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APLICAÇÃO DA ESTIMATIVA DO ÍNDICE H PARA TESTE DE MEMÓRIA LONGA COMO UMA MEDIDA DE PERSISTÊNCIA INFLACIONÁRIA. Gustavo de Oliveira Aggio

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1 APLICAÇÃO DA ESTIMATIVA DO ÍNDICE H PARA TESTE DE MEMÓRIA LONGA COMO UMA MEDIDA DE PERSISTÊNCIA INFLACIONÁRIA

Gustavo de Oliveira Aggio

Doutorando em Economia do Instituto de Economia – Universidade Estadual de Campinas

Rosangela Ballini

Professora do Instituto de Economia – Universidade Estadual de Campinas

Resumo: Neste artigo defendemos a aplicação da estimativa do índice H para definir uma medida de persistência para a inflação. Nós argumentamos que o índice H é uma medida exclusivamente associada à memória longa, que não necessita da pressuposição de uma distribuição fixa associada aos dados, que não pressupõe uma série não estacionária e que por isso é uma escolha melhor do que a definição da presença de raiz unitária como evidência de persistência em uma série mais longa. Nós ainda efetuamos a estimativa para a série de variações percentuais do Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos e verificamos que, para o período de janeiro de 1950 a dezembro de 2006, esta série apresenta memória longa.

JEL: C14, E31.

PALAVRAS-CHAVE: inflação, persistência, memória longa, índice H.

Abstract: In this paper we advocate in favor of the application of the estimate value of H index in order to define a measure of inflation persistence. We had argued that H index is a measure exclusively associated with long memory, that assumptions about fixed associated distributions isn’t necessary, neither assumption about non-stationarity is necessary and then H index configures as a better option than unit-root as evidence of persistency in long series. In addition, we estimate the H index for percentage variations of Consumer Price Index of USA and we had verified that there is long memory in the series from 1950 January to 2006 December.

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2 INTRODUÇÃO

É um fato reconhecido pela macroeconomia que a inflação1 é caracterizada por persistência. Enquanto que é simples verificar que existe auto-correlação entre o valor da inflação em um período e entre um conjunto de atrasos desses valores, tem se mostrado controversa a definição e medida de persistência que melhor cabe ao estudo da inflação. Em vias de esclarecimento, Jeffrey C. Fuhrer (2009) organizou um survey do debate e de algumas medidas estatísticas empregadas, assim como forneceu uma taxonomia para o fenômeno.

Segundo Fuhrer (2009) de um ponto de vista a persistência da inflação pode ser considerada inerente quando é reflexo da atividade real da economia ou de choques de oferta, ou pode ser considerada como intrínseca quando o fenômeno é oriundo do próprio processo inflacionário. De outro ponto de vista, a persistência da inflação pode ser distinguida a forma reduzida da forma estrutural da persistência. A forma reduzida refere-se a uma propriedade da série que é empiricamente verificada e a qual, a princípio, não é dada nenhuma interpretação econômica. A forma estrutural é aquela que é atribuída a fenômenos econômicos que são definidos pela teoria.

As explicações teóricas sobre o fenômeno empiricamente observado, a relação entre o entendimento estrutural e o reduzido da persistência inflacionária, podem ser encontradas desde o artigo seminal de Okun (1977) até o estabelecimento dos modelos de equilíbrio geral estocásticos e dinâmicos, seja com a hipótese de expectativas racionais (sumarizado em Woodford 2003), seja com a hipótese de racionalidade limitada (sumarizado em Sargent 1999 e 2008).

Uma questão que se observa insatisfatoriamente tratada no trabalho de Fuhrer (2009) é a preocupação com a distinção entre persistência como um efeito de curto prazo e como efeito de longo prazo. Neste trabalho, Fuhrer (2009) considera as seguintes medidas para capturar a presença de persistência: (i) testes de raiz unitária (ADF e Phillips-Perron); (ii) função de auto-correlação da série definida como um processo regressivo de primeira ordem; (iii) a análise da primeira auto-correlação da série; (iv) raiz dominante do processo auto-regressivo univariado da inflação; (v) a soma dos coeficientes auto-regressivos da inflação; (vi) decomposição do componente não

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3 observado em estimativas que considerem efeitos permanentes e transitórios da inflação (como, por exemplo, modelos integrados com componente móvel). Destas medidas observa-se que apenas as relacionadas à raiz unitária consideram a possibilidade do efeito de longo prazo ser fator essencial para a persistência.

Porém é difícil considerar que uma série de inflação (enquanto um processo moderado de variação percentual) possa apresentar efeito permanente de um choque, como, por exemplo, uma trajetória explosiva, o que seria o caso particular de processos hiperinflacionários. Juselius (1999) recomenda um uso cuidadoso da raiz unitária para o processo inflacionário, uma vez que dependendo do tamanho do período de tempo considerado, a série pode apresentar significante ou insignificante propensão à reversão à média. Em geral, para períodos mais longos, existem mais observações de reversão à média, enquanto que para períodos mais curtos existem menos ou nenhuma observação, o que caracterizaria a presença de raiz unitária. Além disso, mesmo trabalhando dentro da perspectiva da forma reduzida, devemos considerar que o comportamento da série é influenciado por eventos históricos específicos e por políticas econômicas que podem variar com o tempo, indicando que mesmo períodos de mesmo tamanho podem apresentar diferentes indícios para a presença de raiz unitária. Havendo reversão recorrente à média, podemos identificar a presença de ciclos. Se os diferentes fatores que influenciam o comportamento da série variam ao longo do tempo, devemos empregar uma medida que seja compatível com ciclos não periódicos.

O objetivo deste trabalho é evidenciar as vantagens da estimativa do índice H de longo prazo como uma medida para a persistência inflacionária específica para efeitos de longo prazo e para isso atuaremos apenas dentro da perspectiva da forma reduzida desse fenômeno. Nós iremos argumentar que o índice H, além de fornecer uma medida específica de memória longa que pode ser comparada entre diferentes séries (por exemplo, entre diferentes países ou entre diferentes índices de inflação), supera o emprego da raiz unitária por não supor efeito permanente na série e por captar a presença de persistência mesmo em processos estacionários - ou seja, indica a presença de persistência, se esta houver, mesmo para séries mais longas. A estimativa do índice H não necessita da pressuposição de que os dados pertençam a uma mesma distribuição de probabilidades o que, consequentemente, permite a análise mesmo que haja quebras estruturais na série. Além disso, Mandelbrot (1972) argumenta que, diferentemente da análise espectral, o índice H capta a presença de ciclos não periódicos. Por fim cabe

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4 ressaltar que o índice é amplamente utilizado na análise de séries temporais financeiras (principalmente no chamado campo da econofísica, e.g. Souza et al 2006) e teoricamente debatido e testado (Mandelbrot 1969, 1972 e 1975; Anis e Lloyd 1976; Peters 1994; Teverovsky et al 1999; Couillard e Davidson 2005).

Este artigo está dividido em três seções além desta introdução. A seguir demonstraremos a construção do índice e a controvérsia sobre o teste de significância seguindo a apresentação de Couillard e Davidson (2005). Após realizarmos a estimativa à série de variações percentuais do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos. Por fim as considerações do artigo.

A CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE

A estimativa do índice H parte da estatística , o rescaled range, sugerido pelo engenheiro e hidrólogo inglês Harold Hurst (1951). Responsável pela construção de barragens ao longo do rio Nilo, Hurst observou o acúmulo de valores acima e abaixo da média quando tabulou o nível do rio ao longo dos anos. Inspirado pela definição de processo aleatório sugerida por Einstein, Hurst sugeriu um teste para verificar se o acúmulo de valores acima e abaixo da média era aleatório ou não.

Consideremos uma sequência de valores , ≥ 1, independentes e identicamente distribuídas (i.i.d). com média e variância . A sequência = + ⋯ + é definida como um passeio aleatório e:

( ) = ( ) + ⋯ + ( ) = (1) e

Var( ) = Var( ) + ⋯ + Var( ) = (2). Se a série de valores do nível do rio Nilo configurasse um passeio aleatório, então o valor do desvio padrão seria igual a . A estatística testa a hipótese nula do expoente da variável ser igual a . Se chamarmos este expoente de H2, podemos

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Homenagem de Mandelbrot a Hurst e ao matemático Ludwing Otto Hölder (Mandelbrot e Hudson 2004: 187).

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5 definir o teste pela hipótese nula : = e pela hipótese alternativa : ≠ . Posteriormente, Mandelbrot (1969) desenvolveu um método para estimar o parâmetro . Nos termos deste autor, se rejeitamos a hipótese nula porque > , temos um caso de persistência, se rejeitamos a hipótese nula porque < , temos um caso de anti-persitência.

Seguindo a apresentação de Couillard e Davidson (2005) obteremos o método construído por Mandelbrot. Seja uma série temporal com N observações para iguais intervalos de tempo. Dividindo as observações em M subperíodos com o mesmo número t de observações, de tal forma que × = , definimos , = 1, 2, … , como cada um dos M subperíodos e , , = 1, 2, … , , como cada elemento de determinado subperíodo. Assim, podemos definir a média e o desvio padrão de cada subperíodo como:

=1 , (3)

= 1 ( , − ) (4).

Com os valores das médias podemos reconstruir a série original e obter uma série com M sequências compostas, cada uma, por t desvios acumulados em relação a . Estes desvios acumulados são definidos da seguinte maneira:

, = ( , − ) (5)

e a amplitude dos desvios médios acumulados em cada sequência é definida por: = max , − min , (6). A série com M valores é normalizada dividindo estes valores de amplitude pelos correspondentes desvios padrões . A média destes valores padronizados mantém a relação entre H e t. Desta forma é definida a estatística:

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6 = 1 = (7)

sendo c uma constante.

Para obtermos o valor de H e testá-lo devemos calcular uma série de estatísticas para diferentes valores de t, linearizar a igualdade = e, assim, estimarmos o valor de H. Para linearizar a igualdade = , basta tomar o logaritmo:

log = log( ) + log( ) (8). Logo, o valor de H pode ser estimado por meio de uma regressão linear simples. Como é sempre maior ou igual a zero e é sempre maior que zero, o valor de H terá limite inferior perto de zero, dependendo do valor de c. Como são

somatórios de t valores normalizados, seu valor máximo tende a t e, portanto, o valor máximo de H tende a 1, dependendo de c.

A dificuldade na realização deste teste é estabelecer o tamanho dos subperíodos de forma a preservar, para cada valor de um número o mais próximo possível de variáveis. Desta forma, os valores de t devem ser preferencialmente divisores inteiros de N, o tamanho da série, ou números inteiros o mais próximo possível de algum divisor deste, de forma que a quantidade de dados excluídos seja mínima.

O teste original de Hurst (1951) necessitava da hipótese que os valores fossem normalmente distribuídos. Para o teste sugerido por Mandelbrot (1969), um teste t, devemos ter os erros do modelo estatístico associado à equação (8) como i.i.d. e normais. Existe uma controvérsia quanto à validade destes testes. Lo (1991) e Lo e MacKinlay (1999) afirmam que os testes podem levar à conclusão de que existe memória de longo prazo, persistência ou anti-persistência, quando na verdade existem apenas auto-correlações de curto prazo. Ou seja, ambos os testes, o de Hurst (1951) e o de Mandelbrot (1969) não seriam robustos na presença de correlações entre variáveis

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7 próximas. Para corrigir este viés, os autores sugerem o uso de uma estatística modificada para definida da seguinte maneira:

≡ ( ) (9) sendo ≡1 ( , − ) − 2 ( ) , − ( , − ) ( ) ≡ 1 − + 1

com < o número de defasagens estabelecida para captar o efeito de curto prazo. Há, no entanto, evidência de que a correção proposta possui um viés. Em simulações observou-se a tendência à aceitação da hipótese nula : = quando ela é falsa (Teverovsky et al (1999), Mandelbrot e Hudson (2004)).

Para superar estas dificuldades, Couillard e Davidson (2005) sugerem um teste t específico para o índice H. Segundo estes autores a controvérsia quanto a aplicação de um teste para o índice H se deve ao fato de que sequências finitas de valores definidos como passeios aleatórios empiricamente apresentam valores maiores que para o índice H. Observando que os valores de H se distribuem como uma curva de Student, Couillard e Davidson (2005) propõe o seguinte teste:

=valor estimado de − média do valor de se não existe memória longa desvio padrão de se não existe memória longa

O valor médio de H se não existe memória longa pode ser estimado obtendo-se valores esperados para as estatísticas . Existem duas fórmulas para o cálculo. A de Anis e Lloyd (1976) em que

=Γ( − 1)/2 √ Γ(2)t

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8 = − 1/2

t

2 −

(11).

Para o desvio padrão de H se não existe memória longa ( ) existe, ainda, duas estimativas. Peters (1994) sugere que =

√ , enquanto que Couillard e Davidson (2005) consideram que =

e √ é uma melhor estimativa.

A partir destes resultados temos um teste que dispensa a definição de uma mesma distribuição associada às variáveis e que é robusto na presença de auto-correlação entre variáveis próximas. Como não precisamos definir os dados como sendo normalmente distribuídos, podemos empregar para diferentes séries de inflação, que podem apresentar forte assimetria e leptocurtose. Como a estatística capta o acúmulo de valores acima e abaixo da média mesmo em processos estacionários, temos a superação da limitação inerente à definição da raiz unitária.

ESTIMATIVA DO ÍNDICE H PARA A VARIAÇÃO PERCENTUAL DO IPC-EUA Como exemplo da estimativa do índice H para capturar a presença de persistência, escolhemos os valores da variação percentual mensal do IPC dos Estados Unidos do período de janeiro de 1950 a dezembro de 2006. Com isto excluímos os valores muito elevados do imediato pós Segunda Guerra Mundial, devido ao fim do congelamento de preços do período de guerra, assim como excluímos as acentuadas deflações do período mais recente. A justificativa é mostrar a persistência mesmo em um período mais moderado de inflação.

Para nossa série com 684 valores para as variações percentuais no IPC-EUA, calculamos 25 estatísticas , utilizando diferentes valores de t. Na tabela 1 temos os valores de t, M, o número de valores excluídos × (maior que zero quando t não é divisor exato de N), , ln ( ) e ln ( ), onde ln representa o logaritmo natural de um número.

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9 Tabela 1: Valores para a estimativa do índice H

t M − × ln ( ) ln ( ) 6 114 0 2,231823 1,791759 0,802819 9 76 0 3,175864 2,197225 1,15558 12 57 0 3,692345 2,484907 1,306262 17 40 4 4,701999 2,833213 1,547988 18 38 0 4,001347 2,890372 1,386631 19 36 0 4,736913 2,944439 1,555386 22 31 2 5,340028 3,091042 1,675231 31 22 2 6,642357 3,433987 1,893467 34 20 4 7,484701 3,526361 2,012861 36 19 0 7,854725 3,583519 2,061115 38 18 0 7,809637 3,637586 2,055358 40 17 4 9,045844 3,688879 2,202305 42 16 12 9,36304 3,73767 2,23677 45 15 9 9,571144 3,806662 2,258753 52 13 8 11,86543 3,951244 2,473629 57 12 0 12,26695 4,043051 2,506909 62 11 2 13,64297 4,127134 2,613224 68 10 4 15,01109 4,219508 2,708789 76 9 0 16,56727 4,330733 2,807429 85 8 4 18,85925 4,442651 2,937004 97 7 5 17,05237 4,574711 2,836289 114 6 0 24,70406 4,736198 3,206968 136 5 4 25,07614 4,912655 3,221917 171 4 0 33,61344 5,141664 3,514926 228 3 0 44,09239 5,429346 3,786287

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10 O gráfico 1 indica a dispersão dos valores de ln em relação aos valores de ln( ). A reta assinalada foi estimada a partir do método de mínimos quadrados ordinários. Na tabela 2 temos os valores para a estimativa , relativo ao intercepto, e , relativo ao parâmetro H, que define a inclinação da reta do gráfico 1.

Gráfico 1: Dispersão dos valores dos logaritmos das estatísticas / em relação ao logaritmo de t

Tabela 2: Valores estimados e estatísticas da regressão.

Estimativas = −0,8425 (0,08186) = 0,8369 (0,02128) = 0,9852 e ̅ = 0,9845

Os valores entre parênteses são os desvios padrões das estatísticas.

O teste t com : = 0 obteve um valor igual a -10,2922, portanto, rejeitamos a 0,1%. O teste t com : = obteve um valor igual a 15,5943, portanto, rejeitamos a 0,1%.

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 0 1 2 3 4 5 6

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11 Como observamos que o teste t obtido diretamente dos dados da regressão pode não ser robusto na presença de auto-correlação entre variáveis próximas, devemos empregar o teste sugerido por Couillard e Davidson (2005). Na tabela 3 constam os valores t obtidos com o uso tanto da média sugerida por Anis e Lloyd (1976) quanto a sugerida por Peters (1994), além do uso do desvio padrão sugerido por Peters (1994) como o sugerido por Coillard e Davidson (2005). Estes resultados confirmam a presença de persistência na série devido à presença de memória longa.

Tabela 3: Teste t de Couillard e Davidson (2005) utilizando as estatísticas de Anis e Lloyd (1976), Peters (1994) e Couillard e Davidson (2004)

Média de Anis e Lloyd e desvio padrão de Peters

Média de Anis e Lloyd e desvio padrão de Couillard e Davidson

Média de Peters e desvio padrão de Peters

Média de Peters e desvio padrão de Couillard e Davidson =0,83688 − 0,57349 0,03824 = 6,75712 =0,83688 − 0,57349 0,04175 = 6,18802 =0,83688 − 0,62207 0,03824 = 5,48677 =0,83688 − 0,62207 0,041750 = 5,02460

Para 23 graus de liberdade o valor de t para o qual ( > ) = 99,5% é igual a 3,104. Portanto para qualquer estatística rejeitamos a hipótese nula : = a 0,1%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um passeio aleatório pode ser generalizado para um passeio aleatório fracionário da seguinte maneira:

, =

1

Γ( + 1 2) ( − ) .

Quando = 1 2, o processo é um passeio aleatório convencional. A partir disto Granger e Joyeux (1980) e Hosking (1981) propuseram a construção de modelos ARFIMA e Baillie et al (1996) empregaram modelos ARFIMA-GARCH para o estudo

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12 da inflação, assim como Figueiredo e Marques (2009) aplicaram a mesma técnica para o caso brasileiro recente.

Como já afirmamos anteriormente, a estimativa do índice H dispensa a pressuposição de uma distribuição associada fixa. Aparentemente a única dificuldade da aplicação seja a necessidade de uma série relativamente longa para que possam ser calculadas estatísticas suficientes para a efetuação da regressão que informa o valor estimado de H.

Parece-nos, então, que as duas técnicas se configuram como complementares. Se a quebra estrutural e a presença de reversão à média inviabilizam a aplicação de modelos integrados fracionários para períodos mais longos, podemos efetuar para estas séries a estimativa do índice H, quando for conveniente a observação de uma medida de persistência relacionada à memória longa em séries de inflação para comparação de diferentes índices ou para comparação da persistência da inflação entre diferentes países ou macrorregiões.

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