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PARECER 1/66 CONSELHO PLENO

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PROCESSO Nº - 1 1140/64 CEE

INTERESSADO: FACULDADE MUNICIPAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE SOROCABA

ASSUNTO : Pleiteia a atualização da verba anual que lhe

concedida pelo Estado sob a forma de subvenção nos termos da lei 4 614 de 1958

PARECER 1/66 CONSELHO PLENO

- I -

1 - Na Sessão Extraordinária do Conselho Pleno, realizada em 27/32/65, pedimos vista do processo supra a fim de melhor examiná-lo a luz do texto do convénio celebrado entre a Secretaria da Educação e a Faculdade Municipal de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba e também ante os termos da lei 4 614 de 3958, que permitiu a realização desse convênio. 2 - Em sessão anterior, havíamos tratado perfunctoriamente do

assunto. Essa nossa intervenção motivou a retirada do Processo pelo nobre conselheiro Carlos Henrique Liberali, que modificou, parcialmente, alguns pontos do Parecer 410/65, de sua autoria.

A matéria; com essas modificações, voltou ao debate do Conselho Pleno. As alterações feitas no Parecer nº 410/65, (e respeitosamente o afirmamos), em que pesem os louváveis propósitos do ilustre relator, não serviram para facilitar a discussão do assunto, inclusive porque o Parecer em causa já fora rejeitado pela Camará do Ensino Superior, que preferira aprovar o Parecer nº 706/65, de autoria do nobre Conselheiro Vespasiano Consiglio.

3 - A conclusão deste ultimo Parecer - em torno do qual deveria girar a discussão - era e é no sentido de que se constituísse um Grupo de Trabalho formado por elementos do Conselho Estadual de Educação e da Secretaria de Economia e Planejamento, "para definir os critérios gerais a serem fixados para regulamentação do assunto".

- II -

Decidimos, pois, analisar detidamente o processado e, abusando da paciência dos Srs. Conselheiros, vamos começar cuidando, inclusive, da fase anterior ao início do Processo 1 140/64.

4 - Em 3 de janeiro de 1958, o então governador do Estado, sancionou a lei nº 4 614 cujos artigos principais passamos a transcrever :

"Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras municipal de Sorocaba, assim como com as entidades que a mantenham e administrem, convênio que assegure aquela, pelo prazo de 10 (dez) anos, o auxilio anual de dez milhões de cruzeiros, destinado à manutenção de ensino no mesmo estabelecimento.

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§1º

§2º - O ensino, entretanto, será gratuito e assegurado, indiferentemente, a todos quantos, no concurso de habilitação nele consigam matricular-se, seja qual for a religião que professem.

Art. 2º - Os orçamentos do Estado consignarão, durante dez anos, a verba anual de dez milhões de cruzeiros, para atender as despesas com a execução da presente lei".

5 – No dia 2 de setembro de 1958, presentes o diretor da Faculdade, professor padre doutor Antônio de Oliveira Godinho, e o secretario da Educação, professor doutor Alípio Corrêa Neto , foi firmado, no gabinete daquela Secretaria, o convénio entre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da cidade de Soro caba e o Governo do Estado. Esse convénio, fundamentado na citada Lei 4 614 de 3/1/58, em suas cláusulas principais, dispunha o seguinte:

1º) - na clausula primeira, que o Governo subvencionaria a re ferida Faculdade, durante dez anos, a partir de 12 de janeiro de 1959, com a importância de dez milhões de cruzeiros por ano;

2º) - na cláusula III, era repetido, na integra, o disposto no § 2º do art. 1º da Lei 4 614;

3º) - a cláusula IV determinava que a Secretaria da Educação teria franco acesso à administração da faculdade para verificação do cumprimento dos termos do convênio.

4º) - a cláusula V estipulava que a subvenção "somente será paga mediante comprovação, pela administração da Faculdade interessada, do cumprimento dos termos do presente convénio, processada na seguinte ordem: a) - requerimento solicitando o pagamento da subvenção; b) - relatório dos cursos instituídos e mantidos pelo estabelecimento; c) - relação nominal dos alunos admitidos à matrícula com o numero mínimo de trinta candidatos matriculados em cada ano letivo; discriminação completa do numerário a ser empregado na Faculdade, especialmente com relação ao corpo docente; quadro dos professores contrata dos com os respectivos títulos de habilitação para esse magistério, na forma da lei.

5º) - a clausula VI diz que a subvenção "será imediatamente

suspensa, ficando, para todos os efeitos, rescindido o presente convênio, caso a matricula total da Faculdade não acuse o mínimo de trinta candidatos a qualquer tempo que ele se verificar".

- III –

6 - Após este preambulo, passemos ao estudo das origens do Processo 1.140/64. Ele nasceu do Processo 1 122 que data de 17 de

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outubro de 1961, quando a Assessoria Técnico-Legislativa pediu o pronunciamento urgente da Reitoria da Universidade de São Paulo sobre o Projeto de Lei 954-/61, de autoria do deputado Padre António de Oliveira Godinho, (diretor da Faculdade à época da assinatura do convénio) dispondo sobre a elevação; para vinte milhões anuais, da subvenção que o Estado vinha concedendo à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Soro caba.

7 - O Magnifico Reitor de então, Professor António Barros de Ulhôa Cintra, na qualidade de Presidente do Conselho Estadual de Ensino Superior, despachou a matéria ao exame do Professor Mas Saud Moyses, que, nos termos do Parecer 213/61, concordou com o objetivo colimado pelo Projeto de Lei 954/61, O Conselho Estadual de Ensino Superior, no entanto, em reunião realizada no dia 28/ 11/61, unanimemente, houve por bem rejeitar esse parecer e, a seguir, informou à Chefia da ATL que a rejeição era funda mentada no critério geral, segundo o, qual

"se as dotações orçamentarias destinadas aos Institutos oficiais do sistema estadual ainda não satisfazem as suas necessidades, como, pois, desviar verbas para instituições particulares?"

8 - O Projeto de Lei 954/1, não obstante, foi aprovado pela Assembleia Legislativa e vetado pelo Senhor Governador do Esta do. Voltou a consideração do Poder Legislativo, se não nos engaramos em fins de 1962, que acolheu as razões do veto. A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba continuou, pois, recebendo a subvenção anual de dez milhões de cruzeiros.

- IV –

9 - O início da Legislatura de 1963 foi farto em projetos de lei dispondo sobre o mesmo assunto, isto e, elevação do quantitativo fixado para subvencionar a referida Faculdade. Senão vejamos:

Projeto de Lei nº 45, de 15 de março de 1963, de autoria do deputado Gualberto Moreira, elevando para cinquenta milhões anuais o auxilio concedido àquela Faculdade;

Projeto de Lei nº 329, de 6 de abril de 1963, de autoria do deputado Nelson Pereira, elevando para vinte milhões o mesmo auxilio;

Projeto de Lei nº 424, de 18 de abril de 1963, de autoria do deputado Juvenal de Campos, e subscrito também pela maioria da Assembleia, dispondo sobre a elevação, para vinte milhões do auxilio anual do Estado a mesma Faculdade.

10 - A Assessoria Técnico Legislativa, nos termos dos Processos 130/63, 430/63 e 524/63, respectivamente, pediu manifestação do recém-instalado Conselho Estadual de Educação sobre os Projetos de Lei nºs. 45/63, 329/63 e 424/63. Esses processos todos são datados de 12 de setembro de 1963. Os carimbos e demais anotações do Conselho Estadual de Educação, no entanto, trazem a data de 23 de junho de 1964 como sendo aquela em que a matéria deu entrada no Conselho, formando o

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11 - Sem que tivesse havido qualquer deliberação coletiva do Conselho Estadual de Educação sobre o processo 1.140/64, a este foi juntado, adquirindo foros de peça principal, o Processo 405/65, datado de 11 de maio, também remetido pela Assessoria Técnico Legislativa, no qual ela pedia a manifestação urgente do Conselho Estadual de Educação, sobre representação do Conselho Superior da Fundação mantedora da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Sorocaba em que se pleiteava a atualização da verba que o referido estabelecimento vinha recebendo por força do convênio firmado com a Secretaria da Educação, nos termos da Lei 4 614 de 1958.

12 - Nessa-representação, datada de 24 de marco de 1965, endereçada Ao Sr. Governador do Estado, salienta que a mencionada Faculdade "oferece ensino gratuito a cerca de 300 alunos de Sorocaba e da região, por força do convénio firmado em 1958, pela Lei Nº 4.614, de 3/1/1958$ entre esta instituição e a Secretaria da Educação".

diz mais:

"Ora, sabe perfeitamente Vossa Excelência que o ônus financeiro anual de uma Faculdade que não cobra taxas, evidentemente não pode hoje ser aliviado pela quantia estipulada por aquele Convénio. Se em 1958 foi ela satisfatória, hoje não atende mais, de forma alguma, a necessidade da Escola.

Permitimo-nos, lembrar, a propósito, que o salário mínimo em 1958 orçava por Cr$ 3400, enquanto hoje é de 2$66.000, tendo havido assim um aumento porcentual aproximado de 1 40%.

Baseados nessa brutal realidade é que apelamos para o alto senso de justiça de Vossa Excelência no sentido de o seu humano Governo enviar à Assembleia Legislativa mensagem propondo a atualização, já neste exercício, da verba determinada pelo Convênio de 1958 de acordo com aquela porcentagem de aumento havida no salário mínimo, ou seja, de CR$ 10 000 000 para CR$ 194 000 000".

13 - O Senhor Governador do Estado, examinando o pedido, deu-lhe o seguinte despacho:

"Urgente. ATL para centralizar o exame do assunto. 26/4/1965".

A ATL, (conforme citamos no item 11) pediu, então, a manifestação do Conselho Estadual de Educação a respeito assunto e reiterou esse pedido em oficio datada de 22/7/1965. Em 24/5/1965 o Processo foi despachado, pelo Sr. Presidente da Câmara do Ensino Superior, ao nobre conselheiro Carlos Henri que Liberali, que prolatou o Parecer nº 410/65, cujos termos são conhecidos e no qual, por motivos que ignoramos, somente se faz referencia a um projeto de lei dispondo sobre a aumento de dez para cinquenta milhões de cruzeiros da mencionada subvenção.

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Ensino Superior, o seu debate foi sobre estado por um pedido de vistas formulado pelo nobre conselheiro Vespasiano Consiglio; que, em 27/11/65 ofereceu um novo parecer sobre o processado, que tomou o nº 706/65. Este Parecer, a cuja conclusão já nos reportamos, foi aprovado unanimemente pela Câmara do Ensino Superior, em sua reunião de 6/12/65, vindo a matéria, final mente, ao julgamento do Conselho Pleno, onde se sucederam os fatos narrados nos itens 1,2 e 3 deste arrazoado.

- V -

15 - Enquanto isso, em área não muito distanciada, vinham ocorrendo coisas interessantes e intimamente relacionadas com a matéria constante do processo 1 140/64, embora sobre elas não houvesse qualquer referencia escrita nos autos em tramitação no Conselho Estadual de Educação.

Vamos por partes, para melhor compreensão de tudo.

16 - No trato do assunto buscamos, como era natural, maiores elementos para emitir o nosso ponto de vista. Nessa busca, surpreendentemente, verificamos haver um outro convênio que, a princípio, suponhamos fosse apenas um aditamento aquele já celebrado em 2 de setembro de 1958. Não era. Tratava-se, em verdade, de um novo convenio firmado no dia 27/5/1963, entre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do município de Sorocaba e a Secretaria da Educação, aquela representada pelo professor Cônego Aldo Vanucchi, seu diretor, e o Governo do Estado pelo padre doutor Januário Baleeiro de Jesus e Silva, então titular da pasta da Educação.

Apenas para confronto, e sublinhando as alterações havidas face ao convênio anterior, vamos reproduzir as principais cláusulas do novo instrumento contratual:

8 - CLÁUSULA PRIMEIRA: O Governo do Estado de São Paulo subvencionara, por intermédio da Secretaria de Estado dos Negócios da Educação, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba por prazo de 5 (cinco) anos, com o auxilio de cinquenta milhões de cruzeiros, Cr$ 50 000 000,00, por ano, a partir de 12 de janeiro de 1964.

"CLÁUSULA SEGUNDA: O ensino será gratuito e assegurado, indiferentemente, a quantos no Concurso de Habilitação, logras a aprovação, matriculando-se nos cursos pretendidos, seja qual for a religião que professe.

"CLÁUSULA TERCEIRA: A Secretaria dos Negócios da Educação, por intermédio dessas autoridades escolares terá franco acesso a administração da Faculdade, para verificação do cumprimento dos termos do presente convênio.

CLÁUSULA QUARTA : A subvenção de que trata o artigo primeiro somente será paga mediante comprovação, pela administração da Faculdade interessada, do cumprimento dos termos do presente convênio, processada na seguinte ordem:

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b) relatório dos cursos instituídos e mantidos pelo estabelecimento;

c) relação nominal dos alunos admitidos a matricula, com número mínimo de 50 (cinquenta) candidatos matriculadas em cada ano letivo;

d) discriminação completa do numerário a ser empregado na Faculdade, especialmente com relação ao corpo docente; e) quadro dos professores contratados, com os respectivos

títulos de habilitação para esse magistério, na forma da lei.

Paragrafo Único: Todos os documentos que instruírem o pedido de pagamento da subvenção deverão ser visados pelo representante da Secretaria de Educação, encarregado da Inspeção administrativa da Faculdade.

CLÁUSULA QUINTA: A subvenção será imediatamente suspensa, ficando para todos os efeitos rescindido o presente convenio, caso a matricula total da Faculdade não acuse o mínimo de 50 (cinquenta) candidatos, a qualquer tempo que ele se verificar.

CLAUSULA SEXTA A documentação citada na clausula quarta, terá tramitação legal no Departamento de Administração ouvindo-se os órgãos competentes para a liberação do auxilio, principalmente a Divisão de Contabilidade e a Consultoria Ju rídica.

CLÁUSULA SÉTIMA: Ao firmar o presente acordo que vi gorara a partir de 12 de janeiro de 1964, a Faculdade de Filo solia, Ciências e Letras de Sorocaba, por seu representante credenciado para tanto, declara que aceita, sem restrições, todos os seus termos, responsabilizando-se pelo seu fiel e integral cumprimento na parte que lhe compete, o mesmo acontecendo com a Secretaria da Educação no que lhe diz respeito."

17 - Vê-se, pois, que as alterações substanciais residem nestes pontos: 1º a elevação do auxilio de dez para cinquenta milhões por ano; 2º - a exigência de haver, ao invés de 30, pelo menos 50 candidatos à matrícula total da Faculdade; 3º prazo de cinco anos para a vigência da nova avença.

Como foi possível a celebração desse novo convênio, face aos imperativos termos da Lei 4.614/58, não nos cabe esmiuçar, mesmo porque não somos juristas. Cremos, porem, que a existência deste novo ajuste, ate então não mencionado no processado, modifica totalmente a apreciação do assunto. 18 - Mas, as surpresas na o param aqui.

A representação da Fundação mantenedora da Faculdade dg Filosofia, pleiteando que o auxilio anual de dez milhões fosse elevado para cento e noventa e quatro milhões, data, conforme acentuamos, de 24/5/1965. quando já estava em plena vigência o novo contrato celebrado em 27/5/1963 para vigorar por cinco anos a partir de 1º de janeiro de 1964, a base de mais 50 milhões por ano. A Fundação mantenedora, contudo, não se limitou a representação supra

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Vejamos; para confirmar nossas palavras, o que consta do processo SE 4 236/65:

"Sorocaba/Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras”. Assunto: Solicita pagamento.

Divisão de Relações Publicas.

Seção de divulgação e Publicidade. Em 19/8/1965

À fls. 2 destes autos, o Sr. Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba, solicita pagamento da verba com referência ao convénio assinado entre aquela Faculdade e a Secretaria, o que já foi providenciado, como se verifica de fls. 37.

Submetido o processo a alta consideram do Senhor Governador do Estado, Sua Excelência exarou respeitável despacho de fls. 32:

Autorizo. Libere-se a importância de Cr$ 50.000.000 (cinquenta milhões de cruzeiros) a favor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba, decorrente de convênio celebrado com a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação notificando-se aquela Faculdade o termino do convênio, isto e, não será mais renovado nessa base. Os "'alunos devem pagar alguma coisa".

ADHEMAR PEREIRA DE BARROS - GOVERNADOR DO ESTADO. 19 - Há mais ainda:

Do processo SE-82.811/65, transcrevemos o que segue:

APENSOS: SE 4422/65 SE - 04236/65 SOROCABA/FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS.

ASSUNTO: Convênio com a Secretaria Divisão de Relações Públicas Secção de Divulgação e Publicidade

Em 3 de novembro de 1965

Constituem os presentes autos os SE 82.811/65, SE-4.422/65, e SE-4.236/65, todos em nome da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba. Esta no processo-piloto, alegando ser de todo insuficiente o auxilio que recebe do Governo do Estado em razão de dois convénios firmados com a Secretaria, pede autorização para, sem denúncia dos aludidos convênios cobrar de seus alunos a partir do próximo ano (1966), anuidade não superior a Cr$ 150.000 (cento e cinquenta mil cruzeiros), mantidas, porem, bolsas gratuitas de ensino para alunos desprovi dos de recursos, em número mínimo a ser fixado por esta Pasta.

A Secretaria firmou com a Faculdade dois convénios:

1) O primeiro em 2 de setembro de 1958 (SE-43.752/58) registrado pelo Tribunal de Contas sob nº 1.897/58, com vigência por 10 (dez) anos, provendo auxílio anual de Cr$ 10.000.000 (dez milhões de cruzeiros), assinado com fundamento na Lei nº 4.614, de 3 de janeiro de 1958;

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pelo Tribunal de Contas sob nº 1.839/64, com vigência por 5 (cinco anos), prevendo auxílio anual de Cr$ 50.000.000 (cinquenta milhões de cruzeiros). Este convênio independe de aprovação legislativas.

Ambos os convénios preveem ensino gratuito à totalidade dos alunos, conforme se verifica da clausula 3- do primeiro e da cláusula 2 do segundo, ambas, aliás, de um único teor.

Procede, pois, a alegação da Faculdade (fls.2) de que deve receber anualmente do governo do Estado a importância de r$ . 60.000.000 (sessenta milhões de cruzeiros) ate o exercício de 1968.

Entretanto, despachando a fls.32 o SE-4.236/65, o Senhor Governador o fez nos seguintes termos; "Autorizo. Libere-se a importância de @$ 50.000.000 (cinquenta milhões de cruzeiros) a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba, de corrente de convénio celebrado com a Secretaria de Estado dos Negócios da educação, notificando-se aquela Faculdade o ter mino do convénio, isto é, não será ‘mais renovado nessa base . Os alunos devem pagar alguma coisa. Em 23/7/1965 - (a) Adhemar Pereira de Barros - Governador do Estado.

Ressalte-se desde logo, para clareza do assunto, que o Senhor Governador determinou a liberação de Cr$ 50.000.000 (cinquenta-milhões de cruzeiros), embora a petição inicial da Faculdade se referisse ao convénio baseado na Lei nº 4.614, atrás referi da, e que prevê, como foi dito, um auxilio anual de r$ 10.000.000 (dez milhões de cruzeiros) apenas.

Esta Seção, alias, já havia, anteriormente, apontado uma confusão entre dois convénios distintos, tal como se verifica da informação dada em 9 de fevereiro de 1965 no SE - 40463/65 , da qual juntamos copia a fls. 33.

Como quer que seja, porém, o respeitável despacho do Senhor Governador, salvo melhor juízo, refere-se ao segundo convenio, isto e, ao convênio de 27 de maio de 1963. Ainda assim, o despacho permite dupla interpretação, impondo-se seja esclarecido se o Senhor Governador determina sua imediata denuncia ou simplesmente sua não renovação, coisas obviamente distintas. Se se tratar realmente de denúncia, o assunto estará decidido. Entretanto, na hipótese contraria e se desejar a ad ministração superior da Pasta atender à solicitação da peticionaria, o atendimento seria possível mediante um Termo- de Aditamento que modificasse a redação da cláusula segunda do Convénio original de 27 de maio de 1963, de forma a estabelecer a gratuidade não para a totalidade, mas para um numero mínimo de alunos a ser fixado pela Secretaria.

É o que nos cate relatar e propor. - VI -

20 - O exposto, parece-nos haver ficado bem esclarecido o seguinte:

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1º - A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do município de Sorocaba já vem recebendo uma subvenção anual de Cr$ 50,000.000 (cinquenta milhões de cruzeiros)e esta reclamando que o pagamento seja de Cr$ 60.000.000(sessenta milhões de cruzeiros), isto e, dez milhões do primeiro convênio e cinquenta milhões do segundo convênio;

2º - A entidade mantenedora da Faculdade, logo após haver feito a representação constante de fls. 30 e 31 do Processo 1.140/64, alegando ser insuficiente a quantia que já vem recebendo, pretende, sem prejuízo ou denuncia dos instrumentos contratuais existentes, fazer-lhes um aditamento para poder cobrar dos seus alunos anuidade não superior a ®$150.000(cento e cinquenta mil cruzeiros), mantendo , porem, bolsas gratuitas de ensino para os alunos desprovidos de recursos, em número a ser ficado pela Secretaria da Educação;

3º - Essa proposta parece haver sido inspirada no despacho do Sr. Governador do Estado mandando liberar os Cr$ 50.000.00(De onde, ao mesmo tempo em que autorizava o pagamento, dizia:

“Notificando-se aquela Faculdade o termino do convénio, isto e, não será mais renovado nessa base. Os alunos devem pagar alguma coisa."

- VII -

21 - Julgamos licito, após a analise dos fatos que enunciamos considerar gue:

a) - Estão superados todos os projetos de lei apresentados a Assembleia Legislativa, visando elevar de 10 para 20 ou 50 milhões de cruzeiros a subvenção anual prevista na Lei nº 4.614 de 3/l/1958, uma vez que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do município de Sorocaba; por força de novo contrato, já vem recebendo Cr$ 50,000.000 (cinquenta milhões de cruzeiros) ou mais de auxilio anual do Governo do Estado.

b) - Há determinação superior no sentido de não se renovar o contrato nas bases anteriores e com a inteira gratuidade do ensino. Órgãos da Secretaria da Educação entendem, ainda, haver também uma determinação superior implícita no sentido da denuncia dos convênios existentes.

c) - A Fundação mantenedora da Faculdade esta disposta a refazer os convênios em novas bases, inclusive, inserindo no futuro instrumento contratual ou em aditamento aos ajustes já existentes, uma clausula que lhe permita cobrar anuidades ate Cr$ 150.000 (cento e cinquenta mil cruzeiros), estabelecendo, ao mesmo tempo, bolsas gratuitas de ensino para alunos comprovadamente carecentes de recursos.

- VIII -

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correr desta exposição e nos documentos transcritos, tomamos a liberdade de oferecer ao superior discernimento dos ilustra dos conselheiros as conclusões abaixo enumeradas.

CONCLUSÕES

O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO resolve quanto ao caso particular da Faculdade de Filosofia. Ciências e Letras de Sorocaba:

1 - manifestar-se contrariamente a aprovação dos projetos de lei 4-5-63, 329-63 e 424-63, porque essas proposituras já estão superadas pela celebração do novo convénio firmado em 27 de maio de 1963, entre a Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Município de Sorocaba;

2 - reconhecer, em principio, a necessidade da revisão dos instrumentos contratuais assinados entre o Governo do Estado e a referida Faculdade. Salvo melhor juízo, cremos haver justificado, ainda que imperfeita e imprecisamente, as razoes que determinaram o pedi do de vistas do Processo 1140/64, ora devolvido à apreciação do egrégio Conselho Pleno.

São Paulo, 1º de janeiro de 1966. Conselheiro ERASMO DE FREITAS NUZZI

XXX

Aprovado na 95ª sessão do Conselho Estadual de Educação, realizada em 3 de janeiro de 1966.

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