classificado como Latossolo Vermelho Eutroférrico (Embrapa, 1999).

O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com 4 repetições por tratamento, arranjados no esquema fatorial 3 x 3, sendo 3 fontes de adubos nitrogenados (uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio) e 3 cultivares de alface (Verônica, Vera e Brisa), num total de 9 tratamentos.

As mudas foram produzidas em ambiente protegido em bandejas de isopor de 228 células, com substrato específico para a cultura da alface. Não houve a necessidade de realizar raleio. O transplante das mudas ocorreu 34 dias após a semeadura, quando as mesmas apresentavam aproximadamente de 4 -5 folhas expandidas.

A adubação de base foi realizada no momento do transplante de acordo com análise do

solo, utilizando-se 168 kg ha-1 de super triplo, 88,24 kg ha-1 de nitrato de amônio. Não foi

necessária a adubação potássica, pois a análise de solo mostrou elevado nível deste nutriente. Cada parcela experimental foi constituída de 3 linhas com 1 m de comprimento e

espaçadas de 0,30 x 0,25 m (linhas e plantas), totalizando 1 m2 de parcela. A área útil

consistiu de duas plantas por parcela, localizadas na linha central, excluindo-se uma linha em cada lateral e desconsiderando as plantas das extremidades.

Para a adubação de cobertura foram utilizadas três fontes de adubos nitrogenados: uréia (45% N), sulfato de amônio (20% N) e nitrato de amônio (33% N), fornecendo a todos os

tratamentos a mesma quantidade de N (120 kg ha-1), baseado nas exigências da cultura

para obtenção de alta produtividade (Fontes, 1999). A aplicação ocorreu em duas épocas (aos 30 e aos 45 dias após o transplante) e foram feitas manualmente.

Durante a condução do experimento realizou-se periodicamente o controle de plantas daninhas e irrigação de acordo com as necessidades da cultura.

O material colhido foi pesado, estabelecendo o peso da massa fresca em gramas (folhas + caule), em seguida para determinar a massa seca da planta, as amostras foram colocadas

em estufa com circulação de ar a 650 C, para secagem, até atingirem peso constante.

Os parâmetros avaliados foram o número de folhas (NF), massa fresca de parte aérea (MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA), diâmetro de caule e produtividade.

Os resultados foram submetidos à análise de variância e para comparação de médias foi utilizando o teste de Tukey a 1 % de probabilidade.

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Observando-se os resultados da análise de variância para a massa fresca de alface, nota-se que houve diferença estatística significativa tanto para fontes de nitrogênio como para as cultivares utilizadas (Tabela 1). Dentre as fontes de nitrogênio utilizadas, a melhor delas foi o nitrato de amônio, seguido pelo sulfato de amônio e a uréia. Isso se explica pelo fato de ocorrerem menores perdas de N por volatilização pela fonte de nitrato de amônio, em relação principalmente à uréia (Tedesco, 1995). Este resultado difere do obtido por Filgueira (1982) e Lopes et al. (2003), onde a melhor fonte foi a uréia.

Tabela 1. Massa fresca de parte aérea (MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA), nº de folhas (NF)

e diâmetro de caule de cultivares de alface produzidas com diferentes fontes nitrogenadas aplicadas em cobertura. Marechal Cândido Rondon, UNIOESTE, 2003.

Variáveis avaliadas Fontes de nitrogênio Produtividade ton ha-1 Massa fresca g planta-1 Massa seca g planta-1 Nº de folhas Diâmetro do caule (cm) Nitrato de mônio 70,34 A* 527,68 A 22,60 A 46,96 A 2,82 A Sulfato de amônio 45,69 B 394,73 B 17,92 B 46,16 A 2,76 A Uréia 52,62 B 342,37 B 16,48 B 50,79 A 2,91 A C.V. (%) 16,94 22,35 17,06 7,91

*Letras diferentes na coluna, diferem entre si pelo Teste de Tukey a 1% de probabilidade.

As melhores cultivares foram Verônica e Vera, pois atingiram a maior produção de massa fresca por planta (Tabela 2). Porém estas foram estatisticamente diferentes da Brisa. Em contra partida Verona et al. (2000), avaliando a adaptação de seis variedades de alface em diferentes épocas de plantio no extremo oeste do Paraná, verificou menor rendimento da variedade Verônica para o mês de novembro. Não houve interação significativa entre as diferentes fontes e as cultivares utilizadas. O mesmo ocorrendo para a produção de massa seca, onde a análise estatística confirmou os resultados obtidos para a produção de massa fresca.

Tabela 2. Massa fresca de parte aérea (MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA), peso fresco (PF),

peso seco (PS), nº de folhas (NF) e diâmetro de caule de cultivares de alface. Marechal Cândido Rondon, UNIOESTE, 2003.

Variáveis avaliadas Cultivares Produtividade ton ha-1 Massa fresca g planta-1 Massa seca g planta-1 nº de folhas Diâmetro do caule (cm) Verônica 63,26 A* 474,13 A 21,31 A 39,96 B 2,85 A Vera 61,55 A 461,68 A 21,08 A 40,08 B 2,78 A Brisa 43,85 B 329,04 B 14,75 B 63,87 A 2,86 A CV (%) 16,94 22,35 17,06 7,91

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*Letras diferentes na coluna, diferem entre si pelo Teste de Tukey a 1% de probabilidade.

Quanto ao número de folhas obtidas para os diferentes tratamentos, não houve diferença estatística entre as diferentes fontes nitrogenadas utilizadas. Quando considerados os diferentes cultivares, aquela que teve maior número de folhas foi a Brisa.

Observou-se que não houve diferença estatística entre os diferentes tratamentos realizados para o diâmetro de caule.

Com relação à produtividade em ton ha-1, a fonte responsável pela maior produção foi o

nitrato de amônio, a qual foi estatisticamente diferente do sulfato de amônio, responsável pela segunda maior produção e este, não foi estatisticamente diferente da terceira produção alcançada pelo tratamento com a uréia.

Quanto às cultivares não houve diferença estatística entre Verônica e Vera, porém estas foram estatisticamente diferentes da Brisa. Não houve interação significativa entre fontes de nitrogênio e cultivares utilizadas.

De acordo com os resultados obtidos e nas condições em que foi desenvolvido o experimento, conclui-se que o nitrato de amônio foi a fonte de adubação nitrogenada que apresentou maior produtividade em relação aos demais tratamentos. E das cultivares avaliadas, Vera e Verônica apresentaram os melhores resultados.

LITERATURA CITADA

BARKER, A.V.; PECK, N.H.; Mac DONALD, G.E. Nitrate accumulatoin in vegetables. I. Spinach soils. Agronomy Journal, v. 63, 1971.

CASTRO, S.R.P.; FERRAZ Jr., A.S.L. Teores de nitrato nas folhas e produção da alface cultivada com diferentes fontes de nitrogênio. Horticultura Brasileira, v.16, n.1, 1998. p.65-68.

CEASA – CAMPINAS. Cultura da alface. Disponível em: http://www.ceasacampinas.com.br.

Acesso em 20 de janeiro de 2004.

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GARCIA, L.L.C.; HAAG, H.P.; MINAMI, K.; DECHEN, R. Nutrição mineral de hortaliças.

Concentração e acúmulo de macronutrientes em alface (Lactuca sativa). Anais da

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